sábado, 13 de outubro de 2012
"Vitória de Haddad anulará maior conspiração política desde 1964"
Quem tem olhos, cérebro e alma sabe que o julgamento do mensalão
decorre de uma conspiração política que só encontra paralelo na
história recente do Brasil na conspiração que levou ao golpe militar
de 1964. Essa fina flor do reacionarismo de ultradireita que reúne
imprensa, Judiciário e setores do Legislativo apostou tudo nesse
processo.
Por Eduardo Guimarães*
As eleições municipais de 2012, no primeiro turno, frustraram à larga
os anseios dos que apostaram no julgamento do mensalão para destruir
politicamente o Partido dos Trabalhadores. E, apesar de toda a
campanha massacrante que reuniu o maior aparato publicitário já
formado em torno de um fato político, ela foi um fiasco.
O PT cresceu fortemente nas eleições de 7 de outubro. E, como se não
bastasse, tornou-se o partido mais votado do país, com mais de 17
milhões de votos para prefeito e vereador.
Agora, no segundo turno, porém, o fracasso reacionário pode adquirir
proporções dramáticas. Está para ocorrer a tomada do ultimo bastião da
direita no Brasil, a cidadela do conservadorismo nacional, São Paulo,
que está prestes a cair diante do força avassaladora de um projeto
progressista que mudou o país para sempre.
Confesso a você, leitor, que, no início, cheguei a duvidar das
possibilidades de o novo “poste” de Lula obter êxito em uma cidade
como São Paulo, cidade que tem o povo mais despolitizado de todo o
país e que se deixa influenciar como nenhuma outra por panfletos de
ultradireita como Veja, Folha de S. Paulo e Estadão, sem falar na
Globo.
Mais uma vez, o ex-presidente mostrou por que chegou aonde chegou na
política tendo partido da miséria do sertão nordestino. Lula enxerga o
jogo político lá longe, como se estivesse ao seu lado. Poucos
acreditavam em sua visão de que Fernando Haddad é, basicamente, o que
São Paulo quer.
A direita midiática, com todos os seus recursos, com todos os seus
institutos de pesquisa de opinião, com suas televisões, com seus
jornais e com seus bilhões de dólares não foi capaz de perceber o
esgotamento da paciência do paulistano com a embromação demotucana. Ou
sequer a intensidade do sofrimento de São Paulo.
As pesquisas mostram larga vantagem de Haddad sobre José Serra, o
bibelô da ultradireita brasileira. E, obviamente, a máquina de
difamação demotucano-midiática já começa a se levantar. Nesta sexta
mesmo, o panfleto mais servil a Serra, a Folha de S. Paulo, ao lado da
notícia sobre a disparada do petista na pesquisa Ibope já faz denúncia
contra ele.
Serra e a mídia ultraconservadora estarem acuados é sinônimo de
qualquer coisa que se possa imaginar em termos de baixaria, de golpes
eleitorais. As portas do inferno irão se abrir contra Haddad. Família,
biografia, tudo será alvo da fúria nazista desse grupo político
criminoso, golpista, imoral.
Todavia, a vitória de Haddad tem chances muito boas de se
materializar. Todos sabem que haverá uma campanha de desmoralização
contra ele. Aliás, que maior campanha de desmoralização pode haver do
que a farsa em curso no STF? Mas está funcionando? Não, claro que não.
Dúzias de cientistas políticos dizem que não está funcionando.
A vitória de Haddad, além de tudo, produzirá uma nova e poderosa
liderança política. O professor com pinta de galã certamente tem uma
promissora carreira política pela frente. Haddad tem cara de
presidente da República ou não tem? Só não pode cair no erro de Serra
e abandonar o mandato no meio, caso seja eleito prefeito neste ano.
O xis da questão, porém, é que a eleição de Haddad como prefeito de
São Paulo tornará negativo um efeito político zero que a direita
midiática obteve com a farsa do julgamento do mensalão. Além de não
conseguir nada a mais, essa direita ainda irá perder sua fortaleza
política, São Paulo. Fracasso maior seria impossível.
*Eduardo Guimarães é blogueiro e colaborador do Vermelho.
Fonte: Blog da Cidadania
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