sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Senhora Presidente do Brasil.

Por Ninféia G

Hoje, 1ºde Janeiro de 2011, dia da Confraternizaçao Universal, é uma data muito especial para nós, brasileiras, pois, a partir dela, uma representante de nosso gênero, governará a Nação por quatro anos.
Como Assistente Social, Poeta, Marxista-Leninista e Mulher, não pude deixar de escrever meu recado em versos:

SENHORA PRESIDENTE DO BRASIL

No dia 1 de janeiro de 2003
Eu assisti, em companhia de minha mãe
A posse de Luis Inácio “Lula” da Silva
Como Presidente da Nação brasileira!
Lembro que estávamos contentes
De vermos um operário,
A partir daí, dirigir o país.
Seus feitos?Há controvérsias
Quanto à efetividade de suas ações
E real utilidade de alguns de seus atos
No sentido do melhor estar
Do povo do Brasil.
Mas, hoje é 1º, novamente
Oito anos depois daquele dia!
Agora, teremos, em seu lugar, uma mãe,
Uma mulher, um inusitado início!
A Presidente eleita da Nação brasileira!
Para muitas pessoas, é movimento
Significativo de vitória
De gênero; uma mulher está no domínio
Dos destinos de milhões de crianças,
Jovens e adultos
De nossa enorme população.
Seus eleitores,
Certamente lhe dão as boas vindas
Seus opositores,
Estarão à espreita,
Prontos para saltarem
Como feras feridas
Sabotando, bloqueando
Ruminando sua derrota.
O caminho é ainda mais difícil!
Há um clima de preconceito
Que arde como chama,
Querendo queimar os bons propósitos
E instalar a dúvida e a insegurança.
Isso se percebe conversando com o vizinho,
Com o colega de trabalho,
Ouvindo as conversas
Do cotidiano
Nas ruas, nos bairros
Nas residências,
Nos grupos,
Enfim, no dia a dia.
Mas, de qualquer forma
E a despeito das questões
Que formulo o tempo todo
E das críticas que preciso fazer,
Tomara você consiga
Transformar o PNDH 3 em Lei
Retificar a injusta lei da anistia
Realizar a Reforma Agrária
E dar às nossas crianças
Que são o futuro do país,
Escolas públicas de qualidade,
Casa, carinho e comida
E, sobretudo muita atenção;
E que as tire dos sinais,
Da venda de chicletes e bombons
Nas madrugadas da vida.
Trabalho com dignidade
A seus pais e professores;
Profissionalização aos jovens
E um sistema de saúde
Que possibilite a todos
A devida assistência.
Tem muito mais!
Contudo, isso é o principal
Para que as pessoas,
Crianças, jovens e adultos,
Não precisem mendigar
E, muito menos, roubar.

P.s- Seja bem vinda, Senhora Presidente Dilma Roussef

Ninféia G é Assistente Social e Poeta em Belém-Pará

sábado, 18 de dezembro de 2010

Presente de grego e diplomas falsos.

Por Ninféia G.


Duas manchetes no jornal local, hoje, me chamam a atenção: a Câmara Municipal de Belém concedeu transporte de graça em um domingo por mês ao povo de Belém, quer dizer, é uma proposta de lei que entendo que ainda vá passar ,pelos trâmites legais.

Mas ,não dizem que o que vale é a intenção?Então, vai ver nossos vereadores se “ sensibilizaram” com a penúria em que vive nosso povo e decidiram que as “pessoas comuns” têm o direito de passear ao menos um domingo por mês( o que já é difícil mesmo tendo o dinheiro da passagem, visto que as frotas são consideravelmente diminuídas aos domingos, por conta, claro, dos proprietários das empresas que não querem ter prejuízos colocando ônibus para ser usado por ‘quatro gatos pingados”.

Mas...,agora...com esse “presentão de Natal “ que nossos “estimadíssimos” vereadores estão dando, quem sabe as pessoas não vão até ter mais disposição de ir para as paradas de ônibus?. Mas, uma pergunta que não quer calar: Qual será o presentão dado pelo Prefeito aos empresários dos transportes coletivos em troca dessa migalha ao povo???Tenho medo só de pensar: dia 1 vem aí, dia de aumentos de tarifas, preços de produtos, etc..., será que o preço da passagem vai finalmente( como premio aos empresários por concordarem em ser tão "bonzinhos com o povo"- ainda que a prefeitura pague a eles esses valores referentes a esses domingos, claro que não será o valor real pois acordos devem ter sido feitos por trás dos panos) para dois reais????

Já que querem dar presentes, Senhores Vereadores, estabeleçam um teto para quem não vai pagar passagem, mas todos os dias, tipo, quem percebe até 2 salários mínimos por mês não paga passagem de ônibus.Assim, iam ajudar bastante muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuita gente, podem crer!!!

Agora, um domingo por mês, de graça, para toda a população, aí é gato por lebre, né? Presente de gregos!Porque já pensaram no numero de ônibus nas ruas, “ a esse preço”? Coitados dos usuários!Será que vai valer à pena?Se já se fica quase uma hora esperando, principalmente aqui ,no bairro da Marambaia, onde uma empresa detém o monopólio, imagina, sendo de graça!!Vamos ter que sair de madrugada para ficar na fila( aliás o que não é novidade no Brasil)

Outra manchete interessante é que DILMA e JATENE foram diplomados,mas diplomados em que? Eu e muita gente mais, levamos 4 ou 5 anos em universidades para sermos diplomados .Eles nem cumpriram suas obrigações, nem começaram a atuar( e nem estou me detendo em como eles atuarão, não é o caso aqui) e já estão sendo diplomados!?Quer dizer, recebem o premio antes de trabalhar? Sem mostrar serviço?

Que coisa mais ridícula e além de ser uma violência ao povo brasileiro que na verdade, nem se toca dessas barbaridades.

Mas quem pensa, reflete observando o dia a dia e prestando atenção nessa gente que é eleita e fica fazendo programinhas para amenizar a situação do povo( e o pior é que o povo acredita) , para que ele pense que pode um dia ser um burguês e dessa forma, não lute contra a injustiça social que o vitima, sabe que diplomar políticos antes dele cumprirem os mandados, não é coerente; e dar apenas um dia de ônibus de graça, em um domingo por mês, a uma população cuja maioria carece de quase tudo, é .no mínimo uma violência, além enganação, falsidade, sacanagem, enfim!

Poupem-nos Sras. autoridades constituídas.
Mas eu tenho quase que certeza que as senhoras não enganam mais tanta gente assim.


Ninféia G é Assistente Social e Poetisa de Belém do Pará.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Mensagem de fim de ano.

Por Ninféia G


Não deixe

A visão se ofuscar

Em meio às alegorias!

Exercite a mente

Enquanto consome iguarias!

E imagine:

Lá fora, ao ar,

Toda a maioria!

Então, atente,

Enquanto, em euforia:

O presente

Está a lhe dar

Muita alegria,

Mas, seja consciente

De que é minoria.



A todos aqueles que visitarem meu blog, desejo muita consciência, muita reflexão. E é claro, felicidades para todos nós, mas felicidade real, fruto da justiça social.


Ninféia G é Assistente Social e Poeta de Belém do Pará.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Regularização das relações homo afetivas e descriminalização do aborto, já!

Por Ninféia G

Estamos terminando o ano com uma noticia que eu considero estarrecedora: segundo a pesquisa realizada pelo Vox Populi, “82% dos brasileiros desejam manter o aborto como crime, e 72% são contra sua descriminalização. 75% dos evangélicos, 73% dos católicos e 69% das outras religiões se opondo à descriminalização.

Além disso, sessenta por cento dos brasileiros são contra a criação de "uniões civis" homossexuais, enquanto só 35% são a favor."


Diante de resultados como esses, só é possível muito pesar, afinal, aí está a face do nosso atraso cultural.

Aí, esse mesmo pessoal que a Vox Populi entrevistou assiste Passione, Ana Maria Braga, Fazenda, Jornal Nacional, lê a revista Veja e outras porcarias alienantes
Por isso são tão desinformados!

Nem procuram entender o que significa a descriminalizarão do aborto e nem o que significa mais uma opção de formação familiar.

Pelo que já procurei ler sobre o tema do homo afetividade,além de minha prática profissional, casais homo afetivos têm mais possibilidades de cuidar de filhos que casais hetero afetivos. Sabem esse ciúme, sentimento de posse que tem entre homem e mulher , e que no dia a dia, nas brigas e conflitos, nas demonstrações de possessividade, prejudica ,inclusive os filhos? Não têm entre os casais homo afetivos pois quando entram num relacionamento assim, mais efetivamente, de casal, mesmo, o fazem bem mais conscientes que os casais tradicionais( homem x mulher).

Juízes, em algumas partes do Brasil, já têm essa percepção, minha gente, já sentenciaram favoravelmente a essas uniões e à adoção de crianças por essa opção de formação familiar. O que é um avanço em nossa sociedade, ainda que bem pequeno.

Percebe-se que esses casais sabem trabalhar muito melhor a questão da intolerância, prepotência, arrogância, submissão da mulher, muito freqüente entre os casais tradicionais onde, por exemplo, a mulher diz” não sei se vou porque meu marido não vai” ; ou o marido não gosta dos amigos da mulher e vice versa e quando ambos querem conviver com seus amigos, surgem conflitos; ou naqueles casos do colega de trabalho, que é comunicativo, fala com a gente todo dia no ambiente de trabalho mas no dia em que o encontramos com a esposa, em outro local, ele finge que não conhece direito a gente.Ou seja, típicos exemplos de falta de respeito pela própria individualidade.E de intolerância por parte do parceiro.Que são freqüentes em relações homem x mulher.

Isso para não citar mais coisas, porque essa relação homem e mulher é cheia de complicação, um querendo mandar mais que o outro e como em nossa sociedade ainda tem muito essa coisa do machismo, além de que as próprias mulheres são machistas, tipo” ah! Meu marido não gosta assim;” ou “ tenho quem perguntar pro meu marido”( ou vice versa, acontece, também, por parte do homem)
Em uma relação homo afetiva, essas características aí não perturbam a ordem natural das coisas, pois no momento em que dois homens ou duas mulheres resolvem viver juntos como um casal, já superaram essas mazelas referidas aí em cima.Muitas vezes, até ja passaram por elas em uma relação tradicional.
.
São mais unidos, tem mais convicção.

E no caso do aborto, essa sociedade é muito hipócrita, mesmo! Os abortos são realizados por aí, clandestinamente, às vezes em clinicas até conceituadas e o médico diz que faz um trabalho perfeito, sem vestígios e por isso está cobrando um preço tão alto( isso na classe medis, que pode pagar o tal preço) Mas a maioria, a classe pobre, excluída, miserável , que vive na penúria, vai fazer onde????

A descriminalização do aborto vai evitar justamente essa clandestinidade, gente. E além do mais, a constituição diz que a vida começa ao nascimento, portanto, essa questão do aborto é puramente por conta de seduções e ingerências religiosas.Percebeu-se ,agora há pouco na época das eleições, que as Igrejas( que se dividiram no apoio à candidatura Dilma), “deram as cartas” nesse tema e a Dilma recuou em seu pensamento sobre o aborto manifestado anteriormente( que, certamente, é o pensamento dela, como mulher). E aí vieram com aquela “lenga- lenga” política de que foi um recuo tático.Mas aí os “ religiosos” se aproveitaram!!!

Olhem só: Se eu tentar me matar e não conseguir, vou ser indiciada por tentativa de homicídio? Não, por que meu corpo me pertence e a lei diz que a vida começa ao nascimento, portanto, antes da criança nascer ainda não existe um outro sujeito às leis de nossa sociedade.

Talvez eu pareça fria demais com esse comentário, entretanto, não sou eu que sou fria, é a sociedade que é injusta, afinal, ricos e classe média podem transar a vontade, esquecer o preservativo ainda que tenham dinheiro para adquiri-los e estocá-los, que tem médico em boas clinicas fazendo aborto; mas pobres não podem não, que segurem seus desejos e excitações porque a eles não é permitido esquecer o preservativo( e muito menos comprá-los).

Aí vem a questão de que os centros de saúde têm preservativos para distribuir de graça. Inicialmente devo dizer, que segundo informações, não tem não, assim, “jogando pelo ladrão” a não ser em épocas como carnaval, por ex. E as pessoas têm que ir às filas, se cadastrar, essas coisas. Então, por que para transar a vontade o pobre tem que entrar em filas, se cadastrar em centros de saúde e a classe média e os ricos não tem que fazer isso??

Os direitos são iguais, já diz a Constituição, e todos somos seres humanos.

A realidade em que vivemos é a da maioria da população vivendo em penúria (extrema miséria). E uma minoria desfrutando dos privilégios que um bom salário ou uma boa renda mensal lhes proporciona.

Portanto, deixemos de ser hipócritas: ou as autoridades promovem um programa rígido de controle de natalidade( e manda as igrejas darem uma volta para ver se as autoridades estão na esquina) , tipo como foi feito na China há muitos anos atrás, ou descriminaliza o aborto e aí as pessoas, que engravidarem inadvertidamente, podem recorrer ao mesmo para interromper a gravidez , a classe média paga e os pobres, recorrem ao sistema único de saúde.Quer dizer, o SUS teria que ter especialistas, em aborto,certo?. De repente, os caras lá, que estão exigindo um dinheirão para participarem de sessões extras no Congresso, fazem a lei especificando tipo assim: “ aborto só até os 3 meses de gravidez”… Dessa forma, com certeza, parte desse problema de nascimento de crianças que não vão ter qualquer tipo de assistência nesse contexto de injustiça social em virtude da desigualdade, seria, no mínimo, amenizado.Mas, claro, em um sistema neo liberal como o nosso não haveria essa iniciativa porque sem crianças nas ruas, não tem justificativa paras ONGs, verbas estrangeiras, programas paliativos eleitoreiros tipo as bolsas( que, prestem atenção, não começaram no governo do PT, este só fez continuar e ampliar,aliás, “bote” ampliação nisso, gostou tanto que aloprou, etc..

E a rede Globo e outras do ramo, no ar, todo dia, seduzindo mentes e corações .

É ruim!


Ninféia G, Assistente Social e Poetisa de Belém do Pará.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Aula de imperialismo contemporâneo

ARTIGO DE EMIR SADER, COMENTANDO AS DIVULGAÇÕES DO SITE WIKILEAKS


Os EUA se tornaram uma potência imperial na disputa pela sucessão da Inglaterra como potência hegemônica, com a Alemanha. As duas guerras mundiais – tipicamente guerras interimperialistas, pela repartição do mundo colonial entre as grandes potências, conforme a certeira previsão de Lenin – definiram a hegemonia norteamericana à cabeça do bloco de forças imperialistas.

No final da Segunda Guerra, os EUA tiveram que compartilhar o mundo com a URSS – a outra superpotência, não por seu poderio econômico, mas militar, que lhe dava uma paridade política. Foi o período denominado de “guerra fria”, que condicionava todos os conflitos em qualquer zona do mundo, que terminavam redefinidos no seu sentido no marco do enfrentamento entre os dois grandes blocos que dominavam a cena mundial.

Nesse período os EUA consolidaram seu poderio como gendarme mundial, poder imperial que tinha se iniciado na América Latina e o Caribe e que se estendeu pela Europa, Asia e Africa. Invasões, ocupações, golpes militares, ditaduras – marcaram a trajetória imperial norteamericana. Montaram o mais gigantesco aparelho de contra inteligência, acoplado a um monstruoso aparato militar.

Terminada a guerra fria, com a desaparição de um dos campos e a vitória do outro, esses mecanismos não foram desmontados. A OTAN, nascida supostamente para deter o “expansionismo soviético”, não foi desmontada, mas reciclada para combater os novos inimigos: o “terrorismo”, o “islamismo”, o “narcotráfico”, etc.

Os documentos publicados confirmam tudo o que os aparentemente paranoicos difundiam sobre os planos e as ações dos EUA no mundo. Eles são a única potência global, aquela que tem interesses em qualquer parte do mundo e, se não os tem, os cria. Que pretende zelar pela ordem norteamericana no mundo, a todo preço – com ameaças, ataques, difusão de noticias falsas, ocupações, etc., etc.

Qualquer compreensão do mundo contemporâneo que não leve em contra, como fator central a hegemonia imperial norteamericana, não capta o essencial das relações de poder que regem o mundo. A leitura dos documentos é uma aula sobre o imperialismo contemporâneo.

Emir Sader é sociólogo e cientista político, graduado em Filosofia pela Universidade de São Paulo, mestre em filosofia política e doutor em ciência política por essa mesma instituição

sábado, 4 de dezembro de 2010

Carta de uma Professora à revista VEJA

O texto a seguir , uma carta, me foi enviado através de uma amiga do Orkut e como eu já referi aqui, tem textos que são imprescindiveis e lê-los e refletir sobre seus conteúdos,torna-se obrigação cidadã.É o caso do texto a seguir, escrito por uma professora do Paraná em virtude de mais uma reportagem tendenciosa feita por essa execrável revista Veja.
Leiam a carta da professora.

RESPOSTA À REVISTA VEJA

Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “ Aula Cronometrada”. É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS razões que geram este panorama desalentador .

Não há necessidade de cronômetros , nem de especialistas para diagnosticar as falhas da educação . Há necessidade de todos os que pensam que : “os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital ” entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira . Que alunos são esses “ repletos de estímulos ” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital ? Em que pais de famílias oriundas da pobreza trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos em suas atividades escolares , e pior em orientá-los para a vida ? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência , causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras. Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola .

Não gosto de comparar épocas , mas quando penso na minha infância , onde pai e mãe , tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos , quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje “ repletos de estímulos ”. Estímulos de quê ? De passar o dia na rua , não fazer as tarefas , ficar em frente ao computador , alguns até altas horas da noite , ( quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior envolvidos nas drogas . Sem disciplina seguem perdidos na vida . Realmente , nada está bom . Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor , atenção , orientação e disciplina .

Rememorando, o que tínhamos nós , os mais velhos , há uns anos atrás de estímulos ? Simplesmente : responsabilidade , esperança , alegria . Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão , seríamos realizados na vida . Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais . Para quê o estudo ? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens ? Quem , dos mais velhos , não lembra a emoção de somente brincar com os amigos , de ir aos piqueniques , subir em árvores ? E, nas aulas , havia respeito , amor pela pátria .. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “ chatas ” só na lousa e sabíamos ler , escrever e fazer contas com fluência. Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série . Precisávamos passar pelo terrível , mas eficiente , exame de admissão . E tínhamos motivação para isso .

Hoje, professores “ incapazes ” dão aulas na lousa , levam filmes , trabalham com tecnologia , trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução ), levam alunos à biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus , só os mais corajosos !) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta , até a passeios interessantes, planejados minuciosamente , como ir ao Beto Carrero. E, mesmo , assim , a indisciplina está presente , nada está bom . Além disso, esses mesmos professores “ incapazes ”, elaboram atividades escolares como provas , planejamentos , correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração ;

Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de intervalo , quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho. Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação , professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso , mesmo que trabalhe 40 h. semanais . E a saúde ? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas . Plano de saúde ? Muito precário . Há de se pensar , então , que são bem remunerados... Mera ilusão ! Por isso , cada vez vemos menos profissionais nessa área , só permanecem os que realmente gostam de ensinar , os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de “ cair fora ”. Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que esforcem-se em ministrar boas aulas , ainda ouvem alunos chamá-los de “ vaca ”,”puta”, “ gordos “, “ velhos ” entre outras coisas . Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar . Mas , ainda não é tão grave . Temos notícias , dia-a-dia , até de agressões a professores por alunos . Futuramente , esses mesmos alunos , talvez agridam seus pais e familiares .

Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite . E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim , nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula ; se passam sem estudar mesmo , diante de tantas chances , e com indisciplina ... E isso é um crime ! Vão passando série após série , e não sabem escrever nem fazer contas simples . Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça . Ela é cruel e eles já são adultos .

Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros ? Os professores são mais capacitados? Talvez , mas o mais importante É QUE HÁ DISCIPLINA . E é isso que precisamos e não de cronômetros . Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos , capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados . Portanto , a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se.

Em vez de cronômetros , precisamos de carteiras escolares , livros , materiais , quadras-esportivas cobertas ( um luxo para a grande maioria de nossas escolas ), e de lousas , sim , em melhores condições e em maior quantidade . Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade ! E, precisamos, também , urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo

Em plena era digital , os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada , à mão : sem erros , nem borrões (ô, coisa arcaica !), e ainda assim se ouve falar em cronômetros . Francamente !!!

Passou da hora de todos abrirem os olhos e fazerem algo para evitar uma calamidade no país , futuramente . Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo , e finalmente , se os professores até agora não responderam a todas as acusações de serem despreparados e “ incapazes ” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO . Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo , e duas turmas sem as provas corrigidas.


Uma professora do Estado do Paraná

P.s- a reportagem que motivou a carta da professora pode ser encontrada no link
http://veja.abril.com.br/230610/aula-cronometrada-p-122.shtml

Complexo do Alemão: A manipulação da “vitoriosa guerra contra o tráfico”

Nota Política do PCB(Partido Comunista Brasileiro)

Nada de novo no “front” do Rio de Janeiro.

Estimulada por uma mídia burguesa, aliada ao governo do Estado do Rio de Janeiro e a sua política de Segurança Pública, a população brasileira tem a falsa impressão de que a região metropolitana do Rio de Janeiro está prestes a viver novos dias, com uma melhora qualitativa da sensação de segurança.

Foi a busca por tal sensação de segurança que levou a grande maioria dos trabalhadores, além da totalidade dos setores médios e da elite, a parar frente à TV nos últimos dias para assistir a um espetáculo midiático, comparável à invasão do Iraque pelo imperialismo norte-americano. Era como um filme de mocinhos e bandidos, em que a grande maioria torcia avidamente para que as polícias militar e civil e ainda as Forças Armadas, simplesmente eliminassem a vida de varejistas do tráfico de drogas – mesmo que, a custo disso, morressem inocentes, e bairros populares fossem transformados em verdadeiras praças de guerra.

Os últimos acontecimentos vêm confirmar o caráter de ocupação de uma zona de guerra, onde os civis de solo ocupado, pouco, ou nenhum direito tem. Multiplicam-se denuncias ora formais, ora pelos sussurros escondidos pelo medo de moradores que tiveram dinheiros roubados pela policia, ameaças de agressão, desaparecimentos sem explicação nenhuma dos órgãos oficiais. Cenas que parecem reflexos de um Haiti ocupado pela ONU e pelo Brasil, onde uma forte criminalização dos movimentos sociais, e da própria população ocupada, que tem até o direito de ir e vir questionado pelas “autoridades”.

As denuncias ganham espaços de rodapé nos noticiários, que continuam colocando como manchete as glorias de uma policia que ganhou status de “nada consta” em sua corrida folha de crimes e corrupções, de conivência e até favorecimentos a facções criminosas e grupos de milícias.

Num quadro onde o Secretário de Segurança do Estado, Beltrame, cercado por um forte aparato policial e militar, e todas as pompas da mídia visita a área, como legitimo representante de uma força de ocupação, como se tratasse de um território inimigo. Apresentando mais uma vez para a população local, a única face do estado para os trabalhadores, a face da repressão.

Ao PCB preocupa esse fato: estimula-se, entre a população, uma visão fascistóide de mundo, como se “limpezas finais” fossem soluções para qualquer conflito. A História já demonstrou, através de vários exemplos, que tal pensamento deve ser firmemente combatido. Após as últimas ações, ocorridas nesse final de semana no complexo do Alemão, impõem-se algumas afirmações e questionamentos. Crer que os acontecimentos da última semana garantirão a segurança desejada pela população é equivocado; transmitir isso para população - como vêm fazendo os meios de comunicação – é propaganda mentirosa.

Há décadas o tecido social no Rio de Janeiro vem se deteriorando por culpa de interesses capitalistas tanto na organização do território quanto na oferta de serviços e equipamentos públicos para a maioria da população.

Tal fato tende a se agravar: o custo de vida na região metropolitana do Rio cresce exponencialmente desde que a cidade foi escolhida sede das Olimpíadas de 2016, e o exemplo mais nítido disso está no mercado imobiliário. Ter um teto sob o qual morar, no Rio de Janeiro, está cada vez mais caro. Para piorar a situação, a população desta região metropolitana vive com os maiores custos de alimentação e transporte público do país.

Ao mesmo tempo, as políticas de emprego, geração e transferência de renda, educação, saúde, além da oferta de equipamentos esportivos e sócio-culturais são cada vez mais vilipendiadas pela lógica capitalista de ausência e desresponsabilização do Estado.

Não à toa as Oscips no setor de atendimento médico e o desempenho pífio dos estudantes do Estado nos exames do Ministério da Educação, além de fatores de menor repercussão midiática, como a concentração de cinemas e teatros nas áreas mais abastadas da cidade, bem como a ausência de locais para o lazer. Concentram-se nessas áreas do Rio de Janeiro os piores indicadores sociais, os maiores índices de gravidez adolescente, a maior incidência de subemprego, as maiores deficiências de saneamento básico, etc.

Tais fatos foram jogados para debaixo do tapete nas últimas eleições, numa aliança explícita entre os grandes grupos de mídia e o atual grupo político que comanda o Rio de Janeiro. Ao contrário de sua postura quase sempre denuncista e falsamente moralizante, a imprensa burguesa chegou ao ponto de escamotear a existência de trabalho escravo e os claros indícios de enriquecimento ilícito, materializado entre outras coisas em mansões em Angra dos Reis (RJ); fatores que atingiriam politicamente personagens fundamentais desse agrupamento político.

No meio de tudo isso está a atual política de Segurança Pública do Rio de Janeiro. É ela a fiadora de manchetes mentirosas e da ação hegemônica em criminalizar a pobreza entre a população. É a atual política de segurança pública, materializada fundamentalmente nas UPPs, que poderá viabilizar projetos políticos maiores para alguns e o lucro crescente para setores fundamentais da burguesia brasileira e carioca: com a copa do Mundo de 2014 e as olimpíadas de 2016, é preciso garantir uma sensação de segurança mínima para expandir a especulação imobiliária, os serviços de telecomunicações/mídia e os grandes investimentos em infra-estrutura e transporte urbanos, num ciclo propício à corrupção há muito conhecido.

Cabe assim o registro que se segue, publicado pela revista Piauí: as UPPs são um dos maiores “cases” de marketing dos últimos anos. De acordo com a publicação, os “serviços de comunicação e divulgação” da secretaria de segurança do Rio saltaram de R$ 66,9 milhões para R$ 91,7 milhões. Além disso, o secretário José Beltrame já promoveu 138 almoços com “formadores de opinião” desde a posse, e deu 223 entrevistas, sendo que 39 para a imprensa estrangeira, sempre com as UPPs como jóias da pauta.

Assim, é preciso dizer claramente: a atual política de Segurança Pública do Rio de Janeiro é uma farsa, que se presta à expansão dos investimentos privados e a garantia de lucros futuros para grandes grupos do capitalismo internacional e brasileiro.

O controle do território pelo estado – principal ponto da atual política de Segurança Pública e lógica que justifica as UPPS – só vale para algumas localidades, próximas às áreas mais nobres da capital, que servirão como base territorial para a expansão dos investimentos privados e públicos.

Para corroborar nosso ponto de vista, e desmascarar a falácia do atual governador de que todas as comunidades serão “libertadas”, está a mais pura e simples matemática: existem cerca de 1.020 favelas na região metropolitana do Rio de Janeiro. Hoje as UPPs estão em 14 delas, com um contingente de quase quatro mil policiais (10% do efetivo da PM). Não há orçamento neoliberal que garanta pessoal suficiente para ocupar as mais de 1.000 favelas sem UPPs.

Por outro lado, e estranhamente, todas as UPPs foram instaladas em locais comandados por uma única facção criminosa. Para a Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde vivem mais de 50% da população da cidade e local no qual mandam as milícias (criminosos de farda), não há projeto de UPP.

Foram tais fatores que apenas deslocaram o crime organizado para pontos mais distantes da região metropolitana e, em alguns casos, fizeram mudar de mãos o controle de alguns pontos do varejo das drogas, inclusive em comunidades ditas “pacificadas” pelas UPPs. Estas mudanças por vezes se deram através de acordos, por vezes através da disputa de território – com os tiroteios típicos que vitimizam trabalhadores e inocentes. Não é por outro motivo que, em todas as operações policiais para instalar as atuais 14 UPPs, não houve sequer uma dezena de prisões, um quilo de entorpecente ou uma mísera arma de grosso calibre apreendidos. Isso também explica de onde surgiram tantos armamentos e varejistas do tráfico nas imagens veiculadas pela TV desde a última quinta-feira. Armas que, aliás, não foram fabricadas no interior daquela localidade. Chegaram até ali através de uma cadeia que a muitos interessa manter, pois a muitos enriquece: no atacado pela corrupção; no varejo através dos “arregos” pagos a bandidos de farda.

Esta cadeia do tráfico permanece intocada, como bem sabem os moradores de localidades subjugadas pelas milícias. Os grandes traficantes de drogas e contrabandistas de armas, durante estes dias da “guerra do Complexo do Alemão”, estavam incólumes em suas ricas residências nos bairros nobres, assistindo tudo pela televisão para acompanhar os rumos de seus negócios. Provavelmente estes atacadistas já têm seus interlocutores e sócios entre aqueles que que “ocuparão” a Vila Cruzeiro e o Complexo do Alemão.

Ademais, é preciso esclarecer os motivos que justificaram as ações policiais promovidas desde a última quinta-feira: quem de fato promoveu os incêndios de automóveis? Por que tais ações se diferenciaram em muito das promovidas anteriormente pelo tráfico de drogas, inclusive permitindo que os cidadãos se retirassem dos meios de transporte? Por que tais ações se reduziram em muito desde que a ocupação da Vila Cruzeiro virou fato consumado, já que poucos foram os presos até o momento?

Para o PCB, é imperativo o esclarecimento de tais fatos. Que as investigações da polícia e da justiça sejam transparentes e abertas à participação de entidades da sociedade civil.

Por fim o PCB afirma: a culpa pelo atual estado de coisas é do capitalismo, de sua lógica e de seus interesses. Ele é o inimigo a ser combatido e derrotado pelos trabalhadores.

30 de novembro de 2010

Partido Comunista Brasileiro

Secretariado Nacional

Comitê Regional do Rio de Janeiro

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Tráfico de drogas é conseqüência das desigualdades sociais.

(Sem derrotar o capitalismo é impossível derrotar o tráfico de drogas)

Por Magno Francisco da Silva

As últimas ações militares no Rio de Janeiro efetivadas pelo Exército, Bope e Polícia Militar associadas a um grande espetáculo midiático promovido pelos grandes meios de comunicação, tentam transmitir a ideia para toda a sociedade brasileira de que finalmente o tráfico de drogas e a criminalidade serão extintos no Rio de Janeiro. É lamentável, mas isto infelizmente não passa de doce engano, pois no capitalismo as condições objetivas apresentadas na sociedade, não permitem tal realização.

É importante destacar que quem mais sofre com este confronto, é a população pobre, principalmente os que residem nos morros e favelas do Rio de Janeiro. Sob uma fachada de garantir a paz, os militares agem contra a população, com a mesma truculência que os traficantes cariocas. Todos os dias surgem diversas denúncias da população contra a polícia, relatando ataques, invasões de casa e até roubo contra os trabalhadores.

A grande verdade é que por mais que as UPPS (Unidade de Polícia Pacificadora) se instalem no morro e nas favelas cariocas ou até mesmo que se eliminem fisicamente todos os traficantes, a solução será temporária. Como sabemos o problema das drogas e da violência, não é um caso particular do Rio de Janeiro, na verdade é um problema existente em todo o país. O que a grande mídia não transmite, é que o tráfico de drogas e o banditismo são resultados da desigualdade social existente na sociedade capitalista. Sem emprego, educação e jogados na miséria absoluta, milhares de famílias encontram na criminalidade um meio de sobrevivência, principalmente os jovens que se tornam presas fáceis dos criminosos e rapidamente são recrutados para o tráfico de drogas.

A realidade é que toda esta ação militar nas favelas do Rio de Janeiro, não passa de um verdadeiro espetáculo. Representa uma demonstração da força bélica do Estado, mas que não é desinteressada, está conectada com a aproximação das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro e com a realização da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. É uma tentativa de mostrar ao mundo que o nosso país não apresentará problemas para realizar estes eventos e receberá com segurança, diversas delegações internacionais. Se esta ação seria tão eficaz, por que só agora foi decidido agir desta forma? Para se ter uma ideia do tamanho da farsa, Dilma Roussef ainda nem tomou posse no Palácio do Planalto, mas nas manchetes internacionais já figura a foto de Sérgio Cabral como presidente do Brasil em 2014.

Através de todo este teatro, a grande mídia tenta demonstrar o quanto é importante a ação repressiva das forças armadas. Esquecem, entretanto, de mostrar que a fuga dos principais traficantes foi facilitada pelos militares em troca de 75 barras de ouro. Por trás disto tudo, existe a defesa de um estado policialesco e repressor, que serve simplesmente para aliviar a culpa dos verdadeiros responsáveis por esta situação: a burguesia.

A verdadeira paz, o fim da criminalidade, da violência e das drogas, só é possível com igualdade social, ou seja: com a libertação dos trabalhadores do jugo da exploração da burguesia. Para alcançarmos esta realidade plenamente possível, é necessário construirmos uma nova sociedade, fundada sob o espírito do companheirismo e da coletividade. É preciso vencer o capitalismo, fundado sob o roubo e a exploração, que a cada dia dá provas do seu apodrecimento.


Magno Francisco da Silva é Professor de Filosofia, membro da direção nacional do Movimento Luta de Classes - MLC
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