terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sobre os acontecimentos no Rio de Janeiro( apenas outra reflexão)

Por Ninféia G


Essa questão do Rio e das favelas que a mídia insiste em dizer que é onde está o trafico, isso para mim não passa de briga por espaço.As favelas têm vida própria, são comunidades que subsistem e é claro esse tipo de contexto não interessa a quem detém o poder; além do mais, todo mundo sabe que a beleza do Rio, a peculiaridade está justamente nos morros, algo que lhe é mais característico que em outras cidades. E vai ter Olimpíadas 2016; eles tem que preparar o terreno desde já. E é claro que é mais fácil reprimir vagabundo pobre do que vagabundo rico( usando ma loinguagem padiliana).
Fazem aquele aparato todo, até blindado, parece até com o que os presidentes terroristas estadunidenses fizeram e fazem no Iraque que quando foram ver não tinha nada de bomba atômica. E mataram o Saddam, mesmo sem encontrar a bomba!!E continuaram acabando com o pais e o povo!Mas o Bush ficou vivo e ainda escreveu um livro sobre suas atrocidades. Obama assumiu. Será que alguém é pior que eles???

Não acredito que haja ninguém pior que eles. Mas tem igual. Parece que aqui no Brasil, né?

Então, para mim essa ação no Rio é igual ao que os EEUU fizeram no Iraque.

Mas como o Brasil adora copiar o bandido do Norte, né???

Claro que os “bandidos” das favelas não vão enfrentar o poderio militar que os “ homens da lei e da ordem” estão mostrando. O “ bandido da favela ” ( tenho que fazer a referencia porque tem o bandido do asfalto, né?) pode até ser violento mas não é burro.Como disse um dos presos do CARANDIRU” A GENTE NÃO É BURRO, NÉ DOTOR, DE ENFRENTAR AS METRALHADORAS DOS HOME”( e mesmo assim, deu no que deu- massacre de mais de 100 pessoas-).Eu li que “ os bandidos das favelas” tem rota de fuga, migram de uma comunidade para outra, e é claro, que as autoridades sabem disso.Então, vão ficar nesse aparato todo tempo, permanentemente?

Tem tanto problema serio no Brasil para ser resolvido! Filas do SUS, ressonâncias magnéticas para pessoas que bateram violentamente as cabeças em acidentes mas que só vão ser feitas 6 a mais meses depois do acidente!! A falta de médicos neurologistas no SUS.Crianças limpando para-brisas de carros nos sinais, fazendo malabarismo; crianças fora da escola em plena idade escolar ,mendigando. Pessoas entrando em coletivos, contando suas historias para comover pobres ( porque quem anda de ônibus neste país é pobre, né- quem ganha um dinheirinho a mais vai logo comprar carro para se livrar do aperto dos coletivos. )Crianças em abrigos porque seus pais não tem condições de assumir a responsabilidade, não tem renda, trabalho, educação.E os que detém o poder acham melhor ter família acolhedora( sem nenhum vínculo emocional)paa as crianças não irem par aos abrigos, do que dar emprego para esses pais! Mas é que resolver esses problemas pode acabar com o lucro das empresas de saúde, né?Das empresas de educação, né?

Olhem só um item com que os que detém o poder, as autoridades ,deveriam se preocupar: transporte urbano.Ninguém faz nada, parece que não interessa. As empresas privadas fazem o que querem, serviço péssimo e altas tarifas.São os burgueses dos transportes.

Tem tráfico porque tem penúria ou miséria extrema. E o tráfico acaba gerando renda para muitas pessoas, né?Os ricos compram e as coimunidades das favelas sobrevivem da renda.Todo mundo sabe disso.

Então, tem que combater as causas dessa miséria extrema. Combater tráfico é invenção dos EEUU que usam isso para fazer o que fazem na Colômbia,sob a justificativa de combater o tráfico querem mesmo é caçar guerrilheiro. E só não fazem no Brasil porque no Brasil não tem movimento de guerrilha.

Não me digam que essa operação no Rio não tem nada a ver com os lucros que grandes empresas estrangeiras, que estão se movimentando aqui no Brasil principalmente no Rio por causa da copa e olimpíadas, inclusive em áreas nessas mesmas favelas, não me diga que essa operação de guerra no Rio não tem nada a ver com isso!!!

Ninféia G é Assistente Social e poetisa em Belém-Pa

sábado, 27 de novembro de 2010

A Guerra do Rio – A farsa e a geopolítica do crime

Por José Cláudio Souza Alves


Nós que sabemos que o “inimigo é outro”, na expressão padilhesca, não podemos acreditar na farsa que a mídia e a estrutura de poder dominante no Rio querem nos empurrar.

Achar que as várias operações criminosas que vem se abatendo sobre a Região Metropolitana nos últimos dias, fazem parte de uma guerra entre o bem, representado pelas forças publicas de segurança, e o mal, personificado pelos traficantes, é ignorar que nem mesmo a ficção do Tropa de Elite 2 consegue sustentar tal versão.

O processo de reconfiguração da geopolítica do crime no Rio de Janeiro vem ocorrendo nos últimos 5 anos.

De um lado Milícias, aliadas a uma das facções criminosas, do outro a facção criminosa que agora reage à perda da hegemonia.

Exemplifico. Em Vigário Geral a polícia sempre atuou matando membros de uma facção criminosa e, assim, favorecendo a invasão da facção rival de Parada de Lucas. Há 4 anos, o mesmo processo se deu. Unificadas, as duas favelas se pacificaram pela ausência de disputas. Posteriormente, o líder da facção hegemônica foi assassinado pela Milícia. Hoje, a Milícia aluga as duas favelas para a facção criminosa hegemônica.

Processos semelhantes a estes foram ocorrendo em várias favelas. Sabemos que as milícias não interromperam o tráfico de drogas, apenas o incluíram na listas dos seus negócios juntamente com gato net, transporte clandestino, distribuição de terras, venda de bujões de gás, venda de voto e venda de “segurança”.

Sabemos igualmente que as UPPs não terminaram com o tráfico e sim com os conflitos. O tráfico passa a ser operado por outros grupos: milicianos, facção hegemônica ou mesmo a facção que agora tenta impedir sua derrocada, dependendo dos acordos.

Estes acordos passam por miríades de variáveis: grupos políticos hegemônica na comunidade, acordos com associações de moradores, voto, montante de dinheiro destinado ao aparado que ocupa militarmente, etc.

Assim, ao invés de imitarmos a população estadunidense que deu apoio às tropas que invadiram o Iraque contra o inimigo Sadan Husein, e depois, viu a farsa da inexistência de nenhum dos motivos que levaram Bush a fazer tal atrocidade, devemos nos perguntar: qual é a verdadeira guerra que está ocorrendo?

Ela é simplesmente uma guerra pela hegemonia no cenário geopolítico do crime na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

As ações ocorrem no eixo ferroviário Central do Brasil e Leopoldina, expressão da compressão de uma das facções criminosas para fora da Zona Sul, que vem sendo saneada, ao menos na imagem, para as Olimpíadas.

Justificar massacres, como o de 2007, nas vésperas dos Jogos Pan Americanos, no complexo do Alemão, no qual ficou comprovada, pelo laudo da equipe da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, a existência de várias execuções sumárias é apenas uma cortina de fumaça que nos faz sustentar uma guerra ao terror em nome de um terror maior ainda, porque oculto e hegemônico.

Ônibus e carros queimados, com pouquíssimas vítimas, são expressões simbólicas do desagrado da facção que perde sua hegemonia buscando um novo acordo, que permita sua sobrevivência, afinal, eles não querem destruir a relação com o mercado que o sustenta.

A farça da operação de guerra e seus inevitáveis mortos, muitos dos quais sem qualquer envolvimento com os blocos que disputam a hegemonia do crime no tabuleiro geopolítico do Grande Rio, serve apenas para nos fazer acreditar que ausência de conflitos é igual à paz e ausência de crime, sem perceber que a hegemonização do crime pela aliança de grupos criminosos, muitos diretamente envolvidos com o aparato policial, como a CPI das Milícias provou, perpetua nossa eterna desgraça: a de acreditar que o mal são os outros.

Deixamos de fazer assim as velhas e relevantes perguntas: qual é a atual política de segurança do Rio de Janeiro que convive com milicianos, facções criminosas hegemônicas e área pacificadas que permanecem operando o crime? Quem são os nomes por trás de toda esta cortina de fumaça, que faturam alto com bilhões gerados pelo tráfico, roubo, outras formas de crime, controles milicianos de áreas, venda de votos e pacificações para as Olimpíadas? Quem está por trás da produção midiática, suportando as tropas da execução sumária de pobres em favelas distantes da Zona Sul? Até quando seremos tratados como estadunidenses suportando a tropa do bem na farsa de uma guerra, na qual já estamos há tanto tempo, que nos faz esquecer que ela tem outra finalidade e não a hegemonia no controle do mercado do crime no Rio de Janeiro?

Mas não se preocupem, quando restar o Iraque arrasado sempre surgirá o mercado financeiro, as empreiteiras e os grupos imobiliários a vender condomínios seguros nos Portos Maravilha da cidade.

Sempre sobrará a massa arrebanhada pela lógica da guerra ao terror, reduzida a baixos níveis de escolaridade e de renda que, somadas à classe média em desespero, elegerão seus algozes e o aplaudirão no desfile de 7 de setembro, quando o caveirão e o Bope passarem.

José Cláudio Souza Alves e sociólogo, Pró-reitor de Extensão da UFRRJ e autor do livro: Dos Barões ao Extermínio: Uma História da Violência ...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Apenas uma crônica, de autor desconhecido.

Todos os dias recebo textos de diversos remetentes e a todos eu procuro ler, uns me fazem rir,rir, rir; outros me fazem até chorar.Mas esse, que segue, considero uma crônica dos tempos modernos-(lembram de Charlie Chaplin,apertando os parafusos na obra prima do cinema Tempos Modernos?. Pois é, ao ler esse texto,não sei porque, lembrei-me do filme e do personagem.Claro que as historias não tem nada a ver, mas é que são " tempos modernos( demais?).

FAMÍLIA DESTE SÉCULO(Identifique-se com Haroldo)

Haroldo tirou o papel do bolso, conferiu a anotação e perguntou à balconista:
- Moça, vocês têm pen drive?
- Temos, sim.
- O que é pen drive? Pode me esclarecer? Meu filho me pediu para comprar um.
- Bom, pen drive é um aparelho em que o senhor salva tudo o que tem no computador.
- Ah, como um disquete...
- Não. No pen drive o senhor pode salvar textos, imagens e filmes.
O disquete, que nem existe mais, só salva texto.
- Ah, tá bom. Vou querer.
- Quantos gigas?
- Hein?
- De quantos gigas o senhor quer o seu pen drive?
- O que é giga?
- É o tamanho do pen.
- Ah, tá. Eu queria um pequeno, que dê para levar no bolso sem fazer muito volume.
- Todos são pequenos, senhor. O tamanho, aí, é a quantidade de coisas que ele pode arquivar.
- Ah, tá. E quantos tamanhos têm? Dois, quatro, oito, dezesseis gigas...
- Hmmmm, meu filho não falou quantos gigas queria.
- Neste caso, o melhor é levar o maior.
- Sim, eu acho que sim. Quanto custa?
- Bem, o preço varia conforme o tamanho. A sua entrada é USB?
- Como?
- É que para acoplar o pen no computador, tem que ter uma entrada compatível.
- USB não é a potência do ar condicionado?
- Não, aquilo é BTU.
- Ah! É isso mesmo. Confundi as iniciais. Bom, sei lá se a minha entrada é USB.
- USB é assim ó: com dentinhos que se encaixam nos buraquinhos do computador. O outro tipo é este, o P2, mais tradicional, o senhor só tem que enfiar o pino no buraco redondo.
- Hmmmm! Enfiar o pino no buraquinho, né?
- He he he! O seu computador é novo ou velho? Se for novo é USB, se for velho é P2.
- Acho que o meu tem uns dois anos. O anterior ainda era com disquete. Lembra do disquete? Quadradinho, preto, fácil de carregar, quase não tinha peso. O meu primeiro computador funcionava com aqueles disquetes do tipo bolacha, grandões e quadrados. Era bem mais simples, não acha?
- Os de hoje nem têm mais entrada para disquete. Ou é CD ou pen drive.
- Que coisa! Bem, não sei o que fazer. Acho melhor perguntar ao meu filho.
- Quem sabe o senhor liga pra ele?
- Bem que eu gostaria, mas meu celular é novo, tem tanta coisa nele que ainda não aprendi a discar.
- Deixa eu ver. Poxa, um Smarthphone! Este é bom mesmo! Tem Bluetooth, woofle, brufle, trifle, banda larga, teclado touchpad, câmera fotográfica, filmadora, radio AM/FM, TV, dá pra mandar e receber e-mail, torpedo direcional, micro-ondas e conexão wireless.
- Micro-ondas? Dá para cozinhar nele?
- Não senhor. Assim o senhor me faz rir. É que ele funciona no sub-padrão, por isso é muito mais rápido.
- E Bluetooth? Estou emocionado. Não entendo como os celulares anteriores não possuíam Bluetooth.
- O senhor sabe para que serve?
- É claro que não.
- É para um celular comunicar com outro, sem fio.
- Que maravilha! Essa é uma grande novidade! Mas os celulares já não se comunicam com os outros sem usar fio? Nunca precisei fio para ligar para outro celular. Fio em celular, que eu saiba, é apenas para carregar a bateria...
- Não, já vi que o senhor não entende nada, mesmo. Com o Bluetooth o senhor passa os dados do seu celular para outro, sem usar fio. Lista de telefones, por exemplo.
- Ah, e antes precisava fio?
- Não, tinha que trocar o chip.
- Hein? Ah, sim, o chip. E hoje não precisa mais chip...
- Precisa, sim, mas o Bluetooth é bem melhor.
- Legal esse negócio do chip. O meu celular tem chip?
- Momentinho... Deixa eu ver... Sim, tem chip.
- E faço o quê, com o chip?
- Se o senhor quiser trocar de operadora, portabilidade, o senhor sabe.
- Sei, sim, portabilidade, não é?, claro que sei. Não ia saber uma coisa dessas, tão simples? Imagino, então que para ligar tudo isso, no meu celular, depois de fazer um curso de dois meses, eu só preciso clicar nuns duzentos botões...
- Nããão! É tudo muito simples, o senhor logo apreende. Quer ligar para o seu filho? Anote aqui o número dele. Isso. Agora é só teclar, um momentinho, e apertar no botão verde... pronto, está chamando.
Haroldo segura o celular com a ponta dos dedos, temendo ser levado pelos ares, para um outro planeta:
- Oi filhão, é o papai. Sim. Me diz, filho, o seu pen drive é de quantos... Como é mesmo o nome? Ah, obrigado, quantos gigas? Quatro gigas está bom? Ótimo. E tem outra coisa, o que era mesmo? Nossa conexão é USB? É? Que loucura. Então tá, filho, papai está comprando o teu pen drive. De noite eu levo para casa.
- Que idade tem seu filho?
- Vai fazer dez em março.
- Que gracinha...
- É isso moça, vou levar um de quatro gigas, com conexão USB.
- Certo, senhor. Quer para presente?
Mais tarde, no escritório, examinou o pen drive, um minúsculo objeto, menor do que um isqueiro, capaz de gravar filmes? Onde iremos parar? Olha, com receio, para o celular sobre a mesa. "Máquina infernal", pensa.
Tudo o que ele quer é um telefone, para discar e receber chamadas. E tem, nas mãos, um equipamento sofisticado, tão complexo que ninguém que não seja especialista ou tenha a infelicidade de ter mais de quarenta, saberá compreender. Em casa, ele entrega o pen drive ao filho e pede para ver como funciona. O garoto insere o aparelho e na tela abre-se uma janela. Em seguida, com o mouse, abre uma página da internet, em inglês. Seleciona umas palavras e um 'heavy metal' infernal invade o quarto e os ouvidos de Haroldo. Um outro clique e, quando a música termina, o garoto diz:
- Pronto, pai, baixei a música. Agora eu levo o pen drive para qualquer lugar e onde tiver uma entrada USB eu posso ouvir a música. No meu celular, por exemplo.
- Teu celular tem entrada USB?
- É lógico. O teu também tem.
- É? Quer dizer que eu posso gravar músicas num pen drive e ouvir pelo celular?
- Se o senhor não quiser baixar direto da internet...
Naquela noite, antes de dormir, deu um beijo em Clarinha e disse:
- Sabe que eu tenho Bluetooth?
- Como é que é?
- Bluetooth. Não vai me dizer que não sabe o que é?
- Não enche, Haroldo, deixa eu dormir.
- Meu bem, lembra como era boa a vida, quando telefone era telefone, gravador era gravador, toca-discos tocava discos e a gente só tinha que apertar um botão, para as coisas funcionarem?
- Claro que lembro, Haroldo. Hoje é bem melhor, né? Várias coisas numa só, até Bluetooth você tem.
- E conexão USB também.
- Que ótimo, Haroldo, meus parabéns.
- Clarinha, com tanta tecnologia a gente envelhece cada vez mais rápido. Fico doente de pensar em quanta coisa existe, por aí, que nunca vou usar.
- Ué? Por quê?
- Porque eu recém tinha aprendido a usar computador e celular e tudo o que sei já está superado.
- Por falar nisso temos que trocar nossa televisão.
- Ué? A nossa estragou?
- Não. Mas a nossa não tem HD, tecla SAP, slowmotion e reset.
- Tudo isso?
- Tudo. Boa noite, Haroldo, vai dormir.



O autor do texto é desconhecido.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Duas mulheres – duas abolições?

Por Leonardo Boff

É fato notável a ascensão de mulheres, em muitos países do mundo, ao status de chefes de Estado e de governo. Isso revela uma mutação do estado de consciência que se está operando no interior da humanidade. Foi mérito principal da reflexão feminista que já possui mais de um século inaugurar esta transformação. As mulheres começaram a se ver com os próprios olhos e não mais com os olhos dos homens. Descobriram sua identidade, sua diferença e a relação de reciprocidade e não de subordinação frente aos homens. Produziram talvez a crítica mais consistente e radical da cultura, marcada pelo patriarcalismo e pelo androcentrismo.

O patriarcado designa uma forma de organização social centrada no poder exercido pelos homens dominantes, subordinando e hierquizando todos os demais. O androcentrismo se caracteriza por estabelecer como padrão para todos, as formas de pensamento e de ação características dos homens. Eles são o sol e os demais, como as mulheres ou outras culturas, seus satélites e meros coadjuvantes.

O patriarcado e o androcentrismo subjazem à principais instituições das sociedades atuais com as tensões e os conflitos que provocam. A eles se deve o surgimento do Estado, das leis, da burocracia, da divisão de trabalho, do tipo de ciência e tecnologia imperantes, dos exércitos e da guerra. As feministas do Terceiro Mundo viram além da dominação cultural, também a dominação social das mulheres, feitas pobres e oprimidas pelos donos do poder. O ecofeminismo denunciou a devastação da Terra levada a efeito por um tipo de tecnociência masculina e masculizante, já antes percebida pelo filósofo da ciência Gaston Bachelard, pois a relação não é de diálogo e de respeito, mas de dominação e de exploração até à exaustão.

As mulheres nos ajudaram a ver que realidade humana não é feita apenas de razão, eficiência, competição, materialidade, concentração de poder e de exterioridade. Nela há afeto, gratuidade, cuidado, cooperação, interioriade, poder como serviço e espiritualidade. Tais valores são comuns a todos os humanos, mas as mulheres são as que mais claramente os vivem. O ser-mulher é uma forma de estar no mundo, de sentir diferentemente o amor, de relacionar corpo e mente, de captar totalidades, de pensar não só com a cabeça mas com todo o ser e de ver as partes como pertencentes a um Todo. Tudo isso permitiu que a experiência humana fosse mais completa e inclusiva e abrisse um rumo de superação da guerra dos sexos.

Hoje, devido à crise que assola a Terra e a biosfera, pondo em risco o futuro do destino humano, estes valores se mostram urgentes, pois neles está a chave principal da superação.

É neste contexto que vejo a presença de mulheres à frente dos governos, no caso, de Dilma Rousseff como presidente. A dimensão da anima levada para dentro das relações de mando, pode trazer humanização e mais sensibilidade para as questões ligadas à vida, especialmente dos mais vulneráveis.

Na nossa história tivemos uma mulher, considerada a Redentora: a princesa Isabel (1846-1921). Substituindo o pai Dom Pedro II em viagem à Europa, num gesto bem feminino, proclamou em 28 de setembro de 1871 a Lei do Ventre Livre. Os filhos e filhas de escravos já não seriam mais escravos. Financiava com seu dinheiro sua alforria, protegia fugitivos e montava esquemas de fuga para eles. Numa outra ausência do pai, a 13 de maio de 1888, fez aprovar pelo Parlamento a Lei Aurea da abolição da escratura. A um de seus críticos que lhe gritou:"Vossa Alteza liberou uma raça mas perdeu o trono" retrucou:"Mil tronos eu tivesse, mil tronos eu daria para libertar os escravos do Brasil". Queria indenizar os ex-escravos com recursos do Banco Mauá. Preconizava a reforma agrária e o sufrágio político das mulheres. Foi a primeira abolição.

Cabe agora à presidente Dilma realizar a segunda abolição, propugnada já há anos pelo senador Cristovam Buarque, num famoso livro com esse mesmo título: a abolição da pobreza e da miséria. Ela colocou como primeira prioridade de seu governo "o fim da miséria". Esta é concretamente possível. Por enquanto é apenas uma promessa. Se realizar esta façanha, verdadeiramente messiânica, poderá ser a segunda Redentora.

Como cidadãos urge apoiar e cobrar a promessa e impedir que se transforme numa má utopia. Podemos ser condenados pelos poderosos mas não podemos defraudar os pobres e os oprimidos.

Leonardo Boff é teólogo

Uma expressão da barbárie-O conflito colombiano: Forma violenta do capitalismo

Por Carlos A. Lozano Guillén

A história política da Colômbia é a história dos grandes conflitos sociais e económicos. Faz apenas quarenta anos, mais ou menos, que se publicou o texto “Os grandes conflitos sociais e económicos da nossa história”, primeira tentativa de escrever a “nova história da Colômbia”, diferente da tradicional e confessional que se transmite de geração em geração até aos nossos dias. O autor foi Indalécio Liévano Aguirre. No inicio, o texto afirma o seguinte: “A conquista e a colonização da América serão objecto de infindas controvérsias enquanto se insistir em as descrever como um processo homogéneo e rectilíneo e não como um conflito dinâmico, dentro o qual as chamadas Lenda Negra e Lenda Rosa representam, apenas, as duas tendências que ao longo dos séculos coloniais inspiraram a grande controvérsia entre o Estado espanhol e os poderes senhoriais da riqueza. No relato que vamos fazer dos episódios principais da nossa história desde a conquista, se poderão perceber as origens dessa grande controvérsia e a maneira decisiva como ela ancorou no centro de gravidade da nossa sociedade o grande debate entre a justiça que defende os humildes e todas as formas de opressão que favorecem os poderosos”.(1)

Essa espécie de confrontação é constante, porque as classes dominantes desde “A Conquista”, acostumaram-se a exercer o poder mediante o exercício da violência. Nem sequer a época republicana se livrou desta perversa tendência oligárquica, depois de Simón Bolívar, a história colombiana desde finais do século XVIII até aos nossos dias, manteve essa constante. O pequeno, mas poderoso círculo governante, impôs a “lei e a ordem” sob métodos repressivos e terroristas de Estado. Mediante o extermínio do contraditor e os estatutos de segurança, como a lei heróica, a lei dos cavalos, o estatuto de segurança, a segurança democrática, entre outros. Todos orientados para impor a ordem e neutralizar a subversão em defesa dos interesses imperialistas e da oligarquia dominante. Esta é a causa de tantos conflitos e de guerras civis ao longo da história.

“Para entender o conflito político, social e armado que afecta o país no momento actual, basta seguir a trajectória da história da violência na Colômbia nos últimos cinquenta anos, que é apenas uma das tantas violências que a classe dominante impôs ao povo, porque ao fim e ao cabo não conheceu outra forma de governar para fixar o regímen antidemocrático e despótico que garante gordos benefícios á oligarquia, que lucra com o poder em cada etapa do processo de acumulação capitalista. Primeiro foram os latifundiários, depois a burguesia detentora dos meios de produção e na actualidade o capital financeiro, proporcionado pelo modelo neoliberal do capitalismo selvagem e os poderosos grupos económicos que concentram cada vez mais a riqueza, naturalmente amarrados como usufrutuários do poder dominante, ligado aos interesses imperialistas”.(2)

O conflito político, social e armado da actualidade, o último de tantas violências dos 500 anos de existência e 200 da primeira independência, teve a sua origem em meados do século passado nas lutas camponesas pela reforma agrária e da contradição com os latifundiários, protegidos pelo governo de então (Mariano Ospina Pérez, conservador) a ferro e fogo. Foi a época em que se consolidaram as formas terroristas do Estado colombiano, que ainda perduram.

A Colômbia era na época um país agrário, de economia agrária e com a maior concentração da riqueza e população no campo. Apenas 3 por cento dos proprietários controlava 95 por cento da terra fértil. Sessenta anos depois, apesar da Colômbia ser um país urbano, com forte economia agro-industrial e com ritmos altos na produção industrial, nunca se fez uma reforma agrária. Antes pelo contrário, nos últimos vinte anos, o emaranhado de políticos regionais tradicionais, as máfias do narcotráfico e o para-militarismo, avançaram com uma contra-reforma agrária para despojar da terra os médios e pequenos camponeses. Despejo imposto com a protecção dos governantes, mesmo em formas descaradas de assistência a latifundiários e outros sectores da oligarquia, como o Programa de Agro Ingresso Seguro no anterior Governo, que entregou milhões e milhões de pesos em subsídios e ajudas aos ricos, em aberto desafio às comunidades empobrecidas da agricultura colombiana.

São estas as razões do conflito, que se retroalimentou nos últimos trinta anos com a configuração excludente de um sistema bipartidarista de formas repressivas e da liquidação das liberdades públicas, que afastam a possibilidade de um Estado social de direito, como consagra a Constituição Política de 1991 na sua letra morta. Precisamente, por a oligarquia dominante, em cada momento, se negar a alterar esta situação, é que fracassaram todos as tentativas nos últimos 30 anos de encontrar a paz mediante o diálogo com as guerrilhas. Não há uma vontade política de mudança na classe dominante, preferem a paz dos cemitérios á paz romana. A causa do fracasso dos processos de paz ou de diálogo foi a resistência do governo de turno, pressionado pela classe dominante e pelo imperialismo ianque, a aceitar alterações políticas, sociais e económicas que erradiquem as causas do conflito. Cada governo prefere a linha da guerra, com a velha ambição de levar a guerrilha derrotada á mesa de diálogo para assinar a desmobilização e a rendição.

É a causa de tantos fracassos e de tantas frustrações do povo colombiano, que anseia pela paz. O conflito prolongou-se de maneira indefinida, conhecendo altos níveis de degradação e barbárie. Por esta razão, um diálogo de paz deve começar por acordos humanitários bilaterais, que comprometam as partes na aplicação e respeito pelo direito internacional humanitário. Contudo, o fracasso da via militar é evidente, e mais ainda depois dos oito anos de guerra sustentada na chamada “segurança democrática” nos dois governos de Álvaro Uribe Vélez, incluindo a entrega de parte do território nacional para a instalação de bases militares norte-americanas.

É a linha em que persiste o governo actual de Juan Manuel Santos, que chegou ao desaforo de qualificar Uribe Vélez como o segundo libertador da Colômbia. Enquanto insiste nas operações militares e bombardeamentos aéreos indiscriminados e calculados, sempre com o apoio do governo dos Estados Unidos, que lhe permitiu assestar duros golpes na guerrilha das FARC, embora sem acabar com ela como é a pretensão e a propaganda. Não chegou o “sonho dourado” da madre de todas as batalhas que permita ao governo da Colômbia arrasar a totalidade da força guerrilheira.

Depois do sete de Agosto passado, quando Juan Manuel Santos assumiu a presidência, as FARC fizeram pelo menos três tentativas de abrir um cenário de diálogo, com uma agenda concreta que incluía cinco pontos como o direito internacional humanitário, a reforma agrária, o modelo económico, as mudanças políticas e as bases militares e a soberania nacional. Santos, por seu lado, assegura que tem na sua mão a chave do diálogo, condicionado a gestos de vontade de paz da guerrilha, ainda que a ênfase seja colocada nos meios operativos militares e de guerra. Tudo num clima de confrontação e perseguição aos opositores como é o caso da senadora Piedad Córdoba e de tantos colombianos e colombianas que trabalham para construir um novo país em condições de paz com democracia e justiça social.

A via militar é inviável. A solução política negociada do conflito, a via pacífica e democrática, apoiada nas massas populares, é a única que pode tirar o país da crise. Neste sentido é importante fortalecer os processos de unidade em redor do Pólo Democrático Alternativo e de outros sectores políticos e sociais, que se pronunciam pela paz e o fortalecimento da democracia. É a contradição entre a barbárie e a civilização, Entre as forças progressistas e o fascismo; entre os que queremos uma Colômbia democrática virada para os processos latino-americanos e os que insistem em estar atados á tirania imperialista que impõe o atraso e a guerra.

(1) LIEVANO, Aguirre Indalecio Os grandes conflitos sociais e económicos da nossa história. Intermedio Editores 2002. Pág. 19

(2) ANO, Guillén Carlos A. Guerra ou Paz na Colômbia? Cinquenta anos de um conflito sem solução. Edições Izquierda Viva y Ocean Sur. 2006. Pág. 37





Tradução para português: Guilherme Coelho

Carlos A. Lozano Guillén é advogado e jornalista colombiano. Director do jornal VOZ. Dirigente do Partido Comunista Colombiano e do Pólo Democrático Alternativo. Autor de sete livros e de numerosos ensaios em jornais e revistas.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Terrorismo de Estado na Colômbia

Por Azalea Robles
Rebelión.org


Saquear, eliminar os descontentes e continuar saqueando.

Para entender a realidade colombiana, muito falsificada pela mídia, deve-se compreender duas premissas fundamentais: por um lado uma realidade de profunda desigualdade social e, correlativa a ela, conhecer de que forma a resposta estatal diante das reivindicações populares é de terror. A história da Colômbia está definida pela pilhagem dos seus recursos: pelo Terrorismo de Estado para manter um status quo de injustiça social. O Estado colombiano facilita a pilhagem dos recursos naturais e humanos da Colômbia: é a garantia dos interesses das multinacionais e da oligarquia. Portanto, todo aquele que reivindica por justiça social é assassinado, e vilas inteiras são arrasadas com a finalidade de esvaziar as terras de grande interesse econômico: eliminação sistemática das demandas sociais, políticas, econômicas, ecológicas...

Uma situação dramática que os grandes meios de comunicação de massas sistematicamente ocultam ou falsificam. Agora essa falsa mídia quer fazer crer que o governo de Santos é mais moderado, mas nada está mais longe da realidade. Apenas dois dados: nos primeiros 75 dias do seu mandato, foram assassinados 22 defensores de direitos humanos , e foram violentadas e assassinadas 3 crianças pelo exército, no que faz parte da prática do terrorismo de Estado. O extermínio da oposição, a belicosidade e o empobrecimento continuam a se intensificar com Santos, como pode se evidenciar pelos bombardeios maciços, os desaparecimentos forçados, os aprisionamentos políticos e as Leis lesivas que promovem mais privatizações e deslocamentos massivos de populações, como é o caso de "Lei de Terras", apresentada como A panacéia pela mídia e, embora seja "uma lei sem consulta que coloca vidas em risco e legaliza o despojo".

Os números são importantes porque permitem dar uma dimensão do que é um dos piores genocídios da história contemporânea da humanidade, um genocídio silencioso.

A seguir mostramos o quadro do que é, em números, o Terrorismo de Estado na Colômbia.

O terrorismo de Estado na Colômbia é:

“Somente nos últimos três anos, desapareceram mais de 38.255 pessoas pelas mãos do Terrorismo de Estado na Colômbia...Estima-se atualmente em 250.000 pessoas desaparecidas (seqüestradas ou torturadas) sob a lógica de “dissuadir as reivindicações pelo terror” (O Estado busca que o terror perdure quando um corpo desaparece, pois prolonga a angustia nos sobreviventes).
* A eliminação física de todo um partido político, a União Patriótica (UP), mais de 5.000 pessoas da UP assassinadas pelo Estado.

* Mais de 2.704 sindicalistas assassinados, 60% do total de sindicalistas assassinados em todo o mundo são mortos na Colômbia pelas ferramentas do terrorismo de Estado.

Na Colômbia, a situação de injustiça social é esmagadora e, a cada dia, se alarga a brecha entre ricos e pobres, sendo a repressão estatal busca calar o descontentamento natural diante desta dramática situação.

Da população da Colômbia 68% vive na pobreza e na indigência. A concentração da riqueza é escandalosa: A Colômbia é o 11º país maior desigualdade social do mundo (colocação n°. 11 do coeficiente GINI de desigualdade), e é o país mais desigual das Américas. Dizemos que existem, segundo os números mais conservadores, 8 milhões de indigentes e 20 milhões de pobres . Anualmente, morrem mais de 20 mil crianças menores de 5 anos de desnutrição aguda (dados da UNICEF). De cada 100 mulheres grávidas deslocadas, 80 sofrem de desnutrição crônica . Simultaneamente, e correlativo a esta miséria, um único banqueiro, Sarmiento Angulo, controla 42% do crédito nacional e declarou lucros de 1,250 bilhões de dólares no último bimestre de 2009.

* Terrorismo de Estado é o deslocamento de populações em beneficio do grande capital: mais de 4,5 milhão de pessoas foram deslocadas de suas terras pelos massacres dos militares e paramilitares dentro da Estratégia Estatal de "terra arrasada" para esvaziar a população das áreas rurais e assim oferecer as terras de alto interesse econômico às multinacionais sem que haja reivindicações nem moradores...

* 10 milhões de hectares foram roubados assim das vítimas e estas deslocadas. Essas mesmas terras foram oferecidas para as multinacionais, ao grande latifúndio e a novos chefes paramilitares. O escândalo do "agroingresso seguro” serviu para consolidar este roubo.

* Terrorismo de Estado é: A maior vala comum da América Latina, uma descoberta dantesca que, entretanto, ainda não levou ao repúdio internacional que merece o regime colombiano: mais de 2.000 ossadas de desaparecidos pela força Omega do “Plano Colômbia”.

* Terrorismo de Estado é: A utilização de uma Ferramenta Paramilitar para injetar o Terror na população, a fim de silenciá-la, docilizá-la e deslocá-la. Uma ferramenta de horror que prática violações em massa, esquartejamentos com motosserra, empalações e outras formas de terror de dar arrepios. Um relatório do Escritório de Justiça e Paz, de fevereiro de 2010, indicava que os paramilitares asseguram ter cometido 30.470 assassinatos em 15 anos... E o drama se vislumbra ainda mais dantesco...Vários paramilitares têm testemunhado sobre o caráter estratégico da Estrutura Paramilitar para o próprio Estado colombiano, e deram dezenas de nomes de generais, empresários, multinacionais, políticos, todos promotores do paramilitarismo... e ainda não veio a merecida condenação internacional ao Estado colombiano que, impune, continua impune com tais práticas genocidas.

* Milhares de valas comuns contendo milhares de cadáveres de colombianos massacrados pelo paramilitarismo de Estado colombiano: os paramilitares deram algumas coordenadas das valas para assim ser amparar na “Lei de Justiça e Paz", lei que foi criada sob a direção de um dos maiores promotores do paramilitarismo: Álvaro Uribe Vélez. É uma lei que lhes proporciona impunidade se mostrarem “arrependimento”. Em abril de 2007, quando terminava o primeiro ano de busca de valas comuns, a promotoria recebeu 3.710 denuncias de áreas onde podiam ser localizadas, mas a maioria não pode ser explorada, segundo o Estado, por "falta de recursos...” As famílias de milhares vítimas esperam pelos testes de DNA nas ossadas encontradas, mas o Estado justifica sua inoperância alegando "falta de recursos" e “estouro do orçamento”, mas para patrocinar militares e paramilitares os recursos aparecem na hora.

* Terrorismo de Estado é: Fornos crematórios e criações de jacarés da Ferramenta Paramilitar do Estado e das multinacionais... Onde os paramilitares fizeram desaparecer a milhares de pessoas... .

* Milhares de assassinatos, incluindo o escândalo dos "falsos positivos": os militares sequestram jovens, são disfarçados como guerrilheiros e assassinados para assim apresentá-los como “guerrilheiros mortos em combate". Os meios de comunicação de massa se encarregam de difundir a mentira, visto que na Colômbia, os meios de comunicação de massa dão como verdade o que suas fontes militares dizem. Isto é feito pelos militares para "mostrar os resultados" da sua guerra contra insurgente e também para assassinar os civis que incomodam. A cobertura mediática dos mortos que são tidos como guerrilheiros é absolutamente macabra na Colômbia: mostram-se os corpos alinhados, seminus... Para, dessa maneira, moldar a opinião pública na desumanização dos guerrilheiros. A diretiva N°. 029, do Ministério da Defesa, fomenta os “falsos positivos”.

* Mais de 7.500 presos políticos, muitos deles vítimas de armações jurídicas, uma prática comum contra ativistas dos movimentos sociais.

* Centenas de auto-atentados, outro tipo de "falsos positivos" por parte das forças policiais e militares que já colocaram bombas na própria cidade de Bogotá para assim poder criar a base para armações mediáticas de desprestigio contra as guerrilhas. Estes auto-atentados foram preconizados pelo DAS, o Departamento Administrativo de Segurança, como consta de documentos.

* As violações dos direitos humanos tem sido aprofundadas no que se evidencia como um país ocupado: na Colômbia existe uma numerosa presença de militares dos EUA e mercenários israelenses; foram implantadas sete bases militares dos EUA, sendo que o Estado colombiano concedeu aos ‘marines’ total imunidade para todos os crimes que cometerem na Colômbia. Já existem vários casos de violentadas por ‘marines’, que estão em total impunidade, pois ‘marines’ têm "carta branca" para violentar, torturar e assassinar na Colômbia.

A violência é a ofensiva do grande capital, na sua ânsia de não perder a Colômbia como valioso "armazém de recursos", por isso implantaram e mantiveram essa aberração que hoje é o Estado colombiano.

Se não fosse pela “ajuda” descomunal dos EUA e da UE esse Estado criminoso teria deixado de existir a muitos anos, não teria endividado o povo colombiano para manter os gastos militares e, não contaria com a sua Estratégia Paramilitar de Terrorismo de Estado. Sem seus apoios militares e mediáticos, o Estado colombiano não poderia ter cometido tanta barbárie; e o povo colombiano teria conseguido a sua verdadeira independência, sua emancipação de tanta inveja, morte e dor.



FONTES:

http://www.rebelion.org/noticia.php?id=115826&titular=denuncian-el-asesinato-de-22-defensores-de-derechos-humanos-en-los-primeros-75-d%EDas-de-

http://www.rebelion.org/noticia.php?id=115823&titular=el-estado-colombiano-secuestra-viola-y-asesina-a-ni%F1os-en-arauca-

http://www.rebelion.org/noticia.php?id=115829&titular=%22ley-de-tierras-de-santos-es-una-ley-inconsulta-que-pone-vidas-en-riesgo-y-

http://www.telesurtv.net/noticias/secciones/nota/71765-NN/colombia-registra-mas-de-38-mil-personas-desaparecidas-en-tres-anos/

http://www.rebelion.org/noticia.php?id=106344&titular=%22hay-250.000-desaparecidos-en-colombia-en-los-%FAltimos-a%F1os%22-

http://www.rebelion.org/noticia.php?id=104558&titular=piedad-c%F3rdoba-denuncia-la-pasividad-internacional-y-pide-que-se-condicione-el-tlc-con-europa-

http://www.youtube.com/watch?v=YNQgkbV12tU

http://www.kaosenlared.net/noticia/celebrado-ii-congreso-mundial-desaparicion-forzada-colombia-sos-desapa

http://justiciaypazcolombia.com/50-000-personas-desaparecidas-en

http://www.rebelion.org/noticia.php?id=103227

http://video.google.com/videoplay?docid=8981304868098159223&ei=PpiKS7CINMag-Ab6tKD0BA&q=el+baile+rojo

www.cut.org.co
www.kaosenlared.net/noticia/colombia-record-mundial-asesinatos-sindicalistas-terrorismo-estado .

http://www.abpnoticias.com/index.php?option=com_content&task=view&id=2446&Itemid=90

http://www.elcolombiano.com/BancoConocimiento/I/informe_sobre_pobreza_e_indigencia/informe_sobre_pobreza_e_indigencia.asp

http://www.elcolombiano.com/BancoConocimiento/D/desnutricion_infantil_que_no_deja_crecer_/desnutricion_infantil_que_no_deja_crecer_.asp

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http://alainet.org/active/33960 http://www.lasillavacia.com/historia/1717

http://noticieroconfidencial.com/?p=11

http://www.desdeabajo.info/index.php/actualidad/colombia/4850-colombia-crecen-las-ganancias-y-los-beneficios-de-las-grandes-empresas.html

http://www.desdeabajo.info/index.php/fondo-editorial/vertices-colombianos/5779-crisis-del-modelo-neoliberal-y-desigualdad-en-colombia-dos-decadas-de-politicas-publicas.html

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http://www.elespectador.com/articulo187857-ganancias-del-sector-financiero-llegaron-85-billones

http://www.movimientodevictimas.org/index.php?option=com_content&task=view&id=278&Itemid=64

http://www.movimientodevictimas.org/index.php?option=com_content&task=view&id=274&Itemid=69

(http://www.publico.es/internacional/288773/aparece/colombia/fosa/comun/cadaveres

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http://www.eltiempo.com/archivo/documento/CMS-3525024

http://www.elespectador.com/noticias/judicial/articulo116951-alias-hh-revela-vinculos-de-auc-byron-carvajal-y-rito-alejo-del-rio

http://www.kaosenlared.net/noticia/paramilitar-confiesa-mas-3000-asesinatos-sera-extraditado-para-callar-

http://www.youtube.com/watch?v=ZfLqZ2q0zBk&feature=player_embedded
http://www.kaosenlared.net/noticia/colombia-estrategia-estatal-paramilitar-descuartiza-homosexuales-video

http://www.piedadcordoba.net/piedadparalapaz/modules.php?name=News&file=article&sid=3345&mode=thread&order=0&thold=0

http://www.elespectador.com/noticias/paz/articulo197845-piedad-cordoba-denuncio-hornos-crematorios-paras-desaparecer-cadaveres-d

http://www.elespectador.com/noticias/judicial/articulo138469-mancuso-reitera-cremaron-victimas-bajar-estadisticas

http://www.kaosenlared.net/noticia/estado-colombiano-emula-crimenes-nazis-paramilitares-hornos-crematorio

http://bloguerosrevolucion.ning.com/profiles/blogs/viaje-a-los-hornos-crematorios

http://carlosmora.wordpress.com/2009/05/22/hornos-crematorios-principal-arma-de-guerra-de-paramilitares-en-colombia/

http://www.falsos-positivos.blogspot.com/

http://www.youtube.com/watch?v=VuSBNcNsdMU&feature=player_embedded

http://www.arlac.be/A2009/2009/Tlaxcala.htm http://www.tlaxcala.es/detail_campagne.asp?lg=es&ref_campagne=14

http://www.kaosenlared.net/noticia/poner-bombas-servicios-publicos-no-chuzada-denunciar-escandalo-das-rea

http://www.rpasur.com/ElmayorescandalodeespionajedelahistoriadelDAS.html
http://www.youtube.com/watch?v=VfnkGqy4-tE&feature=player_embedded
http://www.rebelion.org/noticia.php?id=99720


Blog da autora: http://azalearobles.blogspot.com/

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A saga do Capitão Nascimento((Apenas uma reflexão)

Por Ninféia G

“Vagabundo” pobre é fácil de matar; mas os vagabundos ricos, é outra historia. É isso que o Capitão Nascimento descobre na segunda parte de sua historia como Policial Militar exemplar cumpridor de suas obrigações de proteger a sociedade, no filme Tropa de Elite 2 . E o seu pupilo André Matias acaba tendo uma morte tão absurda e óbvia como a que ele mesmo deu ao “vagabundo” pobre da favela no primeiro filme, quando ele atirou na cara ,apesar das suplicas do bandido para ele não fazer isso; e dessa vez, ele está tão certo que o BOP é Poder que vira as costas ao PM corrupto depois de desafiá-lo.

Uma coisa fica certa nesses filmes “Tropa de Elite”: O Capitão Nascimento não é corrupto e nem corruptível. Mas seu status é de papel, só é útil enquanto agrada aos poderosos.(enquanto mata os “vagabundos “ pobres)

A cena em que ele entra no restaurante chique do Rio para ir desafiar as autoridades é bem contundente: é aplaudido de pé pela classe média alta por ter sido responsável pela operação em que é morto ( pelo matador André Matias) mais um chefe do tráfico das favelas no presídio Bangu 1 ,durante uma rebelião,diante daqueles que queriam tirá-lo de ação.E aí, devido a essa receptividade da "sociedade", dão-lhe o cargo de sub secretário e ele acredita que vai poder fazer alguma coisa.

O personagem Roberto Nascimento realmente, se redime de seu comportamento execrável do primeiro filme? Quando ele coloca saco plástico na cara do “vagabundo” da favela e apenas bate na cara do vagabundo do asfalto (o playboy?)

Vamos ver! É, porque com certeza deverá vir por aí Tropa de Elite 3 : NASCIMENTO: O JUSTICEIRO.É isso que ele deixa claro nos últimos momentos do filme quando embosca os que pensavam estar emboscando-o.

Os vagabundos ricos que se cuidem! (Pelo menos,isso!!)

Então, estamos mesmo “roliudianos”! E só ver- O Justiceiro, Zona de Guerra, e outros filmes estadunidenses sobre o tema, para conferir.

O cara é um policial direito, matador sério, faz a limpeza que os que comandam o sistema gostam e de repente descobre que esse sistema o está usando, é podre; além do mais matou seu melhor amigo (e pupilo) e, claro, quase mata seu filho com um tiro destinado ao defensor dos direitos humanos ,professor de historia e deputado , que ele no inicio do filme se refere como ”esses intelectuais de esquerda”( em uma consideração pejorativa e menosprezante) e que por sinal, conquistou sua ex-mulher e seu filho.

São muitas situações pessoais envolvidas e o ser humano é de carne e osso, inclusive, o Capitão Nascimento! Que de algoz virou herói.

Eita!O cinema brasileiro entrou de vez no universo de Hollywood.

E, ao que parece , qualquer semelhança com fatos reais, não é mera coincidência.Os dias atuais do RJ referidos no filme, são em 2010.Quatro anos antes, são em 2006

Ambos, anos de eleição.

Mas, Wagner, parabéns! Você é um excelente ator.


Ninféia G- Poetisa - Belém-Pará

domingo, 14 de novembro de 2010

Brasil lança desafios e ameaças para os gigantes

Por: Beto Almeida

Num curtíssimo espaço de tempo, dois membros do governo Lula atacaram firmemente dois esteios do sistema capitalista global, em sua fase imperialista: a Otan e o dólar como padrão internacional.

Nelson Jobim, ministro da Defesa, criticou a pretensão da Otan de arvorar-se a intervir também no Atlântico Sul desconhecendo o status jurídico de países como o Brasil que tem 350 milhas de sua plataforma continental sob sua soberania. Já Meirelles, presidente do Banco Central, seguindo o ministro Guido Mantega, atacou a permanência do dólar como moeda padrão internacional, defendendo a ideia de uma nova moeda de referência.

O curioso é que os dois ministros – Meirelles também tem status de ministro – são membros do PMDB e tidos como da cota conservadora do governo Lula. Seriam sinais do novo curso que o Brasil terá que enfrentar na Era Dilma ou da profundidade da crise do capitalismo global, expressa agora com a superemissão de US$ 600 bilhões pelos EUA o que se constitui em verdadeira guerra de demolição e rapina da das economias da periferia? Ou ambas as hipóteses?

Para se ter uma ideia da importância de ambos os posicionamentos, vale dizer, começando pelo lado monetário, que ideia semelhante é defendida hoje pelo Presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que durante anos vem denunciando a ditatorial emissão de dólar sem lastro pelos EUA como verdadeiros atos de delinqüência e banditismo internacionais.

No mesmo discurso, perante a ONU, ele também defendeu que entidade adotasse para o próximo ano o slogan “Energia Nuclear pra Todos, Armas Nucleares para Ninguém”. Evidentemente, poucos deram ouvidos e a mídia, controladíssima pelo capital, sequer registrou.

Já o agudo enfrentamento de Nelson Jobim às pretensões intervencionistas dos EUA e da Otan nos mares do Atlântico Sul foi acompanhado da defesa de que o Brasil e o subcontinente construam “uma aparato dissuasório voltado para as ameaças extrarregionais que lhes permitam dizer não quando for preciso dizer não”. Claro está, com a Marinha brasileira desarmada como está hoje – embora em fase de recuperação e reequipamento, reconheça-se – de nada adiantaria dizer não se não se pode assegurar com os meios concretos a defesa política da soberania.

Como no tópico monetário, outro dirigente que também defendeu a constituição de uma Organização do Tratado do Atlântico Sul, foi o líder líbio Muamar Kadafi, ao participar da Reunião de Cúpula América Latina – África, realizada na Venezuela no início deste ano. A defesa da criação de uma Otas pelo dirigente líbio foi acompanhada de argumentação realista baseada no crescente intervencionismo dos países imperiais pelo mundo afora em busca dos recursos naturais que lhes permitam superar a crise que se agrava, evidentemente se agrava. Ele mesmo teve sua filha de um ano e meio morta em bombardeio ordenado desde Washington por Bill Clinton.

Fortalecimento da aliança do sul

De fato, as duas situações configuram um processo mundial que tende ao tensionamento e recomenda o fortalecimento das alianças dos povos e países que buscam assegurar sua soberania, sua independência e o direito escolher seus próprios destinos. A superemissão de dólar – papel pintado na expressão do cientista brasileiro Bautista Vidal – tem efeitos devastadores para a produção e o trabalho das nações. Na visão do ministro da economia da Argentina, cuja presidenta Cristina anunciou que reagirá à tentativa de destruição de sua moeda e de sua economia, a super emissão de dólares “é como se o trabalho dos argentinos, a sua produção, não valessem nada”.

As duas iniciativas do campo do império, uma monetária, outra na esfera da doutrina militar, ambas com desdobramentos que relativizam e enfraquecem a soberania dos países e dos povos, indicam, por outra parte, o acerto de algumas das medidas adotadas pelo governo Lula buscando, de vários modos, um curso de distanciamento do dólar. Já está em prática, por exemplo, o comércio bilateral Brasil-Argentina aposentando o dólar como mediação e referência, o que representa concretamente economia na operação de troca.

Da mesma forma, o apoio brasileiro à formação do Banco Sul, que, em razão da persistência da crise econômica nos EUA, necessita de uma vigorosa aceleração em suas operações, também é uma decisão que o panorama internacional permite registrar como acertada. Além disso, a projetada criação de uma nova moeda no âmbito da UNASUR deveria ser fortemente priorizada, assim como estão fazendo os países da ALBA, que fundaram a moeda Sucre e já acumulam um expressivo volume de suas operações de troca nesta nova base monetária, sem qualquer intermediação da declinante e questionada moeda norte-americana.

Não seria prudente imaginar que o campo monetário esteja totalmente distanciado do aspecto militar. São duas operações de alto valor estratégico para os países imperiais, que não distinguem economia da guerra. Talvez reconhecendo a razão dos que qualificam a economia dos EUA diretamente como uma economia de guerra, o colunista do jornal Washington Post David Brooker sustentou, provavelmente ecoando sinistros murmúrios dos gabinetes do Pentágono, que “uma guerra contra o Irã dinamizaria a economia dos EUA”.

Disse que esta seria a solução para os problemas políticos de Barak Obama. E nem se ruborizou.... Entre o conselho deste jornalista e a discussão de uma nova doutrina para a Otan abarcar também o Atlântico Sul e a emissão de US$ 600 bilhões, há toda uma linha de reorganização para uma nova fase em que o cenário mundial registra o despontar de um conjunto de países emergentes buscando uma articulação em novas bases, rediscutindo os pilares do sistema mundial.

Compartilhar com quem?

Neste cenário, soa bastante realista o discurso do ministro Jobim que questionou o posicionamento de uma alta autoridade americana que defendeu “soberanias compartilhadas” no Atlântico, ao que o brasileiro contestou em conferência pública: “Qual é a soberania que os EUA querem compartilhar, a deles ou a nossa?”, reagiu.

É interessante como o cenário mundial duro e sombrio vai colocando questões e posicionamentos antes tidos como do âmbito da esquerda na agenda dos governos e mesmo na mesa de segmentos tidos como da cota conservadora do governo Lula. Certamente, Jobim ecoa um pensamento militar brasileiro que vem configurando uma nova doutrina de defesa. Mudanças sempre implementadas em razão do processo histórico, das experiências práticas em que os militares tiveram que analisar estrategicamente da defesa e os interesses nacionais.

Foi provavelmente o que teria levado o Brasil, durante a ditadura militar, a constituir uma indústria bélica, a desenvolver a área estatal de telecomunicações e satélites (Telebrás e Embratel), e, até mesmo, a defender a expansão do mar territorial para 200 milhas, medida esta que recebeu apoio da presidenta Dilma quando estava na prisão Tiradentes, na década de setenta, que também comemorava as vitórias da seleção canarinho na Copa do México.

Mais tarde, o curso político internacional também teria levado o Brasil a medidas como quebrar o bloqueio internacional que os países imperiais impuseram contra o Iraque na década de 70 e, também, a reconhecer o novo Governo de Agostinho Neto que, pela força das armas, chegava ao poder em Luanda.

Anos depois, o Brasil, ainda sob o governo Figueiredo, ofereceu apoio logístico e operacional à Argentina quando da Guerra das Malvinas, colocando-se, uma vez mais, em posição de distanciamento e conflito com os países do campo imperial.

Nesta oportunidade, vale lembrar, Fidel Castro chegou a oferecer tropas cubanas para lutar ao lado da Argentina, ainda sob o governo do general Galtieri. Há uma evolução no pensamento militar brasileiro, mais recentemente indicado pelo acordo de cooperação firmado entre o Exército Brasileiro e o Exército do Vietnã para técnicas de luta na selva e pelo esforço na constituição de um Conselho de Defesa da América do Sul.

Muitos que rememoram o passado não muito distante do Ministro Jobim antes do governo Lula, certamente se espantam a vê-lo defendendo o direito da Venezuela desenvolver a energia nuclear para fins pacíficos e criticando o bloqueio dos EUA contra Cuba, oportunidade em que também afirmou que “a política internacional não pode ser definida a partir da perspectiva do que convém aos EUA”.

Construção de uma nova agenda progressista

O que surpreende é que estas temáticas nem sempre são tratadas sistematicamente nos fóruns progressistas e da esquerda em geral, muito embora sejam parte integrante da agenda do governo Lula. São posições de governo. Mas, ainda assim, é com alguma dificuldade que movimentos sociais, os sindicatos e a esquerda em geral tratam destas questões, muito embora sua importância histórica seja inequívoca. Creio que era Darcy Ribeiro que dizia “falta nacionalismo na esquerda brasileira”, buscando enquadrar as questões do enfrentamento com o império como algo que deveria ter presença central na agenda das forças progressistas.

Assim como Gandhi, em luta contra o colonialismo inglês, vislumbrou em certo momento a necessidade de defender a nacionalização estratégica do sal, provavelmente seria o caso aqui também dos movimentos sociais – mantendo sua independência – incorporarem em sua agenda, por exemplo, a nacionalização do etanol e da álcool-química, que certamente terá importância ampla em futuro próximo no cenário produtivo mundial, com mencionou recentemente Dilma em entrevista ao lado de Lula.

O PT chegou a aprovar em sua Conferência Nacional a constituição de uma Empresa Pública de Energia Renovável, decisão importante, ainda que, não tenha tido a continuidade esperada, até o momento. Mas, assim como um amplo movimento cívico-militar foi decisivo para a criação da Petrobrás, agora também, com os sinais sombrios que os pólos imperiais nos enviam, seria hora decisiva para constituir uma aliança governo e sociedade, os sindicatos, o clero progressista, o movimento estudantil, os movimentos sociais, para configurar uma consistência ainda mais profunda no programa de ação do governo Lula e em sua continuidade com a presidenta Dilma.

Já há uma recuperação da Telebrás, faltando agora a da Embratel, sem o que não se pode falar em soberania em plenitude neste mundo de idade mídia, pois mesmo as comunicações militares satelitais hoje estão sujeitas a interferências de empresa de propriedade norte-americana. Os militares devem ser incoporados neste amplo debate nacional.

Voto indicou um caminho

A agenda em parte já foi construída pelo voto democrático dos brasileiros posicionando-se pela continuidade das políticas do governo Lula. Mas, a persistência da crise mundial, os sinais imperiais de inadmissíveis desejos intervencionistas na soberana plataforma brasileira, onde está o pré-sal, indicam que a agenda política do governo Dilma possivelmente necessitará de um aprofundamento programático, ampliando os vínculos com a sociedade organizada, já que os olhares de cobiça que se lançam sobre o Brasil não são nada amistosos, nem muito menos complacentes com a aplicação de políticas públicas independentes e soberanas de nossa parte, aliás como já fez o governo Lula por meio de sua política externa.

Desnecessário desenvolver longamente, mas importante relembrar sempre, uma política estratégica para o Brasil, que abarque desde a necessidade de uma renacionalização do setor de fertilizantes – esta, sim, uma medida de segurança nacional – ou de soberania energética (um problema é que se estima uma desnacionalização de 40 por cento do setor etanol, apesar da Petrobrás ter entrado em campo), todo este debate fundamental para o destino do povo brasileiro e do Brasil como nação, exige um novo modelo de comunicação.

Não há qualquer sombra de dúvida que questões tão cruciais, tão decisivas, estejam sendo tão deformadas e vulgarizadas pelo modelo midiático atual, no qual predominam os interesses vinculados e dependentes dos anunciantes controlados pelo capital externo ou de seus sócios nativos, o que impede o nosso povo compreender plenamente sua relevância.

Não são nada simples o tamanho das tarefas e a magnitude dos desafios que o Brasil enfrentará na Era Dilma. Mas, tal como ela que já suportou, resistiu e venceu as mais duras provas, assim é o povo brasileiro em seu dia a dia, capaz de identificar sob um dilúvio brutal de mentiras e desinformações onde está o caminho do progresso, da transformação e da justiça social.

Ele será capaz de dar o apoio necessário para que o Brasil tenha todos os instrumentos necessários para garantir sua soberania, desde uma defesa à altura de suas potencialidades, uma política monetária que assegure nossa independência e a aplicação das políticas sociais que retirem com urgência milhões e milhões de brasileiros do poço da miséria e da pobreza em que ainda se encontram. Um desafio para gigantes.


Beto Almeida é jornalista da TV senado, formado pela Universidade de Brasília (UnB). Trabalhou em grandes jornais, entre eles Última Hora, O Globo e Correio Braziliense e foi vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ). Atualmente, é membro da Junta Diretiva da La Nueva Televisión Del Sur (Telesur), do Conselho Editorial do jornal Brasil de Fato e da Comissão de Justiça e Paz da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

domingo, 7 de novembro de 2010

Eu penso, tu pensas, ele pensa, todos pensam (Pensar! Uma tecnologia natural simplesmente, maravilhosa).

Por Ninféia G

O que pensamos e o que compreendemos da realidade é fruto de nossa vivência, experiência, observação e conhecimento, algo adquirido ao longo do tempo, desde que nos entendemos por pessoas neste mundo.

Nossos pais, professores, vizinhos, colegas de escola, de trabalho, os relacionamentos, enfim, os seres humanos que tiveram contato conosco e os livros, foram nossos mestres ; o saber popular ou senso comum , a nossa base para construir ou reconstruir; aperfeiçoar e evoluir.

Não podemos, sozinhos e com os nossos próprios conhecimentos e visão, transformar o que achamos que não está certo; mas podemos transmitir o que pensamos, da forma que pudermos, em contato com as pessoas, em qualquer ambiente; sempre haverá uma maneira de externarmos nossa maneira de perceber a realidade.Sempre alguém irá escutar e refletir.

Não devemos nos deixar influenciar por fundamentalismos; por pensamentos e ações radicais; por regras em vigor mas que insistem em não atender ao que a realidade clama.

O questionamento deve ser constante, ainda que pareça estarmos falando ao vento.Alguém vai escutar, vai prestar atenção, vai perceber onde queremos chegar.
Nossa liberdade é limitada, claro, ela termina onde começa a do outro. Mas nossa liberdade de pensar é ilimitada, pelo menos ainda não estamos tecnologicamente tão avançados ao ponto de podermos ler os pensamentos do outro ( o programa Fantástico ainda não mostrou)Na verdade, isso só acontece, felizmente, ainda, em certos filmes de Hollywood.

Eu penso, tu pensas, ele pensa, nós pensamos, todos pensam.

Então, que tal fazermos algo efetivo e transformador com essa tecnologia de que a Natureza nos dotou?

Somos, sim, uma máquina de pensar, mas uma máquina de sangue e não de fios, chips, e similares. Esses, foram inventados por nós.

Inventamos toda a tecnologia que existe com o nosso pensamento.

Então, porque ainda somos tão pobres nesse campo? Porque a realidade objetiva, aquela que está na nossa frente em todos os segundos de nossa existência,ainda não nos toca ao ponto de refletirmos que está tudo tão errado e que temos de consertar?

Quando assisto TV, presto muita atenção nas propagandas de carros e bancos, e o que vejo? Que por elas parece muito fácil que qualquer pessoa que está assistindo a TV adquira um carro e tenha uma conta no Itaú, Bradesco, HSBC e assim pode sair rodando por uma estrada com um horizonte maravilhoso ou fazer uma viagem pelos campos da Itália que a novela Passione, vive mostrando como uma deformadora da realidade e de mentes que é, principalmente, como novela das 21:00 horas da Rede Globo.

Não pretendo com essas linhas criticar quem quer que seja ou o que quer que seja, mas como ser humano observador e participante da realidade, sinto necessidade, de vez em quando, de estar refletindo sobre o que observo e sinto.

Nem sempre em forma de versos.


Ninféia G- Assistente Social e Poetisa de Belém-Pa

sábado, 6 de novembro de 2010

Um defeito na mulher

-Recebi esse texto,gostei muito e resolvi postá-lo aqui.(Ninféia G)



Um defeito na mulher


Quando Deus fez a mulher já estava em seu sexto dia de trabalho
fazendo horas extras.

Um anjo apareceu e Lhe disse: "Por quê leva tanto tempo nisto?"

E o Senhor respondeu: "Já viu a minha ficha de especificações para ela?"

Deve ser completamente lavável, mas sem ser de plástico, ter mais de
200 peças móveis e ser capaz de funcionar com uma dieta de qualquer
coisa, até sobras, ter um colo que possa acomodar quatro crianças ao
mesmo tempo, ter um beijo que possa curar desde um joelho arranhado
até um coração partido e fará tudo isto somente com duas mãos."

O anjo se maravilhou com as especificações.

"Somente duas mãos....Impossível!"

e este é somente o modelo básico?

É muito trabalho para um dia...Espere até amanhã para terminá-la."

Isso não, protestou o Senhor. Estou tão perto de terminar esta criação
que é favorita de Meu próprio coração.

Ela se cura sozinha quando está doente e

pode trabalhar jornadas de 18 horas." O anjo se aproximou mais e tocou
a mulher.

"Mas o Senhor a fez tão suave..."

"É suave", disse Deus, mas a fiz também forte. Você não tem idéia do
que pode agüentar ou conseguir.

"Será capaz de pensar?" perguntou o anjo.

Deus respondeu:

"Não somente será capaz de pensar mas também que raciocinar e de negociar"

O anjo então notou algo e estendendo a mão tocou a bochecha da mulher....

"Senhor, parece que este modelo tem um vazamento...

Eu Lhe disse que estava colocando muita coisa nela..."

"Isso não é nenhum vazamento... é uma lágrima" corrigindo-o o Senhor.

"Para que serve a lágrima," perguntou o anjo.


E Deus disse:

"As lágrimas são sua maneira de

expressar seu modo de vida, sua pena, seu desengano, seu

amor, sua solidão, seu sofrimento, e seu orgulho."

Isto impressionou muito ao anjo "O Senhor é um gênio, pensou em tudo. A mulher é

verdadeiramente maravilhosa"

Sim é!

A mulher tem forças que maravilham aos homens.

Agüentam dificuldades, levam grandes cargas,

mas têm felicidade, amor e alegria.

Sorriem quando querem gritar.

Cantam quando querem chorar. choram quando

estão felizes e riem quando estão nervosas.

Lutam pelo que crêem.

Enfrentam à injustiça.

Não aceitam "não" como resposta quando

elas crêem que há uma solução melhor.

Privam-se para que a sua família possa ter.

Vão ao médico com uma amiga que tem medo de ir.

Amam incondicionalmente.


Choram quando seus filhos triunfam e se alegram

quando seus amigos ganham prêmios.

Ficam felizes quando ouvem sobre um

nascimento ou um casamento.



Seu coração se parte quando morre uma amiga.

Sofrem com a perda de um ente querido, entretanto são fortes quando
pensam que já não

há mais forças.

Sabem que um beijo e um abraço

podem ajudar a curar um coração partido.

Entretanto, há um defeito na mulher:

É que ela se esquece o quanto vale.


P.s- recebi esse texto através de e-mail, sem referencia a autoria. Mas ele está na Internet em
http://www.slideshare.net/glauciaconie/um-defeito-na-mulher-8566-presentation

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Dar dinheiro aos mais ricos os torna "vagabundos"?

Por Leonardo Sakamoto


O caminho para transformar políticas de governo em políticas de Estado é
lento e difícil. Ao que parece, os partidos de oposição perceberam que
não conseguirão apoio das classes populares sem garantir que manterão
ou ampliarão determinados programas, como os de transferência de renda,
vinculados ou não à educação - que tiveram seu início na era FHC e
passaram por um processo de universalização no governo Lula. Programas
que contribuíram, e muito, para movimentar a economia em locais antes
estagnados.

Considerando que a renda de capital foi estratosfericamente maior que a
renda do trabalho e os recursos usados para o pagamento de juros foram
bem maiores que os usados para os programas sociais (em todos os
governos, de FHC a Lula), fico extremamente incomodado quando ouço
pessoas reclamando que "dar dinheiro aos pobres os torna vagabundos".

E o dinheiro que vai às classes mais abastadas, que investem em fundos
baseados na dívida pública federal? Em 2006, foram R$ 163 bilhões,
enquanto os programas sociais contavam com 13% disso (dados do Ipea).
Grosso modo, muito vai para poucos e pouco vai para muitos. E, mesmo
assim, sou obrigado a ouvir pérolas quase que diariamente, reclamando
dos programas de transferência de renda, não no sentido de melhorá-los,
mas de extingui-los. É claro que é importante avançar na construção de
"portas de saídas" para programas como o Bolsa-Família, gerando
autonomia econômica. Mas a raiva com a qual essas iniciativas vêm sendo
tratadas durante a eleição por algumas pessoas me surpreende.

E se eu dissesse que "dar dinheiro aos ricos os torna vagabundos?" Por
que usar a frase para os pobres é ser um "analista sensato da realidade"
e usar a frase aos ricos é ser um "$#@%# de um comunista safado"?

A conversa, abaixo, ocorreu recentemente em um local de trabalho de um
bairro rico da cidade de São Paulo. Uma menina de classe média alta
paulistana desabafou com sua interlocutora, recentemente integrada à
classe média baixa:

- Essas bolsas ficam alimentando vagabundo! É tudo bolsa-preguiça:
bolsa-escola, bolsa-faculdade, bolsa-família...

(O que ela não imaginava é que a outra pessoa era beneficiária do
programa federal que concede bolsas de estudos a estudantes de
graduação.)

- Bolsa-preguiça, não! Porque eu trabalho e tenho que dar dinheiro em
casa, além de tudo. Bolsa-preguiça é a mesada que seu pai te dá sem que
você tenha que botar a mão no bolso.

Depois disso, ainda tive que engolir um comentário de um terceiro para
quem mostrei essa conversa: "pô, a bolsista tinha que apelar? Pobre é
tudo mal educado mesmo." Não, não, não, não. Ele não estava fazendo uma
piada.

Dava para passar o dia discutindo o tema. Mas deixo isso para alguns
comentários vazios que são gerados na internet por visões distorcidas e
medos individuais, protegidos pelo anonimato covarde da tela de
computador. Afinal, este post não está criticando ou elogiando partidos
ou governos, mas tentando entender o que, além do preconceito, faz com
que um cidadão que tenha um pouco mais na conta bancária acredite que
pisar no andar de baixo é a solução para galgar ao andar de cima? E que
o futuro do país é feito uma Arca de Noé, com espaço para salvar pouca
gente do dilúvio iminente?

Para esse pessoal, é cada um por si e Deus - proporcionalmente ao
tamanho do dízimo deixado mensalmente - para todos. Fraternidade e
solidariedade são palavras que significam "doação de calças velhas para
vítimas de enchente", "brinquedos usados repassados a orfanatos no
Natal" ou "uma doaçãozinha limpa-conciência feita a alguma ONG". Nada
sobre um esforço coletivo de buscar a dignidade para todos, porque todos
(teoricamente, apenas teoricamente) nascem livres e iguais.


Leonardo Sakamoto é Jornalista, Cientista Político e Coordenador da Repórter Brasil
http://blogdosakamoto.uol.com.br/category/sem-categoria/

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Uma reflexão sobre o que virá( ou não).

Por Ninféia G

O sofrimento e o bem estar são eventos por quais passamos naturalmente enquanto no exercício da vida. O tanto e o quanto eles nos afligem ou nos satisfazem depende de nossa capacidade de visão da realidade e de transformação da mesma,até porque, como bem diz o nome, são eventos ou seja, episódios, lances, ocorrências, que bem podem durar ou logo se dissipar.

Na qualidade de seres biológicos, nascemos, crescemos e morremos; mas na qualidade de seres intelectuais, somos seres sociais, quer dizer, nossa consciência é determinada pelo meio em que vivemos.

A injustiça social não é uma variante, é uma constante e como seres racionais em um ambiente social que priva a maioria de ter suas necessidades satisfeitas, temos a obrigação de compreender que alguns não podem ter privilégios e todos os outros, apenas obrigações e restrições.

O trabalho, uma criação do ser humano, precisa ser tratado como a força que move toda a sociedade, sem ele, esta não pode existir, pois é ele que gera o que consumimos em todos os aspectos.

Mas o que vemos? Pessoas que recolhem o lixo das ruas percebendo salários que não lhes permite suprir necessidades básicas como comer, por exemplo. Professores que alfabetizam crianças, ou seja, permitem a elas a base para o aprendizado maior, tendo que fazer greves para perceber um salário digno; Empregadas Domésticas que ainda não são respeitadas como trabalhadoras e por isso, não protegias totalmente pela lei, tendo que chegar a seus locais de trabalho, ás 7 da manhã e só sair quando a ‘ patroa” lhes dá o sinal de que não precisam mais delas, e assim, trabalham dez a doze horas por dia, sem reclamar porque se arriscam a perder o lugar.

E pessoas que querem produzir alimentos básicos como arroz, feijão e não têm direito a um pedaço de terra para fazê-lo precisando ocupar terras improdutivas que estão nas mãos de grandes proprietários que na verdade, criam gado, plantam laranjas, soja e os exportam.Ou seja, improdutivas para a população brasileira.

E crianças e adolescentes fazendo malabarismos ou limpando pára-brisas nos sinais de tráfego em horários que deveriam estar dormindo, brincando ou indo à escola.

Temos hoje, novos governantes, novos deputados, novos senadores, eleitos ou reeleitos, alguns com empenho de vanguarda, outros, com a idosa visão oligárquica.

Cabe a eles gerenciar o sofrimento e o bem estar, tarefa na qual não têm se saído muito bem, mesmo os que se dizem de vanguarda.

Apesar de que é a grande massa populacional que os escolhe, mas ela para aí, sua tarefa é apenas sair de casa, nos dias determinados para a eleição e ir até as seções e cabines de votação. Na verdade, ela nem de longe percebe as nuances do processo e o que acontece nos bastidores. Para ela, no dia 1 de Janeiro, após o réveillon, apenas abre-se a cortina e ela assiste mais um espetáculo que dura quatro anos.

Eu sou mulher e não vou negar que estou satisfeita por ver uma mulher Presidente do Brasil: estaria sendo hipócrita se assim não admitisse. Além do mais, uma mulher da minha geração, divorciada, que pegou em armas contra os generais do regime militar, foi presa, certamente, torturada. Isso, para mim, particularmente, é um grande currículo.

Mas os meus desejos, minhas satisfações individuais não importam. Não adianta ela ter esse currículo que eu acho bom se ela não se dispuser a trabalhar concretamente e não apenas de forma paliativa.

Como um ser social que sou tenho a sensibilidade de me deixar tocar pelo sofrimento coletivo que não é eventual, mas contínuo em um contexto marcado pelo poder do consumismo que gera a intolerância, a arrogância, a insensibilidade, e, infelizmente e em grande parte, em decorrência dessas características, a violência.

Voce é bem vinda, Presidente, teve a maioria dos votos (e o meu, também), contudo, há muita coisa a fazer que não foi feita pelos seus antecessores .Não sou eu quem vai dizer aqui do que se trata, você já deve estar com a lista em mãos; tomara uma outra lista paralela não a desvie do caminho certo.


Ninféia G-Assistente Social e Poeta- Belém-Pa
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