segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

CASO BATTIST - Decisão do presidente do STF de manter refugiado italiano preso cria crise institucional .

Por Eduardo Sales de Lima

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu pela permanência de Cesare Battisti no Brasil. Aconteceu no último dia de 2010. Entretanto, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Antônio Cezar Peluso, optou por negar, no dia 6 de janeiro, o pedido de soltura do refugiado político e escritor italiano, e criou uma crise institucional entre o Judiciário e o Executivo. [...]

Com a decisão de Peluso, volta a preocupação de Battisti em relação à sua extradição. O integrante da Anistia Internacional e professor aposentado da Unicamp, Carlos Lungarzo, reforça isso. “Hoje [10] lançamos uma campanha, junto com alguns consultores parlamentares para obter o impeachment de Peluso. Não sabemos ainda quando assinaremos a petição. Se não fosse pela manipulação de Peluso, o STF teria rejeitado a extradição por 5 a 4, em vez de o oposto. Mas, além disso, Peluso é um perigo para a democracia, como disseram [Luis Eduardo] Barroso e Tarso [Genro, ex-ministro da Justiça, hoje governador do Rio Grande do Sul]. Não é um perigo teórico, mas real”, conclui.

Consenso Mas se Peluso atacou a democracia, o consenso negativo tem sido construído em torno da imagem de Battisti. Condenado à revelia por quatro homicídios cometidos na década de 1970, o ex-militante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) fugiu da Itália ainda naquela época. Passou por México, França e ancorou no Brasil, em 2004, onde foi preso em 2007. Atualmente ele se encontra na penitenciária da Papuda, em Brasília.

O senador Eduardo Suplicy esteve na Papuda no dia 11 mas, antes de visitar o italiano, fez questão de pontuar os argumentos que reforçam, segundo ele, o acerto de Lula e reforçam a defesa do italiano. “Quando se compreende que o julgamento foi feito na sua ausência, que os documentos utilizados para a designação dos procuradores que o defenderam foram falseados, que não houve qualquer testemunha a não ser os que o acusaram utilizando da delação premiada para conseguir a própria liberdade; então, se compreenderá melhor a decisão do presidente Lula”, enumera.

Lula não foi “bonzinho”, apenas exerceu suas atribuições como presidente. Além de respeitar o que fora decidido em votação pelo próprio STF, observou o Tratado Brasil-Itália, assinado em Roma em outubro de 1989. De acordo com o documento, proíbe-se a extradição quando existem motivos que apontam para uma possível perseguição do requerido.

Este também deve permanecer no país de refúgio, segundo consta o Tratado, quando “tiver sido ou vier a ser” submetido a um processo sem direito de defesa. Justamente o que ocorreu com Battisti; ausente do julgamento que o condenou à prisão perpétua.

A extradição também violaria os direitos humanos do réu devido a condições de brutalidade das prisões italianas e a não garantiria de proteção ao réu contra perseguições. Em tempo. De acordo com Carlos Lungarzo, os carcereiros italianos pertencem a uma federação de sindicatos de alcance nacional que várias vezes declarou seu desejo de “acertar contas” com o escritor.

Por fim, Peluso determinou que todos os pedidos relativos ao processo fossem encaminhados para o relator Gilmar Mendes, que deverá levar o assunto ao plenário do Tribunal em 2 de fevereiro, data da primeira sessão do ano. Segundo a advogada do escritor italiano, Renata Saraiva, a defesa estuda o melhor procedimento a ser tomado dentro de um “momento próprio.”

Documentos falsos

A historiadora, arqueóloga e romancista francesa Fred Vargas, revelou que as procurações utilizadas pelos advogados italianos de Battisti, no processo de 1982 até 1990, no qual foi condenado a prisão perpétua, foram falsificadas.

Segundo o membro da Anistia Internacional e professor aposentado da Unicamp, Carlos Lungarzo, alguém usou uma antiga procuração verdadeira de Battisti (que ele tinha dado aos advogados em 1979), e a calcou sobre duas folhas em branco. O objetivo disto era fingir que Battisti tinha dado procuração aos advogados. “A falsificação das procurações fecharam todo caminho para que Battisti pudesse exigir um novo julgamento da Corte Europeia”, aponta Lungarzo

Eduardo Sales de Lima é Jornalista - Jornal Brasil de Fato

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

BBB-11: A ética pelo ralo

Por Washington Araújo, em Carta Maior

No dia 11/1/2011 a TV Globo levou ao ar seu programa de maior audiência no verão brasileiro: Big Brother Brasil 11. Sucesso de público, sucesso de marketing, sucesso financeiro, sempre na casa dos milhões de reais. Fracasso ético, fracasso de cidadania, fracasso de respeito aos direitos humanos fundamentais.

O prêmio será de R$ 1,5 milhão para o vencedor. O segundo e terceiro lugares levam, respectivamente, R$ 150 mil e R$ 50 mil. As inscrições para a próxima edição do BBB já estão encerradas. Ao todo, nas dez edições, foram 140 participantes. E já foram entregues mais de R$ 8,5 milhões em prêmios. Balanço raquítico, tanto numérico quanto financeiro para seus participantes, para um programa que se especializou em degradar a condição humana.

Aos 11 anos de existência, roubando sempre 25% do ano (janeiro a março) e agora entrando na puberdade como se humano fosse, o BBB começa anunciando que passará por mudanças na edição 2011. Se você pensou que as mudanças seriam para melhorar o que não tem como ser melhorado se enganou redondamente. O formato será sempre o mesmo, consagrado pelo público e pelos anunciantes: invasão de privacidade com a venda de corpos quase sempre sarados, bronzeados e bem torneados e com a exposição de mentes vazias a abrigar ideias que trafegam entre a futilidade e a galeria de preconceitos contra negros, pobres, analfabetos funcionais.

Após dez anos seguidos, sabemos que a receita do reality show inclui em sua base de sustentação as antivirtudes da mentira, da deslealdade, dos conluios e... da cafajestagem. Aos poucos, todos irão se despir de sua condição humana tão logo um deles diga que "isto aqui é um jogo". Outros ensaiarão frases pretensamente fincadas na moral: "Mas nem tudo vou fazer para ganhar esse jogo."

Como miquinhos amestrados, os participantes estarão ali para serem desrespeitados, não poucas vezes humilhados e muitas vezes objeto de escárnio e lições filosóficas extraídas de diferentes placas de caminhões e compartilhadas quase diariamente pelo jornalista Pedro Bial, ao que parece, senhor absoluto do reality show. Não faltarão "provas" grotescas, como colocar uma participante para botar ovo a cada trinta minutos; outra para latir ou miar a cada hora cheia; algum outro para passar 24 horas de sua vida fantasiado de bailarina ou para pular e coaxar como sapo sempre que for ativado determinado sinal acústico. O domador, que terá como chicote sua lábia de ocasião ou nalgumas vezes sua língua afiada, continuará sendo Pedro Bial que, a meu ver, representa um claro sinal de como as engrenagens que movem a televisão guardam estreita semelhança com aqueles velhos moedores de carne.

O último a sair da jaula

É inegável que Bial é talentoso. É inegável que passou parte de sua vida tendo páginas de livros ao alcance das mãos e dos olhos. É inegável também que parece inconsciente dos prejuízos éticos e morais que haverá de carregar vida afora. Isto porque a cada nova edição do reality mais se plasmam os nomes BBB e Pedro Bial. E será difícil ao ouvir um não lembrar imediatamente o outro. Porque lançamos aqui nosso nome, que poderá ter vida fugaz de cigarra ou ecoará pela eternidade. Imagino, daqui a uns 25 anos, em 2035, quando um descendente deste Pedro for reconhecido como bisneto daquele homem engraçado que fazia o Big Brother no Brasil. E os milhares de vídeos armazenados virtualmente no YouTube darão conta de ilustrar as gerações do porvir.

E, no entanto, essas quase duas dezenas de jovens estarão ali para ganhar fama instantânea, como se estivessem acondicionados naqueles pacotinhos de sopa da marca Miojo. Imagino cada um deles a envergar letreiro imaginário a nos dizer com a tristeza possível que "Coloco à venda meu corpo sem alma, meu coração quebrado e minha inteligência esgotada; vendo tudo isso muito barato porque vejo que há muita oferta no mercado". E teremos aquele interminável desfile de senso comum. Afinal, serão 90 dias de vida desperdiçada, ou melhor, de vida em que a principal atividade humana será jogar conversa fora. O que dá no mesmo. E não será o senso comum exatamente aquele conjunto de preconceitos adquiridos antes de completarmos 15 anos de vida?

Friederich Nietzsche (1844-1900) parecia ter o dom da premonição. É que o filósofo alemão se antecipava muito quando se tratava de projetar ideias sobre a condição humana. É dele esta percepção: "O macaco é um animal demasiado simpático para que o homem descenda dele". Isto porque Nietzsche foi poupado de atrações quase sérias e semi-circenses, como o BBB. No picadeiro, o macaco é aplaudido por sua imitação do humano: se equilibra e passeia de triciclo e de bicicleta, se veste de gente, com casaca e gravata, sabe usar vaso sanitário, descasca alimentos. No picadeiro do BBB, os seres humanos são aplaudidos por se mostrarem intolerantes uns com os outros, se vestem de papagaios, ladram, miam, coaxam, zumbem – e tudo como se animais fossem. Chegam a botar ovo em momento predeterminado. Se vestem de esponja e se encharcam de detergente a limpar pratos descomunais noite afora.

Em sua imitação de animal, o humano que se sobressai no BBB é aquele que consegue ficar engaiolado – digo, literalmente engaiolado – junto com outros bípedes não emplumados – por grande quantidade de horas. E sem poder satisfazer as necessidades humanas básicas, muitas vezes tendo que ficar em uma mesma posição, como seriemas destreinadas. E são os únicos animais que demonstram imensa felicidade em permanecer por mais tempo na gaiola. Não lhes jogam bananas nem pipocas, mas quem for o último a sair da jaula semi-humana ganha uma prenda. Pode ser um passeio de helicóptero, pode ser um carro, pode ser uma noite na Marquês de Sapucaí.

Heidegger reconheceria

O leitor atento deve ter percebido que em algum momento deste texto mencionei que o BBB 11 terá mudanças. Nem vou me dar ao trabalho de editar. Eis o que copiei do site G1:

"Boninho, diretor do BBB, falou em seu Twitter nesta quarta-feira, 24/11, sobre a nova edição do programa, a 11ª, que estreará em janeiro de 2011. E ele adianta que, desta vez, as coisas vão mudar. ‘Esse ano tudo vai ser diferente... Nada é proibido no BBB, pode fazer o que quiser’, postou Boninho em seu microblog. Questionado sobre o que estaria liberado no confinamento que não estava em edições anteriores, ele respondeu: ‘Esse ano... liberado! Vai valer tudo, até porrada’. Boninho também comentou sobre as bebidas no reality show: ‘Acabou o ice no BBB... Vai ser power... chega de bebida de criança’, escreveu."

Não terá chegado a hora de o portentoso império Globo de comunicação negociar com o governo italiano a cessão do Coliseu romano para parte das locações, ao menos aquelas em que murros e safanões, sob efeito de álcool ou não, certamente ocorrerão? E como nada compreendo de Heidegger, só me resta dizer que ao longo de toda sua vida madura Heidegger esteve obcecado pela possibilidade de haver um sentido básico do verbo "ser" que estaria por trás de sua variedade de usos. E são recorrentes suas concepções quanto ao que existe, o estudo do que é, do que existe: a questão do Ser (i.e. uma Ontologia) dependente dos filósofos antes de Sócrates, da filosofia de Platão e de Aristóteles e dos Gnósticos.

Quem sabe tivesse assistido uma única noite do BBB – caso o formato da Endemol estivesse em cena antes de 1976 –, o filósofo, por muitos cultuado, não apenas teria uma confirmação segura de que não valia mesmo a pena publicar o segundo volume de sua obra principal, O Ser e o Tempo, como também haveria de reconhecer a inexistência de algo anterior ao ser. Mas, com certeza, se fartaria com a miríade de usos dados ao verbo "ser".

Fonte:http://sepenuceosaogoncalo4.ning.com/forum/topic/show?id=3451330%3ATopic%3A12136&xgs=1&xg_source=msg_share_topic

domingo, 16 de janeiro de 2011

Vergonha: enquanto capitalistas lucram milhões, trabalhadores têm apenas R$ 35 de aumento no salário

Por Movimento Luta de Classes.

Após uma sessão relâmpago no final do ano 2010, os parlamentares aumentaram os seus salários em 62%, a medida entra em vigor no dia 1º de fevereiro de 2011. Em média, os salários dosparlamentares tiveram um acréscimo de dez mil reais. Após aprovarem a adição desta “humilde” bagatela nos seus salários, estes mesmos senhores decidiram aprovar a proposta do governo federal e fixaram o aumento do salário mínimo em apenas 5,9%. Com este reajuste, o salário mínimo passou de R$ 510 para R$ 540,ou seja, um aumento insignificante de R$ 30.

O resultado disto foi um profundo sentimento de indignação da população brasileira. De fato, não é justo que um parlamentar receba um reajuste salarial de R$ 10 mil e o trabalhador que vive de salário mínimo tenha um aumento de apenas R$ 30. Esta situação só piora a imagem do parlamento no Brasil, que já é marcado por escândalos de corrupção,mas demonstra a verdadeira face do estado burguês: defender os interesses doscapitalistas.

É importante deixar claro, que esta proposta de aumento do salário mínimo foi de Lula, do PT, que sancionou este reajuste antes de deixar o governo. A alegação do governo federal é que uma proposta de reajuste do salário mínimo maior que a apresentada iria causar grandes danos nas contas públicas.O interessante é que na opinião do governo o aumento abusivo dos salários dos parlamentares não causa danos nas contas públicas, mesmo representando um gasto de R$ 64 milhões a mais nas contas públicas.

Segundo dados do Dieese(Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos), o Índice do Custo de Vida - ICV aumentou fortemente no Brasil no ano de 2010. Os gastos com alimentação subiram 11,95%, habitação 6,68%, educação 5,48%, saúde 5,45%, despesas pessoais 4,75% e transporte 4,25%. Mas como vemos, não parece que o governo federal e os parlamentares estão interessados em oferecer aos trabalhadores um salário que lhes permita ter uma vida digna.

O interessante é que já no seu primeiro discurso, após a vitória eleitoral, Dilma Roussef, do PT, anunciou que pretende acabar com a miséria no Brasil. Diante da indignação popular com o irrisório reajuste do salário, Dilma Roussef resolveu tomar uma “atitude”: Anunciou que a partir de fevereiro o salário mínimo terá um novo aumento, deixará de ser R$ 540 e passará a ser R$ 545. Esta foi à primeira “grande” medida de Dilma como presidenta do país, aumentar o salário em 5R$. Realmente beira o ridículo.

Assim tem sido o governo do PT: uma no ferro dez na ferradura; um para deus, dez para o diabo. Em outras palavras, migalhas para os trabalhadores e superlucros para os capitalistas. A realidade é que se o PT quisesse realmente melhorar as condições de vida do povo brasileiro pagaria o salário mínimo que o DIEESE propõe que é de R$ 2, 227,53, que segundo estudos da seria o valor necessário para garantir o sustento de um cidadão e sua família no Brasil.

Aliás, Lula em suas campanhas sempre defendeu o salário mínimo apresentado pelo DIEESE, porém, abandonou esta proposta em 2002 para demonstrar sua capacidade de administrar o capitalismo. Para se ter uma idéia, segundo dados da consultoria Economática, o lucro dos bancos no Brasil nos últimos oito anos chegaram a 420%, enquanto o salário mínimo teve um reajuste de apenas 53% no mesmo período. Inclusive, esta tímida valorização no salário evitou danos ainda maiores da crise mundial do capitalismo.

Infelizmente, as centrais sindicais não fazem grande pressão para mudar esta realidade e apresentam uma proposta salarial de R$ 580. Uma proposta medíocre, tendo em vista o potencial de mobilização que tem a classe trabalhadora brasileira, como demonstra o recorde de greves realizadas nos últimos dois anos. Na prática, a posição das centrais sindicais não passa de mera encenação, pois até agora não fizeram grandes esforços para defenderem a proposta de R$ 580 e não querem ter uma posição de enfrentamento com o governo.

Apesar da vitória sobre José Serra, candidato da extrema direita na eleição presidencial, o PT está longe de representar e defender em seu governo os verdadeiros interesses da classe trabalhadora. Os próximos anos serão difíceis, a crise econômica se alastra. A presidenta do Brasil e Guido Mantega, ministro da economia, já anunciam uma política de austeridade. Retirada de direitos e reforma na legislação trabalhista certamente serão apresentados muito em breve. Este vergonhoso reajuste do salário mínimo não é àtoa. O governo precisa retirar dos trabalhadores para salvar os capitalistas durante a crise que se aproxima. É hora de nos prepararmos para a guerra, estamos vivendo a primeira batalha e defender um salário digno é nosso dever.



http://www.movimentolutadeclasses.org/index.php/colunas/entrelinhaspolitica/117-vergonha-enquanto-capitalistas-lucram-milhoes-trabalhadores-tem-apenas-r-35-de-aumento-no-salario

sábado, 15 de janeiro de 2011

Eu também concordo com a troca. E você?

Por um Professor de Física de uma cidade do interior da Bahia.



"No futebol, o Brasil ficou entre os 8 melhores do mundo e todos estão tristes.
Na educação é o 85º e ninguém reclama..."


EU APOIO ESTA TROCA

TROQUE 01 PARLAMENTAR POR 344 PROFESSORES


O salário de 344 professores que ensinam = ao de 1 parlamentar que rouba


Essa é uma campanha que vale a pena!


Repasso com solidária revolta!

Prezado amigo!

Sou professor de Física, de ensino médio de uma escola pública em uma cidade do interior da Bahia e gostaria de expor a você o meu salário bruto mensal: R$650,00

Eu fico com vergonha até de dizer, mas meu salário é R$650,00. Isso mesmo! E olha que eu ganho mais que outros colegas de profissão que não possuem um curso superior como eu e recebem minguados R$440,00. Será que alguém acha que, com um salário assim, a rede de ensino poderá contar com professores competentes e dispostos a ensinar? Não querendo generalizar, pois ainda existem bons professores lecionando, atualmente a regra é essa: O professor faz de conta que dá aula, o aluno faz de conta que aprende, o Governo faz de conta que paga e a escola aprova o aluno mal preparado. Incrível, mas é a pura verdade! Sinceramente, eu leciono porque sou um idealista e atualmente vejo a profissão como um trabalho social. Mas nessa semana, o soco que tomei na boca do estomago do meu idealismo foi duro!

Descobri que um parlamentar brasileiro custa para o país R$10,2 milhões por ano... São os parlamentares mais caros do mundo. O minuto trabalhado aqui custa ao contribuinte R$11.545.

Na Itália, são gastos com parlamentares R$3,9 milhões, na França, pouco mais de R$2,8 milhões, na Espanha, cada parlamentar custa por ano R$850 mil e na vizinha Argentina R$1,3 milhões.


Trocando em miúdos, um parlamentar custa ao país, por baixo, 688 professores com curso superior !


Diante dos fatos, gostaria muito, amigo, que você divulgasse minha campanha, na qual o lema será:

'TROQUE UM PARLAMENTAR POR 344 PROFESSORES'.

Repassar esta mensagem é uma obrigação, é sinal de patriotismo, pois a vergonha que atualmente impera em nossa política está desmotivando o nosso povo e arruinando o nosso querido Brasil.

É o mínimo que nós, patriotas, podemos fazer.




E eu estou repassando(Ninféia G)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Revolução cubana dá samba no carnaval de Florianopolis

Mostrar ao Brasil e ao mundo uma Cuba livre de preconceitos, descortinando sua história, cultura e conquistas sociais. Esse é o objetivo da escola samba de Florianópolis, União da Ilha da Magia. Por defender que o Carnaval é não apenas beleza e diversão, mas também informação e momento oportuno para questionamentos, a agremiação desfilará na Festa de Momo com o enredo "Cuba sim! Em nome da verdade". É a primeira vez que a revolução cubana será homenageada numa passarela do samba

A ideia é aproveitar os 52 anos da revolução cubana, em 2011, e os festejos pelo bicentenário das independências na América do Sul, iniciados em 2010, para exaltar a luta da ilha pela liberdade.


A mais nova escola de samba de Florianópolis, que vai para o seu terceiro ano de desfiles, associa o tema escolhido à função que avalia ser a mais importante em uma agremiação, a de trabalhar a questão da cidadania. Nesse sentido, quer questionar no Carnaval: "qual o preço da liberdade?"


"Este enredo quer mostrar a saga de um povo que sonhou revolução e lutou para conquistar sua independência. A fibra de pessoas simples, alegres, cheias de sonhos e desejos que valorizam o social, o trabalho, a educação, a cultura e o esporte. Um lugar onde se vive sem miséria ou fome e que mantém acesa a chama dos ideais de liberdade, mesmo com todo o sofrimento do bloqueio que lhes é imposto pela “nação” à qual eles tiveram a ousadia de dizer não", diz a sinopse do enredo.

A União da Ilha da Magia, que já está realizando ensaios todas as sextas e domingo na Praça Bento Silvério, em Lagoa da Conceição, lembra no sambaos heróis da ilha, José Martí, Che Guevara e Fidel Castro. Destaca as conquistas de Cuba, mas também não deixa de mencionar os prejuízos do bloqueio norte-americano: "Um preço a pagar, não vou negar/ Mas a comunidade em primeiro lugar", diz a letra da música.

Para preparar o desfile, os diretores da escola, que em 2010 tornou-se vice-campeã, estiveram em Cuba colhendo informações. Se encantaram com o país e se convenceram do tema. Chegaram a convidar uma das filhas de Che Guevara, a médica cubana Aleida Guevara, para a festa.

De acordo com o carnavalesco da escola, Jaime Cezário, o enredo será dividido em quatro setores, quatro alegorias e uma média de 18 alas. A história da ilha está presente nos vários elementos do desfile. As fantasias remetem desde à ditadura e à dominação do Tio Sam, até à nacionalização das empresas estrangeiras, aos tradicionais charutos cubanos e ao culto na Santeria.

"Aproveitando essa data mágica (do bicentenário), quando muitos países irmãos começaram a sonhar em ser livres de dominadores estrangeiros, encontramos um em especial, Cuba, que nos dias de hoje ainda é notícia por seus ideais de liberdade, lutas e conquistas sociais, assim como pelo preço que paga por querer administrar suas terras sem influência de nenhuma potência estrangeira, principalmente da maior delas, os Estados Unidos da América, que além de vizinho, sempre sonhou em fazê-la um paraíso de ricos e milionários", diz a escola.

Veja abaixo o resumo do enredo, que tenta clarear um pouco da visão embaçada que muitos têm sobre Cuba. E, ao final, a letra do samba enredo.


SINOPSE DO ENREDO

Cuba sim! Em nome da verdade
O desejo de liberdade ocasiona histórias admiráveis de homens e nações que sonham em ser livres para conquistar uma sociedade mais equilibrada e justa, sem tantas diferenças entre as classes sociais, onde quase sempre, o povo faz parte da classe dos miseráveis e os que detêm o poder, a dos ricos.

Num cenário como esse, nasceu na ilha de Cuba, no final do século XIX, um poeta que sonhou com liberdade, e através de suas idéias de uma sociedade mais justa, usou a literatura como uma flecha certeira para atingir mortalmente o “poder” que estava sempre alheio aos interesses populares, e iniciar o processo que levará o povo, anos mais tarde, a administrar seu próprio destino: José Martí

“A liberdade custa muito caro e temos ou de nos resignarmos a viver sem ela ou de nos decidirmos a pagar o seu preço.” José Martí

O poeta fundará o Partido Revolucionário Cubano, plantando sementes importantes no coração do povo, mas que num primeiro instante não consegue atingir seu principal objetivo: um governo livre de interesse de forças estrangeiras. Cuba liberta-se da dominação espanhola, mas obtém essa liberdade com a ajuda dos Estados Unidos da América, seu vizinho mais próximo que sorrateiramente se envolve na guerra pela independência contra Espanha. A independência é conquistada, mas a liberdade lhes é roubada.

Os americanos camuflam atrás dessa nobre atitude, interesses em transformar a ilha de Cuba num grande paraíso para suas empresas e milionários. Começam a apoiar ditadores que sorriem para seus interesses, mas não se preocupam com o bem-estar da população. Cuba se torna a menina dos olhos do Tio Sam, chegando ao ponto de Havana, sua capital, tornar-se o destino mais requintado das Américas e do mundo nos anos 40 e 50, ditando modas e modismos.

“Quem não se sentir ofendido com a ofensa feita a outros homens, quem não sentir na face a queimadura da bofetada dada noutra face, seja qual for a sua cor, não é digno de ser homem” José Martí

O país que se torna destino mais requintado dos anos 40 e 50, paraíso de ricos e milionários, possui uma população que sofre com os desmandos do poder, vivendo em condições precárias nos centros urbanos, o mesmo acontecendo no campo, onde agricultores e camponeses sofrem com as condições de trabalho.

Um paraíso para poucos e um sofrimento para muitos. Este clima faz surgir no seio do povo o antigo sonho de conquistar um país de justiça social e livre de interferências, mas a ação impiedosa da ditadura tenta abafar esse clamor com mãos de ferro. A insatisfação só aumenta e nos meios estudantis um novo líder surge com idéias de lutar contra a tirania dos governantes e por uma nova sociedade cubana: Fidel Castro.
Os poderosos podem destruir uma, duas, até três rosas, mas jamais poderão deter a primavera.” Che Guevara

Em 1952 mais um golpe de estado fez tomar o poder o ditador Fugêncio Batista. Fugêncio governará com mãos de ferro e fará aumentar cada vez mais o desejo de mudanças. Fidel se destacará rapidamente entre os insatisfeitos, organizará a resistência contra a ditadura e fará movimentos para derrubá-la. Por essas tentativas, será perseguido, preso e exilado. No exílio no México, será apresentado ao médico argentino Che Guevara que se tornará o maior símbolo da revolução cubana.

Fidel organiza e lidera o movimento guerrilheiro 26 de Julho ou M26, em referência a tentativa de assaltar a maior prisao de presos politícos da ditadura em 26 de julho de 1953. A tentativa é um fracasso e os obrigam a se refugiar na Sierra Maestra. Os rebeldes lentamente se fortalecem, aumentando seu armamento e angariando apoio e o recrutamento de muitos camponeses, intelectuais, estudantes e trabalhadores urbanos insatisfeitos com o rumo da Nação. A luta se intesifica, e mesmo contando com o apoio americano, o ditador Fugêncio Batista é derrotado em 1959 e foge de Cuba.

“Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros.” Che Guevara
A vitória do grupo revolucionário surpreendeu o mundo, pois à época era inimaginável que um grupo de “sonhadores” derrotassem a grande potência econômica e militar. Mas os ideais revolucionários contagiaram o povo cubano. E as idéias e os sonhos venceram as armas.

“Sonha e serás livre de espírito... luta e serás livre na vida.”Che Guevara
A vitória da revolução faz surgir um governo de orientação socialista e uma das primeiras medidas do novo governo foi nacionalizar as empresas estrangeiras, inclusive as norte-americanas. Esta atitude desagrada o seu poderoso vizinho capitalista que corta relações diplomáticas, facilitando o alinhamento de Cuba com o seu mais temido rival, a União Soviética. Essa aproximação irá gerar muitas confusões diplomáticas, o que culminará no bloqueio vigente até os dias de hoje

“Os grandes só parecem grandes porque estamos ajoelhados!” Che Guevara

Apesar do bloqueio e de alguns problemas sociais encontrados pela revolução, as conquistas sociais foram contabilizadas. A maioria da população recebe energia elétrica e tem acesso à água potável e saneamento básico. Os que não são ainda donos de sua moradia pagam aluguéis simbólicos. A taxa de analfabetismo é praticamente zero, assim como a taxa de evasão escolar e o cubano tem acesso a um ensino – desde o fundamental ao universitário – de qualidade e totalmente gratuito. Mas, além de oferecer educação gratuita ao seu povo, o governo cubano acolhe estudantes de mais de 34 países latino-americanos, africanos e do caribe, tanto nos cursos universitários como nos cursos de mestrado e doutorado

“O conhecimento nos faz responsáveis.” Che Guevara

O sistema de seguridade social, cujos princípios são os da solidariedade, universalidade e integridade, é um dos mais abrangentes do mundo.

A assistência à saúde em Cuba é comparável aos países mais desenvolvidos. Segundo dispositivo constitucional, o cubano tem direito a prestação gratuita de serviços médicos, hospitalares e odontológicos.

Hoje, mesmo reconhecendo que o país passa por dificuldades econômicas e possui deficiências em alguns setores como as telecomunicações e transportes, os cubanos se orgulham da revolução e dos seus resultados, que vão mais longe do que as medalhas conquistadas nas olimpíadas e nos jogos pan-americanos. O cubano tem grande amor ao seu país e faz questão de registrar que mora no único país latino americano sem favelas.

“A melhor maneira de ser livre é ser culto.” José Martí

A economia cubana sofreu grande revezes. Com a nacionalização das empresas privadas e o bloqueio americano ficou contando apenas com o apoio da sua grande parceira comercial, a União Soviética que veio a desaparecer nos anos 90, deixando Cuba sem nenhum apoio internacional.

O produto de maior destaque na economia cubana é o açúcar, seguidos pelo tabaco (com destaque para os charutos cubanos que são valorizados no mundo inteiro), a extração do níquel, a pesca, a indústria farmacêutica e a biotecnologia. Na última década o governo vem priorizando o turismo que se tornou grande fonte de divisas e empregos. Os turistas vêm atraídos por suas maravilhosas praias de águas verdes cristalinas e o encantamento das suas cidades que mantêm o clima “retrô” dos anos 50.

“O importante não é justificar o erro, mas impedir que ele se repita.” Che Guevara

Na cultura, Cuba encanta por sua diversidade. A mistura do africano com o espanhol gerou uma riqueza cultural raramente vista. A música e a dança cubana rompem fronteiras desde o início do século XX, tornando-se conhecida mundialmente. Com a presença marcante na percussão da conga (tambor), destaca-se a rumba, a salsa, o bolero, o chá-chá-chá e a habanera.

Dois terços da população cubana é negra e mestiça. São descendentes de escravos africanos, que levaram para a Ilha suas tradições religiosas, que foram passadas para seus descendentes ao longo da história. O culto mais importante é a Santeria, que funde crenças católicas com a religião tradicional Iorubá. Inicialmente praticada por escravos, ganhou popularidade e se difundiu pelo seu caráter festivo, suas cerimônias e seus Orixás.

Ao longo de 400 anos, a cozinha cubana experimentou sabores que combinavam produtos e costumes de diferentes culturas. Não há como negar a importância da influência espanhola na culinária desta parte do Caribe, assim como o peso das sucessivas levas de escravos africanos. Um prato típico da cozinha tradicional cubana é moros y cristianos, “mouros e cristãos”, que é o arroz com feijão. Outro destaque fica por conta do rum cubano e seus drinks especialíssimos e muito apreciados como a Cuba Libre e o Mojito


A festa mais popular e animada da ilha de Cuba é o carnaval, com destaque para os de Havana e o de Santiago de Cuba. O carnaval é uma festa espontânea, com música ditada pelo ritmo das congas que são tambores artesanais. Uma música para ser sentida e vivida até o êxtase, um frenesi coletivo. No carnaval cubano o povo participa de diversas maneiras, nas comparsas (blocos), participam integrantes dos bairros e de organismos que se preparam com muito interesse durante o ano todo na confecção de fantasias e de alegorias.

No final dos anos 30 surgiu em Havana, a casa de espetáculos que iria ditar, nos anos 40 e 50, um novo conceito de apresentação de grandes shows, que vai ser imitado por todos: O Cabaré Tropicana. No seu palco os maiores artistas internacionais se apresentaram, dentre essas estrelas, Carmem Miranda.
“Uma pitada de poesia é suficiente para perfumar um século inteiro!” José Martí

É claro que Cuba tem os seus problemas e não é nenhum paraíso socialista, ainda mais por conviver há cinco décadas com um bloqueio econômico. Entretanto, não podemos deixar de ressaltar e, por que não, admirar esse povo que transformou um país com grande índice de analfabetos e miséria em uma nação que hoje é referência mundial nas artes, nos esportes, na medicina, entre outras áreas, e respeitada pela defesa intransigente de sua soberania e que, apesar de todas as dificuldades, não capitulou e permanece firme em seus ideais revolucionários.

Após os avanços e conquistas sociais alcançados nessas últimas cinco décadas, o povo cubano nunca mais será submisso a qualquer interesse externo, tão pouco abrirá mão dessas conquistas, pois os alicerces sociais estão fincados. Um povo alfabetizado e consciente politicamente não se dobra à força das armas, mas sim à dos ideais.

“Endurecer sem perder a ternura!” Che Guevara

Em 2011, Cuba comemora 52 anos da Revolução. Aproveitando esta oportunidade, é importante exaltar a luta do povo cubano pela liberdade. Existe uma Cuba que poucos conhecem, e quando descobrem sua cultura, seu povo e principalmente suas conquistas sociais, se encantam. Por este motivo nós, da Escola de Samba União da Ilha da Magia, escolhemos este enredo para o nosso carnaval. Desejamos mostrar ao Brasil e ao mundo que Cuba precisa ser vista com um olhar livre de preconceitos!

Cuba sim! Em nome da verdade.
Jaime Cezário
Carnavalesco

Veja abaixo a letra do samba de enredo:

Cuba sim! Em nome da verdade

Compositores: Júlio Maestri e Vinícius da Imperatriz

Uma forte emoção,
No meu coração...
Liberdade!
Eu sou União
A voz de um povo pela igualdade

Sonhos... de um poeta ecoam no ar
Cuba... o desejo de se libertar
Conquistou a independência
Do Tio Sam sofreu influência
Momentos de luta estão na memória
Fidel e Che fizeram história
Me levam na busca por um ideal
Que vai embalar, nosso carnaval!

Guerreiros unidos na Revolução
Pelo bem de uma Nação
Um preço a pagar, não vou negar
Mas a Comunidade em primeiro lugar

Os sonhos se tornam verdade
Trazendo pra muitos a felicidade
Com saúde, educação
A base pra um cidadão
Esporte, cultura, na arte... mistura
Riqueza, o Mundo se encantou
No Cabaré Tropicana,
Carmem Miranda deu um show!
Ilha de pura Magia
Vem sambar...
Verde, Branco e Ouro
Na Avenida vai brilhar


Fonte:http://rubro.paginaoficial.ws/noticia.php?id_noticia=145015&id_secao=11

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Brasil terá laboratório em alto-mar para garantir direitos

Por: Helena ™ . Segunda-feira, Janeiro 10, 2011

O Brasil tem uma ambiciosa proposta de fincar um laboratório oceanográfico na mais remota fronteira marítima do país e, com isso, garantir o domínio territorial sobre uma área em que as riquezas naturais escondidas vão além do petróleo na camada do pré-sal. No limite da plataforma continental, a 350 milhas náuticas (648 quilômetros) da costa, o potencial de reservas minerais é imensurável

Com a implantação de um centro de pesquisas em alto-mar e o investimento em satélites, embarcações de patrulhamento e submarinos, a estratégia que vem sendo esboçada reservadamente pelo governo Dilma Rousseff é no sentido de afastar investidas de estrangeiros, como americanos, russos, alemães e japoneses, nos cobiçados mares do Atlântico Sul.

O instrumento de pesquisa, cujo projeto envolve os ministérios da Defesa, da Ciência e Tecnologia, do Meio Ambiente e investidores privados brasileiros, passará a ser usado para marcar a presença do Brasil dentro e fora das 200 milhas (370 quilômetros) hoje delimitadas. É o mesmo espírito que move a ocupação de pesquisadores do minúsculo arquipélago de São Pedro e São Paulo, a 1.010 quilômetros de Natal (RN). Os cientistas atualmente se revezam a cada 15 dias no arquipélago.

A localização e o projeto da plataforma fixa que dará suporte ao laboratório ainda estão em fase de elaboração. A determinação de custos e de prazo para a construção do equipamento é a próxima etapa, e a ideia é formalizar um consórcio com a participação do governo, da Petrobras e de parceiros da industrial nacional para custear o projeto. Além das pesquisas direcionadas à segurança ambiental, ao desenvolvimento de tecnologia naval e à biotecnologia, já há entendimento para que o laboratório tenha um observatório submarino, cujas imagens estariam disponíveis ao público pela internet.

Exploração brasileira tem respaldo das Nações Unidas

No limite de 200 milhas mar a dentro, entra na pauta de prioridades a descoberta de petróleo no pré-sal. Os mais preocupados citam a volta da Quarta Frota dos Estados Unidos, país atento ao fortalecimento de uma frota militar na região. Um oficial da Marinha lembra a "incrível coincidência" entre o anúncio do petróleo na camada pré-sal e a decisão dos americanos de deslocar para o Caribe a Quarta Frota - divisão da Marinha americana responsável por operações no Atlântico Sul.

O faturamento potencial das reservas do pré-sal, considerando as atuais estimativas de 40 bilhões de barris, com o preço médio unitário de US$100, alcançaria US$4 trilhões. A ideia, segundo revelou ao GLOBO alto funcionário do governo, é "cravar os pés brasileiros" em um eldorado cuja soberania nacional pode ser questionada no futuro. A autoridade lembra que, nos limites oceânicos, prevalece a ocupação permanente para fins de domínio territorial.

Vamos pegar o limite da área de disputa, antes de outros. Eles vêm aqui com a Quarta Frota e nós vamos com o laboratório marítimo, muito mais simpático - afirma.

O Brasil já conquistou, junto às Nações Unidas, respaldo para explorar científica e comercialmente uma vasta área oceânica, que alcança 350 milhas náuticas, entre a fronteira com a Guiana Francesa e a divisa com o Uruguai. E disputa outros três trechos estratégicos, um ao sul e outro ao norte das reservas do pré-sal, inclusive na ainda misteriosa costa do extremo sul do país. O terceiro ponto segue em direção ao Mar do Caribe.

A questão é que, quando o pré-sal estiver a pleno vapor, o Brasil estará entre os maiores fornecedores de petróleo do mundo, podendo chegar ao nível do Oriente Médio. Passará também a ser um ator relevante no setor de energia. Assim, exercerá influência sobre as nações produtoras e terá de negociar pesadamente com os grandes consumidores, onde se inserem os americanos.

- Estamos trabalhando sobre um cenário de 30, 40 anos. Nossa preocupação, no caso do pré-sal, não é com uma ameaça imediata. Não importa o que aconteça no futuro, temos de estar preparados para a adversidade - esclareceu uma fonte da área militar.

Em outra frente, o Brasil se prepara para disputar novos espaços para entrar firme em mineração no solo oceânico, na área fora do pré-sal e após as 200 milhas, entre a África e a América do Sul. As Nações Unidas trabalham em uma normatização para a exploração dos solos marinhos na faixa entre os dois continentes, hoje ocupada por embarcações da Rússia, do Japão e da Alemanha.

- A América do Sul e a África podem interferir nas decisões da ONU sobre o Atlântico Sul - diz essa fonte.

Um das preocupações é que, com a autorização dada aos países para explorar minérios, serão montadas estruturas no caminho das rotas marítimas comerciais brasileiras, o que provocará aumento de custo e obrigará navios a desviarem o curso. Mais um item a encarecer o frete.

- O Atlântico Sul é a região do oceano menos estudada do planeta e 92% do nosso comércio exterior passam por lá. Essa base científica é fundamental e vale a pena, não importa o custo - avalia Jorge Ramalho, especialista em relações internacionais da Universidade de Brasília (UnB).

Plataforma será patrulhada por submarino nuclear

No ano passado, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, iniciou uma ofensiva junto aos países da Costa Oeste da África, para que seja deslanchada uma ação conjunta que beneficie os dois continentes na negociação no âmbito da ONU. Jobim ofereceu a Marinha brasileira para ajudar os africanos a mapearem sua plataforma continental e estabelecer seus próprios limites.

Para assegurar o controle da plataforma brasileira, serão usados um submarino convencional e um submarino nuclear, que pode ficar meses submerso com uma velocidade maior. Também serão comprados mais navios de patrulha oceânica e construído um sistema de satélite para monitorar a chamada Amazônia Azul.






Fonte:
http://osamigosdapresidentedilma.blogspot.com/

domingo, 9 de janeiro de 2011

Nova arbitrariedade:Peluso prolonga sequestro de Battisti

"Quem assistiu a posse da Presidente , no dia 1° de janeiro, deve ter prestado atenção(eu prestei) na fisionomia carrancuda, nada agradável, demonstrando que não estava à vontade, do Presidente do STF, Cezar Peluso. Naturalmente que não estava à vontade pois na véspera,dia 31 de Dezembro, o então Presidente Lula havia dado a palavra final no Caso Battisti, ou seja, não permitindo a sua extradição!! Logicamente, contrariando o pensamento do Dr.Peluso cujo desejo era mandar o escritor e ativista italiano de volta ao seu país para ser trucidado pelos opressores.Recebi um artigo muito bom sobre esse caso Batistti x Peluso que posto aqui pois considero bastante informativo e esclarecedor."(Ninféia G)


"Cezar Peluso e Gilmar Mendes tudo têm feito para, solapando a autoridade presidencial, criarem um confronto de Poderes que causaria grave perigo para a democracia brasileira."
Por Celso Lungaretti.



A decisão tomada nesta 5ª feira (06/01) pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, de manter o escritor italiano Cesare Battisti sob detenção ilegal (portanto, sequestro) como o último prisioneiro político de um país que se supunha ter abolido definitivamente tal infâmia ao final da ditadura de 1964/85, é o que o grande jurista Dalmo de Abreu Dallari afirmou ser (vide íntegra aqui): o recurso "a artifícios jurídicos formais para a imposição de sua vocação arbitrária".

Tudo que havia a ser dito sobre o assunto, o professor emérito da Faculdade de Direito da USP e professor catedrático da Unesco já disse:
"[a prisão de Battisti] foi determinada com o caráter de prisão preventiva, devendo perdurar até que o presidente da República desse a palavra final, concedendo ou negando a extradição. E isso acaba de ocorrer, com a decisão de negar atendimento ao pedido de extradição. Em consequência, a prisão preventiva de Cesare Battisti perdeu o objeto, não havendo qualquer fundamento jurídico para que ele continue preso".
Se é abusiva e -- vale repetirmos tantas vezes quantas forem necessárias para sacudir a omissão generalizada -- ARBITRÁRIA a continuidade do confinamento de Battisti, como refém do STF, pior ainda foi a argumentação de Peluso, suspeitíssimo ao tratar deste caso, pois, para o julgamento do pedido de extradição italiano, produziu o pior e mais tendencioso relatório de toda a História do Supremo, alinhando-se totalmente com uma parte contra a outra, postura mais adequada para chefe de torcida organizada de futebol do que para relator cuja missão é considerar de forma isenta e equilibrada os arrazoados dos dois lados.

Por um lado, na fundamentação por escrito, Peluso deu como pretexto para sua nova ARBITRARIEDADE a hipótese de que soltar Battisti seria "decepar competência do relator e do egrégio plenário". Prefere, obviamente, decepar a competência do presidente Lula e estuprar os direitos de Battisti...

Por outro, ao falar à imprensa, fez lobismo explícito contra o escritor e prejulgou o caso, o que deveria determinar seu imediato impedimento de nele prosseguir.
Contestando da forma mais imprópria e destrambelhada uma decisão presidencial cuja legalidade (avaliou Dallari) é simplesmente "inatacável", Peluso afirmou não ter encontrado "nenhum ato ou fato específico novo que pudesse representar com nitidez" a perspectiva de que Battisti será perseguido ou discriminado caso o despachem para a Itália, salvo "declarações colhidas aos jornais italianos".

E contrapôs-lhe o fato de, sonegando dos ministros do STF informações como a de que o serviço secreto italiano negociou com mercenários o assassinato de Battisti no exterior, tê-los induzido em 2009 à falsa conclusão de que haveria "absoluta ausência de prova de risco atual de perseguição política", bem como de algum "fato capaz de justificar receio atual de desrespeito às garantias constitucionais do condenado".

No próprio dia em que o presidente Lula deu a decisão definitiva do Estado brasileiro, negando de uma vez por todas o pedido de extradição italiano -- como antes já haviam feito, relativamente a outros ex-ativistas dos anos de chumbo mirados pela vendetta italiana, sete nações soberanas que se recusaram a acumpliciar-se com linchamentos mal disfarçados: Argentina, Canadá, França, Grã Bretanha, Grécia, Nicarágua e Suíça -- eu também já disse (vide íntegra aqui) tudo que havia para se dizer sobre a possível tentativa de Peluso, de desfechar "uma espécie de guerrilha judicial contra o Estado brasileiro":
"O Supremo já decidiu que cabe ao presidente da República o papel de última instância, respeitando os termos do tratado de extradição Brasil-Itália.
Foi o que Lula fez, utilizando argumentação cabível e consistente, como condutor que é da política externa brasileira e contando com as informações privilegiadas (muitas das quais sigilosas) de que dispõe exatamente por exercer tal função.

Se o STF se dispuser a esmiuçar os elementos de convicção de um presidente, este será obrigado a revelar aquilo que tem por obrigação guardar para si, o que poderá gerar graves transtornos e prejuízos para o Brasil, conflitos internacionais e até guerras.
Então, há um limite para a invasão das prerrogativas presidenciais por parte do STF. E este limite será ultrapassado se o Supremo se meter a destrinchar esta decisão do Executivo, respaldada num parecer tecnicamente inatacável da Advocacia Geral da União e que, ao próprio senso comum, evidencia-se como o chamado óbvio ululante.
Até o sujeito da esquina -- aquele personagem ao qual o ministro Gilmar Mendes se referiu como se fosse o cocô do cavalo do bandido -- percebe que Cesare Battisti não terá seus direitos respeitados na Itália.

É um país:
• que fechou os olhos a torturas e maus tratos durante os anos de chumbo;
• que fez, então, leis retroagirem para abarcar fatos ocorridos antes de sua promulgação.
• que admitiu estender prisões preventivas (ou seja, de meros suspeitos que ainda não haviam recebido sentença nenhuma) por mais de dez anos;
• que julgou réus ausentes, aceitando que fossem representados por advogados munidos de procurações forjadas e não voltando atrás quando a falsificação ficou indiscutivelmente provada;
• que tramou atentado pessoal contra Battisti e moveu-lhe uma campanha de difamação tão falaciosa quanto enormemente dispendiosa".
Enfim, Cezar Peluso e Gilmar Mendes tudo têm feito para, solapando a autoridade presidencial, criarem um confronto de Poderes que causaria grave perigo para a democracia brasileira.

Daí minha conclusão continuar sendo a mesma do dia 31, até porque a falação de Peluso veio ao encontro do meu alerta, tornando-o ainda mais necessário:
"... cabe a todos os cidadãos brasileiros avessos ao totalitarismo, imbuídos de espírito da justiça e ciosos da soberania nacional manter-se alerta contra o linchamento de Battisti e vigilantes contra essa nova forma de golpismo que habita os sonhos da direita inconformada com a hegemonia petista: a ditadura judicial".

Celso Lungaretti é Jornalista, Escritor e Ex-preso político
http://naufrago-da-utopia.blogspot.com

sábado, 8 de janeiro de 2011

Oliver Stone e a America Latina

Por FSMMG

Num momento em que o Brasil elege a Sra. Dilma Roussef como a primeira Presidenta da República em toda sua história, quebrando com isso preconceitos e tabus conservadores predominantes em nossa sociedade que é ainda machista; num momento em que no Uruguai foi eleito - tal como aconteceu com a Sra.Dilma - um ex-guerrilheiro como Presidente da Republica, o pequeno agricultor Sr. José Mujica; num momento em que a Sra. Cristina Kirchner poderá ser reeleita no próximo ano Presidenta da Argentina; num momento em que o Sr. Hugo Chávez radicaliza a revolução bolivariana da Venezuela rumo ao socialismo [UTF-8?]– nesse momento histórico para a América Latina e mundo, surge um dos documentários mais esperados do ano! Do aclamado diretor Oliver Stone estadunidense, "South of the Border" é certamente um filme que irá fazer despertar muita gente!
> >
> A imprensa latino-americana é por tradição alinhada com a norte americana. Se pensarmos que esses grupos na verdade fazem parte de oligarquias que não só atuam na midia, nas também nas grandes petroleiras, nas empresas farmacêuticas multinacionais, nos grandes bancos, etc. e que detém cerca de 80% de todos os canais de TV, das rádios, jornais e revistas do mundo ocidental, fica fácil saber o porquê desse alinhamento.
>
> > E não é difícil notar que tais grupos constantemente influenciam a opinião pública através de notícias plantadas, embasadas na idéia equivocada de que sempre estamos sendo ameaçados por alguma terrível nação ou ditador, que merecem, por isso, serem alvos de golpes de Estado e Guerras (caso típico da guerra contra o terrorismo desencadeada pelos Estados Unidos à nível mundial ou do medo de que as necessárias mudanças estruturais realizadas nos paises periféricos podem ameaçar o [UTF-8?]“establishiment [UTF-8?]neoliberalâ€�nos paises centrais.
>
> > Mas, nos últimos anos, a América do Sul mudou radicalmente a forma de ver seus governantes. Apesar de 95% da mídia tradicional massacrar diariamente os presidentes "desobedientes" em relação às políticas dos Estados Unidos, todos contando com enorme apoio popular, mas mesmo assim o povo está reagindo e por isso tais governantes continuam sendo eleitos ou reeleitos.
>
> > Provavelmente o mais desobediente de todos seja Hugo Chávez, e que por isso seja tão demonizado por quase toda a mídia internacional. Essa demonização é arquitetada atualmente pela Sra. Hillary Clinton digna representante do sionismo internacional que juntamente com seus aliados capitalistas Europeus Ocidentais estão substituindo à altura o renegado e odiado George W. Bush e seus aliados neoconservadores.
>
>
> > O documentário visa justamente quebrar alguns dos mitos criados pela mídia oligárquica, desmascararando as mentiras noticiadas frequentemente e trazendo uma mensagem de esperança para o surgimento de sociedades mais justas e equânimes. A Integração Latina Americana, está atualmente embasada no fortalecimento do MERCOSUL, da UNASUL (União das Nações da América do Sul), do BANSUL (Banco do Sul), da TELESUL, da ALBA (Aliança Bolivariana dos Povos das Américas) e da futura CELAC (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) onde os Estados Unidos e Canadá não participarão. Uma integração não meramente de retórica [UTF-8?]– mas extremamente prática e objetiva.
>
> Os endereços dos vídeos estão abaixo transcritos e foram divididos em 8 partes devido ao fato de que não podem ultrapassar certos limites de tempo quando reproduzidos no YouTube. (legendas em português)
>
> Saudações
>
> Jacob David Blinder
>
>
>
> DOCUMENTÁRIO: AO SUL DA FRONTEIRA - DE OLIVER STONE
>
>
> > http://www.youtube.com/watch?v=mZ4q8Zeg-3c - Parte 1
>
>
> http://www.youtube.com/watch?v=BDeNeavdpBg - Parte 2
>
>
> http://www.youtube.com/watch?v=RHCqHDYrQjo&feature=related - Parte 3
>
>
> http://www.youtube.com/watch?v=Iu8dhXUjfAM&feature=related - Parte 4
>
>
>
> http://www.youtube.com/watch?v=nhu4BY_OdCQ&feature=related - Parte 5
>
>
>
> http://www.youtube.com/watch?v=DnJP9ENN37A&feature=related - Parte 6
>
>
> http://www.youtube.com/watch?v=iSZrb9wnJdc&feature=related - Parte 7
>
>
> http://www.youtube.com/watch?v=lsTq5_A0bLI&feature=related - Parte 8
>
> Para nos é fundamental entender o que acontece na América Latina. Neste sentido, temos de estudar, ler e discutir sobre o tema. Mas, ao mesmo tempo precisamos ter instrumentos para contrapor a visão passada pela mídia. É claro que ela tem seus interesses político ideológico. Além obviamente, do preconceito próprio das elites que dominaram estes paises durante séculos. A visão do dirigente é de um homem, branco, de cabelos brancos, que fala o inglês, que veste Armani. Este é o modelo. O que foge disto, tem a oposição das elites e portanto, da mídia. Mas, o dirigente fica inaceitável quando, alem disto, não segue a cartilha ditada pelo capital financeiro, através dos organismos internacionais.

Para nós, torna-se necessário contrapor esta imagem. Neste sentido, o Documentário ao Sul da Fronteira, de Oliver Stone é importantíssimo.

Oliver Stone fez vários filmes premiados em vários festivais de cinema pelo mundo afora. O mais conhecido, é o Oscar que ele recebeu pelos filmes Platoon e Nascido em 4 de julho. Abaixo, filmes dirigidos por ele:



· 2010 - Ao Sul da Fronteira (South of the Border)

· 2010 - Wall Street - O Dinheiro Nunca Dorme
· 2008 - W. (W.)

· 2006 - As Torres Gêmeas (World Trade Center)

· 2004 - Alexandre (Alexander)

· 2003 - Comandante

· 1999 - Um Domingo Qualquer (Any Given Sunday)

· 1997 - Reviravolta (U-Turn)

· 1995 - Nixon (Nixon)

· 1994 - Assassinos por Natureza
· 1993 - Entre o Céu e a Terra (Heaven & Earth)

· 1991 - The Doors (The Doors)

· 1991 - JFK - A Pergunta Que Não Quer Calar (JFK)

· 1989 - Nascido em 4 de Julho (Born on the Fourth of July)

· 1988 - Talk Radio ((Talk Radio))

· 1987 - Wall Street - Poder e Cobiça (Wall Street)

· 1986 - Platoon (Platoon)

· 1986 - Salvador - O Martírio de um Povo (Salvador)

· 1981 - A Mão ((The Hand))

· 1979 - Mad Man of Martinique (Curta)

· 1974 - Seizure ((Seizure))

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Os direitos humanos e a Presidente.

Por Laerte Braga

É compreensível que Dilma Roussef queira uma posição clara e definida do
Brasil sobre direitos humanos em todo o mundo. Deve querer inclusive no
Brasil. A abertura dos arquivos da ditadura militar. Ela própria vítima da
boçalidade dos patriotas e redentores da pátria.

Por outro lado é incompreensível que a iraniana tenha sido condenada a morte
por crime de adultério e co-autoria na morte do marido. Que a pena de morte
se materialize num apedrejamento é a negação do caráter libertador da
revolução islâmica no Irã.

Há dias um preso foi executado num estado norte-americano com uma injeção
destinada a sacrificar animais doentes. Padeceu dezoito minutos de
insuficiência respiratória antes do óbito. A injeção letal estava em falta,
alguns dos seus componentes e um deles o anestésico, o analgésico.

É característica de uma sociedade doentia, a dos EUA.

As instruções divulgadas pela mídia sobre a determinação da presidente ao
ministro das Relações Exteriores para que não haja omissão de voto
brasileiro sobre esse tema, direitos humanos, no todo, em si, soam
imprecisas.

Como tratar o campo de concentração de Guantánamo? Prisioneiros sem culpa
formada, seqüestrados em seus países, tratados como animais?

Ou nas prisões do Iraque durante a guerra naquele país, agora no Afeganistão
e as condições bárbaras e cruéis que o estado fascista de Israel impõe a
presos palestinos?

Uma das exigências do governo do conglomerado terrorista EUA/ISRAEL
TERRORISMO S/A é que seus soldados e agentes não sejam submetidos ao
tribunal internacional que trata do tema, podendo, assim, praticar toda a
sorte de barbáries que praticam no mundo, aí está o WIKILEAKS a mostrar a
natureza hedionda da sociedade norte-americana.

A determinação da presidente se aplica apenas ao caso da iraniana, ou vai se
estender ao terrorismo de estado dos EUA e de ISRAEL?

E ao fazê-lo dá a sensação que no governo do ex-presidente Lula o assunto
era tratado com desdém, ou com omissão. Foi a ação do ex-ministro Celso
Amorim que evitou que Sakineh fosse apedrejada e esteja viva até hoje.

Quando de eventuais acordos entre Brasil e EUA o governo brasileiro não
aceitou a impunidade pretendida por norte-americanos para ações no Brasil,
exceto aquelas previstas no direito internacional e comuns a todos os
países. Os acordos não foram fechados.

A violência está inoculada no ser humano nos dias atuais. Virou de tal forma
uma situação banal que não espanta ninguém, pelo contrário.

Multidões acorrem aos cinemas para assistir a oficialização do esquadrão da
morte agora chamado de BOPE. BATALHÃO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS. Atua à margem
da lei e acaba sendo uma versão cabocla do serviço secreto inglês na versão
de Ian Fleming, naquele negócio de duplo zero. O direito de matar.

Há uma frase célebre de um policial que depois se descobriu corrupto,
elegeu-se deputado por conta disso, o tal Sivuca, que bandido bom é bandido
morto.

Que tal os direitos humanos das vitimas de Daniel Dantas nas suas trapaças?

Ou nos índios e camponeses desalojados por Ermírio de Moraes e suas empresas
no afã do tal progresso? Que progresso?

O que transforma um estado inteiro, o extinto Espírito Santo em um campo de
concentração de grandes grupos econômicos acobertados por autoridades e
garantidos por pistoleiros oficiais e não oficiais?

É preciso explicar melhor esse negócio de não se abster, de não se omitir na
questão dos direitos humanos.

Existem centenas de famílias de brasileiros esperando informações sobre o
paradeiro de seus entes desaparecidos nos quartéis da ditadura. Essa atitude
impositiva vai valer também para efeitos internos, ou só para estigmatizar o
Irã, fechando portas à própria condição de prisioneira de Sakineh?

Na Colômbia milhares de jovens foram assassinados por paramilitares no
governo de Álvaro Uribe e como fica isso, se Uribe é um dos homens de
confiança de Washington em missões sobre exatamente “direitos humanos.

O WIKILEAKS jogou por terra a máscara que caracterizava a hipocrisia
norte-americana sobre o assunto, como é que vai ser a posição do novo
governo sobre o assunto?

No Haiti, onde em tese o Brasil tem o comando das forças de intervenção da
OEA – ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS , Cuba tem perto de 1320 médicos
tratando haitianos vítimas de cólera e alcançando índices surpreendentes de
cura num menor espaço de tempo possível. Os médicos brasileiros que lá estão
puderam contatar os cubanos e conhecer o tratamento aplicado por eles. Obama
proibiu os norte-americanos de fazê-lo.

É crime. É violação dos direitos humanos.

Mas, sempre o mas, as reservas petrolíferas na costa haitiana são imensas e
vai daí que, pois é.

Registre-se que Cuba não pertence a OEA e está lá por decisão humanitária do
seu governo.

A grande preocupação dos EUA hoje é exatamente a simpatia dos haitianos
pelos cubanos por conta do trabalho realizado e dos resultados alcançados.

Quando em visita a Alemanha o ex-presidente Lula, na coletiva que deu junto
com a chanceler Angela Merkel, ouviu da alemã que era preciso adotar medidas
para pressionar o Irã e evitar que o país construísse ou venha a construir
armas nucleares.

De bate pronto o presidente brasileiro respondeu assim. Que concordava, mas
é preciso que quem pede isso tenha moral para fazê-lo, ou seja, não tenha
armas atômicas. Merkel não disse nada, Lula estava se referindo aos EUA e a
Alemanha é hoje colônia do conglomerado terrorista, com mais de duzentas
ogivas nucleares em seu território contra um inimigo que não existe. As tais
bases da OTAN “ORGANIZAÇÃO DO TRATADO ATLÂNTICO NORTE “.

Uma palestina que protestava contra o muro construído pelo governo sionista
de Israel em terras palestinas roubadas e saqueadas, foi morta em ação
repressiva dos invasores sionistas. O Brasil de Dilma vai protestar contra
esse fato vergonhoso? Foi no final da semana passada.

O filho de Sakineh pediu perdão pelo crime da mãe, em entrevista a jornais
ocidentais (A GLOBO não fala nada, lógico, está no bolso dos donos do
mundo), pediu que a mãe não seja executada. A culpa? Co-autoria no
assassinato do marido.

Dois pesos e duas medidas no voto brasileiro a partir de agora?

Quando Dilma estava presa, depois de ter sido torturada, submetida a toda a
sorte de humilhações pelos militares brasileiros, o embaixador dos EUA aqui
dizia a Nixon, presidente do conglomerado terrorista que a “a situação dos
direitos humanos no Brasil é trágica. A resposta de Nixon foi simples :
mas fazer o que o general Médice é um bom aliado nosso.

Política da hipocrisia, do cinismo.

Ou a presidente esclarece esse trem direito, ou vai ficar a impressão que
amigos podem matar a vontade e inimigos não.

Isso é cinismo. Um grande equívoco e um péssimo início no campo da política
externa.

Na história dos EUA não existe, nos últimos cem anos, um único registro de
governador ou presidente da República que tenha dado o perdão a um preso
condenado a morte.

Bush tem o mais alto índice de condenação quando governador do Texas.

Em dois de maio de 1960 o mundo inteiro ficou
chocado com a execução de Caryl Chessman na prisão de San Quentin, câmara de
gás, depois de anos a fio lutando para ter sua pena comutada para prisão
perpétua.

À porta da prisão figuras como Marlon Brando, Paul Newman, Norman Mailer,
milhares de cidadãos comuns. Em várias capitais de países europeus,
latino-americanos, asiáticos, africanos, manifestações contra a condenação
de Chessman.

Eisenhower deu uma banana para o mundo inteiro. Chessman foi executado.

Ahmadinejad acolheu o pedido de Lula e Celso Amorim, suspendeu a execução de
Sakineh por apedrejamento e mandou rever o processo.

Mais de mil condenados aguardam execução em penitenciárias norte-americanas
nos estados onde ainda existe a pena de morte.

É possível que Dilma tenha levado em consideração que ao contrário de
Sakineh, os norte-americanos, mesmo os mortos por injeções destinadas a
sacrificar animais doentes, têm direito a uma última refeição, um último
cigarro e a extrema unção.

Deve ser por aí.


Laerte Braga é jornalista, trabalhou no Diário Mercantil e no Diário da Tarde de Juiz de Fora, para os Diários Associados e pela agência Meridional (primeira grande agência de notícias do Brasil) e também dos Diários e Emissoras Associadas, tendo sido correspondente do Estado de Minas de Juiz de Fora e Zona da Mata, e também trabalhou como freelancer para revistas e jornais do Brasil e de outros países. Laerte escreve semanalmente ao Diário Liberdade.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Guerra aos pobres

Por Tatiana Merlino

Uma guerra do bem contra o mal, em que, para se combater o mal, é necessário exterminar o inimigo. Essa é a ideologia por trás da resposta militar das forças de segurança do Rio de Janeiro ao crime e ao tráfico de drogas na cidade, apontam defensores de direitos humanos e especialistas em segurança pública.

Como revide à onda de violência promovida por organizações criminosas – como Comando Vermelho (CV) e Amigos dos Amigos (ADA), que, no dia 21 de novembro, iniciaram uma série de ataques contra carros, assaltos e arrastões –, foram mobilizadas todas as polícias e as Forças Armadas.

As autoridades estaduais, federais, grande parte da população e a mídia vêm comemorando a retomada, pelo Estado, das favelas, onde o combate ao tráfico estaria finalmente sendo enfrentado com seriedade. O governo do Rio fez um balanço positivo das operações que resultaram na retomada do controle estatal sobre a Vila Cruzeiro e o Complexo do Alemão, considerados os maiores entrepostos do varejo de drogas na capital fluminense.

Para os analistas, no entanto, embora haja consenso sobre a importância de debelar o tráfico que existe nos morros, a questão é bem mais complexa do que está sendo “vendida” pelo Estado e meios de comunicação.

João Batista Damasceno, cientista político, juiz de direito e integrante da Associação dos Juízes para a Democracia (AJD), acredita que a concepção de política criminal de combate por meio de aparato bélico não é apropriada. “Os termos também são impróprios. Fala-se em terrorismo, quando terrorismo é a atuação de um grupo político ideológico, visando à tomada de poder. Fala-se em guerra, mas toda guerra tem um motivo e um momento para começar e terminar, o que é diferente do crime. Toda vez que temos essa concepção de bem contra o mal, busca-se a eliminação do mal”, analisa.

Com base nessa concepção “dualista”, ele sustenta que “o que temos é um (combate do) mal contra outro mal”, já que, além de o tráfico não estar restrito apenas aos locais onde as operações policiais estão sendo feitas, “ele não vai deixar de existir com a ocupação daquele espaço. Se reserva o papel dos atacadistas e fornecedores, deixando tão somente o varejo para o traficante. Isso é muito complicado”, analisa. Segundo ele, as armas e drogas que estão hoje nas favelas não chegaram “sem o apoio e sem serem levadas para lá, muitas das vezes, pela própria polícia que agora faz o combate”.

Raiz do problema

O deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ) defende também que para enfrentar o crime organizado é preciso ir à baía da Guanabara, local por onde as armas entram na cidade. “Ali, tem a operação financeira do crime organizado para o tráfico de armas.

Isso não se enfrenta no Rio de Janeiro”.

O deputado lembra que os verdadeiros grandes traficantes são os que operam no comércio internacional, tanto de drogas quanto de armas, “que estão sempre entre os quatro maiores comércios do mundo. São atividades de muita complexidade, muito lucro e muitas relações de poder”.

No entanto, nenhuma dessas características “podem ser atribuídas às pessoas que passavam correndo da favela do Cruzeiro para o Alemão”, como mostraram sem parar os canais de televisão brasileiros. Aquelas pessoas, explica, “têm a capacidade da barbárie, da violência, e arma na mão. Mas eles não representam sequer 1% dos moradores das favelas do Rio de Janeiro”. Por isso, “jogar sobre a favela a ideia de enfrentamento ao crime organizado é uma falácia. A ideia de dizer que tudo está resolvido a partir disso, o que parte da imprensa chamou de ‘Dia D’, é uma farsa midiática”, conclui.

Porém, isso não quer dizer que não seja importante “tomar o Complexo do Alemão e tirar de lá as armas, drogas e todo um aparato armado muito forte”. Como lembrou Freixo, a data em que a polícia invadiu a favela foi chamada de “Dia D” pela imprensa, em alusão à chegada dos aliados à Normandia, na Segunda Guerra Mundial.

Freixo afirma que o tráfico de armas continua muito forte, assim como a quantidade de territórios dominados por grupos criminosos. “As milícias estão com seus líderes presos, mas suas atividades econômicas continuam funcionando à vontade”, afirma. Já Damasceno explica que “muitas áreas de onde o tráfico foi expulso foram tomadas pelas milícias, e muitas das comunidades voltaram a ter tráfico, mas, desta vez, com a territorialidade arrendada pelos milicianos donos da área”. Grupos criminosos formados por policiais e bombeiros, na ativa ou não, as milícias controlam comunidades, onde administram atividades, cobrando “taxas de segurança”, assumindo o controle de negócios locais como transporte, distribuição de gás e serviços piratas de televisão a cabo, bem como empregando violência e intimidações contra aqueles que denunciam suas atividades ilegais.

De acordo com as autoridades, as ações criminosas seriam uma resposta à instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em territórios antes controlados pelo tráfico. Criadas em 2008, as UPPs são postos de policiamento comunitário instalados em favelas para garantir a manutenção da paz após operações policiais que desmontam o tráfico nesses locais. Até agora, a maior das treze em funcionamento era a da Cidade de Deus, inaugurada em 2009, com 326 policiais.

Na reação das forças de segurança à onda de criminalidade, foram mobilizados forças do Exército, Marinha e Aeronáutica. Entre os blindados utilizados, está o M113, um dos mais eficientes do mundo, usado em missões no Iraque. Para Damasceno, a utilização das forças federais na ação é completamente inadequada: “Elas não têm preparo para esse tipo de atuação, embora tenham ensaiado no Haiti. Elas poderiam desempenhar outro papel na entrada dessas drogas no país, mas essa interface diretamente com a população pobre se revela inadequada, porque o papel do militar nas Forças Armadas é o de destruir o nimigo, e não podemos tratar essas áreas como ocupadas por inimigos”.

Tatiana Merlino é Jornalista da Revista Caros Amigos.
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