Por Eduardo Sales de Lima
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu pela permanência de Cesare Battisti no Brasil. Aconteceu no último dia de 2010. Entretanto, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Antônio Cezar Peluso, optou por negar, no dia 6 de janeiro, o pedido de soltura do refugiado político e escritor italiano, e criou uma crise institucional entre o Judiciário e o Executivo. [...]
Com a decisão de Peluso, volta a preocupação de Battisti em relação à sua extradição. O integrante da Anistia Internacional e professor aposentado da Unicamp, Carlos Lungarzo, reforça isso. “Hoje [10] lançamos uma campanha, junto com alguns consultores parlamentares para obter o impeachment de Peluso. Não sabemos ainda quando assinaremos a petição. Se não fosse pela manipulação de Peluso, o STF teria rejeitado a extradição por 5 a 4, em vez de o oposto. Mas, além disso, Peluso é um perigo para a democracia, como disseram [Luis Eduardo] Barroso e Tarso [Genro, ex-ministro da Justiça, hoje governador do Rio Grande do Sul]. Não é um perigo teórico, mas real”, conclui.
Consenso Mas se Peluso atacou a democracia, o consenso negativo tem sido construído em torno da imagem de Battisti. Condenado à revelia por quatro homicídios cometidos na década de 1970, o ex-militante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) fugiu da Itália ainda naquela época. Passou por México, França e ancorou no Brasil, em 2004, onde foi preso em 2007. Atualmente ele se encontra na penitenciária da Papuda, em Brasília.
O senador Eduardo Suplicy esteve na Papuda no dia 11 mas, antes de visitar o italiano, fez questão de pontuar os argumentos que reforçam, segundo ele, o acerto de Lula e reforçam a defesa do italiano. “Quando se compreende que o julgamento foi feito na sua ausência, que os documentos utilizados para a designação dos procuradores que o defenderam foram falseados, que não houve qualquer testemunha a não ser os que o acusaram utilizando da delação premiada para conseguir a própria liberdade; então, se compreenderá melhor a decisão do presidente Lula”, enumera.
Lula não foi “bonzinho”, apenas exerceu suas atribuições como presidente. Além de respeitar o que fora decidido em votação pelo próprio STF, observou o Tratado Brasil-Itália, assinado em Roma em outubro de 1989. De acordo com o documento, proíbe-se a extradição quando existem motivos que apontam para uma possível perseguição do requerido.
Este também deve permanecer no país de refúgio, segundo consta o Tratado, quando “tiver sido ou vier a ser” submetido a um processo sem direito de defesa. Justamente o que ocorreu com Battisti; ausente do julgamento que o condenou à prisão perpétua.
A extradição também violaria os direitos humanos do réu devido a condições de brutalidade das prisões italianas e a não garantiria de proteção ao réu contra perseguições. Em tempo. De acordo com Carlos Lungarzo, os carcereiros italianos pertencem a uma federação de sindicatos de alcance nacional que várias vezes declarou seu desejo de “acertar contas” com o escritor.
Por fim, Peluso determinou que todos os pedidos relativos ao processo fossem encaminhados para o relator Gilmar Mendes, que deverá levar o assunto ao plenário do Tribunal em 2 de fevereiro, data da primeira sessão do ano. Segundo a advogada do escritor italiano, Renata Saraiva, a defesa estuda o melhor procedimento a ser tomado dentro de um “momento próprio.”
Documentos falsos
A historiadora, arqueóloga e romancista francesa Fred Vargas, revelou que as procurações utilizadas pelos advogados italianos de Battisti, no processo de 1982 até 1990, no qual foi condenado a prisão perpétua, foram falsificadas.
Segundo o membro da Anistia Internacional e professor aposentado da Unicamp, Carlos Lungarzo, alguém usou uma antiga procuração verdadeira de Battisti (que ele tinha dado aos advogados em 1979), e a calcou sobre duas folhas em branco. O objetivo disto era fingir que Battisti tinha dado procuração aos advogados. “A falsificação das procurações fecharam todo caminho para que Battisti pudesse exigir um novo julgamento da Corte Europeia”, aponta Lungarzo
Eduardo Sales de Lima é Jornalista - Jornal Brasil de Fato
Esse Peluso é mesmo um fascista-por isso defende os direitos do governo italiano!!!Mas a cara de " poucos amigos" no dia da posse da Dilma, não enganava ninguém!!!Devia estar com" raiva do mundo"!!!
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ResponderExcluirNinfeia,
ResponderExcluirClaro que o Peluso é um caso muito grave. Mas o nosso poder judiário é que representa realmente algo muito sério,pois atuam ferozmente na defesa dos interesses dessa elite dominante.Além do Peluso, temos também essa raposa do Gilmar Mendes( lembra do caso Daniel Dantas?) e tantos outros...Eles serão um grande entrave para o mandato de Dilma. Aguardemos os acontecimentos.Grande Beijo Querida.
Oi Sandra, sei disso, amiga, é que me concentrei no " chefão", mas,claro, o Gilmar Mendes e os muitos outros pares estão no fogo tb.O gilmar Mendes bagunçou no caso do Medina da mesma forma como o Peluso está bagunçando no caso Battisti.São uma casta( ou corja?) que um pelo outro, não vale o troco.
ResponderExcluirBijos, minha amiga.
Além do mais, vale lembrar que não se pode esperar de Peluzo, nada além disso, tanto que ele foi quem concedeu Habeas Corpus ao coronel Mário Collares Pantoja e ao major José Maria Pereira de Oliveira , depois que os oficiais já tinham sido condenados aqui no Pará por terem comandado o Massacre de Eldorado dos Carajás!Esses caras estão por aí, livres como passarinhos.
ResponderExcluirE pensar que Peluzo foi indicação do catador de laranjas que virou Presidente!!!
Noooossa!!!