sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Quem governa a Colômbia?

Por Alberto Pinzón
A 5 de fevereiro de 2014, depois das denúncias da revista Semana sobre a espionagem aos delegados do governo nas conversações de paz de La Habana e a outras instituições oficiais, Santos e seu ministro Pinzón anunciam com estardalhaço a mudança cosmética do chefe de inteligência do Exército, brigadeiro general Mauricio Ricardo Zúñiga, e ao diretor da Central de Inteligência Técnica dessa mesma instituição, brigadeiro general Jorge Zuluaga. Porém deixando intacta a linha de comando “operativa e guerreristas do Charry Solano, acima descrita.


Por quê?


Uma instituição tão centralizada e rígida como a Inteligência militar sob nenhum aspecto pode ser catalogada de “roda solta”, como estão escrevendo e dizendo os jornalistas do regime. O chiqueiro do bairro Galerías, camuflado como um restaurante barato onde vendiam feijões com torrado e bandeja paisa, precisamente para despistar melhor e poder cumprir sua execrável missão, não estava coletando informação [base de qualquer inteligência atual] para vendê-la a qualquer pessoa. Isso é falso. Este grupo de guerra psicológica muito bem compartimentado e organizado recebia ordens superiores e fornecia informação processada a seus superiores.




Agora, bem, que não chegasse até o presidente Santos e ficasse em mãos do Minguerra Pinzón e da maior Embaixada do mundo em Bogotá, a que tem fornecido esses equipamentos e onde funciona outro “escritoriozinho” semelhante, porém mais poderoso da CIA; é outra coisa e pode também significar outras coisas:


1- Que quem governa a Colômbia não é Juan Manuel Santos


2- Que um Poder infinitamente superior e com sede em Washington não confia nele e deve espiá-lo como fizeram com os presidentes de França, Alemanha etc. e outros líderes mundiais.


3- Que ao governo dos EUA não lhe interessam sobremaneira os temas sobre terras e garantias políticas que se pactuaram em Havana entre as FARC e o governo colombiano de Santos; senão que somente lhe interessa o terceiro tema [Narcotráfico]. Por isso, assim como fez com Samper quando o processo oito mil, vão aproveitar a fragilidade eleitoral de Santos para apertar a corda até tê-lo em estado crítico, porém sem enforcá-lo totalmente. Igualzinho!, e isto explica as “filtrações estratégicas e as fotos” sobre o processo de Havana a Uribe Vélez. A saída do Partido Conservador da Unidade Nacional com sua ruptura. E a investida assassina do narco-paramilitarismo oficial contra a Marcha Patriótica, a UP, e a Esquerda em Geral que se está vivendo.



4- Que, firmando-se um pacto de paz em Havana para finalizar o conflito, o governo colombiano atual não será capaz de garantir o “pós-conflito” que oferece. Porque o Terrorismo de Estado segue sem problema algum e impune, operando ante os olhos [dilatados] do próprio Santos.


5- Que todo o escândalo suscitado por este episódio da espionagem a seus próprios membros do governo, igual que os demais episódios abomináveis [ilegais e ilegítimos] onde se viram envolvidos os dois sistemas de “Inteligência Nacional, a do DAS e a do Charry Solano, NO passará de uma “investigação exaustiva” e, possivelmente [como é usual] a mudança cosmética de nome de algum organismo comprometido. Isso das “Forças obscuras” [que já estão claras, porém impunes] e de “chegar até as últimas consequências” e “impor o império da lei” não é mais que demagogia eleitoral reeleitoreira, que torna ainda mais frustrada e incerta a capacidade do Governo de sacar adiante e com êxito o processo de paz de Havana. É por isso que nos reafirmamos em nossa concepção de que é o Povo Mobilizado e Consciente quem tem a chave da paz na Colômbia, o demais é crer na bondade e na “vocação democrática” da CIA.




-- Equipe ANNCOL - Brasil anncol.br@gmail.com http://anncol-brasil.blogspot.com

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