Por farc-ep.co
Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, as FARC-EP desejamos saudar e abraçar com enorme carinho a todas as mulheres colombianas.
A nossas guerrilheiras, milicianas, copartidárias e amigas, incansáveis lutadoras e transformadoras sociais, as quais, em todos os âmbitos, constroem e sonham pátria.
As donas de casa, as mulheres independentes, as profissionais, as estudantes, as operárias e empregadas, as desempregadas, as artistas e intelectuais, as campesinas, as afrocolombianas, as indígenas, as trabalhadoras informais, as trabalhadoras sexuais, as avós, as mães, as meninas, as que adotaram sua própria opção de vida.
As milhões de mulheres que lutam, em múltiplos espaços e trincheiras, em campos e cidades, pela construção de um novo país para as gerações vindouras.
Queremos que este 8 de março, às portas de um acordo final de paz, seja o espaço para a reflexão pessoal e coletiva, sobre o papel que acreditamos jogam e devem jogar as mulheres na construção de uma Nova Colômbia.
As mulheres têm desempenhado um papel histórico no atual processo de reconciliação. A enorme força mobilizadora feminina tornou possível a criação da subcomissão de gênero na Mesa de Conversações, um fato nunca antes visto no mundo. Não podia ser de outra forma, já que 40 por cento de nossa força guerrilheira está composta por mulheres que se jogaram todas por um futuro melhor para nossa nação, trabalhando ombro a ombro com seus companheiros de luta.
As FARC-EP nos sentimos orgulhosas de ter feito próprias as agendas construídas por distintas organizações de mulheres colombianas. Atendemos suas histórias, opiniões, críticas e propostas antes de elaborar nossas propostas mínimas. Graças a elas o processo de paz assumiu uma perspectiva de gênero que vai significar um importante ponto de partida para a edificação de uma sociedade sem discriminações, nem violência de gênero ou de outro tipo.
Há que insistir e aprofundar no rechaço e na denúncia a qualquer tipo de violência sexual ou baseada no gênero, seja no marco do conflito ou fora dele. As FARC-EP condenamos a violência contra as mulheres a nos solidarizamos com as vítimas deste flagelo. Nos indigna o crescente número de assassinatos e intimidações contra lideranças femininas de organizações sociais por parte do militarismo, como a recente ameaça pública das Águias Negras, reforçada ademais pela indiferença estatal e midiática. Ela desvela a intransigência dos inimigos da paz frente a uma proposta acertada de transformação social incentivada pelas mulheres.
Observamos com alegria e otimismo o avanço da torrente feminina. Trabalhamos para que a firma do acordo final seja o começo de um país livre de violência machista e da discriminação baseada em gênero, sexo, etnia ou raça. Para que este acordo signifique um reconhecimento real dos direitos da mulher como sujeito político, para conseguir sua participação consciente e massiva na política, assim como o fortalecimento de sua liderança em todos os espaços de luta e de mudança. Sem a participação de mulher não haverá paz nem transformação social.
SECRETARIADO DO ESTADO-MAIOR CENTRAL DAS FARC-EP
8 de março de 2016.