La Habana, Cuba sede dos diálogos de paz, 2 de março de 2016, ano da paz
Com relação ao futuro do processo de paz, como dizemos em língua Kogui dos indígenas de nossa Sierra Nevada, no povoado de Conejo, na Guajira, inebriados do sentimento de paz que inunda o povo da Colômbia, NAHANGUÁ, quer dizer, “Isto é o que estamos pensando”:
Nosso compromisso e decisão política é continuar avançando com todo nosso empenho para a firma de um Acordo final, que dê início ao complexo processo do “Fim do conflito” e à implementação de todo o pactuado. Estamos num momento decisivo do processo, que exige concertar tanto uma definição dos alcances e dos conteúdos específicos do Acordo final como garantir que todo o pactuado possa ser efetivamente materializado. Se trata de que o combinado não fique somente no papel, que nem um catálogo de promessas e de boas intenções.
Estamos pensando que o Acordo Final deve gozar do mais amplo respaldo do povo colombiano.
Semelhantes tarefas não podem ficar em mãos de apenas uma das Partes. Toda ação marcada pelo estigma da unilateralidade é absolutamente inconveniente. Essa é a razão pela qual nos opusemos em diferentes pronunciamentos a iniciativas governamentais como o “Ato Legislativo Especial para a Paz”, o “Plebiscito”, e mais recentemente ao projeto de reforma da “Lei de Ordem Pública”.
A experiência na Mesa tem demonstrado que, quando se atua sem levar em conta a contraparte, a negociação cai em terrenos atoladiços que impedem os avanços e a celeridade que a sociedade colombiana exige. Se, na verdade, queremos responder a tais requerimentos, temos o compromisso de encontrar, já e de maneira conjunta, saídas aos assuntos nodais que ainda faltam por discutir.
Com independência dos temas que compõem os Pontos 3 e 6 da Agenda, é de cardeal importância encontrar de comum acordo a via que garanta a força e o desenvolvimento normativo dos avanços na Mesa.
Aqueles que construíram os acordos são os que estão em melhores condições de interpretar o espírito e a letra dos mesmos, assim como para conceber os projetos institucionais e os recursos fiscais necessários para sua efetiva implementação mediante um plano específico.
Atuar consequentemente constitui uma condição inevitável para aproximar-nos da firma do Acordo final e dar início ao processo do fim do conflito e da implementação, no entendido de que se deverá estabelecer etapas e componentes de materialização verificável. Só assim adquirem sentido os desenvolvimentos já alcançados em torno do cessar-fogo e das Hostilidades, a deixação de armas, o desmonte do paramilitarismo e o trânsito das FARC a movimento político legal, entre outros aspectos.
Por outro lado, não dá mais pra esperar definir bilateralmente o mecanismo de referenda, ademais de que urge garantir a mais ampla participação do povo soberano, e dotar o acordado de suficiente segurança jurídica e política.
Consequentemente, a firma do Acordo final está determinada pelos compromissos aos quais possamos chegar para satisfazer os requerimentos lógicos deste momento do processo. Temos plena disposição para concertar um cronograma e uma folha de rota que nos mostre o caminho para alcançar os mencionados propósitos com a maior brevidade.
Nos assiste a certeza de que, no final deste 2016, os colombianos poderemos contar com um protocolo de paz que nos permita propalar aos quatro ventos: TERMINOU A GUERRA, TERMINOU A GUERRA.
DELEGAÇÃO DE PAZ DAS FARC-EP
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