- Desconhecimento da língua e da cultura local colocam imigrantes em situação de vulnerabilidade e risco de abuso nas relações de trabalhopor Redação RBA publicado 10/05/2016 09:40, última modificação 10/05/2016 10:09
- São Paulo – Quem procura emprego precisa de informações seguras e confiáveis. Para os refugiados, a situação se torna ainda mais complexa. Na tentativa de evitar constrangimentos e situações ilegais de trabalho, a Cáritas e o Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ) lançaram uma cartilha para orientar o trabalhador refugiado."Eles podem ser assediados, eles podem ser levados a trabalhar de uma maneira sem qualquer proteção, com uma exploração absurda, porque eles não têm noção de como funciona a lei brasileira, de como funciona o sistema brasileiro", explica a procuradora do MPT-RJ Juliana Mombelli, em entrevista à repórter Marina Vianna, para o Seu Jornal, da TVT.No Brasil, são mais de 8 mil refugiados, a maioria vinda da Síria, país que vive uma guerra civil desde 2011. Grande parte dessas pessoas possui uma grande dificuldade para encontrar emprego e desconhece seus direitos.
"Essa cartilha contém todos os direitos trabalhistas que a lei brasileira garante aos trabalhadores refugiados, que são os mesmos dos trabalhadores brasileiros, e também orientações de cunho social, por exemplo, de como se comportar numa entrevista de emprego, até mesmo que tipo de roupa usar, porque às vezes a cultura é completamente diferente, e eles não têm noção de como devem proceder no país", afirma Juliana.
A Cáritas, ligada à Arquidiocese do Rio de Janeiro, há tempos desenvolve um trabalho de apoio aos refugiados e a cartilha é apenas um deles, como explica Aline Thuller, que integra a organização. "É um trabalho que se inicia na cartilha, mas a gente não termina nele. A gente trabalha com um grupo de orientação sobre o mercado de trabalho. A gente tem advogados, psicólogos e assistentes sociais que trabalham nesses espaços fazendo orientação sobre direitos trabalhistas no Brasil."
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