Em protesto contra os cortes no orçamento da educação feitos pelo governo Alckmin e reivindicando investigação e punição da máfia da merenda, secundaristas pararam hoje (10) o centro de São Paulo
por Redação RBA publicado 10/05/2016 14:42, última modificação 10/05/2016 17:01
São Paulo – "Queremos mostrar para o Estado que a gente não está de brincadeira. Aqui reivindicamos uma coisa digna e o governador tem que se ligar. Nos não negociamos, temos as pautas claras: queremos merenda", disse um estudante identificado apenas como João. Assim os estudantes concluíram a mobilização de hoje (10) que marcou a união de secundaristas das escolas estaduais regulares e das escolas técnicas (Etecs), em torno de uma pauta comum: investigação e punição da máfia da merenda, oferta de alimentação de qualidade nas unidades escolares da rede pública estadual e fim dos cortes de verbas nas escolas administradas pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB).
Os secundaristas também reivindicam a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa paulista para investigar a máfia da merenda, esquema de superfaturamento contratos de fornecimento de alimentação nas escolas, na qual estaria envolvido o presidente da Casa, deputado Fernando Capez (PSDB). E que as escolas que não puderem dispor de refeitório ofereçam vale-refeição ou marmita. O ato contou com a participação de professores da rede estadual.
Para os protestos de hoje, o grupo saiu do Parque da Luz, na região central da capital paulista e passou pela sede do Centro Paula Souza, que administra as Etecs e ficou cinco dias ocupado na última semana. Depois tomaram o sentido norte da Avenida Prestes Maia, passaram em frente ao Batalhão das Rota, onde protestaram contra a violência policial. Dali seguiram em passeata até a Etec Parque da Juventude, no Carandiru, zona norte da cidade. Com pouca presença policial, o ato seguiu sem incidentes de violência.
Mais cedo, um grupo de estudantes das Escolas Estaduais João XXIII, Emygdio de Barros e Virgília Rodrigues Alves de Carvalho travou a Rodovia Raposo Tavares. A PM reprimiu o protesto com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Os estudantes se dirigiram em seguida para o ato no Parque da Luz.
Na semana passada, os secundaristas ocuparam a Assembleia e a sede do Paula Souza. Na assembleia, após ameaça de multa de R$ 30 mil por ocupante por dia determinada pelo judiciário paulista, os estudantes deixaram o local. No Paula Souza eles foram expulsos pela Polícia Militar em ação de reintegração de posse.
Após a saída, o governo Alckmin anunciou que até agosto vai regularizar a oferta de merenda, com a contratação de uma empresa para fornecer marmitex aos alunos que estudam em período integral.
Até agora são 18 Etecs ocupadas, além de quatro escolas estaduais e três diretorias de ensino. Ontem (9), a Etec Geraldo José Rodrigues Alckmin, em Taubaté, na região do Vale do Paraíba, se tornou a primeira unidade do interior a ser ocupada por estudantes.
Assista ao documentário Desobedientes, do produtor independente Lucas Duarte de Souza, em que capta momentos antes, durante e depois do processo de reintegração de posse do Centro Paula Souza.
Fonte:http://www.redebrasilatual.com.br/educacao/2016/05/estudantes-paulistas-unificam-luta-e-afirmam-que-nao-estao-de-brincadeira-6041.html
Fonte:http://www.redebrasilatual.com.br/educacao/2016/05/estudantes-paulistas-unificam-luta-e-afirmam-que-nao-estao-de-brincadeira-6041.html
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