Por Emiliano José (*)
O 47º aniversário do golpe militar de 31 de março de 1964 é uma boa oportunidade para refletirmos sobre uma grande mancha, uma nódoa moral que mancha a alma brasileira. O golpe militar violentou o Estado de direito, derrubou um presidente constitucional, desrespeitou as liberdades individuais e coletivas e, sobretudo, submeteu o país aos interesses do grande capital nacional e internacional, capital que se acumpliciou inteiramente com o golpe. Os responsáveis pelo golpe militar cometeram um crime de lesa-pátria. E com o Ato Institucional Nº 5 (AI-5), em 13 de dezembro de 1968, os militares radicalizaram a ditadura, institucionalizando o terror de Estado, acabando com quaisquer vestígios de legalidade, e atentando, a partir daí de modo cotidiano, contra os direitos humanos.
Alguns historiadores concluíram, numa explicação rasa, simplista, que a anarquia militar deu origem à ditadura e ao terrorismo de Estado. Penso que não. A ditadura militar e o terrorismo de Estado foram resultado de um planejamento na Escola Superior de Guerra (ESG) que reproduziu pensamentos de guerra de escolas norte-americanas, que não admitiam um governo democrático reformista, progressista, porque era essa a natureza do governo Goulart. Todos os generais-presidentes eram foras-da-lei. Cúmplices na derrubada de um governo constitucional, e também na criação de um ordenamento jurídico autoritário e espúrio.
Esses generais-presidentes, por mais de 20 anos, comandaram o martírio imposto aos jovens estudantes, aos operários, a todos os que se opuseram ao regime militar das mais variadas maneiras e adotando as mais diversas formas de luta. Os generais-presidentes são criminosos. Não podemos, a Nação não pode, eximi-los da responsabilidade dos crimes de prisão, tortura, assassinato, desaparecimento de opositores ocorridos dentro das instituições das forças armadas e nas ações chamadas de combate.
Lamentavelmente, temos que dizer que as forças armadas brasileiras, as daquele período histórico, têm as mãos sujas de sangue. Essa gente tem nome e sobrenome. Daí a importância do resgate da verdade. Se ainda estão vivos, torturadores e assassinos precisam ser punidos, e o primeiro passo é o conhecimento da verdade. Não há prescrição para esse tipo de crime. Não pode haver. À luz do direito internacional, do nosso direito e à luz dos direitos humanos.
Esclareço, embora me pareça óbviom, que ao fazer isso ninguém está pretendendo julgar os militares brasileiros de hoje, que se encontram cumprindo suas funções constitucionais. Mais: creio que às Forças Armadas atuais deveria interessar que toda a verdade viesse à tona, que se desse nome aos torturadores publicamente, de modo a separar o joio do trigo, a enterrar de vez aquele período, e a não permitir de modo nenhum que tais Forças Armadas voltassem a se envolver em políticas terroristas, como ocorreu durante a vigência da ditadura militar inaugurada em 1964.
Um padre amigo me citou certa vez um trecho do Evangelho de São João: “queiram a verdade, porque a verdade vos tornará livres”. Ou então o que dizia o notável Gramsci: aos revolucionários só interessa a verdade, nada mais do que a verdade. Simples assim. A verdade sobre o regime militar, mais cedo ou mais tarde, deverá ser exposta porque liberta. Vejo como uma purificação da alma brasileira. Uma catarse necessária, fundamental. Temos de olhar para os monstros que torturaram e mataram sem piedade, reconhecê-los. Ao menos isso.
Direito à verdade. Direito à memória. Temos que reconhecer que lamentavelmente grande parte de nossa juventude de hoje não tem a menor idéia do que aconteceu nos porões da ditadura. É preciso que a sociedade medite sobre o que aconteceu, sobre a covardia que é submeter à tortura prisioneiros de qualquer natureza. É curioso assinalar que nem mesmo a legislação da ditadura, nem mesmo ela, admitia que a tortura fosse admissível. Eles não quiseram passar recibo. Mas, não adianta: a história registra as coisas. Na pele, no corpo, na alma de milhares de brasileiros ficaram gravadas as garras dos assassinos da ditadura. Não é panfletarismo gratuito: é que eram assassinos, e da pior espécie, e além de tudo covardes. A tortura é um ato de covardia, para além de monstruoso.
Do ponto de vista jurídico não há impedimento para o julgamento dessas pessoas, militares e civis. Pelo sistema de direitos humanos sacramentado pela ONU, pela OEA, não há prescrição para crimes deste tipo. Não é objetivo da Comissão da Verdade, sei, até porque impossível, até porque fora de suas atribuições, promover quaisquer espécies de julgamento. Ela quer apenas e tão-somente conhecer, garantir que a sociedade brasileira conheça a verdade. Saiba sua própria história.
Quando o General De Gaulle assumiu o governo provisório, após a libertação da França na Segunda Guerra Mundial, fez uma declaração singular: sua primeira medida seria instituir tribunais regulares para julgar os colaboracionistas, porque a França jamais poderia encarar o futuro com confiança se não liquidasse as contas do passado. Poderíamos acusá-lo de revanchista? Certamente não. Em nosso caso, não liquidamos as contas do passado e isso prolonga a nódoa moral criada pelo terrorismo de Estado.
Não apenas não liquidamos as contas, como o fizeram tantos países latino-americanos, como o Argentina, o Chile, o Uruguai, que viveram ditaduras também. Na Argentina, os carrascos, maiores e menores, amargam prisões, depois de julgamentos regulares, sob um Estado democrático. Jorge Videla está na prisão. Nós, nem ainda conhecemos toda a verdade.
Essa impunidade histórica alimenta um vício secular na política brasileira. O vício de um sentimento de imunidade do poder. No poder, os autoritários, fardados ou não, se julgam inatingíveis, se corrompem, traem os interesses nacionais, entregam as riquezas do país, relativizam atrocidades cometidas, como se os fins justificassem os meios. Creio que estamos mudando. Que no governo Lula, houve prisão de gente de colarinho branco, embora sob protestos de parte de nossa elite. Mas, ainda temos muito que avançar para acabar com quaisquer imunidades ou impunidades. Todos estão ou devem estar submetidos à lei. Ninguém tem o direito de torturar ninguém, e quem o fizer nunca deixará de estar ao alcance da lei.
A mídia anunciou que o Exército Brasileiro retirou da agenda a “comemoração” do 31 de março. Se corresponde aos fatos, ainda há esperança. Só temos a saudar tão sábia decisão. Chega a ser trágico que os novos militares cultuem com ordem unida e desfile público os crimes cometidos pelos generais do passado. Não dá para construir uma verdadeira democracia com esse tipo de tradição. O 31 de março só merece repúdio. Nunca comemoração. Ao fazer isso, creio, se de fato o fizeram, se acabaram com tais celebrações, as Forças Armadas atuais se incorporam definitivamente ao ideário democrático, se adequam aos novos tempos do Estado democrático.
A Comissão da Verdade quer apenas a verdade, o exercío do direito à verdade, à memória. O direito que tem qualquer pai, qualquer mãe de família, qualquer parente de saber o que ocorreu com seus entes queridos, muitos deles desaparecidos, milhares torturados pelos criminosos fardados ou não sob as ordens dos generais-presidentes entre 1964 e 1985.
Porta-vozes dos criminosos do passado tentam carimbar a Comissão da Verdade como revanchismo. Ela não tem esse caráter. Ela segue o caminho de todos os países que enfrentaram regimes genocidas, ditaduras terroristas, como foi o nosso caso. Queremos justiça, apenas justiça. Quer resgate de uma dívida do Estado brasileiro, na letra e no espírito da Constituição Federal. Quer o direito coletivo à verdade, um direito das vítimas da ditadura, um direito dos brasileiros.
Aqui, minha saudação aos bravos militantes brasileiros que tombaram na luta contra a ditadura de 31 de março de 1964. Minha saudação aos que lutaram e sobreviveram. E que não querem se esquecer do que houve. E ao manter na memória aqueles tempos não o fazem por qualquer espírito revanchista. Agem assim primeiro porque quem passa pela tortura, pela prisão, e sobrevive, nunca mais se esquece. E segundo, ao não se esquecerem e ao lembrarem publicamente dos crimes da ditadura, advertem as novas gerações que devem prezar muito as liberdades democráticas, valorizar a democracia, firmar a convicção de que ditadura nunca mais.
(*) Jornalista, escritor, deputado federal (PT/BA), e ex-preso político
quinta-feira, 31 de março de 2011
sexta-feira, 25 de março de 2011
Editorial
por A hora do Povo.
EUA, Inglaterra, França e quem mais se juntou nessa nova cruzada sangrenta para pilhar o petróleo árabe dão uma demonstração do grau de putrefação imposto pelos monopólios às suas economias e instituições políticas.
Não existe expressão mais acabada de parasitismo econômico do que o imperialismo.
Não há nada mais antidemocrático e oposto aos direitos humanos do que o governo dos monopólios privados, o poder real - não o de fachada - que transforma presidentes, reis, parlamentos, partidos, eleições, mídia em marionetes mais ou menos conscientes de seus interesses.
A Líbia é um país de 6 milhões de habitantes, que fornece 10% do petróleo consumido pela Europa.
Até ontem, apresentava o maior IDH - Índice de Desenvolvimento Humano medido pelo PNUD da ONU - dos países africanos.
Seu crime foi o de não alienar a soberania e não aceitar que seu petróleo fosse explorado pelas multinacionais nas mesmas condições de superlucratividade que prevalecem na Arábia Saudita, Kuait, Iêmen, Emirados, Catar e no Iraque ocupado.
A acusação de que o governo líbio usava ou planejava usar a aviação para bombardear manifestantes e promover um “banho de sangue” é tão verdadeira quanto a de que o Iraque possuía armas de destruição em massa.
É apenas um sintoma a mais da degeneração de quem crê que arsenais nucleares podem adiar sine die o julgamento dos responsáveis pelos banhos de sangue efetivamente perpetrados.
A mal denominada “oposição líbia” - na verdade, bandos esparsos de mercenários - não tem qualquer expressão interna. E como poderia ter, depois de implorar ao “ocidente” que bombardeasse o seu próprio país?
Tais são os fatos. Por que, então, o governo brasileiro permite que o ministro das Relações Exteriores pregue a saída de Kadafi ao invés de se concentrar na condenação à agressão à Líbia?
Quem tem pré-sal não devia brincar numa hora dessas.
www.horadopovo.com.br
EUA, Inglaterra, França e quem mais se juntou nessa nova cruzada sangrenta para pilhar o petróleo árabe dão uma demonstração do grau de putrefação imposto pelos monopólios às suas economias e instituições políticas.
Não existe expressão mais acabada de parasitismo econômico do que o imperialismo.
Não há nada mais antidemocrático e oposto aos direitos humanos do que o governo dos monopólios privados, o poder real - não o de fachada - que transforma presidentes, reis, parlamentos, partidos, eleições, mídia em marionetes mais ou menos conscientes de seus interesses.
A Líbia é um país de 6 milhões de habitantes, que fornece 10% do petróleo consumido pela Europa.
Até ontem, apresentava o maior IDH - Índice de Desenvolvimento Humano medido pelo PNUD da ONU - dos países africanos.
Seu crime foi o de não alienar a soberania e não aceitar que seu petróleo fosse explorado pelas multinacionais nas mesmas condições de superlucratividade que prevalecem na Arábia Saudita, Kuait, Iêmen, Emirados, Catar e no Iraque ocupado.
A acusação de que o governo líbio usava ou planejava usar a aviação para bombardear manifestantes e promover um “banho de sangue” é tão verdadeira quanto a de que o Iraque possuía armas de destruição em massa.
É apenas um sintoma a mais da degeneração de quem crê que arsenais nucleares podem adiar sine die o julgamento dos responsáveis pelos banhos de sangue efetivamente perpetrados.
A mal denominada “oposição líbia” - na verdade, bandos esparsos de mercenários - não tem qualquer expressão interna. E como poderia ter, depois de implorar ao “ocidente” que bombardeasse o seu próprio país?
Tais são os fatos. Por que, então, o governo brasileiro permite que o ministro das Relações Exteriores pregue a saída de Kadafi ao invés de se concentrar na condenação à agressão à Líbia?
Quem tem pré-sal não devia brincar numa hora dessas.
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Alô, mamãe: “A ficha caiu..."
Por : Pettersen Filho
Natimorta desde a sua concepção inicial, a Lei da Ficha Limpa, ou Suja, como queiram chama-la, morreu ontem, 6 X 5, mortalmente abatida pelo disparo súbito do Supremo Tribunal Federal, tão logo empossado seu 11º Ministro, o Doutor Luiz Fux, Juiz Constitucionalista dos mais louváveis, oriundo do Superior Tribunal de Justiça, onde também fazia as vezes de Ministro...
Tratando a dita Lei da Ficha Limpa com todo o devido respeito, no entanto, o Ministro, enquanto alçava mira certa, e municiava o tambor do seu Revolver Jurídico, com a melhor munição possível, alegando ser á tal Lei Inconstitucional, posto que aprovada e vigente, no mesmo ano do Pleito Eleitoral de 2010, o que é uma Disparidade Jurídica, “nunca dantes vista nesse Pais”, incumbiu-se de nomeá-la de: “Lei do Futuro”, informando que teria, sim, validade, no próximo Pleito ?.
Com toda devida “vênia”, ademais, que merece a “Judiciosa” Compreensão do Ministro, contudo, há certos “Institutos”, porém, que foram feitos para não funcionar, mesmo.
A Emenda Popular, ou Projeto de Lei de Iniciativa Popular, por exemplo, é um deles...
Daqueles penduricalhos colocados na Constituição Federal, de ultima hora, apenas para agradar, e dize-la “Constituição Cidadã”, como o são outros Institutos – Hábeas Corpus, que pode ser proposto por qualquer Cidadão, independente de Advogado, ou o Mandado de Segurança, que pode ser impetrado contra o Abuso de Autoridade praticado por “Entes” dos Poderes da República, mas que, na pratica, se perdem no arcabouço, e masmorras, do Poder Judiciário, no mais das vezes, prejudicados, num caso – do Hábeas Corpus , por não prestar-se a examinar provas mais minuciosas, quase sempre repelidos, ou inadmitidos, pela má técnica do proponente, quando juridicamente “Leigo”, ou, noutro caso, do Mandado de Segurança, quase sempre retidos no avolumado numero de Processos que assolam o Judiciário, quase todos formulados repetidas, e mesmas, Violações do Direito do Cidadão, reiteradamente praticados pelas mesmas Autoridades, num tipo de Processo tipo “Rosca-sem-fim”, de que se beneficia a Fazenda Pública, é a Emenda Popular bonita no nome, mas, profundamente infeliz, na forma.
Diferente de todo Projeto de Lei apresentado na Câmara, ou no Senado, infelizmente, antes apresentado à uma tal de CCJ – Comissão de Constituição e Justiça, a qual, quase nunca, avalia a sua Valoração Moral ou Ética, se louvável, ou não,como é o caso da Lei Ficha Limpa, ou Suja, por exemplo, mas, sim, restrige-se a examinar-lhe a Constitucionalidade, ou seja, se atenta, ou não, contra a Lei Maior Constitucional.
Mormente, nascida do Pecado Capital, quase “Crime”, no Seio do Povo, tendo por demérito burlar os lobbys e a canalhice dos Partidos Políticos, quase sempre corporativos e fisiológicos, a Lei Ficha Limpa, noutra hipótese, jamais seria, sequer, almejada pelos nosso “Dignos” Políticos, quem sempre legislam em causa própria, e perdulária...
Assim, nascida do vício, aprovada no calor das urnas, e desrespeitada nas primeiras interpretações, vagas, dos nossos tribunais, em que se chegou ao ponto de anular uma Sentença, há mais de dez anos proferida, por exemplo, contra o Senhor Paulo Salim Maluf, no dito “Escadalo do Fragogate”, para que se permitisse o seu empossamento como Deputado Federal, o Julgamento no STF nada mais foi do que uma crassa “Pá de Cal” no cadáver apodrecido da Lei Ficha Suja.
Quanto a sua suposta validade, para 2014...
Até lá, tenho certeza, eles vão arrumar alguma coisa para invalidá-la.
Quem viver, verá !!!
ANTUÉRPIO PETTERSEN FILHO é Advogado Militante e Presidente da ABDIC – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DEFESA DO INDIVÍDUO E DA CIDADANIA além de EDITOR do Periódico Eletrônico JORNAL GRITO CIDADÃO
Natimorta desde a sua concepção inicial, a Lei da Ficha Limpa, ou Suja, como queiram chama-la, morreu ontem, 6 X 5, mortalmente abatida pelo disparo súbito do Supremo Tribunal Federal, tão logo empossado seu 11º Ministro, o Doutor Luiz Fux, Juiz Constitucionalista dos mais louváveis, oriundo do Superior Tribunal de Justiça, onde também fazia as vezes de Ministro...
Tratando a dita Lei da Ficha Limpa com todo o devido respeito, no entanto, o Ministro, enquanto alçava mira certa, e municiava o tambor do seu Revolver Jurídico, com a melhor munição possível, alegando ser á tal Lei Inconstitucional, posto que aprovada e vigente, no mesmo ano do Pleito Eleitoral de 2010, o que é uma Disparidade Jurídica, “nunca dantes vista nesse Pais”, incumbiu-se de nomeá-la de: “Lei do Futuro”, informando que teria, sim, validade, no próximo Pleito ?.
Com toda devida “vênia”, ademais, que merece a “Judiciosa” Compreensão do Ministro, contudo, há certos “Institutos”, porém, que foram feitos para não funcionar, mesmo.
A Emenda Popular, ou Projeto de Lei de Iniciativa Popular, por exemplo, é um deles...
Daqueles penduricalhos colocados na Constituição Federal, de ultima hora, apenas para agradar, e dize-la “Constituição Cidadã”, como o são outros Institutos – Hábeas Corpus, que pode ser proposto por qualquer Cidadão, independente de Advogado, ou o Mandado de Segurança, que pode ser impetrado contra o Abuso de Autoridade praticado por “Entes” dos Poderes da República, mas que, na pratica, se perdem no arcabouço, e masmorras, do Poder Judiciário, no mais das vezes, prejudicados, num caso – do Hábeas Corpus , por não prestar-se a examinar provas mais minuciosas, quase sempre repelidos, ou inadmitidos, pela má técnica do proponente, quando juridicamente “Leigo”, ou, noutro caso, do Mandado de Segurança, quase sempre retidos no avolumado numero de Processos que assolam o Judiciário, quase todos formulados repetidas, e mesmas, Violações do Direito do Cidadão, reiteradamente praticados pelas mesmas Autoridades, num tipo de Processo tipo “Rosca-sem-fim”, de que se beneficia a Fazenda Pública, é a Emenda Popular bonita no nome, mas, profundamente infeliz, na forma.
Diferente de todo Projeto de Lei apresentado na Câmara, ou no Senado, infelizmente, antes apresentado à uma tal de CCJ – Comissão de Constituição e Justiça, a qual, quase nunca, avalia a sua Valoração Moral ou Ética, se louvável, ou não,como é o caso da Lei Ficha Limpa, ou Suja, por exemplo, mas, sim, restrige-se a examinar-lhe a Constitucionalidade, ou seja, se atenta, ou não, contra a Lei Maior Constitucional.
Mormente, nascida do Pecado Capital, quase “Crime”, no Seio do Povo, tendo por demérito burlar os lobbys e a canalhice dos Partidos Políticos, quase sempre corporativos e fisiológicos, a Lei Ficha Limpa, noutra hipótese, jamais seria, sequer, almejada pelos nosso “Dignos” Políticos, quem sempre legislam em causa própria, e perdulária...
Assim, nascida do vício, aprovada no calor das urnas, e desrespeitada nas primeiras interpretações, vagas, dos nossos tribunais, em que se chegou ao ponto de anular uma Sentença, há mais de dez anos proferida, por exemplo, contra o Senhor Paulo Salim Maluf, no dito “Escadalo do Fragogate”, para que se permitisse o seu empossamento como Deputado Federal, o Julgamento no STF nada mais foi do que uma crassa “Pá de Cal” no cadáver apodrecido da Lei Ficha Suja.
Quanto a sua suposta validade, para 2014...
Até lá, tenho certeza, eles vão arrumar alguma coisa para invalidá-la.
Quem viver, verá !!!
ANTUÉRPIO PETTERSEN FILHO é Advogado Militante e Presidente da ABDIC – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DEFESA DO INDIVÍDUO E DA CIDADANIA além de EDITOR do Periódico Eletrônico JORNAL GRITO CIDADÃO
terça-feira, 22 de março de 2011
Obama, o “democrata” dos bancos e do cartel bélico
Por Carlos Lopes
Pior do que foi a visita de Obama só os puxa-sacos que se assanharam porque o cidadão é americano(certamente, não estavam puxando o saco porque ele é negro).
A professora Maria da Conceição Tavares tem razão: além de não mandar em nada, Obama “não é um iluminado”. Resta dizer que não manda em nada porque abriu mão de mandar em alguma coisa – preferiu deixar os bancos, o cartel bélico, o establishment dos EUA, conduzirem o seu governo.
Mas, também, convenhamos: alguém capaz de frases geniais como “minha mãe jamais imaginaria que minha primeira viagem ao Brasil seria como presidente dos EUA” ou “o que é Brasília, senão o nascimento de um novo dia para o Brasil?” (apenas atrasada em 50 anos) ou “vivemos a mesma história, queremos realizar o sonho americano juntos” (?), não está preparado para o cargo que ocupa.
Luiz Gonzaga Belluzzo escreveu um artigo intitulado “Obama não leu Roosevelt”, referindo-se ao seguinte trecho do discurso de posse do presidente Franklin Delano Roosevelt em 1933, no momento mais fundo da Grande Depressão: “... primeiro, antes de tudo, deixem-me afirmar a minha convicção de que a única coisa da qual devemos ter medo é do nosso próprio medo - do terror sem nome, irracional, injustificado, que paralisa os esforços necessários para converter o retrocesso em avanço”.
Com efeito, o problema de Obama é que ele não tem a coragem de Roosevelt – nem a coragem que seria razoável esperar dele próprio. Daí, os trilhões de dólares para sustentar os responsáveis pela crise dos EUA, o esquecimento dos desempregados – e o bombardeio covarde da Líbia para se apropriar do petróleo daquele bravo país.
Obama veio ao Brasil, sobretudo, por duas razões: acha que pode “apaziguar” o nosso governo diante da agressão cambial e comercial dos EUA, para continuar a cavar o déficit brasileiro nas trocas de mercadorias; e, segundo, acha que pode atrair o nosso governo para isolar os demais governos progressistas da América Latina e do mundo – um ponto do programa de McCain (e Sarah Palin) que Obama adotou: a pessimamente, enganosamente denominada “liga das democracias”.
Seria necessário que houvesse democracia nos EUA para que, ao menos, essa proposta não fosse absurda. Seria preciso que os EUA ainda fossem o país de Abraham Lincoln e Franklin Roosevelt para que isso não soasse como um escárnio. Porém, se Lincoln e Roosevelt, por algum milagre, aparecessem hoje em Washington, ou em qualquer parte do território norte-americano, não reconheceriam os EUA – um país com a Constituição submetida a dois atos antipa-trióticos ditatoriais e, como disse Michael Moore, sob um golpe de Estado financeiro.
Enquanto, nesse país do Norte, os cidadãos tiverem dificuldade até de exercer o direito de votar; enquanto as eleições norte-americanas estiverem submetidas a fraudes nacionais e ao arbítrio de corruptos chefetes locais; enquanto a liberdade de expressão nesse país for tão restrita que meramente só os magnatas e sua côrte têm acesso ao rádio, televisão e aos jornais; enquanto os direitos civis dos norte-americanos forem esmagados pelo poder financeiro de alguns bancos e outros monopólios; enquanto os EUA não respeitarem a soberania dos outros países; enquanto seus governantes e sua casta dominante assassinarem em massa, além de suas fronteiras, crianças, jovens, mulheres e homens; e enquanto todos os norte-americanos não desfrutarem de um mínimo de direitos sociais, trabalhistas e previdenciários, além de direitos políticos para exercer suas atividades sindicais mais elementares – será melhor arrumar outra proposta, ou outro nome, que não seja “liga das democracias”.
Fora isso, falar em democracia (e, pior ainda, em “liga das democracias”) é, se o leitor nos permite a expressão, conversa fiada para enganar tolos ou incautos - e pilhá-los.
Que certa mídia, mais norte-americana do que brasileira, bajulasse essa vigarice, nada há com que se espantar. Por outro lado, alguns equívocos foram corrigidos a tempo: foi importante, neste sentido, a nota do diretório do PT do Rio, retificando a nota anterior de seu presidente, que, um pouco afobado, em relação a Obama “desautorizava qualquer membro [do PT] a manifestar opinião, em nome do Partido, que não reflita o posicionamento oficial do mesmo”, segundo ele, de apoio à visita.
A questão é simples: os interesses do Brasil e os interesses representados por Obama, na medida em que se curva aos bancos e belicistas dos EUA, não são os mesmos. Mais exatamente, são conflitantes. E não há quem se diga progressista que possa apoiar um massacre, um banho de sangue, como os EUA estão promovendo agora na Líbia e como a administração Obama continua promovendo no Iraque e no Afeganistão. Sempre em nome da “democratização” desses países, massacram a única fonte legítima e possível da democracia, o povo desses países. Como se os EUA, que não conseguem democratizar nem o Bronx, estivessem em condição de dar lições a algum outro povo sobre o tema...
Aliás, tivemos uma breve exibição dessa “democracia” durante três dias, em que, inadvertidamente, alguns indivíduos da guarda pretoriana da Casa Branca ocuparam pequenas partes do país (o nosso). Além de tentarem revistar nossos ministros de Estado (e mais de uma vez no mesmo dia), deterem veículos da polícia brasileira, desrespeitarem o fato de estarem em nosso território, por pouco não encarceram o pessoal da Cidade de Deus, espremidos atrás de uma cerca. Em tempo, desistiram de fechar 9 dos 10 acessos à Cinelândia para revistar quem entrasse na Praça Floriano – e logo no Rio, cidade com um povo que não costuma deixar estrangeiros passarem dos limites nem no carnaval.
Walt Whitman, chamado pelos norte-americanos “poeta da democracia”, escreveu sobre o seu país que “nunca será demais repetir que [democracia] é uma palavra da qual o conteúdo verdadeiro dorme, ainda longe de ser despertado, não obstante a repercussão e as muitas tempestades raivosas, da língua e da pena, com que suas sílabas têm sido articuladas. É uma grande palavra, cuja história imagino que permanece por ser escrita, pois essa história ainda está para ser posta em prática”.
Porém, mais adequado à atual “democracia” norte-americana é um dos seus melhores poemas: “Oh, doloroso fim dos patriotas desterrados!/ Oh, cansaço dos corações!/ Voltai o vosso olhar para esse dia e renovai-vos.// A vós, canalhas pagos para corromper o Povo, escutai!/ Apesar das inumeráveis agonias, crimes, cobiças,/ Apesar das formas vis de roubo das cortes, aproveitando a simplicidade do pobre para roubar o seu salário,// (…) // Entretanto jazem os cadáveres nas valas recém-abertas, os sangrentos cadáveres dos jovens// (...) Esses mártires suspensos das cordas, esses corações atravessados pelo sombrio chumbo,/ Frios e hirtos, parecem, mas algures perdura a sua incólume vitalidade.// (..) Não há um único morto pela liberdade em cujo túmulo não cresça uma semente de liberdade, dando sementes também,/ E os ventos levam-nas e elas voltam a germinar e alimentam-nas as chuvas e as neves”.
http://www.horadopovo.com.br/2011/marco/2943-23-03-2011/P3/pag3a.htm
Pior do que foi a visita de Obama só os puxa-sacos que se assanharam porque o cidadão é americano(certamente, não estavam puxando o saco porque ele é negro).
A professora Maria da Conceição Tavares tem razão: além de não mandar em nada, Obama “não é um iluminado”. Resta dizer que não manda em nada porque abriu mão de mandar em alguma coisa – preferiu deixar os bancos, o cartel bélico, o establishment dos EUA, conduzirem o seu governo.
Mas, também, convenhamos: alguém capaz de frases geniais como “minha mãe jamais imaginaria que minha primeira viagem ao Brasil seria como presidente dos EUA” ou “o que é Brasília, senão o nascimento de um novo dia para o Brasil?” (apenas atrasada em 50 anos) ou “vivemos a mesma história, queremos realizar o sonho americano juntos” (?), não está preparado para o cargo que ocupa.
Luiz Gonzaga Belluzzo escreveu um artigo intitulado “Obama não leu Roosevelt”, referindo-se ao seguinte trecho do discurso de posse do presidente Franklin Delano Roosevelt em 1933, no momento mais fundo da Grande Depressão: “... primeiro, antes de tudo, deixem-me afirmar a minha convicção de que a única coisa da qual devemos ter medo é do nosso próprio medo - do terror sem nome, irracional, injustificado, que paralisa os esforços necessários para converter o retrocesso em avanço”.
Com efeito, o problema de Obama é que ele não tem a coragem de Roosevelt – nem a coragem que seria razoável esperar dele próprio. Daí, os trilhões de dólares para sustentar os responsáveis pela crise dos EUA, o esquecimento dos desempregados – e o bombardeio covarde da Líbia para se apropriar do petróleo daquele bravo país.
Obama veio ao Brasil, sobretudo, por duas razões: acha que pode “apaziguar” o nosso governo diante da agressão cambial e comercial dos EUA, para continuar a cavar o déficit brasileiro nas trocas de mercadorias; e, segundo, acha que pode atrair o nosso governo para isolar os demais governos progressistas da América Latina e do mundo – um ponto do programa de McCain (e Sarah Palin) que Obama adotou: a pessimamente, enganosamente denominada “liga das democracias”.
Seria necessário que houvesse democracia nos EUA para que, ao menos, essa proposta não fosse absurda. Seria preciso que os EUA ainda fossem o país de Abraham Lincoln e Franklin Roosevelt para que isso não soasse como um escárnio. Porém, se Lincoln e Roosevelt, por algum milagre, aparecessem hoje em Washington, ou em qualquer parte do território norte-americano, não reconheceriam os EUA – um país com a Constituição submetida a dois atos antipa-trióticos ditatoriais e, como disse Michael Moore, sob um golpe de Estado financeiro.
Enquanto, nesse país do Norte, os cidadãos tiverem dificuldade até de exercer o direito de votar; enquanto as eleições norte-americanas estiverem submetidas a fraudes nacionais e ao arbítrio de corruptos chefetes locais; enquanto a liberdade de expressão nesse país for tão restrita que meramente só os magnatas e sua côrte têm acesso ao rádio, televisão e aos jornais; enquanto os direitos civis dos norte-americanos forem esmagados pelo poder financeiro de alguns bancos e outros monopólios; enquanto os EUA não respeitarem a soberania dos outros países; enquanto seus governantes e sua casta dominante assassinarem em massa, além de suas fronteiras, crianças, jovens, mulheres e homens; e enquanto todos os norte-americanos não desfrutarem de um mínimo de direitos sociais, trabalhistas e previdenciários, além de direitos políticos para exercer suas atividades sindicais mais elementares – será melhor arrumar outra proposta, ou outro nome, que não seja “liga das democracias”.
Fora isso, falar em democracia (e, pior ainda, em “liga das democracias”) é, se o leitor nos permite a expressão, conversa fiada para enganar tolos ou incautos - e pilhá-los.
Que certa mídia, mais norte-americana do que brasileira, bajulasse essa vigarice, nada há com que se espantar. Por outro lado, alguns equívocos foram corrigidos a tempo: foi importante, neste sentido, a nota do diretório do PT do Rio, retificando a nota anterior de seu presidente, que, um pouco afobado, em relação a Obama “desautorizava qualquer membro [do PT] a manifestar opinião, em nome do Partido, que não reflita o posicionamento oficial do mesmo”, segundo ele, de apoio à visita.
A questão é simples: os interesses do Brasil e os interesses representados por Obama, na medida em que se curva aos bancos e belicistas dos EUA, não são os mesmos. Mais exatamente, são conflitantes. E não há quem se diga progressista que possa apoiar um massacre, um banho de sangue, como os EUA estão promovendo agora na Líbia e como a administração Obama continua promovendo no Iraque e no Afeganistão. Sempre em nome da “democratização” desses países, massacram a única fonte legítima e possível da democracia, o povo desses países. Como se os EUA, que não conseguem democratizar nem o Bronx, estivessem em condição de dar lições a algum outro povo sobre o tema...
Aliás, tivemos uma breve exibição dessa “democracia” durante três dias, em que, inadvertidamente, alguns indivíduos da guarda pretoriana da Casa Branca ocuparam pequenas partes do país (o nosso). Além de tentarem revistar nossos ministros de Estado (e mais de uma vez no mesmo dia), deterem veículos da polícia brasileira, desrespeitarem o fato de estarem em nosso território, por pouco não encarceram o pessoal da Cidade de Deus, espremidos atrás de uma cerca. Em tempo, desistiram de fechar 9 dos 10 acessos à Cinelândia para revistar quem entrasse na Praça Floriano – e logo no Rio, cidade com um povo que não costuma deixar estrangeiros passarem dos limites nem no carnaval.
Walt Whitman, chamado pelos norte-americanos “poeta da democracia”, escreveu sobre o seu país que “nunca será demais repetir que [democracia] é uma palavra da qual o conteúdo verdadeiro dorme, ainda longe de ser despertado, não obstante a repercussão e as muitas tempestades raivosas, da língua e da pena, com que suas sílabas têm sido articuladas. É uma grande palavra, cuja história imagino que permanece por ser escrita, pois essa história ainda está para ser posta em prática”.
Porém, mais adequado à atual “democracia” norte-americana é um dos seus melhores poemas: “Oh, doloroso fim dos patriotas desterrados!/ Oh, cansaço dos corações!/ Voltai o vosso olhar para esse dia e renovai-vos.// A vós, canalhas pagos para corromper o Povo, escutai!/ Apesar das inumeráveis agonias, crimes, cobiças,/ Apesar das formas vis de roubo das cortes, aproveitando a simplicidade do pobre para roubar o seu salário,// (…) // Entretanto jazem os cadáveres nas valas recém-abertas, os sangrentos cadáveres dos jovens// (...) Esses mártires suspensos das cordas, esses corações atravessados pelo sombrio chumbo,/ Frios e hirtos, parecem, mas algures perdura a sua incólume vitalidade.// (..) Não há um único morto pela liberdade em cujo túmulo não cresça uma semente de liberdade, dando sementes também,/ E os ventos levam-nas e elas voltam a germinar e alimentam-nas as chuvas e as neves”.
http://www.horadopovo.com.br/2011/marco/2943-23-03-2011/P3/pag3a.htm
domingo, 20 de março de 2011
Obama desonra o Brasil
Obama desonra o Brasil e manda OK para ataque à Líbia
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cuja presença em nosso país é repudiada por partidos de esquerda e movimentos sociais, deu, durante seu encontro com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, o argumento definitivo para que se compreenda por que foi tachado de persona non grata: mandou de Brasília o OK dos Estados Unidos para iniciar a guerra de agressão contra a Líbia.
Em atitude que viola as regras da hospitalidade, constrangendo o anfitrião, Obama simplesmente desonrou o Brasil, ao fazer uma declaração de guerra no país que por princípio constitucional e tradição advoga a solução pacífica dos conflitos internacionais. O presidente estadunidense ignorou o fato de que o Brasil se absteve na votação da resolução do Conselho de Segurança da ONU que abriu a via legal para a agressão, “por não estar seguro de que o uso da força é o melhor caminho”, conforme explicou a embaixadora Viotti, representante do Brasil no órgão das Nações Unidas.
Obama deu um ultimato ao governo líbio e a senha para o ataque, ao anunciar que as potências imperialistas estavam prontas para a ação militar contra o país do norte da África. “A secretária (de Estado, Hillary) Clinton está em Paris em coligação com vários países para implementação da resolução 1973. Se não houver cessação imediata da violência contra a população líbia, nossa coligação vai agir de alguma forma", disse Obama em Brasília. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, enquanto se desenrolava a audiência entre Dilma e Obama, um assessor deste último entrou na sala com um bilhete. Obama leu e disse que as "providências" teriam de ser tomadas.
Em seguida, explicou a Dilma que o assunto se referia à Líbia e que ele estava dando o apoio para que as forças aliadas abrissem fogo contra as tropas leais a Muamar Kadafi.
Ato contínuo, a França iniciou a intervenção militar contra a Líbia. Nicolas Sarkozy deu a ordem para os aviões franceses bombardearem aviões e blindados das forças armadas líbias e luz verde para o deslocamento de navios de guerra inclusive o porta-aviões Charles de Gaulle.
Cinicamente, o presidente francês, que em muitas ocasiões já demonstrou sua vocação autoritária, disse que “a porta da diplomacia será reaberta desde que cessem as agressões”. (das forças líbias contra os oposicionistas armados).
O Reino Unido e o Canadá participarão das operações de guerra. A Alemanha apoia a demarche mas não enviará forças militares.
O início dos bombardeios configura uma situação nova. Em nome de uma causa “humanitária”, que confunde muitos ingênuos e serve para disfarçar o oportunismo político, as potências imperialistas começam mais uma guerra. No início da década de 1990, de posse de um mandato da ONU, uma ampla coalizão de forças internacionais atacou o Iraque. Em 1999, sem o aval da ONU, mas com aparência de ação multilateral, a Otan dizimou a ex-Iugoslávia. Em 2001, sob pretexto de punir o suposto responsável pelos atentados às torres gêmeas, o imperialismo estadunidense formou consenso em torno da guerra ao Afeganistão.
Pretextos e gente disposta a respaldar ações desse tipo sempre haverá. Mas a verdade precisa vir à tona. Esse “multilateralismo” não corresponde aos anseios dos povos de democratização das relações internacionais. É palavra vazia, um rótulo sob o qual, na retórica imperialista, se tenta camuflar os piores crimes de lesa-soberania e lesa-humanidade.
Mas do lado dos povos, das forças progressistas, de esquerda e dos amantes da paz, nunca poderá nem deverá faltar argumentos, energia e coragem para condenar tais atos que atentam contra a soberania nacional e a paz mundial. Mesmo que seja uma posição aparentemente e momentaneamente minoritária.
José Reinaldo Carvalho é editor do Vermelho
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cuja presença em nosso país é repudiada por partidos de esquerda e movimentos sociais, deu, durante seu encontro com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, o argumento definitivo para que se compreenda por que foi tachado de persona non grata: mandou de Brasília o OK dos Estados Unidos para iniciar a guerra de agressão contra a Líbia.
Em atitude que viola as regras da hospitalidade, constrangendo o anfitrião, Obama simplesmente desonrou o Brasil, ao fazer uma declaração de guerra no país que por princípio constitucional e tradição advoga a solução pacífica dos conflitos internacionais. O presidente estadunidense ignorou o fato de que o Brasil se absteve na votação da resolução do Conselho de Segurança da ONU que abriu a via legal para a agressão, “por não estar seguro de que o uso da força é o melhor caminho”, conforme explicou a embaixadora Viotti, representante do Brasil no órgão das Nações Unidas.
Obama deu um ultimato ao governo líbio e a senha para o ataque, ao anunciar que as potências imperialistas estavam prontas para a ação militar contra o país do norte da África. “A secretária (de Estado, Hillary) Clinton está em Paris em coligação com vários países para implementação da resolução 1973. Se não houver cessação imediata da violência contra a população líbia, nossa coligação vai agir de alguma forma", disse Obama em Brasília. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, enquanto se desenrolava a audiência entre Dilma e Obama, um assessor deste último entrou na sala com um bilhete. Obama leu e disse que as "providências" teriam de ser tomadas.
Em seguida, explicou a Dilma que o assunto se referia à Líbia e que ele estava dando o apoio para que as forças aliadas abrissem fogo contra as tropas leais a Muamar Kadafi.
Ato contínuo, a França iniciou a intervenção militar contra a Líbia. Nicolas Sarkozy deu a ordem para os aviões franceses bombardearem aviões e blindados das forças armadas líbias e luz verde para o deslocamento de navios de guerra inclusive o porta-aviões Charles de Gaulle.
Cinicamente, o presidente francês, que em muitas ocasiões já demonstrou sua vocação autoritária, disse que “a porta da diplomacia será reaberta desde que cessem as agressões”. (das forças líbias contra os oposicionistas armados).
O Reino Unido e o Canadá participarão das operações de guerra. A Alemanha apoia a demarche mas não enviará forças militares.
O início dos bombardeios configura uma situação nova. Em nome de uma causa “humanitária”, que confunde muitos ingênuos e serve para disfarçar o oportunismo político, as potências imperialistas começam mais uma guerra. No início da década de 1990, de posse de um mandato da ONU, uma ampla coalizão de forças internacionais atacou o Iraque. Em 1999, sem o aval da ONU, mas com aparência de ação multilateral, a Otan dizimou a ex-Iugoslávia. Em 2001, sob pretexto de punir o suposto responsável pelos atentados às torres gêmeas, o imperialismo estadunidense formou consenso em torno da guerra ao Afeganistão.
Pretextos e gente disposta a respaldar ações desse tipo sempre haverá. Mas a verdade precisa vir à tona. Esse “multilateralismo” não corresponde aos anseios dos povos de democratização das relações internacionais. É palavra vazia, um rótulo sob o qual, na retórica imperialista, se tenta camuflar os piores crimes de lesa-soberania e lesa-humanidade.
Mas do lado dos povos, das forças progressistas, de esquerda e dos amantes da paz, nunca poderá nem deverá faltar argumentos, energia e coragem para condenar tais atos que atentam contra a soberania nacional e a paz mundial. Mesmo que seja uma posição aparentemente e momentaneamente minoritária.
José Reinaldo Carvalho é editor do Vermelho
sábado, 19 de março de 2011
Contra a intervenção norte-americana em Nossa América
Por PCML- Br (Partido Comunista Marxista-Leninista – Brasil)
Sete punhais no coração da América
A visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil é mais um passo do cerco sobre a América Latina. O Círculo de Fogo se fecha sobre Nossa América pelas razões que já conhecemos: o centro do imperialismo atingido pela crise capitalista que explodiu em 2008 intensificou o recurso às intervenções, golpes, como o de Honduras, massacres de populações civis, como no Afeganistão, e a todo o tipo de ações clandestinas de seus serviços secretos, espalhando o terror e alimentando a desagregação interna de nações.
Os acontecimentos no mundo árabe intensificaram os problemas para os Estados Unidos e demais países imperialistas. Conforme os regimes próximos aos imperialistas entram em crise, os EUA passam a dar o troco e desestabilizar outros países da região, principalmente onde tem interesse econômicos, como a Líbia, um dos maiores exportadores de petróleo.
O imperialismo já se prepara para através da OTAN invadir a Líbia. Na sexta feira, o “Nobel da paz” Obama já anunciou que imporá militarmente o cumprimento da resolução do Conselho de Segurança. Após a mídia transformar Kadaffi no novo Saddam, assistimos a mais uma guerra imperialista sendo gestada.
Como sabemos, nessas horas os Estados Unidos se voltam para a América Latina, tratada poreles como uma espécie de reserva para quando o mundo árabe entra em turbulências tais que seus interesses ficam ameaçados.
As sete bases militares instaladas na Colômbia apontam para nossas fronteiras, representando na prática uma escandalosa anexação da Colômbia aos interesses ianques e uma ameaça flagrante à nossa soberania. Instalam bases militares voltadas para áreas estratégicas de nosso país, como a Amazônia, e depois dizem que vêm fazer diplomacia, que estão interessados nas reservas de petróleo do pré-sal!
Enquanto isso perseguem aqueles que lutam por dignidade e defendem seus povos do massacre imperialista, como Simón Trinidad e Sonia Rojas, patriotas colombianos extraditados e encarcerados nos Estados Unidos!
Os fatos são esses, a principal lição que podemos tirar é intensificar a luta contra o neoliberalismo e a intervenção imperialista. No olho do fuçarão de uma de suas mais graves crises, os Estados Unidos recorrem a todos os meios para manter esse modo de produção, paciente terminal, mas capaz de espalhar pelo mundo as mazelas características de sua lei fundamental: concentração de imensa riqueza num pólo e miséria, torturas e todo o tipo de sofrimento no outro.
O aparato repressivo e mobilização de todo o tipo de segurança que cerca a visita de Barack Obama ao Rio de Janeiro têm o caráter de uma operação de guerra, a área onde diz-se que o presidente vai falar vai ser cercada, intenso controle dos que entram. O que significa isso? Tanta segurança talvez assuste até mesmo a quem, sincera e pacificamente, queira ouvir o presidente.
Contra a anexação da Colômbia pelos Estados Unidos!
Fora com todas as bases militares norte-americanas no continente!
Fora OTAN da Líbia!
Contra a anexação da Colômbia pelos Estados Unidos!
PCML- Br (Partido Comunista Marxista-Leninista – Brasil) / CEPPES (Centro de Educação Popular e Pesquisas Econômicas e Sociais) / Jornal INVERTA / CLCN (Comitê Nacional de Luta contra o NeoliberPalismo)
Sete punhais no coração da América
A visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil é mais um passo do cerco sobre a América Latina. O Círculo de Fogo se fecha sobre Nossa América pelas razões que já conhecemos: o centro do imperialismo atingido pela crise capitalista que explodiu em 2008 intensificou o recurso às intervenções, golpes, como o de Honduras, massacres de populações civis, como no Afeganistão, e a todo o tipo de ações clandestinas de seus serviços secretos, espalhando o terror e alimentando a desagregação interna de nações.
Os acontecimentos no mundo árabe intensificaram os problemas para os Estados Unidos e demais países imperialistas. Conforme os regimes próximos aos imperialistas entram em crise, os EUA passam a dar o troco e desestabilizar outros países da região, principalmente onde tem interesse econômicos, como a Líbia, um dos maiores exportadores de petróleo.
O imperialismo já se prepara para através da OTAN invadir a Líbia. Na sexta feira, o “Nobel da paz” Obama já anunciou que imporá militarmente o cumprimento da resolução do Conselho de Segurança. Após a mídia transformar Kadaffi no novo Saddam, assistimos a mais uma guerra imperialista sendo gestada.
Como sabemos, nessas horas os Estados Unidos se voltam para a América Latina, tratada poreles como uma espécie de reserva para quando o mundo árabe entra em turbulências tais que seus interesses ficam ameaçados.
As sete bases militares instaladas na Colômbia apontam para nossas fronteiras, representando na prática uma escandalosa anexação da Colômbia aos interesses ianques e uma ameaça flagrante à nossa soberania. Instalam bases militares voltadas para áreas estratégicas de nosso país, como a Amazônia, e depois dizem que vêm fazer diplomacia, que estão interessados nas reservas de petróleo do pré-sal!
Enquanto isso perseguem aqueles que lutam por dignidade e defendem seus povos do massacre imperialista, como Simón Trinidad e Sonia Rojas, patriotas colombianos extraditados e encarcerados nos Estados Unidos!
Os fatos são esses, a principal lição que podemos tirar é intensificar a luta contra o neoliberalismo e a intervenção imperialista. No olho do fuçarão de uma de suas mais graves crises, os Estados Unidos recorrem a todos os meios para manter esse modo de produção, paciente terminal, mas capaz de espalhar pelo mundo as mazelas características de sua lei fundamental: concentração de imensa riqueza num pólo e miséria, torturas e todo o tipo de sofrimento no outro.
O aparato repressivo e mobilização de todo o tipo de segurança que cerca a visita de Barack Obama ao Rio de Janeiro têm o caráter de uma operação de guerra, a área onde diz-se que o presidente vai falar vai ser cercada, intenso controle dos que entram. O que significa isso? Tanta segurança talvez assuste até mesmo a quem, sincera e pacificamente, queira ouvir o presidente.
Contra a anexação da Colômbia pelos Estados Unidos!
Fora com todas as bases militares norte-americanas no continente!
Fora OTAN da Líbia!
Contra a anexação da Colômbia pelos Estados Unidos!
PCML- Br (Partido Comunista Marxista-Leninista – Brasil) / CEPPES (Centro de Educação Popular e Pesquisas Econômicas e Sociais) / Jornal INVERTA / CLCN (Comitê Nacional de Luta contra o NeoliberPalismo)
sexta-feira, 18 de março de 2011
Niemeyer em abaixo-assinado a Obama: contra o imperialismo
"Como eu já escrevi antes, há noticias impossiveis de serem esquecidas e imprescindiveis de serem conhecidas"(Ninféia G)
Niemeyer em abaixo-assinado a Obama: contra o imperialismo
Por Márcia Xavier
O arquiteto Oscar Niemeyerpresidente de Honra da Rede das Redes em Defesa da Humanidade – Capítulo Brasileiroencabeça o abaixo-assinado dirigido ao presidente dos Estados UnidosBarack Obamaem sua visita ao Brasil neste final de semana. No documentoos signatários pedem o cumprimento das promessas de campanha de Obamacomo a desativação da Prisão de Guatánamoe se dizem decepcionados com a sua atuação.
“Sua eleição trouxe muita admiração e muita esperança para o povo brasileiro e para toda a América Latina. Contudodevemos confessar-lhe que nos encontramos profundamente decepcionados”diz o texto logo nas primeiras linhas. Eno finalpede que ele “acabe com o embargo a Cuba e liberte os Cinco Herois Cubanosem nome da real integração entre os povos.”
Para convencer o Presidente estadunidenseo documento apela para “a generosidadea solidariedadeo respeito à soberania de cada país”destacando que “(devemos) centrar nossas potencialidades para transformar o caos em que vivemos num mundo melhor.”
Ao longo do texto – curto – Niemeyer e os demais defensores do fim do imperialismo dos Estados Unidos – destaca os ataques implementados pelo governo estadunidense “contra HondurasVenezuelaBolíviaÁfricasem citar o apoio e o trabalho das agências de inteligência contra os países sul-americanos nas décadas de 60 e 70 do século passado.”
Leia a íntegra do documento:
Abaixo-assinado do povo brasileiro à Barak Obama
Para: Presidente dos Estados UnidosBarack Obama
O presidente Lula foi definitivo: quando nos dirigimos a V. Exa. não parece que falamos com o representante de um poder imperial e sim com um brasileiro como qualquer um de nós. Sua eleição trouxe muita admiração e muita esperança para o povo brasileiro e para toda a América Latina. Contudodevemos confessar-lhe que nos encontramos profundamente decepcionados.
Acreditamos nas promessas de campanha. Entre elas esperávamos que seu governo trouxesse a paz e a justiça para nossa querida Ilha Cubanaquecomo é sabidoapesar do embargo de mais de 50 anosconseguiu ocupar um lugar de destaque no mundo com avanços significativos na área da biotecnológicaeducacional e na área de saúde pública. Apesar da campanha difamatória e da propaganda violentaCuba resiste a todas as agressões e intempéries com dignidade. Desnecessário citar a V. Exa. todos os desmandos contra Cubasob as mais mentirosas alegações. Assim foi a Baia de Porcosassim foi a promessa de desativar Guantánamoassim é a prisão dos Cinco Cubanos em prisões estadunidensescom julgamentos sem nenhum critério ético e justiçaassim foi assinadohá mais de 50 anosum embargo econômicocruel e desumano.
Assim tem sido contra HondurasVenezuelaBolíviaÁfricasem citar o apoio e o trabalho das agências de inteligência contra os países sul-americanos nas décadas de 60 e 70 do século passado.
São incontáveis essas agressões. O senhor chegou como esperança de crescimento do homem em todas as esferas. Veio de uma classe média diferenciadatraz nas veias a herança de seus antepassadosos mesmos que construíram a economia de seu País.
Sabemos de seus interesses na grandiosidade do Brasilque transcende o imaginável: Pré-salriquezas inesgotáveis de energiabiodiversidademão de obra baratasão apenas alguns exemplos.
Senhor Presidente Barack Obamanosso contencioso é grandemasnosso carinho pelo povo norte-americano transcende as desavenças.
Queremos aproveitar esta ocasião para uma reflexão necessária: a generosidadea solidariedadeo respeito à soberania de cada país eprincipalmentecentrar nossas potencialidades para transformar o caos em que vivemos num mundo melhor.
Acabe com o embargo a Cuba e liberte os Cinco Herois Cubanosem nome da real integração entre os povos.
Rede das Redes em Defesa da Humanidade – Capítulo Brasileiro
Oscar Niemeyer – Presidente de Honra
Marília Guimarães – Presidente do Capitulo Brasil
Niemeyer em abaixo-assinado a Obama: contra o imperialismo
Por Márcia Xavier
O arquiteto Oscar Niemeyerpresidente de Honra da Rede das Redes em Defesa da Humanidade – Capítulo Brasileiroencabeça o abaixo-assinado dirigido ao presidente dos Estados UnidosBarack Obamaem sua visita ao Brasil neste final de semana. No documentoos signatários pedem o cumprimento das promessas de campanha de Obamacomo a desativação da Prisão de Guatánamoe se dizem decepcionados com a sua atuação.
“Sua eleição trouxe muita admiração e muita esperança para o povo brasileiro e para toda a América Latina. Contudodevemos confessar-lhe que nos encontramos profundamente decepcionados”diz o texto logo nas primeiras linhas. Eno finalpede que ele “acabe com o embargo a Cuba e liberte os Cinco Herois Cubanosem nome da real integração entre os povos.”
Para convencer o Presidente estadunidenseo documento apela para “a generosidadea solidariedadeo respeito à soberania de cada país”destacando que “(devemos) centrar nossas potencialidades para transformar o caos em que vivemos num mundo melhor.”
Ao longo do texto – curto – Niemeyer e os demais defensores do fim do imperialismo dos Estados Unidos – destaca os ataques implementados pelo governo estadunidense “contra HondurasVenezuelaBolíviaÁfricasem citar o apoio e o trabalho das agências de inteligência contra os países sul-americanos nas décadas de 60 e 70 do século passado.”
Leia a íntegra do documento:
Abaixo-assinado do povo brasileiro à Barak Obama
Para: Presidente dos Estados UnidosBarack Obama
O presidente Lula foi definitivo: quando nos dirigimos a V. Exa. não parece que falamos com o representante de um poder imperial e sim com um brasileiro como qualquer um de nós. Sua eleição trouxe muita admiração e muita esperança para o povo brasileiro e para toda a América Latina. Contudodevemos confessar-lhe que nos encontramos profundamente decepcionados.
Acreditamos nas promessas de campanha. Entre elas esperávamos que seu governo trouxesse a paz e a justiça para nossa querida Ilha Cubanaquecomo é sabidoapesar do embargo de mais de 50 anosconseguiu ocupar um lugar de destaque no mundo com avanços significativos na área da biotecnológicaeducacional e na área de saúde pública. Apesar da campanha difamatória e da propaganda violentaCuba resiste a todas as agressões e intempéries com dignidade. Desnecessário citar a V. Exa. todos os desmandos contra Cubasob as mais mentirosas alegações. Assim foi a Baia de Porcosassim foi a promessa de desativar Guantánamoassim é a prisão dos Cinco Cubanos em prisões estadunidensescom julgamentos sem nenhum critério ético e justiçaassim foi assinadohá mais de 50 anosum embargo econômicocruel e desumano.
Assim tem sido contra HondurasVenezuelaBolíviaÁfricasem citar o apoio e o trabalho das agências de inteligência contra os países sul-americanos nas décadas de 60 e 70 do século passado.
São incontáveis essas agressões. O senhor chegou como esperança de crescimento do homem em todas as esferas. Veio de uma classe média diferenciadatraz nas veias a herança de seus antepassadosos mesmos que construíram a economia de seu País.
Sabemos de seus interesses na grandiosidade do Brasilque transcende o imaginável: Pré-salriquezas inesgotáveis de energiabiodiversidademão de obra baratasão apenas alguns exemplos.
Senhor Presidente Barack Obamanosso contencioso é grandemasnosso carinho pelo povo norte-americano transcende as desavenças.
Queremos aproveitar esta ocasião para uma reflexão necessária: a generosidadea solidariedadeo respeito à soberania de cada país eprincipalmentecentrar nossas potencialidades para transformar o caos em que vivemos num mundo melhor.
Acabe com o embargo a Cuba e liberte os Cinco Herois Cubanosem nome da real integração entre os povos.
Rede das Redes em Defesa da Humanidade – Capítulo Brasileiro
Oscar Niemeyer – Presidente de Honra
Marília Guimarães – Presidente do Capitulo Brasil
Central das Favelas rompe com organizadores da visita de Obama
"Há noticias que é imprscindível que se divulgue e este espaço aqui é para isso, para estar reproduzindo o que se lê de bom e útil. A Cinelância, palco de tantas manifestações de brasileiros ´principalmente nos Anos de Chumbo,patrocinados pelos governos estadunidenses, está livre da palhaçada OBAMA- Amém!"(Ninféia G)
Central das Favelas rompe com organizadores da visita de Obama
Por Michel Blanco, da Redação Yahoo! Brasil
O clima de cordialidade nos preparativos para receber Barack Obama na Cidade de Deus azedou. A Central Única das Favelas do Rio (Cufa) rompeu com os organizadores da visita do presidente norte-americano por discordar das regras impostas aos moradores enquanto Obama estiver na comunidade.
O rígido aparato de segurança vai mudar radicalmente os hábitos da favela. Os moradores não poderão sair de casa e o tradicional banho de sol na laje está proibido. A Cufa foi informada pelos organizadores da visita de que o cordão de isolamento em torno da comitiva será de 300 metros. Os moradores, inclusive crianças, serão revistados.
“Isto não é visita, é hostilização. As crianças daqui são esculachadas a vida inteira, e agora vêm os americanos para esculachar também? É um absurdo”, diz um dos líderes da Cufa à frente das negociações. “Esse aparato tem que existir, claro. Porém, deveria servir para viabilizar o contato dele com as pessoas. Não é o que vai acontecer.”
A entidade, no entanto, ressalta a importância da visita de Obama à Cidade de Deus. Mas questiona as normas impostas pela segurança e os preparativos que veem como “maquiagem” dos problemas da favela.
O rapper MV Bill, um dos fundadores da Cufa, diz esperar que o plano seja revisto, “para que a visita não seja uma grande frustração”. Em entrevista por telefone, Bill frisa que a visita é bem-vinda, “mas ela está fora de sintonia do que se espera de um cara como Obama. Pelo jeito dele, pela cara dele, há uma identificação automática com a comunidade. Quase pensam que ele já vai sair falando português. Mas aí vem isso. Vão transformar a comunidade num cativeiro.”
Os moradores da Cidade de Deus também se mostram indignados. O eletricista Márcio, embora acredite num clima de tranquilidade, prevê um protesto pacífico dos moradores. “Ele vai apenas tirar uma foto pra dizer que foi a Cidade de Deus. E só. Vai haver um protesto pacífico. A Cidade de Deus é uma comunidade pacificada.”
De acordo com os planos, durante a visita de Obama, o comércio será fechado. Prejuízo para quem trabalha no fim de semana e esperava um movimento maior com a visita do presidente americano, como a cabeleira Vânia. “Trabalho no domingo e vou ter o meu comércio fechado. A gente não pode mascarar as coisas pra gringo ver um Brasil que não é realidade. Seria uma ótima oportunidade para discutir as dificuldades da Cidade de Deus”, afirma.
“O Obama tem uma história, é preto. Ele precisa conhecer a realidade do Brasil. E a Michelle podia ir lá no meu salãozinho, poxa”, completa.
Fotos
Embora a agenda de Obama na CDD não esteja confirmada, a expectativa é que o presidente americano vá a um campo de futebol e depois veja uma roda de capoeira de crianças atendidas por uma entidade assistencial, em um prédio fechado com capacidade para apenas 60 pessoas.
Nesta sexta-feira, a embaixada norte-americana em Brasília informou que o presidente não fará mais discurso na Cinelândia, região central do Rio de Janeiro. O novo local do discurso de Obama será o Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A embaixada não especificou as razões que levaram à mudança do local do discurso do presidente dos EUA evento, que deve ocorrer na tarde de domingo.
Antes de ir ao Rio, Obama inicia sua visita ao Brasil em Brasília, onde terá encontro com a presidente Dilma Rousseff. O Brasil é a primeira parada do presidente norte-americano em um tour que inclui Chile e El Salvador.
Central das Favelas rompe com organizadores da visita de Obama
Por Michel Blanco, da Redação Yahoo! Brasil
O clima de cordialidade nos preparativos para receber Barack Obama na Cidade de Deus azedou. A Central Única das Favelas do Rio (Cufa) rompeu com os organizadores da visita do presidente norte-americano por discordar das regras impostas aos moradores enquanto Obama estiver na comunidade.
O rígido aparato de segurança vai mudar radicalmente os hábitos da favela. Os moradores não poderão sair de casa e o tradicional banho de sol na laje está proibido. A Cufa foi informada pelos organizadores da visita de que o cordão de isolamento em torno da comitiva será de 300 metros. Os moradores, inclusive crianças, serão revistados.
“Isto não é visita, é hostilização. As crianças daqui são esculachadas a vida inteira, e agora vêm os americanos para esculachar também? É um absurdo”, diz um dos líderes da Cufa à frente das negociações. “Esse aparato tem que existir, claro. Porém, deveria servir para viabilizar o contato dele com as pessoas. Não é o que vai acontecer.”
A entidade, no entanto, ressalta a importância da visita de Obama à Cidade de Deus. Mas questiona as normas impostas pela segurança e os preparativos que veem como “maquiagem” dos problemas da favela.
O rapper MV Bill, um dos fundadores da Cufa, diz esperar que o plano seja revisto, “para que a visita não seja uma grande frustração”. Em entrevista por telefone, Bill frisa que a visita é bem-vinda, “mas ela está fora de sintonia do que se espera de um cara como Obama. Pelo jeito dele, pela cara dele, há uma identificação automática com a comunidade. Quase pensam que ele já vai sair falando português. Mas aí vem isso. Vão transformar a comunidade num cativeiro.”
Os moradores da Cidade de Deus também se mostram indignados. O eletricista Márcio, embora acredite num clima de tranquilidade, prevê um protesto pacífico dos moradores. “Ele vai apenas tirar uma foto pra dizer que foi a Cidade de Deus. E só. Vai haver um protesto pacífico. A Cidade de Deus é uma comunidade pacificada.”
De acordo com os planos, durante a visita de Obama, o comércio será fechado. Prejuízo para quem trabalha no fim de semana e esperava um movimento maior com a visita do presidente americano, como a cabeleira Vânia. “Trabalho no domingo e vou ter o meu comércio fechado. A gente não pode mascarar as coisas pra gringo ver um Brasil que não é realidade. Seria uma ótima oportunidade para discutir as dificuldades da Cidade de Deus”, afirma.
“O Obama tem uma história, é preto. Ele precisa conhecer a realidade do Brasil. E a Michelle podia ir lá no meu salãozinho, poxa”, completa.
Fotos
Embora a agenda de Obama na CDD não esteja confirmada, a expectativa é que o presidente americano vá a um campo de futebol e depois veja uma roda de capoeira de crianças atendidas por uma entidade assistencial, em um prédio fechado com capacidade para apenas 60 pessoas.
Nesta sexta-feira, a embaixada norte-americana em Brasília informou que o presidente não fará mais discurso na Cinelândia, região central do Rio de Janeiro. O novo local do discurso de Obama será o Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A embaixada não especificou as razões que levaram à mudança do local do discurso do presidente dos EUA evento, que deve ocorrer na tarde de domingo.
Antes de ir ao Rio, Obama inicia sua visita ao Brasil em Brasília, onde terá encontro com a presidente Dilma Rousseff. O Brasil é a primeira parada do presidente norte-americano em um tour que inclui Chile e El Salvador.
Os EUA estão de olho é no petróleo da Líbia
Por Emanuel Cancella
Muamar Kadafi implantou em seu país um sistema almejado por todos os bons governantes do planeta: A Líbia detém o maior índice de desenvolvimento humano (IDH) do Continente Africano e a maior renda per capita da região. Como se não bastassea saúde e educação são oferecidas gratuitamente ao povo.
É o dinheiro do petróleo aplicado em beneficio da populaçãojá que a Líbia está entre os países detentores das maiores reservas de petróleo e também é um dos grandes exportadores de hidrocarboneto do mundo.
Dizer que Kadafi está há 42 anos no poder sem eleições é muito pouco para quem trata dessa forma seu povo. Até porque Hugo Chavesna Venezuelaé o governante no mundo que mais se submeteu a eleiçõesno entanto é chamadopelos mesmos críticos de Kadafide ditador. Não por acasoa Venezuela também é detentora de reservas gigantes de petróleo e está entre os grandes exportadores mundiais.
Além de tudoconsiderar as eleições diretas aplicadas no mundo como símbolo da democracia é chamar a humanidade de idiota: basta ver que os eleitos nesses processos são os que investem maior volume de dinheiroou sejao grande vencedor nas eleições implantadas no planeta é o poder econômico.
É bom observar quena verdadenão seria na Líbiaa primeira vez que os Estados Unidos e seus aliados financiariam mercenários para combater governantes desafetos. Além dissona América Latinaos EUA financiaram e apoiaram ditaduras militaresinclusive no Brasil.
Kadafiagorapara sobrevivertem que ir além dos combates em seu território e buscar aliadosdenunciando ao mundo a trama contra seu povo e seu governo.
Como na música de Genival Lacerda“Severina Xique-Xique”denunciando Pedro de olho no bum bum da vizinha: “ele esta de olha é na boutique dela! Na Líbiaos EUAao invés de democracia“está de olho é no petróleo dela!”
A democracia que os Estados Unidos e seus aliados querem implantar na Líbia é a mesma que implantaram em grande parte do Oriente Médio e da Áfricacom ênfase no Iraque: a posse do petróleo. Desde que tenham controle do petróleoos Estados Unidos e a Europa apóiam qualquer governoseja ditadorfamília realtiranos de toda extirpe. De fatoa questão da democracia é só uma cortina de fumaça: Kadafi tem que deixar o poderporque não tem o perfil de governante projetado pelos Estados Unidos e Europa!
* Emanuel Cancella é diretor do Sindipetro-RJ.
Fonte: Agência Petroleira de Notíc
Muamar Kadafi implantou em seu país um sistema almejado por todos os bons governantes do planeta: A Líbia detém o maior índice de desenvolvimento humano (IDH) do Continente Africano e a maior renda per capita da região. Como se não bastassea saúde e educação são oferecidas gratuitamente ao povo.
É o dinheiro do petróleo aplicado em beneficio da populaçãojá que a Líbia está entre os países detentores das maiores reservas de petróleo e também é um dos grandes exportadores de hidrocarboneto do mundo.
Dizer que Kadafi está há 42 anos no poder sem eleições é muito pouco para quem trata dessa forma seu povo. Até porque Hugo Chavesna Venezuelaé o governante no mundo que mais se submeteu a eleiçõesno entanto é chamadopelos mesmos críticos de Kadafide ditador. Não por acasoa Venezuela também é detentora de reservas gigantes de petróleo e está entre os grandes exportadores mundiais.
Além de tudoconsiderar as eleições diretas aplicadas no mundo como símbolo da democracia é chamar a humanidade de idiota: basta ver que os eleitos nesses processos são os que investem maior volume de dinheiroou sejao grande vencedor nas eleições implantadas no planeta é o poder econômico.
É bom observar quena verdadenão seria na Líbiaa primeira vez que os Estados Unidos e seus aliados financiariam mercenários para combater governantes desafetos. Além dissona América Latinaos EUA financiaram e apoiaram ditaduras militaresinclusive no Brasil.
Kadafiagorapara sobrevivertem que ir além dos combates em seu território e buscar aliadosdenunciando ao mundo a trama contra seu povo e seu governo.
Como na música de Genival Lacerda“Severina Xique-Xique”denunciando Pedro de olho no bum bum da vizinha: “ele esta de olha é na boutique dela! Na Líbiaos EUAao invés de democracia“está de olho é no petróleo dela!”
A democracia que os Estados Unidos e seus aliados querem implantar na Líbia é a mesma que implantaram em grande parte do Oriente Médio e da Áfricacom ênfase no Iraque: a posse do petróleo. Desde que tenham controle do petróleoos Estados Unidos e a Europa apóiam qualquer governoseja ditadorfamília realtiranos de toda extirpe. De fatoa questão da democracia é só uma cortina de fumaça: Kadafi tem que deixar o poderporque não tem o perfil de governante projetado pelos Estados Unidos e Europa!
* Emanuel Cancella é diretor do Sindipetro-RJ.
Fonte: Agência Petroleira de Notíc
quinta-feira, 17 de março de 2011
Imprudência diplomática
Por Mauro Santayana
É preciso romper o silêncio da amabilidade para estranhar o pronunciamento público que o presidente Obama fará, da sacada do Teatro Municipal, diante da histórica Cinelândia. Afinal, é de se indagar por que a um chefe de Estado estrangeiro se permite realizar um comício – porque de comício se trata – em nosso país. Apesar das especulações, não se sabe o que ele pretende dizer exatamente aos brasileiros que, a convite da Embaixada dos Estados Unidos – é bom que se frise – irão se reunir em um local tão estreitamente vinculado ao sentimento nacionalista do nosso povo.
É da boa praxe das relações internacionais que os chefes de estado estrangeiros sejam recebidos no Parlamento e, por intermédio dos representantes da nação, se dirijam ao povo que eles visitam. Seria aceitável que Mr. Obama, a exemplo do que fez no Cairo, pronunciasse conferência em alguma universidade brasileira. Ele poderia dizer o que pensa das relações entre os Estados Unidos e a América Latina, e seria de sua conveniência atualizar a Doutrina Monroe, dando-lhe significado diferente daquele que lhe deu o presidente Ted Roosevelt, em 1904. Na mensagem que então enviou ao Congresso dos Estados Unidos, o presidente declarou o direito de os Estados Unidos policiarem o mundo, ao mesmo tempo em que instruiu seus emissários à América Latina a se valerem do provérbio africano que recomenda falar macio, mas carregar um porrete grande.
Se a idéia desse ato público foi de Washington, deveríamos ter ponderado, com toda a elegância diplomática, a sua inconveniência. Se a sugestão partiu do Itamaraty ou do Planalto, devemos lamentar a imprudência. Com todos os seus méritos, a presidência Obama ainda não conseguiu amenizar o sentimento de animosidade de grande parte do povo brasileiro com relação aos Estados Unidos.
Afinal, nossa memória guarda fatos como os golpes de 64, no Brasil, de 1973, no Chile, e ação ianque em El Salvador, em 1981, e as cenas de Guantánamo e Abu Ghraid.
O Rio de Janeiro é uma cidade singular, que, desde a noite das garrafadas, em 13 de março de 1831, costuma desatar seu inconformismo em protestos fortes Depois do fim do Estado Novo, foi o lugar preferido das forças políticas nacionalistas e de esquerda, para os grandes comícios. A Cinelândia assistiu, da mesma forma, aos protestos históricos do povo carioca, quando do assassinato do estudante Edson Luis, ocorrido também em março (1968). Da Cinelândia partiu a passeata dos cem mil, no grande ato contra a ditadura militar, em 26 de junho do mesmo ano.
Não é, convenhamos, lugar politicamente adequado para o pronunciamento público do presidente dos Estados Unidos. É ingenuidade não esperar manifestações de descontentamento contra a visita de Obama. Além disso – e é o mais grave – será difícil impedir que agentes provocadores, destacados pela extrema-direita dos Estados Unidos, atuem, a fim de criar perigosos incidentes durante o ato. Outra questão importante: a segurança mais próxima do presidente Obama será exercida por agentes norte-americanos, como é natural nessas visitas. Se houver qualquer incidente entre um guarda-costas de Obama e um cidadão brasileiro, as conseqüências serão inimagináveis.
Argumenta-se que não só Obama, como Kennedy, discursaram em público em Berlim. A situação é diferente. A Alemanha tem a sua soberania limitada pela derrota de 1945, e ainda hoje se encontra sob ocupação militar americana. Finalmente, podemos perguntar se a presidente Dilma, ao visitar os Estados Unidos, poderá falar diretamente aos novaiorquinos, em palanque armado no Times Square.
Mauro Santayana é jornalista brasileiro.Ocupou, como jornalista, cargos destacados nos principais órgãos de imprensa brasileiros, especialmente na mídia impressa, como Folha de S. Paulo, Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil, no qual mantém uma coluna sobre política. Também escreve regularmente para a Carta Maior e é comentarista de televisão.
É preciso romper o silêncio da amabilidade para estranhar o pronunciamento público que o presidente Obama fará, da sacada do Teatro Municipal, diante da histórica Cinelândia. Afinal, é de se indagar por que a um chefe de Estado estrangeiro se permite realizar um comício – porque de comício se trata – em nosso país. Apesar das especulações, não se sabe o que ele pretende dizer exatamente aos brasileiros que, a convite da Embaixada dos Estados Unidos – é bom que se frise – irão se reunir em um local tão estreitamente vinculado ao sentimento nacionalista do nosso povo.
É da boa praxe das relações internacionais que os chefes de estado estrangeiros sejam recebidos no Parlamento e, por intermédio dos representantes da nação, se dirijam ao povo que eles visitam. Seria aceitável que Mr. Obama, a exemplo do que fez no Cairo, pronunciasse conferência em alguma universidade brasileira. Ele poderia dizer o que pensa das relações entre os Estados Unidos e a América Latina, e seria de sua conveniência atualizar a Doutrina Monroe, dando-lhe significado diferente daquele que lhe deu o presidente Ted Roosevelt, em 1904. Na mensagem que então enviou ao Congresso dos Estados Unidos, o presidente declarou o direito de os Estados Unidos policiarem o mundo, ao mesmo tempo em que instruiu seus emissários à América Latina a se valerem do provérbio africano que recomenda falar macio, mas carregar um porrete grande.
Se a idéia desse ato público foi de Washington, deveríamos ter ponderado, com toda a elegância diplomática, a sua inconveniência. Se a sugestão partiu do Itamaraty ou do Planalto, devemos lamentar a imprudência. Com todos os seus méritos, a presidência Obama ainda não conseguiu amenizar o sentimento de animosidade de grande parte do povo brasileiro com relação aos Estados Unidos.
Afinal, nossa memória guarda fatos como os golpes de 64, no Brasil, de 1973, no Chile, e ação ianque em El Salvador, em 1981, e as cenas de Guantánamo e Abu Ghraid.
O Rio de Janeiro é uma cidade singular, que, desde a noite das garrafadas, em 13 de março de 1831, costuma desatar seu inconformismo em protestos fortes Depois do fim do Estado Novo, foi o lugar preferido das forças políticas nacionalistas e de esquerda, para os grandes comícios. A Cinelândia assistiu, da mesma forma, aos protestos históricos do povo carioca, quando do assassinato do estudante Edson Luis, ocorrido também em março (1968). Da Cinelândia partiu a passeata dos cem mil, no grande ato contra a ditadura militar, em 26 de junho do mesmo ano.
Não é, convenhamos, lugar politicamente adequado para o pronunciamento público do presidente dos Estados Unidos. É ingenuidade não esperar manifestações de descontentamento contra a visita de Obama. Além disso – e é o mais grave – será difícil impedir que agentes provocadores, destacados pela extrema-direita dos Estados Unidos, atuem, a fim de criar perigosos incidentes durante o ato. Outra questão importante: a segurança mais próxima do presidente Obama será exercida por agentes norte-americanos, como é natural nessas visitas. Se houver qualquer incidente entre um guarda-costas de Obama e um cidadão brasileiro, as conseqüências serão inimagináveis.
Argumenta-se que não só Obama, como Kennedy, discursaram em público em Berlim. A situação é diferente. A Alemanha tem a sua soberania limitada pela derrota de 1945, e ainda hoje se encontra sob ocupação militar americana. Finalmente, podemos perguntar se a presidente Dilma, ao visitar os Estados Unidos, poderá falar diretamente aos novaiorquinos, em palanque armado no Times Square.
Mauro Santayana é jornalista brasileiro.Ocupou, como jornalista, cargos destacados nos principais órgãos de imprensa brasileiros, especialmente na mídia impressa, como Folha de S. Paulo, Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil, no qual mantém uma coluna sobre política. Também escreve regularmente para a Carta Maior e é comentarista de televisão.
O que é mais abominável: nepotismo ou parlamentar ter 62% de aumento e o trabalhador só 6%?
Por Ninféia G
Um amigo me enviou um e-mail com um artigo sobre a questão do nepotismo aqui no meu Estado, ou seja, no Pará. E não pude deixar de fazer meu comentário a respeito desse assunto baseado na minha visão de realidade.
Entendo e considero, certamente, que o nepotismo direto, cruzado, indireto ou sei mais lá do que possa ser chamado, é algo abominável, realmente.
Entra governo, sai governo, de direita ou de “esquerda” e isso não muda; saem uns parentes e entram outros.
O Almir Gabriel fez, Jatene fez, Ana Julia fez, Jatene está fazendo. Isso é um ciclo e é aquele lance: “o poder corrompe”, ou seja, esse poder concedido por vias eleitorais, afinal, eleições são custeadas por altos empresários.
E os de hoje ainda são os mesmos que financiaram o golpe militar; ou seus herdeiros,e similares.
E os homens que fazem as leis, ainda por cima, são autores de outro grande algo abominável: a lei que lhes permite terem tido 62% de aumento enquanto eles mesmos e com o aval da Presidenta, deram ao trabalhador, 6%.
Escândalo por escândalo; absurdo por absurdo, um pelo outro, não quero o troco (na verdade o” trocão” é para o proletariado em péssimos serviços de saúde, de transporte e de educação.
Os fiscais da lei e os aplicadores da lei, por outro lado, acabam todos envolvidos em todo esse processo.
Naturalmente, deve ter quem quer fazer as coisas certas, mas quem é? Alguém já ouviu falar neles?
Executivo, Legislativo, Judiciário, são os três poderes constituídos do Estado. Mas, tem o quarto, tem o quinto, tem o sexto, ou seja, empresários, mídia, ONGs.
É tanta gente mandando e desmandando, que quem manda em quem?
E aí aparece o Datena e outros da mesma linha mostrando na TV a policia em ação: correndo atrás de assaltante na rua.
Aí vem o Obama para ver de perto as UPPs, esse modelo genial que “deu certo” no Brasil.
Para mim, pior que o nepotismo (e, olhe, eu acho nepotismo abominável, hein?) é os caras que fazem as leis, terem o poder de fazer uma lei para eles próprios aumentando seus salários em 62% e terem o poder para decidir que o trabalhador pode e deve aceitar e ficar feliz com um aumento de 6%.
Se tivermos que jogar algo ou alguém no lixo, vamos começar por eles.
O problema é que isso fere as suscetibilidades, porque tem parlamentar do PSOL, PSTU, PCB (isso para citar os vermelhos) ganhando salários com esse aumento.
Então, quem vai primeiro para o lixo?
Se parlamentar pode ter 62% de aumento, se crianças podem limpar pára-brisas de carros nos sinais e a classe média pode achar que eles são mini bandidos, então, os juízes, governadores, desembargadores, procuradores, promotores, podem botar os parentes de seus amigos de órgãos opostos para trabalhar em seus gabinetes. Pois, pior que a esposa do desembargador ganhar 4.000 reais no gabinete do governador é um parlamentar, eleito pelo povo, para trabalhar para o povo, fazer uma lei para se aumentar 62% e fazer outra lei para aumentar apenas em 6% o salário do trabalhador!
E todos ficam apavorados com a violencia urbana, o medo social se alastra entre as pessoas, uma vez que, com esse salário minimo e seu 6¢ de aumento, o que dá para comprar?
É isso aí, gente, vamos refletir!!!
Ninféia G é Assistente Social e Poeta em Belém do Pará
Um amigo me enviou um e-mail com um artigo sobre a questão do nepotismo aqui no meu Estado, ou seja, no Pará. E não pude deixar de fazer meu comentário a respeito desse assunto baseado na minha visão de realidade.
Entendo e considero, certamente, que o nepotismo direto, cruzado, indireto ou sei mais lá do que possa ser chamado, é algo abominável, realmente.
Entra governo, sai governo, de direita ou de “esquerda” e isso não muda; saem uns parentes e entram outros.
O Almir Gabriel fez, Jatene fez, Ana Julia fez, Jatene está fazendo. Isso é um ciclo e é aquele lance: “o poder corrompe”, ou seja, esse poder concedido por vias eleitorais, afinal, eleições são custeadas por altos empresários.
E os de hoje ainda são os mesmos que financiaram o golpe militar; ou seus herdeiros,e similares.
E os homens que fazem as leis, ainda por cima, são autores de outro grande algo abominável: a lei que lhes permite terem tido 62% de aumento enquanto eles mesmos e com o aval da Presidenta, deram ao trabalhador, 6%.
Escândalo por escândalo; absurdo por absurdo, um pelo outro, não quero o troco (na verdade o” trocão” é para o proletariado em péssimos serviços de saúde, de transporte e de educação.
Os fiscais da lei e os aplicadores da lei, por outro lado, acabam todos envolvidos em todo esse processo.
Naturalmente, deve ter quem quer fazer as coisas certas, mas quem é? Alguém já ouviu falar neles?
Executivo, Legislativo, Judiciário, são os três poderes constituídos do Estado. Mas, tem o quarto, tem o quinto, tem o sexto, ou seja, empresários, mídia, ONGs.
É tanta gente mandando e desmandando, que quem manda em quem?
E aí aparece o Datena e outros da mesma linha mostrando na TV a policia em ação: correndo atrás de assaltante na rua.
Aí vem o Obama para ver de perto as UPPs, esse modelo genial que “deu certo” no Brasil.
Para mim, pior que o nepotismo (e, olhe, eu acho nepotismo abominável, hein?) é os caras que fazem as leis, terem o poder de fazer uma lei para eles próprios aumentando seus salários em 62% e terem o poder para decidir que o trabalhador pode e deve aceitar e ficar feliz com um aumento de 6%.
Se tivermos que jogar algo ou alguém no lixo, vamos começar por eles.
O problema é que isso fere as suscetibilidades, porque tem parlamentar do PSOL, PSTU, PCB (isso para citar os vermelhos) ganhando salários com esse aumento.
Então, quem vai primeiro para o lixo?
Se parlamentar pode ter 62% de aumento, se crianças podem limpar pára-brisas de carros nos sinais e a classe média pode achar que eles são mini bandidos, então, os juízes, governadores, desembargadores, procuradores, promotores, podem botar os parentes de seus amigos de órgãos opostos para trabalhar em seus gabinetes. Pois, pior que a esposa do desembargador ganhar 4.000 reais no gabinete do governador é um parlamentar, eleito pelo povo, para trabalhar para o povo, fazer uma lei para se aumentar 62% e fazer outra lei para aumentar apenas em 6% o salário do trabalhador!
E todos ficam apavorados com a violencia urbana, o medo social se alastra entre as pessoas, uma vez que, com esse salário minimo e seu 6¢ de aumento, o que dá para comprar?
É isso aí, gente, vamos refletir!!!
Ninféia G é Assistente Social e Poeta em Belém do Pará
terça-feira, 15 de março de 2011
Obama fala ao Brasil : “Do you speaking english ???”
Por : Pettersen Filho
Honraria jamais dispensada à qualquer brasileiro, em qualquer tempo ou lugar no Mundo, no estrangeiro, discursar em Praça Pública, diante de uma Platéia atordoada, como se assegura, ora, a OBama Hussein Barack, Comandante em Chefe do Poderoso US Army, a quem caberá o privilégio de fazer Sustentação Oral das suas inusitadas teses, em plena Cinelândia, local místico e emblemático, Palco das “Diretas Já”, quem puseram para correr os Generais Brasileiros, no finalzinho da Ditadura Militar, Anos Oitenta, na Capital do Rio de Janeiro.
Nem no Japão Vencido, subjugado por duas Bombas Atômicas americanas, de Iroshima e Nagasaki, nem na França Livre, resgatada dos Soldados de Hitler pelas primeiras levas de Mariners, poucos dias após o “Dia D”, nas Costas da Normandia, em 1945.
Afinal, alguém, em sã consciência, poderia, ao menos, conceber que um dia, as ruas da Brodway, em Nova York, seriam interditadas para que se montasse um Palanque, com Direito a Show, à moda Brasileira, com Xitãozinho e Xororó, de Bob Dylan ou do Bruce Springstein, como pano de fundo, para que discursasse a nossa Inédita Presidenta, Brasileira, a Sra. Dilma Roussef, em bom e nítido Português, para um Público totalmente alheio, no vai e vem das ruas da Big Aple – Nova Iorque – Cosmopolita, sem entender patavina alguma do que a Presidenta fala ?
Pois é essa, exatamente, a Cena Pitoresca que se concebe na Capital do Rio de Janeiro, como uma Bagdá Ocupada, prestes a receber, no “Rio Paz e Amor”, das Favelas Pacificadas e das UPP`s, o Presidente Americano, Barack “O Brahma “, como uma espécie de Fiscal do Comitê Olímpico Internacional, em seu Batismo de Fogo em Terras Brasileiras.
Concebido pelos Caciques da Política Americana, Marketeiros e Lobistas do Poder, na Casa Branca, profundamente desgastados por duas gestões desastrosas do Sr. George Walker Bush, como Xerife do Mundo, como o mais nítido reflexo de uma Potencia Militar Decadente, ora jogando uma bombazinha aqui, ora aplicando uma intervençaozinha acolá, o que rendeu-lhe, entre outros, inclusive, o afastamento do próprio Brasil, na Gestão Lula da Silva, de quem não passa de uma espécie de Paradigma, ou “Exemplo”, concebido pelos Falcões de Washington, tal como os daqui de Brasília, com o fito de passar para o Grande Público a “Imagem” democrata do Estado Anglo-saxão, a América do Norte, de que podem, também eles, ser tolerantes, tal como nós, aqui, com um Operário e Nordestino, Ignorante, “Homem do Povo” no Poder, pelo que, conduziram a White House, por seu turno, também eles, um Negro, de Origem Mulçumana, ao Comando da Maior Potência Econômica, e Maquina Militar, do Planeta.
Discurso, e oportunidade, que seguramente não teria na Fifith Avenue, atualmente, em Nova Iorque, em seu próprio Pais, devido aos seus altos índices de rejeição, ao contrário de quando assumiu, com duvidosas promessas de Peace and Love, totalmente inadequadas para uma Potência, que, na pratica, exerce com todo o seu esplendor, e arrogância, os Dogmas inerentes ao seu Poder, tão logo passado o encantamento inicial, com receptividade que, possivelmente, não receberia na Colômbia, onde intervêm os EUA, ou na Venezuela de Chaves, onde seria posto para correr, coube, exatamente ao Brasil, cuja mandatária a Novata Presidente, Dilma Roussef, totalmente sujeita a ter que provar ser, a sua, uma Administração com Personalidade Própria, mesmo que Herdeira Política do próprio Presidente Lula, cuja Política Externa, inclusive com reaproximação com os Estados Unidos, já demonstra divergir.
Será, enfim um Discurso perfeito, tendente a agradar todos: Tanto Grego, nós,s como Troianos, eles...
Afinal, quantos, em uma Praça Pública no Brasil, mesmo numa Cidade também Cosmopolita, como o é o Rio de Janeiro, cuja grande maioria da população Brasileira demonstra pouca intimidade com a própria Língua Portuguesa, entenderão, no Jogo Sujo do Poder Global, o Inglês pronunciado por Obama, muito mais orientado a firmar um Soberano de uma Potência em Decadência, os Estados Unidos, exatamente em um dos Paises menos proeminentes do dito BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China, da mesma forma que se fazia no antigo Império Colonial Inglês, quando o Grande Feitor, em busca de especiarias, chegava para vistoriar as suas Possessões Ultra-mar.
“Do You are stend me ?”
ANTUÉRPIO PETTERSEN FILHO é Advogado Militante e Presidente da ABDIC – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DEFESA DO INDIVÍDUO E DA CIDADANIA além de EDITOR DO Periódico Eletrônico JORNAL GRITO CIDADÃO
Honraria jamais dispensada à qualquer brasileiro, em qualquer tempo ou lugar no Mundo, no estrangeiro, discursar em Praça Pública, diante de uma Platéia atordoada, como se assegura, ora, a OBama Hussein Barack, Comandante em Chefe do Poderoso US Army, a quem caberá o privilégio de fazer Sustentação Oral das suas inusitadas teses, em plena Cinelândia, local místico e emblemático, Palco das “Diretas Já”, quem puseram para correr os Generais Brasileiros, no finalzinho da Ditadura Militar, Anos Oitenta, na Capital do Rio de Janeiro.
Nem no Japão Vencido, subjugado por duas Bombas Atômicas americanas, de Iroshima e Nagasaki, nem na França Livre, resgatada dos Soldados de Hitler pelas primeiras levas de Mariners, poucos dias após o “Dia D”, nas Costas da Normandia, em 1945.
Afinal, alguém, em sã consciência, poderia, ao menos, conceber que um dia, as ruas da Brodway, em Nova York, seriam interditadas para que se montasse um Palanque, com Direito a Show, à moda Brasileira, com Xitãozinho e Xororó, de Bob Dylan ou do Bruce Springstein, como pano de fundo, para que discursasse a nossa Inédita Presidenta, Brasileira, a Sra. Dilma Roussef, em bom e nítido Português, para um Público totalmente alheio, no vai e vem das ruas da Big Aple – Nova Iorque – Cosmopolita, sem entender patavina alguma do que a Presidenta fala ?
Pois é essa, exatamente, a Cena Pitoresca que se concebe na Capital do Rio de Janeiro, como uma Bagdá Ocupada, prestes a receber, no “Rio Paz e Amor”, das Favelas Pacificadas e das UPP`s, o Presidente Americano, Barack “O Brahma “, como uma espécie de Fiscal do Comitê Olímpico Internacional, em seu Batismo de Fogo em Terras Brasileiras.
Concebido pelos Caciques da Política Americana, Marketeiros e Lobistas do Poder, na Casa Branca, profundamente desgastados por duas gestões desastrosas do Sr. George Walker Bush, como Xerife do Mundo, como o mais nítido reflexo de uma Potencia Militar Decadente, ora jogando uma bombazinha aqui, ora aplicando uma intervençaozinha acolá, o que rendeu-lhe, entre outros, inclusive, o afastamento do próprio Brasil, na Gestão Lula da Silva, de quem não passa de uma espécie de Paradigma, ou “Exemplo”, concebido pelos Falcões de Washington, tal como os daqui de Brasília, com o fito de passar para o Grande Público a “Imagem” democrata do Estado Anglo-saxão, a América do Norte, de que podem, também eles, ser tolerantes, tal como nós, aqui, com um Operário e Nordestino, Ignorante, “Homem do Povo” no Poder, pelo que, conduziram a White House, por seu turno, também eles, um Negro, de Origem Mulçumana, ao Comando da Maior Potência Econômica, e Maquina Militar, do Planeta.
Discurso, e oportunidade, que seguramente não teria na Fifith Avenue, atualmente, em Nova Iorque, em seu próprio Pais, devido aos seus altos índices de rejeição, ao contrário de quando assumiu, com duvidosas promessas de Peace and Love, totalmente inadequadas para uma Potência, que, na pratica, exerce com todo o seu esplendor, e arrogância, os Dogmas inerentes ao seu Poder, tão logo passado o encantamento inicial, com receptividade que, possivelmente, não receberia na Colômbia, onde intervêm os EUA, ou na Venezuela de Chaves, onde seria posto para correr, coube, exatamente ao Brasil, cuja mandatária a Novata Presidente, Dilma Roussef, totalmente sujeita a ter que provar ser, a sua, uma Administração com Personalidade Própria, mesmo que Herdeira Política do próprio Presidente Lula, cuja Política Externa, inclusive com reaproximação com os Estados Unidos, já demonstra divergir.
Será, enfim um Discurso perfeito, tendente a agradar todos: Tanto Grego, nós,s como Troianos, eles...
Afinal, quantos, em uma Praça Pública no Brasil, mesmo numa Cidade também Cosmopolita, como o é o Rio de Janeiro, cuja grande maioria da população Brasileira demonstra pouca intimidade com a própria Língua Portuguesa, entenderão, no Jogo Sujo do Poder Global, o Inglês pronunciado por Obama, muito mais orientado a firmar um Soberano de uma Potência em Decadência, os Estados Unidos, exatamente em um dos Paises menos proeminentes do dito BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China, da mesma forma que se fazia no antigo Império Colonial Inglês, quando o Grande Feitor, em busca de especiarias, chegava para vistoriar as suas Possessões Ultra-mar.
“Do You are stend me ?”
ANTUÉRPIO PETTERSEN FILHO é Advogado Militante e Presidente da ABDIC – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DEFESA DO INDIVÍDUO E DA CIDADANIA além de EDITOR DO Periódico Eletrônico JORNAL GRITO CIDADÃO
sexta-feira, 11 de março de 2011
Escola que homenageou Cuba é campeã do Carnaval
A escola da comunidade da Lagoa da Conceição, União da Ilha da Magia, de Florianópolis (SC), trouxe para avenida um tema recheado de polêmica. O enredo "Cuba sim. Em nome da verdade", ousou retratar os EUA como "monstros" e os guerrilheiros de Che e Fidel como ícones da liberdade.
Política à parte, o desfile encantou os jurados e trouxe o primeiro título para a agremiação em apenas três anos de história. A União deixou para trás escolas tradicionais da cidade, como a Copa Lord, atual campeã, e a Protegidos da Princesa, fundada em 1948 e detentora de 24 campeonatos. Unidos da Coloninha e Consulado do Samba ficaram na quarta e quinta posição, respectivamente.
As três primeiras colocadas voltarão à passarela nesta terça-feira (8) para o desfile das campeãs. A filha de Che, Aleida Guevara, permanece em Florianópolis para uma série de palestras na quarta e quinta-feira, mas ainda não confirmou presença no novo desfile.
Destaque em carro, filha de Che Guevara, ajuda escola a conquistar o Carnaval de Florianópolis
Em uma proposta ousada, causando grande expectativa na sociedade, a escola conseguiu fazer um desfile impecável e conquistar boas notas em quase todos os quesitos. A escola ganhou com 264,8 pontos. Em segundo lugar ficou a Embaixada Copa Lord, com 261,5 pontos, e, em terceiro a Protegidos da Princesa com 261,3 pontos.
A médica e revolucionária cubana Aleida Guevara foi destaque na passarela e participou da apuração na arquibancada ao lado da comunidade da Lagoa da Conceição. A cada nota dez recebida a comunidade se levantava e comemorava a aproximação do título.
Aleida também comemorou a vitória e saudou a coragem da escola e a homenagem feita a seu povo e sua revolução. O enredo da União da Ilha da Magia (UIM) foi cantado por todos, e palavras de ordem como "Cuba sim, yankees não. Viva Fidel e a revolução" também foram ecoadas.
O destaque na pontuação foi também para a Comissão de Frente, que na Passarela Nego Quirido montou um mosaico com o rosto de Che Guevara, e para a bateria UIM, com todos os seus integrantes vestidos de guerrilheiros revolucionários.
Destaque em carro, Aleida Guevara, filha de Che Guevara, ajudou a escola a conquistar o Carnaval de Florianópolis
Veja fotos na fonte:
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=149062&id_secao=7
Política à parte, o desfile encantou os jurados e trouxe o primeiro título para a agremiação em apenas três anos de história. A União deixou para trás escolas tradicionais da cidade, como a Copa Lord, atual campeã, e a Protegidos da Princesa, fundada em 1948 e detentora de 24 campeonatos. Unidos da Coloninha e Consulado do Samba ficaram na quarta e quinta posição, respectivamente.
As três primeiras colocadas voltarão à passarela nesta terça-feira (8) para o desfile das campeãs. A filha de Che, Aleida Guevara, permanece em Florianópolis para uma série de palestras na quarta e quinta-feira, mas ainda não confirmou presença no novo desfile.
Destaque em carro, filha de Che Guevara, ajuda escola a conquistar o Carnaval de Florianópolis
Em uma proposta ousada, causando grande expectativa na sociedade, a escola conseguiu fazer um desfile impecável e conquistar boas notas em quase todos os quesitos. A escola ganhou com 264,8 pontos. Em segundo lugar ficou a Embaixada Copa Lord, com 261,5 pontos, e, em terceiro a Protegidos da Princesa com 261,3 pontos.
A médica e revolucionária cubana Aleida Guevara foi destaque na passarela e participou da apuração na arquibancada ao lado da comunidade da Lagoa da Conceição. A cada nota dez recebida a comunidade se levantava e comemorava a aproximação do título.
Aleida também comemorou a vitória e saudou a coragem da escola e a homenagem feita a seu povo e sua revolução. O enredo da União da Ilha da Magia (UIM) foi cantado por todos, e palavras de ordem como "Cuba sim, yankees não. Viva Fidel e a revolução" também foram ecoadas.
O destaque na pontuação foi também para a Comissão de Frente, que na Passarela Nego Quirido montou um mosaico com o rosto de Che Guevara, e para a bateria UIM, com todos os seus integrantes vestidos de guerrilheiros revolucionários.
Destaque em carro, Aleida Guevara, filha de Che Guevara, ajudou a escola a conquistar o Carnaval de Florianópolis
Veja fotos na fonte:
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=149062&id_secao=7
sexta-feira, 4 de março de 2011
Mulheres na luta contra os agrotóxicos
Pela Secretaria Nacional do MST
As mulheres da Via Campesina fizeram uma Jornada Nacional de Luta das Mulheres em referência ao dia 8 de Março - Dia Internacional da da Luta das Mulheres -para denunciar a extrema gravidade da situação do campo brasileiro.
Foram realizadas mobilizações em dez estados, como atos, marchas e protestos em empresas e rodovias. O grito feminista das mulheres camponesas contra os agrotóxicos e contra a violência contra a mulher ecoou pelo Brasil. Mais de 15 mil mulheres já deram o recado: contra os venenos na alimentação e contra a opressão na vida cotidiana. Leia o que aconteceu em todos os estados na Página do MST: http://www.mst.org.br/jornada-de-lutas-das-mulheres-2011
O agronegócio é a combinação entre latifúndio, capital financeiro, indústria química e metalúrgica, financiamento público e mídia. Baseado na produção em forma de monocultura, o agronegócio é o novo rosto do latifúndio. Mantém a lógica de produção em grandes extensões de terras – para isso, concentrando cada vez mais; péssimas condições de trabalho, devastação dos recursos naturais, trabalho escravo e produção para exportação.
Essa lógica provoca a expulsão do campesinato e de populações tradicionais das suas terras, a contaminação dos trabalhadores e trabalhadoras e o aprofundamento da crise ambiental e das mudanças climáticas. Esse atual modelo de desenvolvimento para o campo visa manter um padrão de produção e de consumo ambientalmente insustentável e socialmente injusto.
O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo desde 2008. Em 2009, o país consumiu 1 bilhão de litros de venenos. Se dividirmos essa quantia por habitante, teremos 5 litros de veneno consumido por habitante por ano.
A vida no campo e a produção de alimentos estão ameaçadas com o desaparecimento de sementes crioulas, a perda de biodiversidade e a ameaça a segurança alimentar em virtude da liberação comercial de cultivos transgênicos, do uso de agrotóxicos e da expansão das monoculturas de exportação.
Além disso, o controle da cadeia produtiva alimentar pelas grandes transnacionais ameaça a soberania alimentar e a saúde da população Esse modelo de desenvolvimento é devastador.
Financiamento público
O governo tem se tornado um forte aliado do agronegócio e da indústria dos agrotóxicos no Brasil. Além do financiamento público para as empresas, o governo fortalece esse mercado por meio de incentivos fiscais com a isenção de 60% dos impostos.
O financiamento e a isenção de impostos é a mão do Estado garantindo o aumento do uso de venenos na agricultura brasileira. Mas outros fatores, como a falta de rigoroso cumprimento da legislação ambiental e sanitária, incluindo a fiscalização e das ações das empresas de agrotóxicos e seu uso, contribuem para que isso se fortaleça.
Por isso, as mulheres se mobilizaram para apresentar uma alternativa para a produção no campo, que é a agroecologia. Esse modelo tem como base a pequena propriedade, da Reforma Agrária e da agricultura camponesa cooperada, para a produção de alimentos saudáveis e preservação da a biodiversidade. A terra, a água e as sementes são bens da natureza que devem ser utilizados a serviço dos seres humanos e de toda a sociedade.
Para enfrentar esse quadro de contaminação da população e destruição do ambiente, a Via Campesina propõe as seguintes medidas para a sociedade e para o governo:
- Que o Governo Federal crie a Lei Federal que proíbe a Pulverização Aérea de Agrotóxicos: Lei Zé Maria do Tomé
- Que os órgãos governamentais e jurídicos (IBAMA, ANVISA, etc.) cumpram de fato o seu papel de monitorar e de punir as empresas que cometem irregularidades e banir venenos já proibidos em outros países;
-Suspensão de todos os incentivos fiscais para a produção, comercialização e utilização de agrotóxicos e pelo fim de créditos subsidiados para as empresas que cometem crimes ambientais e sociais;
-Divulgação e ampliação dos estudos e pesquisas existentes nas Universidades, como forma de medir os impactos sociais e ambientais e esclarecer a população sobre os riscos dos agrotóxicos na saúde e no ambiente;
-Suspensão da produção, comercialização e utilização de agrotóxicos no Brasil;
-Recuperação ambiental das áreas afetadas pelos agrotóxicos;
- Proibição imediata da produção e comercialização de produtos transgênicos;
- Desapropriação das terras com crime ambiental e destinação imediata para a Reforma Agrária;
- Créditos de apoio para a produção agroecológica de alimentos produzidas pela agricultura camponesa.
Os movimentos sociais do campo mantêm o comprometemos de lutar e denunciar permanentemente todas as formas de violação dos direitos e crimes cometidos pelas empresas transnacionais.
Fonte:http://www.mst.org.br/jornada-de-lutas-das-mulheres-2011
SITE DO MST.
As mulheres da Via Campesina fizeram uma Jornada Nacional de Luta das Mulheres em referência ao dia 8 de Março - Dia Internacional da da Luta das Mulheres -para denunciar a extrema gravidade da situação do campo brasileiro.
Foram realizadas mobilizações em dez estados, como atos, marchas e protestos em empresas e rodovias. O grito feminista das mulheres camponesas contra os agrotóxicos e contra a violência contra a mulher ecoou pelo Brasil. Mais de 15 mil mulheres já deram o recado: contra os venenos na alimentação e contra a opressão na vida cotidiana. Leia o que aconteceu em todos os estados na Página do MST: http://www.mst.org.br/jornada-de-lutas-das-mulheres-2011
O agronegócio é a combinação entre latifúndio, capital financeiro, indústria química e metalúrgica, financiamento público e mídia. Baseado na produção em forma de monocultura, o agronegócio é o novo rosto do latifúndio. Mantém a lógica de produção em grandes extensões de terras – para isso, concentrando cada vez mais; péssimas condições de trabalho, devastação dos recursos naturais, trabalho escravo e produção para exportação.
Essa lógica provoca a expulsão do campesinato e de populações tradicionais das suas terras, a contaminação dos trabalhadores e trabalhadoras e o aprofundamento da crise ambiental e das mudanças climáticas. Esse atual modelo de desenvolvimento para o campo visa manter um padrão de produção e de consumo ambientalmente insustentável e socialmente injusto.
O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo desde 2008. Em 2009, o país consumiu 1 bilhão de litros de venenos. Se dividirmos essa quantia por habitante, teremos 5 litros de veneno consumido por habitante por ano.
A vida no campo e a produção de alimentos estão ameaçadas com o desaparecimento de sementes crioulas, a perda de biodiversidade e a ameaça a segurança alimentar em virtude da liberação comercial de cultivos transgênicos, do uso de agrotóxicos e da expansão das monoculturas de exportação.
Além disso, o controle da cadeia produtiva alimentar pelas grandes transnacionais ameaça a soberania alimentar e a saúde da população Esse modelo de desenvolvimento é devastador.
Financiamento público
O governo tem se tornado um forte aliado do agronegócio e da indústria dos agrotóxicos no Brasil. Além do financiamento público para as empresas, o governo fortalece esse mercado por meio de incentivos fiscais com a isenção de 60% dos impostos.
O financiamento e a isenção de impostos é a mão do Estado garantindo o aumento do uso de venenos na agricultura brasileira. Mas outros fatores, como a falta de rigoroso cumprimento da legislação ambiental e sanitária, incluindo a fiscalização e das ações das empresas de agrotóxicos e seu uso, contribuem para que isso se fortaleça.
Por isso, as mulheres se mobilizaram para apresentar uma alternativa para a produção no campo, que é a agroecologia. Esse modelo tem como base a pequena propriedade, da Reforma Agrária e da agricultura camponesa cooperada, para a produção de alimentos saudáveis e preservação da a biodiversidade. A terra, a água e as sementes são bens da natureza que devem ser utilizados a serviço dos seres humanos e de toda a sociedade.
Para enfrentar esse quadro de contaminação da população e destruição do ambiente, a Via Campesina propõe as seguintes medidas para a sociedade e para o governo:
- Que o Governo Federal crie a Lei Federal que proíbe a Pulverização Aérea de Agrotóxicos: Lei Zé Maria do Tomé
- Que os órgãos governamentais e jurídicos (IBAMA, ANVISA, etc.) cumpram de fato o seu papel de monitorar e de punir as empresas que cometem irregularidades e banir venenos já proibidos em outros países;
-Suspensão de todos os incentivos fiscais para a produção, comercialização e utilização de agrotóxicos e pelo fim de créditos subsidiados para as empresas que cometem crimes ambientais e sociais;
-Divulgação e ampliação dos estudos e pesquisas existentes nas Universidades, como forma de medir os impactos sociais e ambientais e esclarecer a população sobre os riscos dos agrotóxicos na saúde e no ambiente;
-Suspensão da produção, comercialização e utilização de agrotóxicos no Brasil;
-Recuperação ambiental das áreas afetadas pelos agrotóxicos;
- Proibição imediata da produção e comercialização de produtos transgênicos;
- Desapropriação das terras com crime ambiental e destinação imediata para a Reforma Agrária;
- Créditos de apoio para a produção agroecológica de alimentos produzidas pela agricultura camponesa.
Os movimentos sociais do campo mantêm o comprometemos de lutar e denunciar permanentemente todas as formas de violação dos direitos e crimes cometidos pelas empresas transnacionais.
Fonte:http://www.mst.org.br/jornada-de-lutas-das-mulheres-2011
SITE DO MST.
quinta-feira, 3 de março de 2011
Muamar Kadhafi
Por Miguel Urbano Rodrigues
Transcorridas duas semanas das primeiras manifestações em Benghazi e Tripoli, a campanha de desinformação sobre a Líbia semeia a confusão no mundo.
Antes de mais uma certeza: as analogias com os acontecimentos da Tunísia e do Egipto são descabidas. Essas rebeliões contribuíram, obviamente, para despoletar os protestos nas ruas do país vizinho de ambos, mas o processo líbio apresenta características peculiares, inseparáveis da estratégia conspirativa do imperialismo e daquilo que se pode definir como a metamorfose do líder.
Muamar Kadhafi, ao contrário de Ben Ali e de Hosni Mubarak, assumiu uma posição anti-imperialista quando tomou o poder em 1969. Aboliu uma monarquia fantoche e praticou durante décadas uma politica de independência iniciada com a nacionalização do petróleo. As suas excentricidades e o fanatismo religioso não impediram uma estratégia que promoveu o desenvolvimento económico e reduziu desigualdades sociais chocantes. A Líbia aliou-se a países e movimentos que combatiam o imperialismo e o sionismo. Kadhafi fundou universidades e industrias, uma agricultura florescente surgiu das areias do deserto, centenas de milhares de cidadãos tiveram pela primeira vez direito a alojamentos dignos.
O bombardeamento de Tripoli e Benghazi em l986 pela USAF demonstrou que Regan, na Casa Branca identificava no líder líbio um inimigo a abater. Ao país foram aplicadas sanções pesadas.
A partir da II Guerra do Golfo, Kadhafi deu uma guinada de 180 graus. Submeteu-se a exigências do FMI, privatizou dezenas de empresas e abriu o país às grandes petrolíferas internacionais. A corrupção e o nepotismo criaram raízes na Líbia.
Washington passou a ver em Kadhafi um dirigente dialogante. Foi recebido na Europa com honras especiais; assinou contratos fabulosos com os governos de Sarkozy, Berlusconi e Brown. Mas quando o aumento de preços nas grandes cidades líbias provocou uma vaga de descontentamento, o imperialismo aproveitou a oportunidade.
Concluiu que chegara o momento de se livrar de Kadhafi, um líder sempre incómodo.
As rebeliões da Tunísia e do Egipto, os protestos no Bahrein e no Iémen criaram condições muito favoráveis às primeiras manifestações na Líbia.
Não foi por acaso que Benghasi surgiu como o pólo da rebelião. É na Cirenaica que operam as principais transnacionais petrolíferas; ali se localizam os terminais dos oleodutos e dos gasodutos.
A brutal repressão desencadeada por Kadhafi após os primeiros protestos populares contribuiu para que estes se ampliassem, sobretudo em Benghazi. Sabe-se hoje que nessas manifestações desempenhou um papel importante a chamada Frente Nacional para a Salvação da Líbia, organização financiada pela CIA. É esclarecedor que naquela cidade tenham surgido rapidamente nas ruas a antiga bandeira da monarquia e retratos do falecido rei Idris, o chefe tribal Senussi coroado pela Inglaterra após a expulsão dos italianos. Apareceu até um «príncipe» Senussi a dar entrevistas.
A solidariedade dos grandes media dos EUA e da União Europeia com a rebelião do povo da Líbia é, porem, obviamente hipócrita. O Wall Street Journal, porta-voz da grande Finança mundial, não hesitou em sugerir em editorial (23 de Fevereiro) que os EUA e a Europa deveriam ajudar os líbios a derrubar o regime de Kadhafi.»
Obama, na expectativa, manteve silêncio sobre a Líbia durante seis dias; no sétimo condenou a violência, pediu sanções. Seguiu-se a reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU e o esperado pacote de sanções.
Alguns dirigentes progressistas latino americanos admitiram como iminente uma intervenção militar da NATO. Tal iniciativa, perigosa e estúpida , produziria efeito negativo no mundo árabe, reforçando o sentimento anti-imperialista latente nas massas. E seria militarmente desnecessária porque o regime líbio aparentemente agoniza.
Kadhafi, ao promover uma repressão violenta, recorrendo inclusive a mercenários tchadianos (estrangeiros que nem sequer falam árabe), contribuiu para ampliar a campanha dos grandes media internacionais que projecta como heróis os organizadores da rebelião enquanto ele é apresentado como um assassino e um paranóico.
Os últimos discursos do líder líbio, irresponsáveis e agressivos, foram alias habilmente utilizados pelos media para o desacreditar e estimular a renúncia de ministros e diplomatas, distanciando Kadhafi cada vez mais do povo que durante décadas o respeitou e admirou.
Nestes dias é imprevisível o amanhã da Líbia, o terceiro produtor de petróleo da África, um país cujas riquezas são já amplamente controladas pelo imperialismo.
Miguel Urbano Rodrigues é Jornalista Português e Comunista- seus artigos podem ser encontrados em resistir.info
Transcorridas duas semanas das primeiras manifestações em Benghazi e Tripoli, a campanha de desinformação sobre a Líbia semeia a confusão no mundo.
Antes de mais uma certeza: as analogias com os acontecimentos da Tunísia e do Egipto são descabidas. Essas rebeliões contribuíram, obviamente, para despoletar os protestos nas ruas do país vizinho de ambos, mas o processo líbio apresenta características peculiares, inseparáveis da estratégia conspirativa do imperialismo e daquilo que se pode definir como a metamorfose do líder.
Muamar Kadhafi, ao contrário de Ben Ali e de Hosni Mubarak, assumiu uma posição anti-imperialista quando tomou o poder em 1969. Aboliu uma monarquia fantoche e praticou durante décadas uma politica de independência iniciada com a nacionalização do petróleo. As suas excentricidades e o fanatismo religioso não impediram uma estratégia que promoveu o desenvolvimento económico e reduziu desigualdades sociais chocantes. A Líbia aliou-se a países e movimentos que combatiam o imperialismo e o sionismo. Kadhafi fundou universidades e industrias, uma agricultura florescente surgiu das areias do deserto, centenas de milhares de cidadãos tiveram pela primeira vez direito a alojamentos dignos.
O bombardeamento de Tripoli e Benghazi em l986 pela USAF demonstrou que Regan, na Casa Branca identificava no líder líbio um inimigo a abater. Ao país foram aplicadas sanções pesadas.
A partir da II Guerra do Golfo, Kadhafi deu uma guinada de 180 graus. Submeteu-se a exigências do FMI, privatizou dezenas de empresas e abriu o país às grandes petrolíferas internacionais. A corrupção e o nepotismo criaram raízes na Líbia.
Washington passou a ver em Kadhafi um dirigente dialogante. Foi recebido na Europa com honras especiais; assinou contratos fabulosos com os governos de Sarkozy, Berlusconi e Brown. Mas quando o aumento de preços nas grandes cidades líbias provocou uma vaga de descontentamento, o imperialismo aproveitou a oportunidade.
Concluiu que chegara o momento de se livrar de Kadhafi, um líder sempre incómodo.
As rebeliões da Tunísia e do Egipto, os protestos no Bahrein e no Iémen criaram condições muito favoráveis às primeiras manifestações na Líbia.
Não foi por acaso que Benghasi surgiu como o pólo da rebelião. É na Cirenaica que operam as principais transnacionais petrolíferas; ali se localizam os terminais dos oleodutos e dos gasodutos.
A brutal repressão desencadeada por Kadhafi após os primeiros protestos populares contribuiu para que estes se ampliassem, sobretudo em Benghazi. Sabe-se hoje que nessas manifestações desempenhou um papel importante a chamada Frente Nacional para a Salvação da Líbia, organização financiada pela CIA. É esclarecedor que naquela cidade tenham surgido rapidamente nas ruas a antiga bandeira da monarquia e retratos do falecido rei Idris, o chefe tribal Senussi coroado pela Inglaterra após a expulsão dos italianos. Apareceu até um «príncipe» Senussi a dar entrevistas.
A solidariedade dos grandes media dos EUA e da União Europeia com a rebelião do povo da Líbia é, porem, obviamente hipócrita. O Wall Street Journal, porta-voz da grande Finança mundial, não hesitou em sugerir em editorial (23 de Fevereiro) que os EUA e a Europa deveriam ajudar os líbios a derrubar o regime de Kadhafi.»
Obama, na expectativa, manteve silêncio sobre a Líbia durante seis dias; no sétimo condenou a violência, pediu sanções. Seguiu-se a reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU e o esperado pacote de sanções.
Alguns dirigentes progressistas latino americanos admitiram como iminente uma intervenção militar da NATO. Tal iniciativa, perigosa e estúpida , produziria efeito negativo no mundo árabe, reforçando o sentimento anti-imperialista latente nas massas. E seria militarmente desnecessária porque o regime líbio aparentemente agoniza.
Kadhafi, ao promover uma repressão violenta, recorrendo inclusive a mercenários tchadianos (estrangeiros que nem sequer falam árabe), contribuiu para ampliar a campanha dos grandes media internacionais que projecta como heróis os organizadores da rebelião enquanto ele é apresentado como um assassino e um paranóico.
Os últimos discursos do líder líbio, irresponsáveis e agressivos, foram alias habilmente utilizados pelos media para o desacreditar e estimular a renúncia de ministros e diplomatas, distanciando Kadhafi cada vez mais do povo que durante décadas o respeitou e admirou.
Nestes dias é imprevisível o amanhã da Líbia, o terceiro produtor de petróleo da África, um país cujas riquezas são já amplamente controladas pelo imperialismo.
Miguel Urbano Rodrigues é Jornalista Português e Comunista- seus artigos podem ser encontrados em resistir.info
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