sábado, 30 de novembro de 2013

BASES MILITARES NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE.

O imperialismo estadunidense tem mantido, ademais da submissão econômica, um domínio militar em todo o continente, para o qual promoveu invasões diretas, golpes de Estado, eleições presidenciais fraudulentas... Governos surgidos dessa maneira são incondicionais a suas políticas, submissos aceitam a instalação de bases militares em nossos países, sem importar-lhes que sejam violadoras da soberania nacional e sirvam para agredir aos vizinhos ou a povos de outros continentes. Os primeiros a sofrer a humilhação foram Porto Rico e Cuba, esta última com a base de Guantánamo, que hoje em dia serve de cárcere para os prisioneiros acusados de terrorismo e que foram sequestrados em diversos países. Os que tiveram a desgraça de chegar ali recebem tratamento de inimigo e não têm direito algum, nem sequer o da legítima defesa. A tortura é exercida abertamente, sem que muitos governos e organismos internacionais se atrevam a condená-la publicamente. É uma afronta à comunidade internacional e uma mancha indelével que jamais poderá apagar a “injustiça norte-americana”. Ante o avanço dos processos democráticos e da unidade latino-americana e caribenha, ao mesmo tempo em que se consolidam processos como: MERCOSUL, UNASUL, CARICOM, ALBA e a CELAC, o império prossegue sem pausa a ocupação militar. Assim, na atualidade se encontram 36 bases militares disseminadas por todo o continente, ocupando posições estratégicas na região. O pretexto: a luta contra o narcotráfico e o terrorismo. O caso colombiano é muito significativo. O presidente Álvaro Uribe Vélez [2008-2010] entregou todo o território nacional aos falcões da guerra. Se reconhece a existência de 7 bases militares, porém, na realidade, há doze e os Estados Unidos dispõem de permissão para usar, caso “necessário”, todos os portos e aeroportos do país com fins bélicos. Colômbia ficou coberta militarmente, porém as operações militares não são só para a Colômbia. A base de Palanquero foi modernizada para receber aviões de guerra de última geração, com capacidade de operar em toda a parte sul do continente, controlar o oceano Atlântico e intervir em países africanos. Ao anterior, há que somar-lhe o desdobramento da Quarta Frota e então nos encontramos com o que os EUA atuam ameaçadoramente para dissuadir ou intervir em qualquer nação do continente com uma supremacia absoluta e com uma velocidade assombrosa. Em minutos, podem desembarcar milhares de soldados em quaisquer das bases na Colômbia. Suas avançadas estão em posição. Dispõem de inteligência estratégica tática e sobre objetivos militares a ser aniquilados ou neutralizados. Colômbia tem a força militar mais numerosa da América do Sul, 500 mil soldados, homens e mulheres, treinados para a guerra, com armamento moderno, aviões de combate, drones equipados com mecanismos de espionagem da mais alta tecnologia, satélites com sensores que detectam luz, calor, fumaça e presença de seres humanos; dispõem de equipamentos de fotografia que podem captar uma pessoa a muitos quilômetros de distância. Com a particularidade que esta tecnologia é manejada diretamente por pessoal estadunidense e, em muitas dessas bases, há lugares nos quais está restrito o acesso ao pessoal de nacionalidade colombiana. Na Colômbia, a vida civil se militarizou. Os gerentes, administradores, funcionários públicos, profissionais liberais, têm recebido formação militar e graus militares, que os acreditam como capitães, majores ou coronéis da reserva que, num dado momento, podem entrar a dar ordens a militares de menor escalão. Em muitas áreas do país, os assessores e pessoal militar estadunidense circulam livremente. É indigno e antipatriótico ver como militares colombianos se acostumam a realizar operações sob suas ordens. São vários os casos reportados de pilotos norte-americanos que morreram em acidentes ou seus aviões serem derrubados pela guerrilha. Nenhuma destas notícias chega à imprensa, devido ao cerco informativo que se exerce sobre o tema. Igualmente, está passando por todo o continente. As oligarquias no poder, alinhadas com esta política, nem se incomodam, nem criticam, nem denunciam a instalação de bases em El Salvador, Honduras, Costa Rica, Panamá, Peru, Paraguai, Chile, Haiti, Porto Rico, Bolívia, Brasil e outras. Tem sido um trabalho lento, porém seguro; nenhum país está em capacidade de responder militarmente ao império, porém, sim, de obrigá-lo a sair de seu território, como o fez Rafael Correa com a Base de Manta, no Equador. Isto demonstra que, enquanto haja governos democráticos e povos erguidos, o império não as tem todas consigo. O despertar de Nossa América é inegável, hoje contamos com governos patrióticos que levantam as bandeiras da dignidade e do anti-imperialismo, a mobilização e o protesto social crescem cada vez mais e, entre suas palavras de ordem, aparece a luta contra o Império, o capitalismo, o neoliberalismo; pela autodeterminação dos povos, da defesa da soberania nacional e do repúdio à presença militar ianque no continente; palavras de ordem de todos os revolucionários, democratas e patriotas, estamos obrigados a agitar para que acendam na consciência popular e assim fazer abortar os planos de dominação continental. Tarefa urgente e necessária é organizar uma campanha simultânea em todos os países de América Latina e Caribe contra as bases norte-americanas. Fora as bases militares estadunidenses de nosso continente! Viva a Pátria Grande e o Socialismo! Contra o Imperialismo; pela Pátria. Contra a oligarquia, pelo povo. Comissão Internacional das FARC-EP. La Habana, Novembro de 2013.

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