Por Leonardo Severo
No mesmo domingo, 24 de setembro, em que os aviões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se aproximavam das 24 mil “operações de patrulha aérea” contra a Líbia, incluídas 8.941 missões de ataque para “proteger civis”, as agências internacionais reforçavam o bombardeio midiático.
Despejando desinformações, o jornalismo teleguiado buscava inocular o vírus da apatia e da alienação em massa enquanto tratava de transformar a vítima em culpada, a ação genocida em caridade, o invasor em libertador.
Com o propósito de atender aos monopólios do dinheiro, das armas e da palavra, a “notícia” tinha de ser bombástica para se impor: “Corpos de 1270 são achados em fossa comum na Líbia”. “A descoberta somente foi possível porque um simpatizante do regime de Muammar kadafi detido horas antes apontou o local exato. A fossa comum fica perto da prisão de Abu Saleen. Os corpos encontrados na fossa poderiam pertencer aos presos massacrados pelo regime de Kadafi em 1996”, dizia a nota da agência espanhola Efe, rapidamente mimetizada sem o mínimo de critério e o máximo de estardalhaço.
A mesma imprensa que nada vê, ouve ou fala sobre o bombardeio a hospitais e o assassinato em massa de mulheres e crianças pelos EUA/Otan ou procura encobrir o acordo de sangue por petróleo, por meio do qual os fantoches se comprometeram a conceder 35% do ouro negro da Líbia aos franceses em troca do reconhecimento do “governo” do auto-denominado Conselho Nacional de Transição (CNT). A mesma mídia que estende um manto de silêncio sobre o cerco criminoso a Sirte e à crise humanitária provocada pelos bombardeios “cirúrgicos” que estão arrasando com a infraestrutura da cidade natal do líder líbio, que continua resistindo sem água potável, energia elétrica, alimentos ou remédios.
Mentiras e mais mentiras
A orquestração da “fossa” fez do boato um “fato”, repetido mil e uma vezes como verdade absoluta e inconteste pelos grandes conglomerados privados e suas emissoras de rádio e televisão, jornais e revistas.
Horas depois, médicos líbios que foram até a prisão em Trípoli, acompanhados de vários meios de comunicação, incluindo uma desiludida e cabisbaixa CNN, tiveram de desmentir a notícia. A suposta fossa, “com mais de mil cadáveres”, era falsa, mais uma invenção publicitária dos marionetes da Otan. Os fragmentos ósseos não eram de humanos, mas de animais. Desconsertados, os propagandistas do império optaram pelo silêncio, confessando através da omissão o medo pânico que sentem diante da verdade.
Na Colômbia, o terrorismo de Estado está institucionalizado e os números falam por si: nos últimos 10 anos foram assassinados mais de 2.778 sindicalistas, sendo cometidos mais de 11 mil atos de violência. Nada menos do que 60% dos assassinatos de sindicalistas do mundo ocorreram no país, que tem um Tratado de Livre Comércio (TLC) com os EUA e onde bases militares ianques – e suas empresas - avançam a ritmo de câncer terminal pelo território.
Ali, a cerca de 200 quilômetros ao sul de Bogotá, foi descoberta no ano passado uma vala comum na pequena cidade de La Macarena com centenas de cadáveres produzidos pelo exército colombiano.
“O comandante do Exército nos disse que eram guerrilheiros mortos em combate, mas o povo da região nos falou de muitos líderes sociais, camponeses e comunitários que desapareceram sem deixar rastro”, declarou o jurista Jairo Ramírez, secretário do Comitê Permanente pela Defesa dos Direitos Humanos na Colômbia, que acompanhou uma delegação de parlamentares espanhóis ao local. “O que vimos foi arrepiante, de causar calafrios. Uma infinidade de corpos e na superfície centenas de placas de madeira de cor branca com a inscrição NN (sem identificação) e com datas de 2005 até hoje”, acrescentou.
A mídia que propagandeia os feitos humanitários da luta dos paramilitares de direita contra os “terroristas” – como são chamados os patriotas colombianos – é a mesma que incentiva o genocídio dos patriotas líbios pelos “rebeldes” – como qualifica os mercenários dos EUA e da Otan.
Cadáveres e mais cadáveres
Registrem ou não os grandes conglomerados midiáticos, até recentemente haviam sido descobertos cerca de 2.500 cadáveres em fossas espalhadas pela Colômbia, dos quais foram reconhecidos tão somente 600, identificados e entregues aos seus familiares. Todos os demais eram NN.
Diferente do país norte-africano onde as agências noticiosas diziam ter chegado ao local por intermédio de “um simpatizante do governo de Kadafi” – a fim de enlamear e incriminar o líder da revolução verde -, a localização destes cemitérios clandestinos na Colômbia somente foi possível devido a relatos de membros dos esquadrões da morte, fascistas com nome e sobrenome, beneficiados pela Lei de (IN)Justiça e Paz que trocou confissões de psicopatas por microscópicas penas.
Um dos assassinos que decidiu destampar o bueiro cavado e cevado por bilhões de dólares made in USA do “Plano Colômbia”, John Jairo Rentería admitiu ter enterrado pelo menos 800 pessoas. “Todos tínhamos que aprender a desmembrar, a esquartejar aquela gente. Muitas vezes isso era feito com as pessoas ainda vivas”, relatou.
Em agosto de 2010, pouco depois de uma audiência pública em La Macarena, foi informada “a suposta detenção, desaparição e execução extrajudicial da senhora Norma Irene Perez, de quem não se voltou a ter conhecimento desde o dia 7 de agosto de 2010, entre 7h e 8h da manhã, quando dirigia-se a sua casa depois de sair de uma assembleia com a junta de ação comunal da referida localidade. Posteriormente seu corpo foi encontrado nas estranhas circunstâncias no dia 13 de agosto de 2010 na jurisdição de La Unión, do município de La Macarena, do departamento de Meta. A comunidade afirma que o exército encontra-se na aldeia dos oásis, local próximo de onde ocorreu o fato”.
Agricultora, mãe de quatro crianças, Norma era presidenta do Comitê de Direitos Humanos de La Unión e membro do comitê regional de direitos humanos da região de Guayabero do departamento do Meta, onde há uma base militar dos EUA, mas nenhum órgão de imprensa.
Conforme relataram Felipe Cantera e Laura Bouza, que participaram da audiência pública, os testemunhos de vizinhos e familiares das vítimas, deixaram “em evidência as ameaças de morte, torturas, assassinatos, execuções extrajudiciais e desaparições forçadas – conhecidas e mal chamadas de ‘falsos positivos’ pelo exército”. Esta era a senha para que os civis fossem identificados como “guerrilheiros mortos em combate” e levados por helicópteros do exército até o cemitério de La Macarena. “O óbvio é que não se pode negar o que salta aos olhos. Na atualidade, os meios de comunicação oficiais colombianos têm a digital da família Santos, que hoje em dia é o presidente da Colômbia e anteriormente era seu ministro da Defesa”.
Cifrões e mais cifrões
Da mesma forma que na Líbia as transnacionais buscam tomar de assalto o petróleo, na Colômbia diferentes empresas estrangeiras buscam explorar 200 mil hectares da região de La Macarena e convertê-la em área para o monocultivo de agrocombustível, como a palma africana. Além disso, conforme denuncia o movimento sindical e social, o departamento de Meta é a porta da Amazônia e de todo o controle genético da zona, abrindo caminho para o transporte de minérios e de petróleo até a capital.
De acordo com documentos “desclassificados” pelo governo dos EUA - (jargão técnico que indica a liberação oficial de informações secretas), mais da metade dos recursos do Plano Colômbia em 2009 foram direcionados a multinacionais norte-americanas para desenvolver, promover e impulsionar a guerra irregular no país sul-americano. Conforme a advogada americana-venezuelana Eva Golinger, os documentos comprovam que houve uma “privatização total da guerra na Colômbia”. “Essas transnacionais mercenárias não têm a obrigação de responder legalmente a nenhum sistema judicial do mundo. Em outras palavras, gozam de total imunidade", acrescentou. Na lista foram encontradas 31 multinacionais estadunidenses ligadas ao Departamento de Estado mas que, apesar de serem empresas americanas contratadas pelo Pentágono, não estão sujeitas a nenhuma lei pública dos EUA. "Como parte do acordo binacional, na Colômbia têm imunidade total, ou seja, não respondem a ninguém por seus crimes, ações e operações".
Entre as empresas de maior relevância destacam-se a Lockheed-Martin, gigante do complexo industrial-militar que tem 95% de seu orçamento anual vinculado ao Departamento de Defesa dos EUA, a Dyn Corp International – que tem no currículo a participação na Guerra do Vietnã, contra a insurgência de El Salvador e no Golfo Pérsico -, a Oackley Network (que entrega softwares de monitoração de internet), a tristemente célebre ITT - transnacional de telecomunicações comprometida até a medula no golpe de estado contra Salvador Allende no Chile - e o Grupo Rendón, que elabora campanhas que mexem com “operações psicológicas” na mídia.
Seu proprietário, John Rendon, é um dos propagandistas preferidos de Washington por seus métodos de mentira, difamação e calúnia. É dele a invenção da história da soldado Jessica Lynch, de 19 anos, que teria sido resgatada das garras de Saddam em um hospital de Bagdá durante a segunda guerra do Golfo, em 2003. Empenhado em satanizar o presidente iraquiano, o “guerreiro da informação” e “dirigente de percepções” inventou que Jessica havia sido capturada durante uma “batalha sangrenta”, mas por ter resistido como uma leoa foi “torturada e estuprada” por sádicos médicos iraquianos. Na verdade, foram os médicos que doaram seu próprio sangue para salvar a vida da soldada invasora, tendo sido levada ao hospital pelas tropas especiais iraquianas.
Na Colômbia, entre as multinacionais que apostaram suas fichas nos grupos de extermínio para limpar o terreno e facilitar sua entrada no território de La Macarena está a petroleira BP, iniciais da British Petroleum. Muito conhecida na Líbia, ao lado da francesa Total, da espanhola Repsol YPF e da italiana Eni. Todas, igualmente, bastante parceiras de certa mídia. E de seus crimes.
Leonardo Severo é Repórter do Hora do Povo, colaborador do Brasil de Fato e membro do Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
A Verdade vos libertaria
No fim da noite de quarta-feira, 21 de setembro de 2011, a Câmara dos Deputados aprovou a criação da Comissão da Verdade, que pretende elucidar e registrar crimes contra os direitos humanos cometidos em um período que vai de 1946, primeiro ano do governo de Eurico Gaspar Dutra (1946 a 1951), a 1988, um ano antes da primeira eleição direta após a ditadura militar instalada no Brasil em 1964.
A Comissão da Verdade terá sete membros para investigar todo esse período e essa é uma tarefa quase insana, não há dúvida. No período de 43 anos a ser investigado, é possível que tenham ocorrido no Brasil mais crimes contra direitos humanos por motivação política do que há de estrelas no céu.
A sessão da Câmara dos Deputados que aprovou a Comissão da Verdade mostrou que a base aliada na Casa, por orientação do governo, fez seguidas concessões aos partidos identificados com os interesses de militares remanescentes da ditadura militar que temem ser atingidos pelas investigações, por mais que a Comissão em tela não venha a ter poderes para puni-los e que o Supremo Tribunal Federal já tenha decidido que a Lei da Anistia (que extingue punições para “os dois lados”) é, digamos assim, “imexível”, à diferença do que ocorre em países como Chile, Argentina ou Uruguai, que estão punindo os esbirros de ditaduras militares análogas à brasileira que se abateram sobre outras nações sul-americanas naquele período da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética, “guerra” que foi a razão do surgimento de tais ditaduras nesta parte do mundo.
A impossibilidade de se fazer no Brasil o que se consegue fazer em países que sofreram ditaduras análogas à “nossa” mostra que grupos políticos e chefes militares a eles aliados ainda mantêm um tipo de poder que não é político, é de persuasão.
Na sessão da Câmara que aprovou a Comissão da Verdade, o deputado da bancada dos militares Jair Bolsonaro subiu à tribuna e como que conclamou chefes militares a tomarem uma providência contra o que estava acontecendo ali, dizendo que o objetivo da Comissão, na verdade, seria cassar aposentadorias e perseguir velhinhos ex-militares que possam vir a ser apresentados como torturadores ou assassinos ou cúmplices de torturas e assassinatos.
Na prática, no Brasil ainda há grupos sociais e ideológicos organizados (formal ou informalmente) que se acreditam acima das leis e, assim, com “direito” de praticar contra inimigos políticos e ideológicos de esquerda alguns tipos de ações que eram empreendidas nos idos de 1964 e durante todo o período autoritário. Posso garantir que sei do que estou falando…
Vige no Brasil também, portanto, uma espécie de chantagem desses grupos políticos e paramilitares contra os governos democráticos. Acredita-se que haja um limite para ações dos governos. Por exemplo: uma reforma agrária radical ou uma forte taxação dos muitos ricos poderia não ser aceita e desencadearia uma ofensiva da direita que começaria através da mídia e desembocaria em novo levante militar.
Muitos não acreditam nisso. Acham que o Brasil vive outro momento e que não haveria clima para um novo golpe devido à importância deste país no mundo. Pergunto, então, por que o governo fez tantas concessões para aprovar uma Comissão que, inclusive, não conseguirá punir ninguém, à diferença do que acontece em países vizinhos que estão passando a limpo suas ditaduras militares?
De onde vêm a grandiloqüência e a ousadia de Jair Bolsonaro se não das “costas quentes” que ele acredita – ou sabe – que tem? Os governos Lula e Dilma não ousaram avançar em propostas como a democratização da comunicação ou na reforma agrária e até em aprovar uma lei que proteja homossexuais que estão sendo chacinados quase que diariamente no Brasil, por quê?
Dirão que é porque não quiseram, mas acho que é porque tiveram medo.
Esses grupos de direita envolvem militares, grandes empresários e grandes meios de comunicação. Isso está claro. Essa é a força que vem mantendo este país preso a situações como a concentração da propriedade de terras ou de propriedade de meios de comunicação que inexistem em qualquer país democrático e desenvolvido.
Se essa Comissão da Verdade realmente chegasse a algum lugar, o Brasil estaria livre desse permanente estado de chantagem em que vive por ação dos mesmos grupos políticos, econômicos e ideológicos que implantaram uma ditadura militar que calou, perseguiu, prendeu, torturou e matou à vontade e que, ainda hoje, estende sua sombra sobre a nação.
Fonte:http://www.blogcidadania.com.br/2011/09/a-verdade-vos-libertaria/
A Comissão da Verdade terá sete membros para investigar todo esse período e essa é uma tarefa quase insana, não há dúvida. No período de 43 anos a ser investigado, é possível que tenham ocorrido no Brasil mais crimes contra direitos humanos por motivação política do que há de estrelas no céu.
A sessão da Câmara dos Deputados que aprovou a Comissão da Verdade mostrou que a base aliada na Casa, por orientação do governo, fez seguidas concessões aos partidos identificados com os interesses de militares remanescentes da ditadura militar que temem ser atingidos pelas investigações, por mais que a Comissão em tela não venha a ter poderes para puni-los e que o Supremo Tribunal Federal já tenha decidido que a Lei da Anistia (que extingue punições para “os dois lados”) é, digamos assim, “imexível”, à diferença do que ocorre em países como Chile, Argentina ou Uruguai, que estão punindo os esbirros de ditaduras militares análogas à brasileira que se abateram sobre outras nações sul-americanas naquele período da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética, “guerra” que foi a razão do surgimento de tais ditaduras nesta parte do mundo.
A impossibilidade de se fazer no Brasil o que se consegue fazer em países que sofreram ditaduras análogas à “nossa” mostra que grupos políticos e chefes militares a eles aliados ainda mantêm um tipo de poder que não é político, é de persuasão.
Na sessão da Câmara que aprovou a Comissão da Verdade, o deputado da bancada dos militares Jair Bolsonaro subiu à tribuna e como que conclamou chefes militares a tomarem uma providência contra o que estava acontecendo ali, dizendo que o objetivo da Comissão, na verdade, seria cassar aposentadorias e perseguir velhinhos ex-militares que possam vir a ser apresentados como torturadores ou assassinos ou cúmplices de torturas e assassinatos.
Na prática, no Brasil ainda há grupos sociais e ideológicos organizados (formal ou informalmente) que se acreditam acima das leis e, assim, com “direito” de praticar contra inimigos políticos e ideológicos de esquerda alguns tipos de ações que eram empreendidas nos idos de 1964 e durante todo o período autoritário. Posso garantir que sei do que estou falando…
Vige no Brasil também, portanto, uma espécie de chantagem desses grupos políticos e paramilitares contra os governos democráticos. Acredita-se que haja um limite para ações dos governos. Por exemplo: uma reforma agrária radical ou uma forte taxação dos muitos ricos poderia não ser aceita e desencadearia uma ofensiva da direita que começaria através da mídia e desembocaria em novo levante militar.
Muitos não acreditam nisso. Acham que o Brasil vive outro momento e que não haveria clima para um novo golpe devido à importância deste país no mundo. Pergunto, então, por que o governo fez tantas concessões para aprovar uma Comissão que, inclusive, não conseguirá punir ninguém, à diferença do que acontece em países vizinhos que estão passando a limpo suas ditaduras militares?
De onde vêm a grandiloqüência e a ousadia de Jair Bolsonaro se não das “costas quentes” que ele acredita – ou sabe – que tem? Os governos Lula e Dilma não ousaram avançar em propostas como a democratização da comunicação ou na reforma agrária e até em aprovar uma lei que proteja homossexuais que estão sendo chacinados quase que diariamente no Brasil, por quê?
Dirão que é porque não quiseram, mas acho que é porque tiveram medo.
Esses grupos de direita envolvem militares, grandes empresários e grandes meios de comunicação. Isso está claro. Essa é a força que vem mantendo este país preso a situações como a concentração da propriedade de terras ou de propriedade de meios de comunicação que inexistem em qualquer país democrático e desenvolvido.
Se essa Comissão da Verdade realmente chegasse a algum lugar, o Brasil estaria livre desse permanente estado de chantagem em que vive por ação dos mesmos grupos políticos, econômicos e ideológicos que implantaram uma ditadura militar que calou, perseguiu, prendeu, torturou e matou à vontade e que, ainda hoje, estende sua sombra sobre a nação.
Fonte:http://www.blogcidadania.com.br/2011/09/a-verdade-vos-libertaria/
Palestina: “194 razões para a criação de um estado independente...”
Por : Pettersen Filho
Celebrando a 66ª Instalação da Assembléia Geral da ONU, nos EUA, desde a sua Criação, em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, justamente, com fito de manter a Paz no Mundo, a quem cabe, exatamente ao Brasil a Honraria do Discurso de Abertura, desta feita, realizado de “Saias” pela President”a” Dilma Roussef, tal fato, o de ser a Primeira Mulher a discursar na Abertura daquele evento, no entanto, questão mais latente, presente no Encontro, roubou a cena dos holofotes na Presidente Dilma, face as intensas articulações realizadas, de um Lado, pelos Estados Unidos, Pais protagonista da Sede da própria ONU, em Nova Iorque, apoiando incondicionalmente o Estado Genocida de Israel, e, de outro Lado, mais de Uma Centena de Países, dentre eles, o próprio Brasil, apoiadores, não tão incondicionalmente, do advento de um Estado Palestino Independente, com assento pleno e representação na ONU.
Criados, eles mesmos, por Ato da ONU, Órgão subserviente aos Interesses das Grandes Potências, em 1948, as Margens do Mar Mediterrâneo, em sua porção Oriental, dentro da própria Cisjordânia, Território historicamente Palestino, até que o Imperialismo Europeu, à “Boca do Canhão”, França e Inglaterra dividissem o Mundo, Ásia e África, entre si, na famosa “Entende Cordiale”, no começo do Século XX, afetando para sempre a Geografia do Planeta, criando Estados, e Países, artificiais, por toda África e Ásia, ao seu bel prazer, independente de fatores étnicos ou culturais, segundo seu próprio interesse, nem bem findava a Segunda Guerra Mundial, em 1945, quando já se cogitava a criação de um “Organismo”, a ONU, dedicado a manutenção da Paz Mundial, na eminência da Guerra Fria, que se seguiria, então, com a polarização do Mundo, Pós-imperialismo Europeu, e com a conversão da URSS, comunista, e dos próprios EUA, capitalista, em únicas Potências Planetárias, a criação do Estado de Israel, onde seriam assentados os Judeus do Mundo inteiro, diga-se de passagem, majoritariamente “Arianos”, da própria Europa, não por razões, puramente, Religiosas, reportando o Passado Bíblico (Muro das Lamentações, Grande Templo, e coisitas mais), e o Degredo do Povo Hebreu, antes do advento do Senhor Jesus Cristo, há mais de Dois Mil Anos atrás, desde o Egito, do qual o atual Estado de Israel, sequer, guarda resquicios, depois de anos, e séculos, de pulverização, por toda Europa, mas, predominantemente, como parte da nova Geopolítica que, já, se desenhava, como forma de criar um “Estado Amigo”, Israel, em Terras Árabes, justamente para guarnecer as Rotas do Petróleo, de que as Grandes Potências Ocidentais dependem, EUA, França e Inglaterra, mormente, nas proximidades do estratégico Canal do Suez e da Península Arábica, o Estado de Israel, armado nuclearmente pelo Ocidente, partiu a Palestina em dois: Faixa de Gaza, dominada pelo Hamas, mais radical, Inimigo declarado da própria existência do Estado de Israel, no Ocidente, e Cisjordânia, mais Pró-ocidente, na porção mais Oriental da Palestina, ambas separadas fisicamente pelo Estado de Israel, quem, agora, opõe-se a Criação do Estado Palestino.
Apoiada pela Grande Maioria das 193 Nações do Planeta, de menos EUA, que possui direito de “Voto” Decisivo no Conselho de Segurança da ONU, tão antiquado, como ilegítimo, nos dias de hoje, alias, como salientou a própria President”a” Dilma, em seu Discurso, sem o qual a Palestina jamais será aceita como Estado Independente, onde poderia receber o numero 194, no Concerto das Nações, e boicotada por Israel, devido a motivos óbvios, dos quais, a progressiva invasão da Cisjordânia, e a Instalação de novos Assentamentos Judeus em Terras Árabes, mais e mais, parecem serem os fundamentos mais sólidos para manter a sua atual “Política” de Assassinatos Seletivos, de Lideres do Hamas, e ataques sistêmicos a Faixa de Gaza, enquanto acena com falsas promessas de “Conversações” de Paz, com a Facção menos rebelde do Fatah, na Cisjordânia Ocupada, do qual o atual Presidente Mahmoud Abbas converte-se num Inimigo menos letal, e manipulável, do que a Liderança do Hamas, a “Autoridade” Nacional Palestina, atual status que recebem os Palestinos, no geral, como sendo um mero “Escritório” de Representação dos Palestinos, sem, contudo, receber o Grau de Estado Independente, na ONU, trava, em Nova Iorque, a sua mais derradeira Batalha...
Desguarnecida de Tanques, ou Navios de Guerra, ao contrário de Israel, abastecidos pelos Estados Unidos, os Palestinos, tantos de Gaza, como da Cisjordânia, munidos de singelos rifles AK-47 Kalashinikov, remanescentes dos velhos arsenais da União Soviética, esperam afoitos, enquanto sofrem implacavel Cerco Naval por Israel, em Gaza, donde não entra, nem remédio, e nem comida, por vezes, bombardeados com Urânio Radioativo ou Césio, por Israel, transformada a Faixa de Gaza, com olhos complacentes da ONU, em uma imensa Alchvits, ou Trebrinka, verdadeiros “Fornos Crematórios”, Campo de Testes de Armas Letais, ou Químicas, dos Estados Unidos & Israel, restando-lhes, somente aguardar, enquanto morrem de inanição, e são suas crianças violentadas, pelo advento de um Estado, que seja só seu, não se sabe, Quem ?, nem Quando ?...
Ou afinal, Qual ? Palestina: a de Gaza, do Hamas, ou a da Cisjordânia Ocupada, do Fatah, e de Abbas ?
Quiçá, Palestina Alguma !
OBS: Texto Publicado originalmente em www.paralerepensar.com.br
ANTUÉRPIO PETTERSEN FILHO é Advogado Militante e Assessor Jurídico da ABDIC – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DEFESA DO INDIVÍDUO E DA CIDADANIA além de EDITOR do Periódico Eletrônico JORNAL GRITO CIDADÃO
Celebrando a 66ª Instalação da Assembléia Geral da ONU, nos EUA, desde a sua Criação, em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, justamente, com fito de manter a Paz no Mundo, a quem cabe, exatamente ao Brasil a Honraria do Discurso de Abertura, desta feita, realizado de “Saias” pela President”a” Dilma Roussef, tal fato, o de ser a Primeira Mulher a discursar na Abertura daquele evento, no entanto, questão mais latente, presente no Encontro, roubou a cena dos holofotes na Presidente Dilma, face as intensas articulações realizadas, de um Lado, pelos Estados Unidos, Pais protagonista da Sede da própria ONU, em Nova Iorque, apoiando incondicionalmente o Estado Genocida de Israel, e, de outro Lado, mais de Uma Centena de Países, dentre eles, o próprio Brasil, apoiadores, não tão incondicionalmente, do advento de um Estado Palestino Independente, com assento pleno e representação na ONU.
Criados, eles mesmos, por Ato da ONU, Órgão subserviente aos Interesses das Grandes Potências, em 1948, as Margens do Mar Mediterrâneo, em sua porção Oriental, dentro da própria Cisjordânia, Território historicamente Palestino, até que o Imperialismo Europeu, à “Boca do Canhão”, França e Inglaterra dividissem o Mundo, Ásia e África, entre si, na famosa “Entende Cordiale”, no começo do Século XX, afetando para sempre a Geografia do Planeta, criando Estados, e Países, artificiais, por toda África e Ásia, ao seu bel prazer, independente de fatores étnicos ou culturais, segundo seu próprio interesse, nem bem findava a Segunda Guerra Mundial, em 1945, quando já se cogitava a criação de um “Organismo”, a ONU, dedicado a manutenção da Paz Mundial, na eminência da Guerra Fria, que se seguiria, então, com a polarização do Mundo, Pós-imperialismo Europeu, e com a conversão da URSS, comunista, e dos próprios EUA, capitalista, em únicas Potências Planetárias, a criação do Estado de Israel, onde seriam assentados os Judeus do Mundo inteiro, diga-se de passagem, majoritariamente “Arianos”, da própria Europa, não por razões, puramente, Religiosas, reportando o Passado Bíblico (Muro das Lamentações, Grande Templo, e coisitas mais), e o Degredo do Povo Hebreu, antes do advento do Senhor Jesus Cristo, há mais de Dois Mil Anos atrás, desde o Egito, do qual o atual Estado de Israel, sequer, guarda resquicios, depois de anos, e séculos, de pulverização, por toda Europa, mas, predominantemente, como parte da nova Geopolítica que, já, se desenhava, como forma de criar um “Estado Amigo”, Israel, em Terras Árabes, justamente para guarnecer as Rotas do Petróleo, de que as Grandes Potências Ocidentais dependem, EUA, França e Inglaterra, mormente, nas proximidades do estratégico Canal do Suez e da Península Arábica, o Estado de Israel, armado nuclearmente pelo Ocidente, partiu a Palestina em dois: Faixa de Gaza, dominada pelo Hamas, mais radical, Inimigo declarado da própria existência do Estado de Israel, no Ocidente, e Cisjordânia, mais Pró-ocidente, na porção mais Oriental da Palestina, ambas separadas fisicamente pelo Estado de Israel, quem, agora, opõe-se a Criação do Estado Palestino.
Apoiada pela Grande Maioria das 193 Nações do Planeta, de menos EUA, que possui direito de “Voto” Decisivo no Conselho de Segurança da ONU, tão antiquado, como ilegítimo, nos dias de hoje, alias, como salientou a própria President”a” Dilma, em seu Discurso, sem o qual a Palestina jamais será aceita como Estado Independente, onde poderia receber o numero 194, no Concerto das Nações, e boicotada por Israel, devido a motivos óbvios, dos quais, a progressiva invasão da Cisjordânia, e a Instalação de novos Assentamentos Judeus em Terras Árabes, mais e mais, parecem serem os fundamentos mais sólidos para manter a sua atual “Política” de Assassinatos Seletivos, de Lideres do Hamas, e ataques sistêmicos a Faixa de Gaza, enquanto acena com falsas promessas de “Conversações” de Paz, com a Facção menos rebelde do Fatah, na Cisjordânia Ocupada, do qual o atual Presidente Mahmoud Abbas converte-se num Inimigo menos letal, e manipulável, do que a Liderança do Hamas, a “Autoridade” Nacional Palestina, atual status que recebem os Palestinos, no geral, como sendo um mero “Escritório” de Representação dos Palestinos, sem, contudo, receber o Grau de Estado Independente, na ONU, trava, em Nova Iorque, a sua mais derradeira Batalha...
Desguarnecida de Tanques, ou Navios de Guerra, ao contrário de Israel, abastecidos pelos Estados Unidos, os Palestinos, tantos de Gaza, como da Cisjordânia, munidos de singelos rifles AK-47 Kalashinikov, remanescentes dos velhos arsenais da União Soviética, esperam afoitos, enquanto sofrem implacavel Cerco Naval por Israel, em Gaza, donde não entra, nem remédio, e nem comida, por vezes, bombardeados com Urânio Radioativo ou Césio, por Israel, transformada a Faixa de Gaza, com olhos complacentes da ONU, em uma imensa Alchvits, ou Trebrinka, verdadeiros “Fornos Crematórios”, Campo de Testes de Armas Letais, ou Químicas, dos Estados Unidos & Israel, restando-lhes, somente aguardar, enquanto morrem de inanição, e são suas crianças violentadas, pelo advento de um Estado, que seja só seu, não se sabe, Quem ?, nem Quando ?...
Ou afinal, Qual ? Palestina: a de Gaza, do Hamas, ou a da Cisjordânia Ocupada, do Fatah, e de Abbas ?
Quiçá, Palestina Alguma !
OBS: Texto Publicado originalmente em www.paralerepensar.com.br
ANTUÉRPIO PETTERSEN FILHO é Advogado Militante e Assessor Jurídico da ABDIC – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DEFESA DO INDIVÍDUO E DA CIDADANIA além de EDITOR do Periódico Eletrônico JORNAL GRITO CIDADÃO
A corrupção na Justiça
Por: O Estado de S. Paulo – 11/08/2011 http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-corrupcao-na-justica,757037,0.htm
Elaborado com base nas inspeções feitas pela Corregedoria Nacional de Justiça e divulgado pelo jornal Valor, o relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre as irregularidades cometidas pela magistratura nas diferentes instâncias e braços especializados do Judiciário mostra que a instituição pouco difere do Executivo em matéria de apropriação indébita e malversação de dinheiro público, de mordomia, nepotismo e fisiologismo, de corrupção, enfim as maracutaias são tantas que é praticamente impossível identificar o tribunal com os problemas mais graves. Em quase todos, os corregedores do CNJ constataram centenas de casos de desvio de conduta, fraude e estelionato, tais como negociação de sentenças, venda de liminares, manipulação na distribuição de processos, grilagem de terras, favorecimento na liberação de precatórios, contratos ilegais e malversação de dinheiro público. No Pará, o CNJ detectou a contratação de bufês para festas de confraternização de juízes pagas com dinheiro do contribuinte.
No Espírito Santo, foram descobertos a contratação de um serviço de degustação de cafés finos e o pagamento de 13.º salário a servidores judiciais exonerados. Na Paraíba e em Pernambuco, foram encontradas associações de mulheres de desembargadores explorando serviços de estacionamento em fóruns. Ainda em Pernambuco, o CNJ constatou 384 servidores contratados sem concurso público - quase todos lotados nos gabinetes dos desembargadores. No Ceará, o Tribunal de Justiça foi ainda mais longe, contratando advogados para ajudar os desembargadores a prolatar sentenças. No Maranhão, 7 dos 9 juízes que atuavam nas varas cíveis de São Luís foram afastados, depois de terem sido acusados de favorecer quadrilhas especializadas em golpes contra bancos. Entre as entidades ligadas a magistrados que gerenciam recursos da corporação e serviços na Justiça, as situações mais críticas foram encontradas nos Tribunais de Justiça da Bahia e de Mato Grosso e no Distrito Federal, onde foi desmontado um esquema fraudulento de obtenção de empréstimos bancários criado pela Associação dos Juízes Federais da 1.ª Região. Em alguns Estados do Nordeste, a Justiça local negociou com a Assembleia Legislativa a aprovação de vantagens funcionais que haviam sido proibidas pelo CNJ. Em Alagoas, foi constatado o pagamento em dobro para um cidadão que recebia como contratado por uma empresa terceirizada para prestar serviços no mesmo tribunal em que atuava como servidor. O balanço das fiscalizações feitas pela Corregedoria Nacional de Justiça é uma resposta aos setores da magistratura que mais se opuseram à criação do CNJ, há seis anos. Esses setores alegavam que o controle externo do Judiciário comprometeria a independência da instituição e que as inspeções do CNJ seriam desnecessárias, pois repetiriam o que já vinha sendo feito pelas corregedorias judiciais. A profusão de irregularidades constatadas pela Corregedoria Nacional de Justiça evidenciou a inépcia das corregedorias, em cujo âmbito o interesse corporativo costuma prevalecer sobre o interesse público. Por isso, é no mínimo discutível a tese do presidente do STF, Cezar Peluso, de que o CNJ não pode substituir o trabalho das corregedorias e de que juízes acusados de desvio de conduta devem ser investigados sob sigilo, para que sua dignidade seja preservada. "Se o réu a gente tem de tratar bem, por que os juízes têm de sofrer um processo de exposição pública maior que os outros? Se a punição foi aplicada de um modo reservado, apurada sem estardalhaço, o que interessa para a sociedade?", disse Peluso ao Valor. Além de se esquecer de que juízes exercem função pública e de que não estão acima dos demais brasileiros, ao enfatizar a importância das corregedorias judiciais, o presidente do STF relega para segundo plano a triste tradição de incompetência e corporativismo que as caracteriza. Se fossem isentas e eficientes, o controle externo da Justiça não teria sido criado e os casos de corrupção não teriam atingido o nível alarmante evidenciado pelo balanço da Corregedoria Nacional de Justiça.
Elaborado com base nas inspeções feitas pela Corregedoria Nacional de Justiça e divulgado pelo jornal Valor, o relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre as irregularidades cometidas pela magistratura nas diferentes instâncias e braços especializados do Judiciário mostra que a instituição pouco difere do Executivo em matéria de apropriação indébita e malversação de dinheiro público, de mordomia, nepotismo e fisiologismo, de corrupção, enfim as maracutaias são tantas que é praticamente impossível identificar o tribunal com os problemas mais graves. Em quase todos, os corregedores do CNJ constataram centenas de casos de desvio de conduta, fraude e estelionato, tais como negociação de sentenças, venda de liminares, manipulação na distribuição de processos, grilagem de terras, favorecimento na liberação de precatórios, contratos ilegais e malversação de dinheiro público. No Pará, o CNJ detectou a contratação de bufês para festas de confraternização de juízes pagas com dinheiro do contribuinte.
No Espírito Santo, foram descobertos a contratação de um serviço de degustação de cafés finos e o pagamento de 13.º salário a servidores judiciais exonerados. Na Paraíba e em Pernambuco, foram encontradas associações de mulheres de desembargadores explorando serviços de estacionamento em fóruns. Ainda em Pernambuco, o CNJ constatou 384 servidores contratados sem concurso público - quase todos lotados nos gabinetes dos desembargadores. No Ceará, o Tribunal de Justiça foi ainda mais longe, contratando advogados para ajudar os desembargadores a prolatar sentenças. No Maranhão, 7 dos 9 juízes que atuavam nas varas cíveis de São Luís foram afastados, depois de terem sido acusados de favorecer quadrilhas especializadas em golpes contra bancos. Entre as entidades ligadas a magistrados que gerenciam recursos da corporação e serviços na Justiça, as situações mais críticas foram encontradas nos Tribunais de Justiça da Bahia e de Mato Grosso e no Distrito Federal, onde foi desmontado um esquema fraudulento de obtenção de empréstimos bancários criado pela Associação dos Juízes Federais da 1.ª Região. Em alguns Estados do Nordeste, a Justiça local negociou com a Assembleia Legislativa a aprovação de vantagens funcionais que haviam sido proibidas pelo CNJ. Em Alagoas, foi constatado o pagamento em dobro para um cidadão que recebia como contratado por uma empresa terceirizada para prestar serviços no mesmo tribunal em que atuava como servidor. O balanço das fiscalizações feitas pela Corregedoria Nacional de Justiça é uma resposta aos setores da magistratura que mais se opuseram à criação do CNJ, há seis anos. Esses setores alegavam que o controle externo do Judiciário comprometeria a independência da instituição e que as inspeções do CNJ seriam desnecessárias, pois repetiriam o que já vinha sendo feito pelas corregedorias judiciais. A profusão de irregularidades constatadas pela Corregedoria Nacional de Justiça evidenciou a inépcia das corregedorias, em cujo âmbito o interesse corporativo costuma prevalecer sobre o interesse público. Por isso, é no mínimo discutível a tese do presidente do STF, Cezar Peluso, de que o CNJ não pode substituir o trabalho das corregedorias e de que juízes acusados de desvio de conduta devem ser investigados sob sigilo, para que sua dignidade seja preservada. "Se o réu a gente tem de tratar bem, por que os juízes têm de sofrer um processo de exposição pública maior que os outros? Se a punição foi aplicada de um modo reservado, apurada sem estardalhaço, o que interessa para a sociedade?", disse Peluso ao Valor. Além de se esquecer de que juízes exercem função pública e de que não estão acima dos demais brasileiros, ao enfatizar a importância das corregedorias judiciais, o presidente do STF relega para segundo plano a triste tradição de incompetência e corporativismo que as caracteriza. Se fossem isentas e eficientes, o controle externo da Justiça não teria sido criado e os casos de corrupção não teriam atingido o nível alarmante evidenciado pelo balanço da Corregedoria Nacional de Justiça.
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
O que a mídia jamais falará.
*I - SEJA KADDAFI O BIZARRO QUE FOR, A ONU CONSTATOU EM 2007 QUE A LÍBIA TINHA*:
1 - Maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África (até hoje
e é maior que o do Brasil);
2 - Ensino gratuito até à Universidade;
3 - 10% dos alunos universitários estudavam na Europa, EUA, tudo pago;
4 - Ao casar, o casal recebia até 50.000 US$ para montar casa;
5 - Sistema médico gratuito, rivalizando com os europeus.
Equipamentos de última geração, etc...;
6 - Empréstimos pelo banco estatal sem juros;
7 - Inaugurado em 2007, o maior sistema de irrigação do mundo, vem
tornando o deserto (95% da Líbia) em fazendas produtoras de
alimentos.
*II - PORQUE "DETONAR" A LÍBIA ENTÃO?*
Três principais motivos:
1 - Tomar o seu petróleo de boa qualidade e com volume superior a 45
bilhões de barris em reservas;
2 - Fazer com que todo o mar Mediterrâneo fique sob o controlo da
OTAN. Só falta agora a Síria;
3 - E provavelmente o principal:
- O Banco Central Líbio não é atrelado ao sistema financeiro mundial
... ao dólar
- As suas reservas são toneladas de ouro, que dão respaldo ao valor
da moeda, o dinar, que desta forma está resguardado das flutuações
do dólar.
- O sistema financeiro internacional ficou possesso com Kaddafi,
após ele propor, e quase conseguir, que os países africanos
formassem uma moeda única desligada do dólar.
*III - O QUE É O ATAQUE HUMANITÁRIO PARA LIVRAR O POVO LÍBIO:**
*
1 - A OTAN comandada, como se sabe, pelos EUA, já bombardearam as
principais cidades Líbias com milhares de bombas e mísseis em que um
único projétil é capaz de destruir um quarteirão inteiro. Os prédios
e infra estruturas de água, esgotos, gás e luz estão sèriamente
danificados;
2 - As bombas usadas contem DU (Urânio depletado) que tem um tempo
de vida de cerca de 3 bilhões de anos (causa cancro e deformações
genéticas);
3 - Metade das crianças líbias estão traumatizadas psicologicamente
por causa das explosões que parecem um terremoto e racham as
estruturas das casas;
4 - Com o bloqueio marítimo e aéreo da OTAN, as crianças sofrem
principalmente com a falta de medicamentos e alimentos;
5 - A água já não mais é potável em boa parte do país. De novo as
crianças são as mais atingidas;
6 - Cerca de 150.000 pessoas por dia, estão deixando o país através
das fronteiras com a Tunísia e o Egito. Vão para o deserto ao
relento, sem água nem comida;
7 - Se o bombardeio terminasse hoje, cerca de 4 milhões de pessoas
estariam precisando de ajuda humanitária para sobreviver: Água e comida.
De uma população de 6,5 milhões de pessoas.
Em suma: O bombardeio "humanitário", acabou com a nação líbia. Nunca
mais haverá a "nação" Líbia tal como ela existia.
SIMPLES ASSIM.
Fonte : www.globalresearch.ca
“O sistema só tolera " Dois" tipos de componentes:Os tiranos que exploram e os subservientes. Os que lutam por justiça / Serão sempre dissidentes.”
Djair B Maracajá-Mestrando em Agricultura Orgânica-
Delegado Sindical -sintagri- Território do Sisal
“Não tenho força física, mas as minhas palavras ferem mais do que espada. E as feridas são incicatrizáveis” Carolina Maria de Jesus
http://gracasena.blogspot.com/
1 - Maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África (até hoje
e é maior que o do Brasil);
2 - Ensino gratuito até à Universidade;
3 - 10% dos alunos universitários estudavam na Europa, EUA, tudo pago;
4 - Ao casar, o casal recebia até 50.000 US$ para montar casa;
5 - Sistema médico gratuito, rivalizando com os europeus.
Equipamentos de última geração, etc...;
6 - Empréstimos pelo banco estatal sem juros;
7 - Inaugurado em 2007, o maior sistema de irrigação do mundo, vem
tornando o deserto (95% da Líbia) em fazendas produtoras de
alimentos.
*II - PORQUE "DETONAR" A LÍBIA ENTÃO?*
Três principais motivos:
1 - Tomar o seu petróleo de boa qualidade e com volume superior a 45
bilhões de barris em reservas;
2 - Fazer com que todo o mar Mediterrâneo fique sob o controlo da
OTAN. Só falta agora a Síria;
3 - E provavelmente o principal:
- O Banco Central Líbio não é atrelado ao sistema financeiro mundial
... ao dólar
- As suas reservas são toneladas de ouro, que dão respaldo ao valor
da moeda, o dinar, que desta forma está resguardado das flutuações
do dólar.
- O sistema financeiro internacional ficou possesso com Kaddafi,
após ele propor, e quase conseguir, que os países africanos
formassem uma moeda única desligada do dólar.
*III - O QUE É O ATAQUE HUMANITÁRIO PARA LIVRAR O POVO LÍBIO:**
*
1 - A OTAN comandada, como se sabe, pelos EUA, já bombardearam as
principais cidades Líbias com milhares de bombas e mísseis em que um
único projétil é capaz de destruir um quarteirão inteiro. Os prédios
e infra estruturas de água, esgotos, gás e luz estão sèriamente
danificados;
2 - As bombas usadas contem DU (Urânio depletado) que tem um tempo
de vida de cerca de 3 bilhões de anos (causa cancro e deformações
genéticas);
3 - Metade das crianças líbias estão traumatizadas psicologicamente
por causa das explosões que parecem um terremoto e racham as
estruturas das casas;
4 - Com o bloqueio marítimo e aéreo da OTAN, as crianças sofrem
principalmente com a falta de medicamentos e alimentos;
5 - A água já não mais é potável em boa parte do país. De novo as
crianças são as mais atingidas;
6 - Cerca de 150.000 pessoas por dia, estão deixando o país através
das fronteiras com a Tunísia e o Egito. Vão para o deserto ao
relento, sem água nem comida;
7 - Se o bombardeio terminasse hoje, cerca de 4 milhões de pessoas
estariam precisando de ajuda humanitária para sobreviver: Água e comida.
De uma população de 6,5 milhões de pessoas.
Em suma: O bombardeio "humanitário", acabou com a nação líbia. Nunca
mais haverá a "nação" Líbia tal como ela existia.
SIMPLES ASSIM.
Fonte : www.globalresearch.ca
“O sistema só tolera " Dois" tipos de componentes:Os tiranos que exploram e os subservientes. Os que lutam por justiça / Serão sempre dissidentes.”
Djair B Maracajá-Mestrando em Agricultura Orgânica-
Delegado Sindical -sintagri- Território do Sisal
“Não tenho força física, mas as minhas palavras ferem mais do que espada. E as feridas são incicatrizáveis” Carolina Maria de Jesus
http://gracasena.blogspot.com/
As cobaias humanas de Israel
Médicos denunciam que Israel testa suas novas armas na população da Faixa de Gaza, provocando mutilações, queimaduras e ferimento
Baby Siqueira Abrão
de Ramallah (Palestina)
O garoto de 13 anos joga futebol com os amigos na tarde ensolarada. De repente, aviões israelenses surgem no céu. Os meninos não têm tempo nem de correr: um míssil cai sobre eles.
A ambulância chega rapidamente e os leva ao hospital Al-Shifa, o maior da Cidade de Gaza, a capital da Faixa de Gaza. Alguns dos garotos estão inconscientes. Outros estão mortos.
Dias depois, o médico Ayman Al Sahbani, diretor do departamento de emergências do hospital, mostra o menino de 13 anos na cama de um cubículo cheio de aparelhos médicos. Vários pontos do corpo, todo coberto por faixas brancas, estão plugados nos aparelhos. Uma perna apoia-se numa espécie de mesinha de ferro. Os braços estendem-se ao lado do corpo. Só os braços. As mãos foram perdidas no ataque israelense.
“Quando o pessoal do socorro o trouxe, pensei que ele estivesse morto. Então o ouvi gritar: ‘Ai, mamãe!’. Levei-o de imediato para a sala de cirurgia e o operei. Várias vezes. Já faz cinco dias, e ele continua vivo. Tem queimaduras terríveis e estilhaços de metal por todo o corpo. Será que vai poder jogar futebol de novo? Não tenho ideia.”
Ninguém sabe quem é o garoto. E essa é uma situação comum nos hospitais. Os feridos chegam, queimados, mutilados, os corpos perfurados por pedaços de metal, e são atendidos por médicos e enfermeiros exaustos, angustiados, tentando fazer com que o pouco material de que dispõem seja suficiente para todos.
Novas armas
Ali, no setor de emergência cheirando a antisséptico, o ruído dos ventiladores mistura-se ao bipe dos monitores e aos passos apressados dos profissionais cuja tarefa é salvar as vidas daqueles que chegam. A identidade dos feridos é o que menos importa nessa hora.
“As vítimas, em sua maior parte, são mulheres e crianças”, explica o médico Al Sahbani. “Vítimas civis”, ressalta. “Chegam aos pedaços, alguns queimados de tal modo que se tornam irreconhecíveis. Há 20 crianças aqui, com ferimentos que nunca vi, nem na Operação Chumbo Fundido, quando observei pela primeira vez as queimaduras provocadas pelo fósforo branco. As armas de agora são piores, causam lesões terríveis, despedaçam pés, pernas, mãos, enchem os corpos com centenas de pequenas peças de metal.”
Operação Chumbo Fundido foi o nome dado aos ataques israelenses contra a Faixa de Gaza entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, que causaram cerca de 1.500 mortes, em sua grande maioria, de civis.
Al Sahbani continua, depois de uma pausa: “Meu filho de 11 anos me pergunta por que isso acontece, por que Israel nos ataca assim. O que posso responder a ele?”.
Uma das respostas possíveis seria cruel demais para uma criança: Israel está testando, mais uma vez, suas novas armas em alvos vivos. Em seres humanos que há mais de 60 anos vivem sob ocupação israelense, e que antes disso sofreram massacres e expulsões, e viram suas casas e cidades serem destruídas ou tomadas por grupos paramilitares sionistas.
Como lembrou o diretor do departamento de emergências do hospital Al-Shifa, não é a primeira vez que essas substâncias são experimentadas na população de Gaza. Israel admitiu o uso do fósforo branco em 2006 e em 2008- 2009, na Operação Chumbo Fundido. O que os sionistas não contaram, porém, foi a adição de metais tóxicos ao fósforo branco.
Metais cancerígenos
Mas o New Weapons Committee (NWRG), grupo de pesquisadores, acadêmicos e profissionais de mídia que estuda os efeitos das novas tecnologias de guerra, descobriu e divulgou. Embora a mídia corporativa não tenha dito uma única palavra sobre isso, o relatório do NWRG foi publicado em maio de 2010 e está à disposição de quem quiser consultá-lo: www.newweapons.org/files/20100511pressrelease_eng.pdf.
De acordo com o informe, análises em tecidos humanos enviados ao comitê por médicos de Gaza, retirados de “ferimentos provocados por armas que não deixam fragmentos nos corpos das vítimas”, encontraram “metais tóxicos e cancerígenos, capazes de produzir mutações genéticas. [...] Isso mostra que foram utilizadas armas experimentais, cujos efeitos ainda são desconhecidos”.
A pesquisa seguiu dois estudos anteriores do NWRG. O primeiro, publicado em 17 de dezembro de 2009, estabeleceu a presença de metais tóxicos em áreas ao redor das crateras provocadas pelo bombardeio israelense na Faixa de Gaza. O último, publicado em 17 de março de 2010, apontou a presença de metais tóxicos em amostras de cabelo de crianças da região.
Ambos indicam contaminação ambiental, agravada pelas condições de vida naquele território, que propiciam o contato direto com o solo. Os abrigos expostos ao vento e à poeira, devido à impossibilidade de reconstrução das moradias – Israel não permite a entrada de materiais de construção e ferramentas necessárias – também facilitam o contato com as substâncias tóxicas espalhadas no ambiente.
Danos à saúde
O trabalho, realizado pelos laboratórios das universidades Sapienza de Roma (Itália), Chalmers (Suécia) e Beirute (Líbano), foi coordenado pelo NWRG e comparou 32 elementos encontrados nos tecidos das vítimas. “A presença de substâncias tóxicas e cancerígenas nos metais detectados nos ferimentos é relevante e indica riscos diretos para os sobreviventes, além da possibilidade de contaminação ambiental”, diz o relatório.
“Alguns dos elementos encontrados são cancerígenos (mercúrio, arsênio, cádmio, cromo, níquel e urânio); outros são potencialmente carcinogênicos (cobalto e vanádio); e há também substâncias que contaminam fetos (alumínio, cobre, bário, chumbo e manganês). Os primeiros podem produzir mutações genéticas, os segundos podem ter o mesmo efeito em animais (ainda não há comprovação em seres humanos), os terceiros têm efeitos tóxicos sobre pessoas e podem afetar também o embrião ou o feto em mulheres grávidas”, alerta o documento.
Há mais, segundo o relatório de 2010: “Todos os metais, encontrados em quantidades elevadas, têm efeitos patogênicos em humanos, danificando os órgãos respiratórios, o rim, a pele, o desenvolvimento e as funções sexuais e neurológicas”.
Paola Manduca, professora e pesquisadora de genética da Universidade de Gênova e porta-voz do NWRG, comentou, referindo-se às análises do material recolhido em 2006 e 2008-2009: “Concentramos nossos estudos nos ferimentos provocados por armas que, segundo os médicos de Gaza, não deixavam fragmentos. Queríamos verificar a presença de metais na pele e na derme. Suspeitava- se que esses metais estivessem presentes nesse tipo de armas [que não deixam fragmentos], mas isso nunca tinha sido demonstrado. Para nossa surpresa, mesmo as queimaduras provocadas por fósforo branco contêm alta quantidade de metais. Além disso, a presença desses metais nas armas implica que eles se dispersaram no ambiente, em quantidades e com alcance desconhecidos, e foram inalados pelas vítimas e por aqueles que testemunharam os ataques. Portanto, constituem um risco para os sobreviventes e para as pessoas que não foram diretamente atingidas pelo bombardeio”.
Testes bélicos
Um risco de longo alcance: um dos metais utilizados, o urânio, radioativo, é utilizado em usinas nucleares e na produção de bombas atômicas. Ele tem vida útil de aproximadamente 4,5 bilhões de anos (urânio 238) e 700 milhões de anos (urânio 235).
Em relação aos ataques atuais, de agosto de 2011, pesquisadores do NWRG comentaram, ao ver imagens de feridos, transmitidas por uma estação de TV de Gaza, que o exército israelense parecia utilizar as mesmas armas da Operação Chumbo Fundido. Engano. As de agora são mais devastadoras, segundo o médico Ayman Al Sahbani, do hospital Al-Shifa.
E permitem concluir que a nova investida contra Gaza não está ligada apenas à tentativa de tirar os indignados israelenses dos noticiários ou de deter os foguetes que brigadas como a Jihad Islâmica atiram no sul de Israel. Os ataques também servem ao propósito de observar os efeitos da mistura de novas substâncias, às quais se acrescentou a tecnologia das bombas de fragmentação.
O médico Al-Sahbani deplora a situação, pedindo que o mundo todo conheça o drama de Gaza e faça algo para detê-lo. “Somos humanos e só queremos viver com liberdade, trabalhar corretamente, ver nossos filhos crescerem livres, como em outros países”, declara. “Em outros países, as crianças jogam futebol, nadam em piscinas sem o risco de ser bombardeadas, amputadas e mortas, como acontece em Gaza. Que tipo de vida é esse para uma criança?” (com informações de Julie Webb- Pullman, do portal Scoop Independent News, diretamente de Gaza)
Fonte: http://www.brasildefato.com.br/content/cobaias-humanas-de-israel
Baby Siqueira Abrão
de Ramallah (Palestina)
O garoto de 13 anos joga futebol com os amigos na tarde ensolarada. De repente, aviões israelenses surgem no céu. Os meninos não têm tempo nem de correr: um míssil cai sobre eles.
A ambulância chega rapidamente e os leva ao hospital Al-Shifa, o maior da Cidade de Gaza, a capital da Faixa de Gaza. Alguns dos garotos estão inconscientes. Outros estão mortos.
Dias depois, o médico Ayman Al Sahbani, diretor do departamento de emergências do hospital, mostra o menino de 13 anos na cama de um cubículo cheio de aparelhos médicos. Vários pontos do corpo, todo coberto por faixas brancas, estão plugados nos aparelhos. Uma perna apoia-se numa espécie de mesinha de ferro. Os braços estendem-se ao lado do corpo. Só os braços. As mãos foram perdidas no ataque israelense.
“Quando o pessoal do socorro o trouxe, pensei que ele estivesse morto. Então o ouvi gritar: ‘Ai, mamãe!’. Levei-o de imediato para a sala de cirurgia e o operei. Várias vezes. Já faz cinco dias, e ele continua vivo. Tem queimaduras terríveis e estilhaços de metal por todo o corpo. Será que vai poder jogar futebol de novo? Não tenho ideia.”
Ninguém sabe quem é o garoto. E essa é uma situação comum nos hospitais. Os feridos chegam, queimados, mutilados, os corpos perfurados por pedaços de metal, e são atendidos por médicos e enfermeiros exaustos, angustiados, tentando fazer com que o pouco material de que dispõem seja suficiente para todos.
Novas armas
Ali, no setor de emergência cheirando a antisséptico, o ruído dos ventiladores mistura-se ao bipe dos monitores e aos passos apressados dos profissionais cuja tarefa é salvar as vidas daqueles que chegam. A identidade dos feridos é o que menos importa nessa hora.
“As vítimas, em sua maior parte, são mulheres e crianças”, explica o médico Al Sahbani. “Vítimas civis”, ressalta. “Chegam aos pedaços, alguns queimados de tal modo que se tornam irreconhecíveis. Há 20 crianças aqui, com ferimentos que nunca vi, nem na Operação Chumbo Fundido, quando observei pela primeira vez as queimaduras provocadas pelo fósforo branco. As armas de agora são piores, causam lesões terríveis, despedaçam pés, pernas, mãos, enchem os corpos com centenas de pequenas peças de metal.”
Operação Chumbo Fundido foi o nome dado aos ataques israelenses contra a Faixa de Gaza entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, que causaram cerca de 1.500 mortes, em sua grande maioria, de civis.
Al Sahbani continua, depois de uma pausa: “Meu filho de 11 anos me pergunta por que isso acontece, por que Israel nos ataca assim. O que posso responder a ele?”.
Uma das respostas possíveis seria cruel demais para uma criança: Israel está testando, mais uma vez, suas novas armas em alvos vivos. Em seres humanos que há mais de 60 anos vivem sob ocupação israelense, e que antes disso sofreram massacres e expulsões, e viram suas casas e cidades serem destruídas ou tomadas por grupos paramilitares sionistas.
Como lembrou o diretor do departamento de emergências do hospital Al-Shifa, não é a primeira vez que essas substâncias são experimentadas na população de Gaza. Israel admitiu o uso do fósforo branco em 2006 e em 2008- 2009, na Operação Chumbo Fundido. O que os sionistas não contaram, porém, foi a adição de metais tóxicos ao fósforo branco.
Metais cancerígenos
Mas o New Weapons Committee (NWRG), grupo de pesquisadores, acadêmicos e profissionais de mídia que estuda os efeitos das novas tecnologias de guerra, descobriu e divulgou. Embora a mídia corporativa não tenha dito uma única palavra sobre isso, o relatório do NWRG foi publicado em maio de 2010 e está à disposição de quem quiser consultá-lo: www.newweapons.org/files/20100511pressrelease_eng.pdf.
De acordo com o informe, análises em tecidos humanos enviados ao comitê por médicos de Gaza, retirados de “ferimentos provocados por armas que não deixam fragmentos nos corpos das vítimas”, encontraram “metais tóxicos e cancerígenos, capazes de produzir mutações genéticas. [...] Isso mostra que foram utilizadas armas experimentais, cujos efeitos ainda são desconhecidos”.
A pesquisa seguiu dois estudos anteriores do NWRG. O primeiro, publicado em 17 de dezembro de 2009, estabeleceu a presença de metais tóxicos em áreas ao redor das crateras provocadas pelo bombardeio israelense na Faixa de Gaza. O último, publicado em 17 de março de 2010, apontou a presença de metais tóxicos em amostras de cabelo de crianças da região.
Ambos indicam contaminação ambiental, agravada pelas condições de vida naquele território, que propiciam o contato direto com o solo. Os abrigos expostos ao vento e à poeira, devido à impossibilidade de reconstrução das moradias – Israel não permite a entrada de materiais de construção e ferramentas necessárias – também facilitam o contato com as substâncias tóxicas espalhadas no ambiente.
Danos à saúde
O trabalho, realizado pelos laboratórios das universidades Sapienza de Roma (Itália), Chalmers (Suécia) e Beirute (Líbano), foi coordenado pelo NWRG e comparou 32 elementos encontrados nos tecidos das vítimas. “A presença de substâncias tóxicas e cancerígenas nos metais detectados nos ferimentos é relevante e indica riscos diretos para os sobreviventes, além da possibilidade de contaminação ambiental”, diz o relatório.
“Alguns dos elementos encontrados são cancerígenos (mercúrio, arsênio, cádmio, cromo, níquel e urânio); outros são potencialmente carcinogênicos (cobalto e vanádio); e há também substâncias que contaminam fetos (alumínio, cobre, bário, chumbo e manganês). Os primeiros podem produzir mutações genéticas, os segundos podem ter o mesmo efeito em animais (ainda não há comprovação em seres humanos), os terceiros têm efeitos tóxicos sobre pessoas e podem afetar também o embrião ou o feto em mulheres grávidas”, alerta o documento.
Há mais, segundo o relatório de 2010: “Todos os metais, encontrados em quantidades elevadas, têm efeitos patogênicos em humanos, danificando os órgãos respiratórios, o rim, a pele, o desenvolvimento e as funções sexuais e neurológicas”.
Paola Manduca, professora e pesquisadora de genética da Universidade de Gênova e porta-voz do NWRG, comentou, referindo-se às análises do material recolhido em 2006 e 2008-2009: “Concentramos nossos estudos nos ferimentos provocados por armas que, segundo os médicos de Gaza, não deixavam fragmentos. Queríamos verificar a presença de metais na pele e na derme. Suspeitava- se que esses metais estivessem presentes nesse tipo de armas [que não deixam fragmentos], mas isso nunca tinha sido demonstrado. Para nossa surpresa, mesmo as queimaduras provocadas por fósforo branco contêm alta quantidade de metais. Além disso, a presença desses metais nas armas implica que eles se dispersaram no ambiente, em quantidades e com alcance desconhecidos, e foram inalados pelas vítimas e por aqueles que testemunharam os ataques. Portanto, constituem um risco para os sobreviventes e para as pessoas que não foram diretamente atingidas pelo bombardeio”.
Testes bélicos
Um risco de longo alcance: um dos metais utilizados, o urânio, radioativo, é utilizado em usinas nucleares e na produção de bombas atômicas. Ele tem vida útil de aproximadamente 4,5 bilhões de anos (urânio 238) e 700 milhões de anos (urânio 235).
Em relação aos ataques atuais, de agosto de 2011, pesquisadores do NWRG comentaram, ao ver imagens de feridos, transmitidas por uma estação de TV de Gaza, que o exército israelense parecia utilizar as mesmas armas da Operação Chumbo Fundido. Engano. As de agora são mais devastadoras, segundo o médico Ayman Al Sahbani, do hospital Al-Shifa.
E permitem concluir que a nova investida contra Gaza não está ligada apenas à tentativa de tirar os indignados israelenses dos noticiários ou de deter os foguetes que brigadas como a Jihad Islâmica atiram no sul de Israel. Os ataques também servem ao propósito de observar os efeitos da mistura de novas substâncias, às quais se acrescentou a tecnologia das bombas de fragmentação.
O médico Al-Sahbani deplora a situação, pedindo que o mundo todo conheça o drama de Gaza e faça algo para detê-lo. “Somos humanos e só queremos viver com liberdade, trabalhar corretamente, ver nossos filhos crescerem livres, como em outros países”, declara. “Em outros países, as crianças jogam futebol, nadam em piscinas sem o risco de ser bombardeadas, amputadas e mortas, como acontece em Gaza. Que tipo de vida é esse para uma criança?” (com informações de Julie Webb- Pullman, do portal Scoop Independent News, diretamente de Gaza)
Fonte: http://www.brasildefato.com.br/content/cobaias-humanas-de-israel
Divisão do ParáI
Por Luiz Gustavo da Luz Prado-Promotor de Gurupá /Pa
1 – QUEM PAGA A CONTA. Diversos estudos demonstram a inviabilidade da relação tributos/despesas destes novos estados, ou seja, os estados já nasceriam falidos, e a União teria que complementar esta diferença, ou seja, todos os brasileiros iriam bancar esta despesa.
2 – ESTRUTURA: um novo estado demanda grandes investimentos em estrutura governamental, então seriam criados um governo estadual, uma assembléia legislativa, um TJE, um MPE, um TCE, um TCM, cargos comissionados, etc. E o dinheiro para educação, saúde e segurança pública para essas populações? Não iria sobrar!
3 – POPULAÇÃO X TERRITÓRIOS: Há um equívoco quando dizem que o estado é muito grande por isso tem que dividir. Estes novos estados teriam uma população muito rarefeita, sendo que os dois teriam uma população menor do que o município de Belém, excluindo região metropolitana (Ananindeua, Marituba e Benevides, santa Isabel e Santa Bárbara). será razoável um gasto tão grande para, em tese, beneficiar uma população bem pequena? Ressalte-se que criação de estados por si só, não gera riqueza, apenas para alguns. Vejam a região Nordeste (MA, PI, CE, RN, PB, PE, SE, AL,BA) é a região mais pobre do Brasil, enquanto que a região sul (RS, SC, PR) é a mais desenvolvida social e economicamente.
4 – FALÊNCIA DO ESTADO DO PARÁ. Mal ou bem o estado do Pará, possui uma estrutura governamental para atender todo o estado. Com a divisão os servidores públicos estaduais teriam o direito de optar em ficar ou voltar para o estado do Pará, além do pagamento dos servidores aposentados e pensionistas. Como o Pará iria bancar estes servidores, se ocorrer diminuição de receita? Os investimentos que o governo do Pará efetuou nestas regiões, Como o Pará iria quitar estes débitos? se estes estados nascem livres de dívidas! como o Pará se sustentará com diminuição de receita, mas a continuidade de maior parte das despesas, já que ficará com a miaor parte da população?
5 – RIQUEZAS NATURAIS: Quando o capitão-mor FRANCISCO CALDEIRA DE CASTELO BRANCO no ano de 1616 fundou o povoado de Santa Maria de Belém do Grão-Pará, estas riquezas naturais (Serra dos Carajás), Rio Tocantins (Tucurui) Rio Xingu (Belo Monte), Rio Tapajós (Alter do Chão) entre outras já pertenciam a Provincia de Grão-Pará e Maranhão. Assim, não se sustenta o argumento daqueles que chegaram no Pará, durante a colonização da Amazônia, de que essas riquesas seriam suas e que Belém se apropria delas, sem dar retorno para essas regiões.
6 – AUSÊNCIA DE PARAENSES NO SUL DO PARÁ – Um dos argumentos dos separatistas é de que na região de Carajás não teria paraenses. Esta informação é equivocada. O último censo do IBGE listou a origem dos habitantes do Sul do Pará. O maior contingente populacional são de nascidos no estado do Pará (40%), em 2º lugar, Maranhense (20%), 3º Tocantinenses, 4º goiano etc. A grande confusão dos separatistas é afirmar de que existem poucos paraenses no Sul, na verdade, existem poucos belenenses nestes lugares, a maioria ocupantes de cargos públicos. Em uma reunião na cidade de Redenção na época, quando eu respondia lá, foi levantada esta situação, de que existem poucos paraenses no Sul do Pará. Tinha um mineiro, um paulista e um goiano e eu questionei quais deles eram oriundos de suas capitais de seus respectivos estados. Nenhum!!!!!!!! Era de capital de estado, e sim do interior!!!!, apenas eu era oriundo de Belém.
7 – DIFERENÇA CULTURAL – UM dos argumentos é de que existem diferenças culturais entre o sul do Pará e o resto do Pará. Outra informação equivocada, somente de Xinguara pra baixo e pro lado direito com destino até Saõ Félix do Xingu, que a cultura é diferente, pois Marabá, Parauapebas, Tucurui a cultura paraense é dominante ou muito relevante, além do quê este fato por si só não justifica a criação de um estado.
8 - INTERESSE PESSOAL X INTERESSE COLETIVO – um dos aspectos que se observa, é que algumas autoridades destas áreas efetua um raciocínio dentro de uma perspectiva individual (o que eu ganho com a separação?) do que propriamente o interesse coletivo. Em uma audiência eleitoral na comarca de Curionópolis, os advogados de Parauapebas e Marabá estavam comentando acerca da distribuição dos Cargo s no futuro estado do Carajás. Lá foi dito que o atual prefeito de Parauapebas, Darci seria conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Governador seria Asdrúbal ou Giovani, sendo uma vaga de senador seria para um deles. O prefeito de Curionópolis Chamonzinho seria dep. Federal. Em Marabá, alguns juízes estão eufóricos com a possibilidade de virem a ser desembargadores, inclusive uma já se intitula futura presidente do TJE/Carajás ou desembargadora. Alguns advogados já estão fazendo campanha pela separação para entrarem pelo quinto constitucional como desembargadores ou entrar como Juiz do TRE/Carajás. Questiono onde está o interesse público tão almejado?
9 – PLEBISCITO – A legislação é clara sobre quem seriam os eleitores do plebiscito. A população diretamente interessada (art. 18, §3º daConstituição Federal) A legislação ordinária já regulamentou o tema. Art. 7º da lei nº 9709/98. In verbis: “Art. 7o Nas consultas plebiscitárias previstas nos arts. 4o e 5oentende-se por população diretamente interessada tanto a do territórioque se pretende desmembrar, quanto a do que sofrerá desmembramento;em caso de fusão ou anexação, tanto a população da área que se quer anexar quanto a da que receberá o acréscimo; e a vontade popular seaferirá pelo percentual que se manifestar em relação ao total dapopulação consultada."Bom creio que não há dúvidas acerca do tema. Após a publicação do decreto legislativo do plebiscito de Carajás, a Assembléia Legislativa do Estado de Goiás, ajuizou ação perante o STF requerendo liminarmente que apenas os moradores da região sul e sudeste do Pará a ser cindida (Carajás) seja ouvida no plebiscito, excluindo o oeste do Pará, Região Metropolitana de Belém, região da Transamazônica, região Nordeste e ilha do Marajó. O Relator é o Ministro Dias Tófoli, e o Estado do Pará, foi citado e já apresentou Memoriais e argüindo a ilegitimidade ad causam, e no mérito, que todos os paraense possam opinar. Com que ética se espera destes cidadãos que estão a frente desses movimentos separatistas? Que dizer então que como paraense nato, não posso opinar sobre os rumos do meu estado?
10 – PLANEJAMENTO DO DESENVOLVIMENTO – Entendo a relevância deste debate, pois as mazelas que existem no interior do estado devem ser enfrentadas para se propiciar maior cidadania e dignidade a estas populações. A mera divisão territorial não é o remédio adequado para sanar subdesenvolvimento. O Jornal “FANTÁSTICO” apresentou matéria especial acerca do lugar mais violento do Brasil, com índices de taxas de homicídio superior a regiões que estão em guerra, perdendo apenas para Honduras. É a região do Entorno do DF (estado de Goiás) onde a pobreza é alarmante, os médicos pediram transferência ou exoneração, postos de saúde fechados e a PM de Goiás tem medo de trabalhar lá. Fica apenas 40 quilômetros do Palácio do Planalto (Casa da Dilma), distância equivalente entre Belém e Santa Isabel. E 60 quilômetros de Goiânia, distância equivalente entre Belém e Castanhal.Constatem que no centro político do Brasil existe esta região carente de políticas públicas, o que rechaça os argumentos dos separatistas, de que a pobreza do interior do Pará seja decorrente da distância de capital Belém. No meu entendimento, o que falta é melhorar a gestão da administração pública, devendo atuar com mais agilidade e competência, combater a corrupção e os vícios dos serviços públicos, e aumentar os investimentos na Educação, Saúde e Segurança Pública, com maior capacitação dos profissionais da área e melhorias salariais e das condições de trabalho. Creio que atuando desta forma, existem chances concretas de resgate da dignidade dessa população do interior e de todo o Estado do Pará.
Gurupá, 11 de junho de 2011.
LUIZ GUSTAVO DA LUZ QUADROS-PROMOTOR DE JUSTIÇA TITULAR DE GURUPÁ
1 – QUEM PAGA A CONTA. Diversos estudos demonstram a inviabilidade da relação tributos/despesas destes novos estados, ou seja, os estados já nasceriam falidos, e a União teria que complementar esta diferença, ou seja, todos os brasileiros iriam bancar esta despesa.
2 – ESTRUTURA: um novo estado demanda grandes investimentos em estrutura governamental, então seriam criados um governo estadual, uma assembléia legislativa, um TJE, um MPE, um TCE, um TCM, cargos comissionados, etc. E o dinheiro para educação, saúde e segurança pública para essas populações? Não iria sobrar!
3 – POPULAÇÃO X TERRITÓRIOS: Há um equívoco quando dizem que o estado é muito grande por isso tem que dividir. Estes novos estados teriam uma população muito rarefeita, sendo que os dois teriam uma população menor do que o município de Belém, excluindo região metropolitana (Ananindeua, Marituba e Benevides, santa Isabel e Santa Bárbara). será razoável um gasto tão grande para, em tese, beneficiar uma população bem pequena? Ressalte-se que criação de estados por si só, não gera riqueza, apenas para alguns. Vejam a região Nordeste (MA, PI, CE, RN, PB, PE, SE, AL,BA) é a região mais pobre do Brasil, enquanto que a região sul (RS, SC, PR) é a mais desenvolvida social e economicamente.
4 – FALÊNCIA DO ESTADO DO PARÁ. Mal ou bem o estado do Pará, possui uma estrutura governamental para atender todo o estado. Com a divisão os servidores públicos estaduais teriam o direito de optar em ficar ou voltar para o estado do Pará, além do pagamento dos servidores aposentados e pensionistas. Como o Pará iria bancar estes servidores, se ocorrer diminuição de receita? Os investimentos que o governo do Pará efetuou nestas regiões, Como o Pará iria quitar estes débitos? se estes estados nascem livres de dívidas! como o Pará se sustentará com diminuição de receita, mas a continuidade de maior parte das despesas, já que ficará com a miaor parte da população?
5 – RIQUEZAS NATURAIS: Quando o capitão-mor FRANCISCO CALDEIRA DE CASTELO BRANCO no ano de 1616 fundou o povoado de Santa Maria de Belém do Grão-Pará, estas riquezas naturais (Serra dos Carajás), Rio Tocantins (Tucurui) Rio Xingu (Belo Monte), Rio Tapajós (Alter do Chão) entre outras já pertenciam a Provincia de Grão-Pará e Maranhão. Assim, não se sustenta o argumento daqueles que chegaram no Pará, durante a colonização da Amazônia, de que essas riquesas seriam suas e que Belém se apropria delas, sem dar retorno para essas regiões.
6 – AUSÊNCIA DE PARAENSES NO SUL DO PARÁ – Um dos argumentos dos separatistas é de que na região de Carajás não teria paraenses. Esta informação é equivocada. O último censo do IBGE listou a origem dos habitantes do Sul do Pará. O maior contingente populacional são de nascidos no estado do Pará (40%), em 2º lugar, Maranhense (20%), 3º Tocantinenses, 4º goiano etc. A grande confusão dos separatistas é afirmar de que existem poucos paraenses no Sul, na verdade, existem poucos belenenses nestes lugares, a maioria ocupantes de cargos públicos. Em uma reunião na cidade de Redenção na época, quando eu respondia lá, foi levantada esta situação, de que existem poucos paraenses no Sul do Pará. Tinha um mineiro, um paulista e um goiano e eu questionei quais deles eram oriundos de suas capitais de seus respectivos estados. Nenhum!!!!!!!! Era de capital de estado, e sim do interior!!!!, apenas eu era oriundo de Belém.
7 – DIFERENÇA CULTURAL – UM dos argumentos é de que existem diferenças culturais entre o sul do Pará e o resto do Pará. Outra informação equivocada, somente de Xinguara pra baixo e pro lado direito com destino até Saõ Félix do Xingu, que a cultura é diferente, pois Marabá, Parauapebas, Tucurui a cultura paraense é dominante ou muito relevante, além do quê este fato por si só não justifica a criação de um estado.
8 - INTERESSE PESSOAL X INTERESSE COLETIVO – um dos aspectos que se observa, é que algumas autoridades destas áreas efetua um raciocínio dentro de uma perspectiva individual (o que eu ganho com a separação?) do que propriamente o interesse coletivo. Em uma audiência eleitoral na comarca de Curionópolis, os advogados de Parauapebas e Marabá estavam comentando acerca da distribuição dos Cargo s no futuro estado do Carajás. Lá foi dito que o atual prefeito de Parauapebas, Darci seria conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Governador seria Asdrúbal ou Giovani, sendo uma vaga de senador seria para um deles. O prefeito de Curionópolis Chamonzinho seria dep. Federal. Em Marabá, alguns juízes estão eufóricos com a possibilidade de virem a ser desembargadores, inclusive uma já se intitula futura presidente do TJE/Carajás ou desembargadora. Alguns advogados já estão fazendo campanha pela separação para entrarem pelo quinto constitucional como desembargadores ou entrar como Juiz do TRE/Carajás. Questiono onde está o interesse público tão almejado?
9 – PLEBISCITO – A legislação é clara sobre quem seriam os eleitores do plebiscito. A população diretamente interessada (art. 18, §3º daConstituição Federal) A legislação ordinária já regulamentou o tema. Art. 7º da lei nº 9709/98. In verbis: “Art. 7o Nas consultas plebiscitárias previstas nos arts. 4o e 5oentende-se por população diretamente interessada tanto a do territórioque se pretende desmembrar, quanto a do que sofrerá desmembramento;em caso de fusão ou anexação, tanto a população da área que se quer anexar quanto a da que receberá o acréscimo; e a vontade popular seaferirá pelo percentual que se manifestar em relação ao total dapopulação consultada."Bom creio que não há dúvidas acerca do tema. Após a publicação do decreto legislativo do plebiscito de Carajás, a Assembléia Legislativa do Estado de Goiás, ajuizou ação perante o STF requerendo liminarmente que apenas os moradores da região sul e sudeste do Pará a ser cindida (Carajás) seja ouvida no plebiscito, excluindo o oeste do Pará, Região Metropolitana de Belém, região da Transamazônica, região Nordeste e ilha do Marajó. O Relator é o Ministro Dias Tófoli, e o Estado do Pará, foi citado e já apresentou Memoriais e argüindo a ilegitimidade ad causam, e no mérito, que todos os paraense possam opinar. Com que ética se espera destes cidadãos que estão a frente desses movimentos separatistas? Que dizer então que como paraense nato, não posso opinar sobre os rumos do meu estado?
10 – PLANEJAMENTO DO DESENVOLVIMENTO – Entendo a relevância deste debate, pois as mazelas que existem no interior do estado devem ser enfrentadas para se propiciar maior cidadania e dignidade a estas populações. A mera divisão territorial não é o remédio adequado para sanar subdesenvolvimento. O Jornal “FANTÁSTICO” apresentou matéria especial acerca do lugar mais violento do Brasil, com índices de taxas de homicídio superior a regiões que estão em guerra, perdendo apenas para Honduras. É a região do Entorno do DF (estado de Goiás) onde a pobreza é alarmante, os médicos pediram transferência ou exoneração, postos de saúde fechados e a PM de Goiás tem medo de trabalhar lá. Fica apenas 40 quilômetros do Palácio do Planalto (Casa da Dilma), distância equivalente entre Belém e Santa Isabel. E 60 quilômetros de Goiânia, distância equivalente entre Belém e Castanhal.Constatem que no centro político do Brasil existe esta região carente de políticas públicas, o que rechaça os argumentos dos separatistas, de que a pobreza do interior do Pará seja decorrente da distância de capital Belém. No meu entendimento, o que falta é melhorar a gestão da administração pública, devendo atuar com mais agilidade e competência, combater a corrupção e os vícios dos serviços públicos, e aumentar os investimentos na Educação, Saúde e Segurança Pública, com maior capacitação dos profissionais da área e melhorias salariais e das condições de trabalho. Creio que atuando desta forma, existem chances concretas de resgate da dignidade dessa população do interior e de todo o Estado do Pará.
Gurupá, 11 de junho de 2011.
LUIZ GUSTAVO DA LUZ QUADROS-PROMOTOR DE JUSTIÇA TITULAR DE GURUPÁ
Kátia Abreu & Dilma: “agora ´so faltam vocês...”
Por : Raymundo Araujo Filho
Há semanas, logo após o anúncio da filiação da presidente da CNA e senadora Kátia Abreu ao PSD do Kassab-Serra, escrevi comentário sobre a próxima adesão pública da latifundiária mor do Brasil, ao governo anti popular Lulla-DiLLma. Chamaram-me de idiota e implicante, como se estivéssemos aqui só para brincar...A política brasileira é tão enfadonha, quanto previsível. Prefiro o Silvio Santos e o seu Topa Tudo por Dinheiro, na TV Mais Feliz do Brasil...
O que relato aqui, se acontecesse 30 dias mais a frente e não hoje, poderia entrar para a História como o 18 do Brumário à Brasileira, A Farsa).
Hoje, dia 18 de Setembro ( Fructidor , no calendário da Revolução Francesa) de 2011 oficializou-se através do jornal O Globo, e sem desmentido da própria (muito pelo contrário), nem do Governo Federal e nem do PT (muitíssimo ao contrário), a adesão da inebriante senadora latifundiária Kátia (= Cachaça na gíria dos bebuns) Abreu ao (Des)governo DiLLma Roussef (A Dama de Ferro recém humazida pelo Fantástico), com declarações de respeito e concordância sob vários pontos com a agenda do governo (como o salário mínimo de míseros R$545,00) e um pequeno comentário “prefiro perder os anéis do que os dedos”, relativo à votação do Código Florestal, proposta que após inúmeras concessões inadmissíveis, vai para votação onde, pelo visto, sobrarão anéis de muitas cores pelos tapetes, salvando-se dedos de muitos lados. Dedos amputados mesmo, só os dos Agricultores Familiares, Ecológicos e dos Sem Terra (exceto de suas direções pelegas).
O relato tem seu lado frívolo quando a senadora petista, digo, ruralista, digo PSDista diz que “não houve química com Lula”. Mas, recupera o tom afetivo, como se ela fosse uma destas mulheres comuns e cheia de amor prá dar (e receber), imagem construída por declarações e encontros com DiLLma e até com a ministra Ideli Salvar-SE que, surpresa com as declarações de apoio da presidente da CNA e da bancada de latifundiários do Congresso, ouviu de Dona Kátia “Meus tempos de líder estudantil está superada” (é pior ser cego do ler isto!).
Assim, Dona Kátia Abreu veio construindo a sua adesão ao governo DiLLma, através de encontros e declarações nas principais Feiras Agropecuárias do país (EXPOINTER RS e AGRISHOW – Ribeirão Preto do Palloci). Em seguida, como uma senha, o Fantástico humaniza a presidente-que-tinha-fama-de-Cyborg e................FÊZ-SE a Luz (este negócio de Fumaça da PAZ não ia pegar bem, em se tratando das duas caretonas).
Fonte:http://abdic.org.br/katia_abreu_dilma.htm
Há semanas, logo após o anúncio da filiação da presidente da CNA e senadora Kátia Abreu ao PSD do Kassab-Serra, escrevi comentário sobre a próxima adesão pública da latifundiária mor do Brasil, ao governo anti popular Lulla-DiLLma. Chamaram-me de idiota e implicante, como se estivéssemos aqui só para brincar...A política brasileira é tão enfadonha, quanto previsível. Prefiro o Silvio Santos e o seu Topa Tudo por Dinheiro, na TV Mais Feliz do Brasil...
O que relato aqui, se acontecesse 30 dias mais a frente e não hoje, poderia entrar para a História como o 18 do Brumário à Brasileira, A Farsa).
Hoje, dia 18 de Setembro ( Fructidor , no calendário da Revolução Francesa) de 2011 oficializou-se através do jornal O Globo, e sem desmentido da própria (muito pelo contrário), nem do Governo Federal e nem do PT (muitíssimo ao contrário), a adesão da inebriante senadora latifundiária Kátia (= Cachaça na gíria dos bebuns) Abreu ao (Des)governo DiLLma Roussef (A Dama de Ferro recém humazida pelo Fantástico), com declarações de respeito e concordância sob vários pontos com a agenda do governo (como o salário mínimo de míseros R$545,00) e um pequeno comentário “prefiro perder os anéis do que os dedos”, relativo à votação do Código Florestal, proposta que após inúmeras concessões inadmissíveis, vai para votação onde, pelo visto, sobrarão anéis de muitas cores pelos tapetes, salvando-se dedos de muitos lados. Dedos amputados mesmo, só os dos Agricultores Familiares, Ecológicos e dos Sem Terra (exceto de suas direções pelegas).
O relato tem seu lado frívolo quando a senadora petista, digo, ruralista, digo PSDista diz que “não houve química com Lula”. Mas, recupera o tom afetivo, como se ela fosse uma destas mulheres comuns e cheia de amor prá dar (e receber), imagem construída por declarações e encontros com DiLLma e até com a ministra Ideli Salvar-SE que, surpresa com as declarações de apoio da presidente da CNA e da bancada de latifundiários do Congresso, ouviu de Dona Kátia “Meus tempos de líder estudantil está superada” (é pior ser cego do ler isto!).
Assim, Dona Kátia Abreu veio construindo a sua adesão ao governo DiLLma, através de encontros e declarações nas principais Feiras Agropecuárias do país (EXPOINTER RS e AGRISHOW – Ribeirão Preto do Palloci). Em seguida, como uma senha, o Fantástico humaniza a presidente-que-tinha-fama-de-Cyborg e................FÊZ-SE a Luz (este negócio de Fumaça da PAZ não ia pegar bem, em se tratando das duas caretonas).
Fonte:http://abdic.org.br/katia_abreu_dilma.htm
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
MST rebate acusação de matéria de capa da IstoÉ
São Paulo - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou nota para rebater reportagem da revista IstoÉ publicada neste final de semana. Na reportagem, a revista decreta "O fim do MST", conforme o título da matéria de capa. O MST contesta números apresentados e diz que a revista "vende" reportagens, no caso, para setores contrários à reforma agrária.
De acordo com a IstoÉ, existem apenas 3.579 famílias sem terra acampadas no Brasil, das quais 1.204 seriam organizadas pelo MST, em nove acampamentos em todo o território nacional.
"Se foi um erro, além de incompetente, a direção da IstoÉ é irresponsável ao amplificá-lo na capa da revista. Se não foi um erro, há mais mistérios entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia, como escreveu William Shakespeare", diz a nota do MST.
Segundo o movimento, existem pelo menos 60 mil famílias em acampamentos do MST em 24 Estados. O MST também cita um dado do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para mostrar que há 156 mil famílias acampadas em todo o Brasil, contando os demais movimentos de luta pela terra.
A reportagem da IstoÉ visita o município gaúcho de Pontão, onde nasceu o MST, e o Pontal do Paranapanema, interior de São Paulo, berço da dissidência do movimento liderada por José Rainha Júnior. "O Movimento dos Sem-Terra é um arremedo do que foi. Está sem rumo e é incapaz de promover grandes assentamentos. O Brasil avançou e os novos líderes da organização acabaram isolados numa disputa por dinheiro público", sustenta a revista, na abertura da matéria.
Para o MST, a revista perdeu a veia jornalística e se dedicaria, hoje, a fazer reportagens por encomenda. "Governos, empresas, partidos, entidades de classe, igrejas (vejam a capa da semana anterior) compram matérias e capas da revista. E pagam 'por quilo', pelo 'peso' da matéria", acusa o MST. "A matéria da IstoÉ não é fruto de um trabalho jornalístico, mas de interesses de setores que são contra os movimentos sociais e a Reforma Agrária", completa a nota.
No texto, o MST lembra o recente acampamento realizado em Brasília, depois do qual o governo prometeu aumentar o orçamento para a desapropriação de terras e assentamento de famílias. "Os resultados da jornada e a reação do latifúndio do agronegócio, por meio de uma revista, apenas confirmam que o MST é forte e representa uma resistência à transformação do Brasil numa plataforma transnacional de produção de matéria-prima para exportação e à contaminação das lavouras brasileiras pela utilização excessiva de agrotóxicos", sustenta o movimento.
Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/politica/2011/09/mst-rebate-acusacao-de-materia-de-capa-da-istoe
De acordo com a IstoÉ, existem apenas 3.579 famílias sem terra acampadas no Brasil, das quais 1.204 seriam organizadas pelo MST, em nove acampamentos em todo o território nacional.
"Se foi um erro, além de incompetente, a direção da IstoÉ é irresponsável ao amplificá-lo na capa da revista. Se não foi um erro, há mais mistérios entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia, como escreveu William Shakespeare", diz a nota do MST.
Segundo o movimento, existem pelo menos 60 mil famílias em acampamentos do MST em 24 Estados. O MST também cita um dado do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para mostrar que há 156 mil famílias acampadas em todo o Brasil, contando os demais movimentos de luta pela terra.
A reportagem da IstoÉ visita o município gaúcho de Pontão, onde nasceu o MST, e o Pontal do Paranapanema, interior de São Paulo, berço da dissidência do movimento liderada por José Rainha Júnior. "O Movimento dos Sem-Terra é um arremedo do que foi. Está sem rumo e é incapaz de promover grandes assentamentos. O Brasil avançou e os novos líderes da organização acabaram isolados numa disputa por dinheiro público", sustenta a revista, na abertura da matéria.
Para o MST, a revista perdeu a veia jornalística e se dedicaria, hoje, a fazer reportagens por encomenda. "Governos, empresas, partidos, entidades de classe, igrejas (vejam a capa da semana anterior) compram matérias e capas da revista. E pagam 'por quilo', pelo 'peso' da matéria", acusa o MST. "A matéria da IstoÉ não é fruto de um trabalho jornalístico, mas de interesses de setores que são contra os movimentos sociais e a Reforma Agrária", completa a nota.
No texto, o MST lembra o recente acampamento realizado em Brasília, depois do qual o governo prometeu aumentar o orçamento para a desapropriação de terras e assentamento de famílias. "Os resultados da jornada e a reação do latifúndio do agronegócio, por meio de uma revista, apenas confirmam que o MST é forte e representa uma resistência à transformação do Brasil numa plataforma transnacional de produção de matéria-prima para exportação e à contaminação das lavouras brasileiras pela utilização excessiva de agrotóxicos", sustenta o movimento.
Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/politica/2011/09/mst-rebate-acusacao-de-materia-de-capa-da-istoe
Da Secretaria Nacional do MST
A revista IstoÉ publica na capa da edição desta semana um boné do MST bem velho e surrado, sob terras forradas de pedregulhos.
Decreta na capa “O fim do MST”, que teria perdido a base de trabalhadores rurais e apoio da sociedade.
Premissa errada, abordagem errada e conclusões erradas.
A mentira
A IstoÉ informa a seus leitores que há 3.579 famílias acampadas no Brasil, das quais somente 1.204 seriam do MST.
A revista mente ou equivoca-se fragorosamente. E a partir disso dá uma capa de revista.
Segundo a revista, o número de acampamentos do MST caiu nos últimos 10 anos. E teria chegado a apenas 1.204 famílias acampadas, em nove acampamentos em todo o país.
Temos atualmente mais de 60 mil famílias acampadas em 24 estados.
Levantamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) aponta que há 156 mil famílias acampadas no país, somando todos os movimentos que lutam pela democratização da terra.
A revista tentou dar um tom de credibilidade com as visitas a uma região do Rio Grande do Sul, onde nasceu o Movimento, e ao Pontal do Paranapanema, em São Paulo.
Se contassem apenas os acampados nessas duas regiões, chegariam a um número bem maior do que divulgou.
A reportagem poderia também ter ido à Bahia, por exemplo, onde há mais de 20 mil famílias acampadas que organizamos.
O repórter teve oportunidade de receber esses esclarecimentos e até a lista de acampamentos pelo país.
Mas não quis ou não fez questão, porque se negou a mandar as perguntas por e-mail para o nosso setor de comunicação.
Outra forma seria perguntar para o Incra ou pesquisar no cadastro do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp).
Tampouco isso a IstoÉ fez.
Se foi um erro, além de incompetente, a direção da IstoÉ é irresponsável ao amplificá-lo na capa da revista.
Se não foi um erro, há mais mistérios entre o céu e a Terra do que supõe a nossa vã filosofia, como escreveu William Shakespeare.
O desvio
A IstoÉ se notabilizou nos últimos tempos nos meios jornalísticos como uma revista venal. A revista é do tipo “pagou, levou”. Tanto é que tem o apelido de "QuantoÉ".
Governos, empresas, partidos, entidades de classe, igrejas (vejam a capa da semana anterior) compram matérias e capas da revista. E pagam por quilo, pelo “peso” da matéria.
A matéria da IstoÉ não é fruto de um trabalho jornalístico, mas de interesses de setores que são contra os movimentos sociais e a Reforma Agrária.
Não é de se impressionar uma vez que a revista abandonou qualquer compromisso com jornalismo sério com credibilidade, virando um “ativo” para especuladores.
Nelson Tanure e Daniel Dantas, do Grupo Opportunity, banqueiro marcado por casos de corrupção, disputaram a compra da revista em 2007.
Com o que esses tipos têm compromisso? Com o dinheiro deles.
Reação do latifúndio
A matéria é uma reação à nossa jornada de lutas de agosto.
Foram mobilizados mais de 50 mil trabalhadores rurais, em 20 estados.
Um acampamento em Brasília, com 4 mil trabalhadores rurais, fez mobilizações durante uma semana e ocupou o Ministério da Fazenda para cobrar medidas para avançar a Reforma Agrária.
A jornada foi vitoriosa e demonstrou a representatividade social e a solidez das nossas reivindicações na luta pela Reforma Agrária.
O governo dobrou o orçamento para a desapropriação de terras para assentar 20 mil famílias até o final do ano, liberou o orçamento para cursos para trabalhadores Sem Terra, anunciou a criação de um programa de alfabetização e a criação de um programa de agroindústrias.
Interesses foram contrariados e se articularam para atacar o nosso Movimento e a Reforma Agrária. Para isso, usam a imprensa venal para alcançar seus objetivos.
Os resultados da jornada e a reação do latifúndio do agronegócio, por meio de uma revista, apenas confirmam que o MST é forte e representa uma resistência à transformação do Brasil numa plataforma transnacional de produção de matéria-prima para exportação e à contaminação das lavouras brasileiras pela utilização excessiva de agrotóxicos.
A luta vai continuar até a realização da Reforma Agrária e a consolidação de um novo modelo agrícola, baseado em pequenas e médias propriedades, no desenvolvimento do meio rural, na produção de alimentos para o povo brasileiro sem agrotóxicos por meio da agroecologia
Decreta na capa “O fim do MST”, que teria perdido a base de trabalhadores rurais e apoio da sociedade.
Premissa errada, abordagem errada e conclusões erradas.
A mentira
A IstoÉ informa a seus leitores que há 3.579 famílias acampadas no Brasil, das quais somente 1.204 seriam do MST.
A revista mente ou equivoca-se fragorosamente. E a partir disso dá uma capa de revista.
Segundo a revista, o número de acampamentos do MST caiu nos últimos 10 anos. E teria chegado a apenas 1.204 famílias acampadas, em nove acampamentos em todo o país.
Temos atualmente mais de 60 mil famílias acampadas em 24 estados.
Levantamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) aponta que há 156 mil famílias acampadas no país, somando todos os movimentos que lutam pela democratização da terra.
A revista tentou dar um tom de credibilidade com as visitas a uma região do Rio Grande do Sul, onde nasceu o Movimento, e ao Pontal do Paranapanema, em São Paulo.
Se contassem apenas os acampados nessas duas regiões, chegariam a um número bem maior do que divulgou.
A reportagem poderia também ter ido à Bahia, por exemplo, onde há mais de 20 mil famílias acampadas que organizamos.
O repórter teve oportunidade de receber esses esclarecimentos e até a lista de acampamentos pelo país.
Mas não quis ou não fez questão, porque se negou a mandar as perguntas por e-mail para o nosso setor de comunicação.
Outra forma seria perguntar para o Incra ou pesquisar no cadastro do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp).
Tampouco isso a IstoÉ fez.
Se foi um erro, além de incompetente, a direção da IstoÉ é irresponsável ao amplificá-lo na capa da revista.
Se não foi um erro, há mais mistérios entre o céu e a Terra do que supõe a nossa vã filosofia, como escreveu William Shakespeare.
O desvio
A IstoÉ se notabilizou nos últimos tempos nos meios jornalísticos como uma revista venal. A revista é do tipo “pagou, levou”. Tanto é que tem o apelido de "QuantoÉ".
Governos, empresas, partidos, entidades de classe, igrejas (vejam a capa da semana anterior) compram matérias e capas da revista. E pagam por quilo, pelo “peso” da matéria.
A matéria da IstoÉ não é fruto de um trabalho jornalístico, mas de interesses de setores que são contra os movimentos sociais e a Reforma Agrária.
Não é de se impressionar uma vez que a revista abandonou qualquer compromisso com jornalismo sério com credibilidade, virando um “ativo” para especuladores.
Nelson Tanure e Daniel Dantas, do Grupo Opportunity, banqueiro marcado por casos de corrupção, disputaram a compra da revista em 2007.
Com o que esses tipos têm compromisso? Com o dinheiro deles.
Reação do latifúndio
A matéria é uma reação à nossa jornada de lutas de agosto.
Foram mobilizados mais de 50 mil trabalhadores rurais, em 20 estados.
Um acampamento em Brasília, com 4 mil trabalhadores rurais, fez mobilizações durante uma semana e ocupou o Ministério da Fazenda para cobrar medidas para avançar a Reforma Agrária.
A jornada foi vitoriosa e demonstrou a representatividade social e a solidez das nossas reivindicações na luta pela Reforma Agrária.
O governo dobrou o orçamento para a desapropriação de terras para assentar 20 mil famílias até o final do ano, liberou o orçamento para cursos para trabalhadores Sem Terra, anunciou a criação de um programa de alfabetização e a criação de um programa de agroindústrias.
Interesses foram contrariados e se articularam para atacar o nosso Movimento e a Reforma Agrária. Para isso, usam a imprensa venal para alcançar seus objetivos.
Os resultados da jornada e a reação do latifúndio do agronegócio, por meio de uma revista, apenas confirmam que o MST é forte e representa uma resistência à transformação do Brasil numa plataforma transnacional de produção de matéria-prima para exportação e à contaminação das lavouras brasileiras pela utilização excessiva de agrotóxicos.
A luta vai continuar até a realização da Reforma Agrária e a consolidação de um novo modelo agrícola, baseado em pequenas e médias propriedades, no desenvolvimento do meio rural, na produção de alimentos para o povo brasileiro sem agrotóxicos por meio da agroecologia
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Paulo Freire e o silêncio dos opressores
No Museo Bolivariano, em Caracas (Venezuela), há uma sala chamada “Los Imprescindibles”, ou “Os Imprescindíveis”. Entre Che Guevara, Simon Bolívar, Zapata e outros heróis latino-americanos, está um brasileiro: Paulo Freire. Pois esse educador pernambucano que desenvolveu a reflexão sobre uma outra forma de educação, respeitado fora do Brasil como “imprescindível”, autor do clássico “Pedagogia do Oprimido”, completaria 90 anos de nascimento nesta segunda-feira, 19 de setembro. E foi esquecido pela grande mídia nacional.
Paulo Freire foi um dos mais importantes brasileiros. Seu pensamento e suas ações apresentaram uma forma revolucionária de se pensar a Educação, na qual educador e educando cruzam seus papéis, se ensinam mutuamente. A pedagogia de Freire clama por autonomia para todos, pela emancipação social através da emancipação do estudante, pelo crescimento do professor unido ao crescimento do aluno, pela educação como prática de liberdade.
Paulo Freire lutou e construiu uma Educação que incomodava, e seu legado segue incomodando. Sua defesa dos oprimidos nunca agradou aos opressores, os mesmos que seguem oprimindo, e que têm seu discurso reproduzido pela mídia igualmente dominante, igualmente opressora. Essa mesma mídia que, neste 19 de setembro, silenciou sobre o aniversário de nascimento de um personagem do tamanho de Paulo Freire.
Nenhuma palavra sobre a data na Folha de S. Paulo, no Estadão, no O Globo ou no G1. Dos grandes portais, apenas o Terra falou sobre o assunto. O motivo do silêncio não é difícil de identificar. Por que os opressores dariam espaço a quem defende os oprimidos? O conhecimento sobre a obra de Paulo Freire é uma chave importante para a busca por autonomia, para a luta por democracia real, para o combate a todas as formas de opressão.
Em seus livros e em sua prática política Freire sugere dar voz e liberdade a quem as elites midiáticas trabalham diariamente para silenciar e prender. Os pobres deixam de ser vistos como ignorantes e passam a ser vistos como portadores de outras formas de conhecimento, deixam de ser selvagens aculturados para possuírem uma cultura diferente, deixam de ser objetos para serem sujeitos, deixam de serem caixas onde se depositar “conhecimento” para serem parte ativa de uma troca de experiências e mútuo aprendizado.
A criminalização da pobreza e dos movimentos sociais, prática diária da mídia dominante, é confrontada diretamente pelo pensamento de Paulo Freire. A resposta dos opressores é fazer do próprio silêncio sobre o autor o silenciar das vozes dos oprimidos. A desinformação como arma.
O aniversário de aniversário de Paulo Freire mostrou quem está de que lado – com os opressores ou assumindo para si as lutas dos oprimidos por autonomia e emancipação. Enquanto a velha mídia ignorou a data, alguns sites e blogs de esquerda publicaram bom conteúdo lembrando o maior educador brasileiro. Alguns bons exemplos são a Revista Fórum, o Brasil de Fato e o Portal Vermelho.
Fonte:http://jornalismob.wordpress.com/2011/09/19/paulo-freire-e-o-silencio-dos-opressores/?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter
Paulo Freire foi um dos mais importantes brasileiros. Seu pensamento e suas ações apresentaram uma forma revolucionária de se pensar a Educação, na qual educador e educando cruzam seus papéis, se ensinam mutuamente. A pedagogia de Freire clama por autonomia para todos, pela emancipação social através da emancipação do estudante, pelo crescimento do professor unido ao crescimento do aluno, pela educação como prática de liberdade.
Paulo Freire lutou e construiu uma Educação que incomodava, e seu legado segue incomodando. Sua defesa dos oprimidos nunca agradou aos opressores, os mesmos que seguem oprimindo, e que têm seu discurso reproduzido pela mídia igualmente dominante, igualmente opressora. Essa mesma mídia que, neste 19 de setembro, silenciou sobre o aniversário de nascimento de um personagem do tamanho de Paulo Freire.
Nenhuma palavra sobre a data na Folha de S. Paulo, no Estadão, no O Globo ou no G1. Dos grandes portais, apenas o Terra falou sobre o assunto. O motivo do silêncio não é difícil de identificar. Por que os opressores dariam espaço a quem defende os oprimidos? O conhecimento sobre a obra de Paulo Freire é uma chave importante para a busca por autonomia, para a luta por democracia real, para o combate a todas as formas de opressão.
Em seus livros e em sua prática política Freire sugere dar voz e liberdade a quem as elites midiáticas trabalham diariamente para silenciar e prender. Os pobres deixam de ser vistos como ignorantes e passam a ser vistos como portadores de outras formas de conhecimento, deixam de ser selvagens aculturados para possuírem uma cultura diferente, deixam de ser objetos para serem sujeitos, deixam de serem caixas onde se depositar “conhecimento” para serem parte ativa de uma troca de experiências e mútuo aprendizado.
A criminalização da pobreza e dos movimentos sociais, prática diária da mídia dominante, é confrontada diretamente pelo pensamento de Paulo Freire. A resposta dos opressores é fazer do próprio silêncio sobre o autor o silenciar das vozes dos oprimidos. A desinformação como arma.
O aniversário de aniversário de Paulo Freire mostrou quem está de que lado – com os opressores ou assumindo para si as lutas dos oprimidos por autonomia e emancipação. Enquanto a velha mídia ignorou a data, alguns sites e blogs de esquerda publicaram bom conteúdo lembrando o maior educador brasileiro. Alguns bons exemplos são a Revista Fórum, o Brasil de Fato e o Portal Vermelho.
Fonte:http://jornalismob.wordpress.com/2011/09/19/paulo-freire-e-o-silencio-dos-opressores/?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Dívida Interna: perigo à vista
Waldir Serafim
A dívida interna do Brasil, que montava R$ 892,4 bilhões quando Lula assumiu o governo em 2003, atingiu em 2009 o montante de R$ 1,40 trilhão de reais e, segundo limites definidos pelo próprio governo, poderá fechar 2010 em R$ 1,73 trilhão de reais, quase o dobro. Crescimento de 94% em oito anos de governo.
Para 2010, segundo Plano Nacional de Financiamento do Tesouro Nacional, a necessidade bruta de financiamento para a dívida interna será de R$ 359,7 bilhões (12% do PIB), sendo R$ 280,0 bilhões para amortização do principal vencível em 2010 e R$ 79,7 bilhões somente para pagamento dos juros (economistas independentes estimam que a conta de juros passará de R$ 160,0 bilhões em 2010). Ou seja, mais uma vez, o governo, além de não amortizar um centavo da dívida principal, também não vai pagar os juros. Vai ter que rolar o principal e juros. E a dívida vai aumentar.
A dívida interna tem três origens: as despesas do governo no atendimento de suas funções típicas, quais sejam, os gastos com saúde, educação, segurança, investimentos diversos em infraestrutura, etc.. Quando esses gastos são maiores que a arrecadação tributária, o que é recorrente no Brasil, cria-se um déficit operacional que, como acontece em qualquer empresa ou família, terá que ser coberto por empréstimos, os quais o governo toma junto aos bancos, já que está proibido, constitucionalmente, de emitir dinheiro para cobrir déficits fiscais, como era feito no passado. A segunda origem são os gastos com os juros da dívida. Sendo esses muito elevados no Brasil, paga-se um montante muito alto com juros e os que não são pagos é capitalizado, aumentando ainda mais o montante da dívida. A terceira causa decorre da política monetária e cambial do governo: para atrair capitais externos ou mesmo para vender os títulos da dívida pública, o governo paga altas taxas de juros, bem maior do que a paga no exterior, e com isso o giro da dívida também fica muito alto.
A gestão das finanças de um governo assemelha-se, em grande parte, a de uma família. Quando faz um empréstimo para comprar uma casa para sua moradia, desde que as prestações mensais caibam no seu orçamento familiar, é visto como uma atitude sensata. Além de usufruir do conforto e segurança de uma casa própria, o que é um sonho de toda família, depois de quitado o empréstimo restará o imóvel. No entanto, se uma família perdulária usa dinheiro do cheque especial para fazer uma festa, por exemplo, está, como se diz na linguagem popular, almoçando o jantar. Passado o momento de euforia, além de boas lembranças, só vai ficar dívidas, e muito pesadelo, nada mais.
No caso, o Brasil está mais assemelhado ao da família perdulária: gastamos demais, irresponsavelmente, e entramos no cheque especial. Estamos pagando caro por isso. Como o governo não está conseguindo pagar a dívida no seu vencimento, e nem mesmo os juros, ao recorrer aos bancos para refinanciar seus papagaios, está tendo de pagar um “spread” (diferença entre a taxa básica de juros, Celic, e os juros efetivamente pagos) cada vez mais alto (em 2008 no auge da crise, o governo chegou a pagar um “spread” de 3,5% além da Celic). E isso, além de aumentar os encargos da dívida, é um entrave para a queda dos juros, por parte do Banco Central.
O governo tornou-se refém dos bancos: precisa de dinheiro para rolar sua dívida e está sendo coagido a pagar juros cada vez mais altos (veja os lucros dos bancos registrados em seus balanços). Em 2009, em razão das altas taxas de juros pagas, o montante da dívida cresceu 7,16% em relação ao ano anterior, mesmo o PIB não registrando qualquer crescimento.
O problema da dívida interna não é somente o seu montante, que já está escapando do controle, mas sim qual o destino que estamos dando a esses recursos. Como no caso da família que pegou empréstimo para comprar uma casa própria, se o governo pega dinheiro emprestado para aplicar em uma obra importante: estrada, usina hidroelétrica, etc. é defensável. É perfeitamente justificável que se transfira para as gerações futuras parte do compromisso assumido para a construção de obras que trarão benefício também no futuro.
Mas não é isso que está acontecendo no Brasil. O governo está gastando muito e mal. Tal qual a família perdulária, estamos fazendo festas não obras. Estamos deixando para nossos filhos e netos apenas dívidas, sem nenhum benefício a usufruir. Deixo para o prezado leitor, se quiser, elencar as obras que serão deixadas por esse governo.
Não tenho bola de cristal para adivinhar quem vai ser o próximo presidente da República: se vai ser ele ou ela, mas posso, com segurança, afirmar, que seja quem for o eleito vai ter que pisar no freio, logo no início do governo. Vai ter que arrumar a casa.
Mesmo quem não é economista pode entender o que lerá.
DE 2002 A 2010
Você ouve falar em DÍVIDA EXTERNA e DÍVIDA INTERNA em jornais e TV
e não entende direito. Vamos explicar a seguir:
DÍVIDA EXTERNA = é como uma dívida que você deve para bancos e outras pessoas...
DÍVIDA INTERNA = é como uma dívida que você deve para sua mãe, pai ou parente...
Quando LULA assumiu o Brasil, em 2002, os montantes eram:
* dívida externa 212 Bilhões
* dívida interna 640 Bilhões
* Total de dívidas: 852 Bilhões
Em 2007 Lula disse que tinha pago a dívida externa. E é verdade.
Só que ele não explicou que, para pagar a externa, ele aumentou a interna!
Em 2007, no governo Lula:
* Dívida Externa = 0
* Dívida Interna = 1 Trilhão e 400 Bilhões
* Total de dívidas = 1 Trilhão e 400 Bilhões
Ou seja, a dívida externa foi paga, mas a dívida interna mais do que dobrou.
Agora, em 2010, você pode perceber que não se vê mais na TV e em jornais algo dito que seja convincente sobre a Dívida Externa quitada.
Sabe por quê?
Porque ela voltou.
Em 2010:
* Dívida Externa= 240 Bilhões
* Dívida Interna = 1 Trilhão e 650 Bilhões
* Total de dívidas = 1 Trilhão e 890 Bilhões
Ou seja, a dívida do Brasil aumentou em 1 Trilhão no governo Lula.
Daí é que vem o dinheiro para o PAC, bolsa família, bolsa educação, bolsa faculdade, bolsa cultura, bolsa para presos, dentre outras bolsas...
Não é com dinheiro de crescimento; é com dinheiro de ENDIVIDAMENTO, o que é preocupante.
Waldir Serafim é economista em Mato Grosso
A dívida interna do Brasil, que montava R$ 892,4 bilhões quando Lula assumiu o governo em 2003, atingiu em 2009 o montante de R$ 1,40 trilhão de reais e, segundo limites definidos pelo próprio governo, poderá fechar 2010 em R$ 1,73 trilhão de reais, quase o dobro. Crescimento de 94% em oito anos de governo.
Para 2010, segundo Plano Nacional de Financiamento do Tesouro Nacional, a necessidade bruta de financiamento para a dívida interna será de R$ 359,7 bilhões (12% do PIB), sendo R$ 280,0 bilhões para amortização do principal vencível em 2010 e R$ 79,7 bilhões somente para pagamento dos juros (economistas independentes estimam que a conta de juros passará de R$ 160,0 bilhões em 2010). Ou seja, mais uma vez, o governo, além de não amortizar um centavo da dívida principal, também não vai pagar os juros. Vai ter que rolar o principal e juros. E a dívida vai aumentar.
A dívida interna tem três origens: as despesas do governo no atendimento de suas funções típicas, quais sejam, os gastos com saúde, educação, segurança, investimentos diversos em infraestrutura, etc.. Quando esses gastos são maiores que a arrecadação tributária, o que é recorrente no Brasil, cria-se um déficit operacional que, como acontece em qualquer empresa ou família, terá que ser coberto por empréstimos, os quais o governo toma junto aos bancos, já que está proibido, constitucionalmente, de emitir dinheiro para cobrir déficits fiscais, como era feito no passado. A segunda origem são os gastos com os juros da dívida. Sendo esses muito elevados no Brasil, paga-se um montante muito alto com juros e os que não são pagos é capitalizado, aumentando ainda mais o montante da dívida. A terceira causa decorre da política monetária e cambial do governo: para atrair capitais externos ou mesmo para vender os títulos da dívida pública, o governo paga altas taxas de juros, bem maior do que a paga no exterior, e com isso o giro da dívida também fica muito alto.
A gestão das finanças de um governo assemelha-se, em grande parte, a de uma família. Quando faz um empréstimo para comprar uma casa para sua moradia, desde que as prestações mensais caibam no seu orçamento familiar, é visto como uma atitude sensata. Além de usufruir do conforto e segurança de uma casa própria, o que é um sonho de toda família, depois de quitado o empréstimo restará o imóvel. No entanto, se uma família perdulária usa dinheiro do cheque especial para fazer uma festa, por exemplo, está, como se diz na linguagem popular, almoçando o jantar. Passado o momento de euforia, além de boas lembranças, só vai ficar dívidas, e muito pesadelo, nada mais.
No caso, o Brasil está mais assemelhado ao da família perdulária: gastamos demais, irresponsavelmente, e entramos no cheque especial. Estamos pagando caro por isso. Como o governo não está conseguindo pagar a dívida no seu vencimento, e nem mesmo os juros, ao recorrer aos bancos para refinanciar seus papagaios, está tendo de pagar um “spread” (diferença entre a taxa básica de juros, Celic, e os juros efetivamente pagos) cada vez mais alto (em 2008 no auge da crise, o governo chegou a pagar um “spread” de 3,5% além da Celic). E isso, além de aumentar os encargos da dívida, é um entrave para a queda dos juros, por parte do Banco Central.
O governo tornou-se refém dos bancos: precisa de dinheiro para rolar sua dívida e está sendo coagido a pagar juros cada vez mais altos (veja os lucros dos bancos registrados em seus balanços). Em 2009, em razão das altas taxas de juros pagas, o montante da dívida cresceu 7,16% em relação ao ano anterior, mesmo o PIB não registrando qualquer crescimento.
O problema da dívida interna não é somente o seu montante, que já está escapando do controle, mas sim qual o destino que estamos dando a esses recursos. Como no caso da família que pegou empréstimo para comprar uma casa própria, se o governo pega dinheiro emprestado para aplicar em uma obra importante: estrada, usina hidroelétrica, etc. é defensável. É perfeitamente justificável que se transfira para as gerações futuras parte do compromisso assumido para a construção de obras que trarão benefício também no futuro.
Mas não é isso que está acontecendo no Brasil. O governo está gastando muito e mal. Tal qual a família perdulária, estamos fazendo festas não obras. Estamos deixando para nossos filhos e netos apenas dívidas, sem nenhum benefício a usufruir. Deixo para o prezado leitor, se quiser, elencar as obras que serão deixadas por esse governo.
Não tenho bola de cristal para adivinhar quem vai ser o próximo presidente da República: se vai ser ele ou ela, mas posso, com segurança, afirmar, que seja quem for o eleito vai ter que pisar no freio, logo no início do governo. Vai ter que arrumar a casa.
Mesmo quem não é economista pode entender o que lerá.
DE 2002 A 2010
Você ouve falar em DÍVIDA EXTERNA e DÍVIDA INTERNA em jornais e TV
e não entende direito. Vamos explicar a seguir:
DÍVIDA EXTERNA = é como uma dívida que você deve para bancos e outras pessoas...
DÍVIDA INTERNA = é como uma dívida que você deve para sua mãe, pai ou parente...
Quando LULA assumiu o Brasil, em 2002, os montantes eram:
* dívida externa 212 Bilhões
* dívida interna 640 Bilhões
* Total de dívidas: 852 Bilhões
Em 2007 Lula disse que tinha pago a dívida externa. E é verdade.
Só que ele não explicou que, para pagar a externa, ele aumentou a interna!
Em 2007, no governo Lula:
* Dívida Externa = 0
* Dívida Interna = 1 Trilhão e 400 Bilhões
* Total de dívidas = 1 Trilhão e 400 Bilhões
Ou seja, a dívida externa foi paga, mas a dívida interna mais do que dobrou.
Agora, em 2010, você pode perceber que não se vê mais na TV e em jornais algo dito que seja convincente sobre a Dívida Externa quitada.
Sabe por quê?
Porque ela voltou.
Em 2010:
* Dívida Externa= 240 Bilhões
* Dívida Interna = 1 Trilhão e 650 Bilhões
* Total de dívidas = 1 Trilhão e 890 Bilhões
Ou seja, a dívida do Brasil aumentou em 1 Trilhão no governo Lula.
Daí é que vem o dinheiro para o PAC, bolsa família, bolsa educação, bolsa faculdade, bolsa cultura, bolsa para presos, dentre outras bolsas...
Não é com dinheiro de crescimento; é com dinheiro de ENDIVIDAMENTO, o que é preocupante.
Waldir Serafim é economista em Mato Grosso
sábado, 17 de setembro de 2011
O Governo e a Guerrilha devem entender que a via militar se esgotou”
Por Nelson Lombana Silva.- PacoCol
A Universidade Pedagógica Nacional, realizou o fórum sobre a paz “As FARC e o ELN se sentarão a mesa de diálogo com o presidente Santos?”, no dia 13 de setembro em Bogotá. Os palestrantes convidados foram o camarada Carlos A Lozano Guillén, diretor do Semanário “VOZ, a Verdade do Povo”, dirigente nacional do Partido Comunista Colombiano e do Polo Democrático Alternativo, ademais, facilitador de paz e integrante do Movimento Colombianas e Colombianos pela Paz. Também, Ramon Jimeno Santoyo, diretor de cine e jornalista. A apresentação foi feita pelo doutor Alonso Ojeda Awad, ex-embaixador de Colômbia e diretor do programa da paz UPN
O auditório ficou lotado sobretudo por jovens e personalidades nacionais e internacionais. Depois de escutar as palestras, muito deles, também, participaram. Foi denunciado o Plano Consolidação que está sendo desenvolvido violentamente no sul do estado de Tolima, principalmente nos municípios de Planadas, Rioblanco, Ataco e Chaparral, por estar involucrando no conflito a população. Foi denunciada a forma como los militares violam o Direito Internacional Humanitario (DIH), pois construíram a Base Militar ao lado do Colégio Pablo VI e o Posto Policial, muito perto do Palácio Municipal.
Encerrou o evento o camarada Lozano respondendo perguntas de vários participantes, do jornalistas do Semanário Voz e da web: www.pacocol.org
1. Será possível um diálogo entre o governo Santos e a insurgência colombiana?
Sim, é possível, pois existe já um anseio nacional, estão dadas as condições e, a guerra virou uma tragedia bárbara. Há que entender que deve ser um diálogo que este de cara ao país, com participação nacional e que nele sejam discutidos os problemas de interesse do povo. A saída política negociada pressupõe reformas, fortalecer a democracia e a justiça social. Pretender outra cosa é negativo, no é realista e não resolve o problema da paz na Colômbia.
2. Camarada, quando diz que o marco para a paz tem mudado, mas as causas do conflito continuam latentes, o que quer dizer com isso?
Reconheço que os últimos anos tem sido difíceis para a guerrilha, os golpes dados pela força publica têm sido muito duros, mas não conseguiram exterminá-la e, como reconhecem pessoas dedicadas a estudar o tema da paz, o que se tem hoje é uma guerrilha reanimada e se restruturando de novo e deixando para atras esses golpes.
Tem cambiado o marco, na medida em que hoje a ofensiva é do governo e não da guerrilha, mas as causas do conflito não têm cambiado, sendo uma delas o fato de que a oligarquia colombiana tem-se negado a fazer as mudanças que necessita o país.
3. ¿No es contraditório dizer que as causas estão latentes e, imediato, se declarar otimista com respeito ao diálogo?
O diálogo é a única possibilidade hoje para que podamos superar a guerra. A via militar não resolve o conflito, isso está comprobado, são 60 anos já de guerra, de confrontação e de uma guerra muito degradada. A única alternativa é a paz. Tanto o governo quanto a guerrilha devem entender que a via militar esgotou-se, há que entrar em um novo momento na vida nacional para uma solução política, para fortalecer a democracia e a justiça social, porque não é a paz dos sepulcros, a paz romana que nos está dizendo o senhor Santos: “Venham se desmobilizam e depois veremos quais são as mudanças a serem feitas”. Não é assim a coisa, tem que ser sobre a base de um acordo político nacional no qual participe toda a sociedade colombiana, que es heterogênea, mas sobre a base de superar as necessidades e insatisfações que o povo tem e, fortalecer todo o que o país requere no setor democrático e na justiça social.
4. No marco do conflito social e armado que o governo tem reconhecido a contragosto se desenvolve a campanha eleitoral. Como analisa as garantias para a oposição?
Não há, não há. El único partido de oposição que es o Polo Democrático Alternativo estão buscando acabar com ele usando a força. Nos querem “linchar” só pretexto de que o senhor Samuel Moreno cometeu em Bogotá uma serie de coisas e que está sendo julgado. Mas, resulta que todos os partidos de direita: A U, Cambio Radical, Liberais, Conservadores, todos têm presos por parapolítica, por narcotráfico e corrupção, mas isso sim não conta. Aí cada um tem que responder, mas em Bogotá, tem que responder o Polo, que es uma maneira de acabar com a oposição.
Ademais, de que já há violência, há mortos do Polo Democrático Alternativo, candidatos assassinados. então, aqui não há garantias, não há eleições livres, inclusive isso foi dito pela Comissão de observação eleitoral, o MOE, a Defensoria do Povo e vários investigadores dos processos eleitorais. Afirmam que a atual campanha está sendo feito com os mesmos métodos de sempre: Clientelismo, corrupção, violência, que são praticadas por dirigentes tradicionais e politiqueiros reginais.
5. Se rumora que o presidente Santos estaria negociando com a insurgência secretamente. ¿O que há de certo nesse rumor?
Sim, há rumores, mas e difícil saber o que esta ocorrendo. Não sabemos se são certos ou não, mas tomara que sejam verdadeiros.
Bogotá, setembro 14 de 2.011
A Universidade Pedagógica Nacional, realizou o fórum sobre a paz “As FARC e o ELN se sentarão a mesa de diálogo com o presidente Santos?”, no dia 13 de setembro em Bogotá. Os palestrantes convidados foram o camarada Carlos A Lozano Guillén, diretor do Semanário “VOZ, a Verdade do Povo”, dirigente nacional do Partido Comunista Colombiano e do Polo Democrático Alternativo, ademais, facilitador de paz e integrante do Movimento Colombianas e Colombianos pela Paz. Também, Ramon Jimeno Santoyo, diretor de cine e jornalista. A apresentação foi feita pelo doutor Alonso Ojeda Awad, ex-embaixador de Colômbia e diretor do programa da paz UPN
O auditório ficou lotado sobretudo por jovens e personalidades nacionais e internacionais. Depois de escutar as palestras, muito deles, também, participaram. Foi denunciado o Plano Consolidação que está sendo desenvolvido violentamente no sul do estado de Tolima, principalmente nos municípios de Planadas, Rioblanco, Ataco e Chaparral, por estar involucrando no conflito a população. Foi denunciada a forma como los militares violam o Direito Internacional Humanitario (DIH), pois construíram a Base Militar ao lado do Colégio Pablo VI e o Posto Policial, muito perto do Palácio Municipal.
Encerrou o evento o camarada Lozano respondendo perguntas de vários participantes, do jornalistas do Semanário Voz e da web: www.pacocol.org
1. Será possível um diálogo entre o governo Santos e a insurgência colombiana?
Sim, é possível, pois existe já um anseio nacional, estão dadas as condições e, a guerra virou uma tragedia bárbara. Há que entender que deve ser um diálogo que este de cara ao país, com participação nacional e que nele sejam discutidos os problemas de interesse do povo. A saída política negociada pressupõe reformas, fortalecer a democracia e a justiça social. Pretender outra cosa é negativo, no é realista e não resolve o problema da paz na Colômbia.
2. Camarada, quando diz que o marco para a paz tem mudado, mas as causas do conflito continuam latentes, o que quer dizer com isso?
Reconheço que os últimos anos tem sido difíceis para a guerrilha, os golpes dados pela força publica têm sido muito duros, mas não conseguiram exterminá-la e, como reconhecem pessoas dedicadas a estudar o tema da paz, o que se tem hoje é uma guerrilha reanimada e se restruturando de novo e deixando para atras esses golpes.
Tem cambiado o marco, na medida em que hoje a ofensiva é do governo e não da guerrilha, mas as causas do conflito não têm cambiado, sendo uma delas o fato de que a oligarquia colombiana tem-se negado a fazer as mudanças que necessita o país.
3. ¿No es contraditório dizer que as causas estão latentes e, imediato, se declarar otimista com respeito ao diálogo?
O diálogo é a única possibilidade hoje para que podamos superar a guerra. A via militar não resolve o conflito, isso está comprobado, são 60 anos já de guerra, de confrontação e de uma guerra muito degradada. A única alternativa é a paz. Tanto o governo quanto a guerrilha devem entender que a via militar esgotou-se, há que entrar em um novo momento na vida nacional para uma solução política, para fortalecer a democracia e a justiça social, porque não é a paz dos sepulcros, a paz romana que nos está dizendo o senhor Santos: “Venham se desmobilizam e depois veremos quais são as mudanças a serem feitas”. Não é assim a coisa, tem que ser sobre a base de um acordo político nacional no qual participe toda a sociedade colombiana, que es heterogênea, mas sobre a base de superar as necessidades e insatisfações que o povo tem e, fortalecer todo o que o país requere no setor democrático e na justiça social.
4. No marco do conflito social e armado que o governo tem reconhecido a contragosto se desenvolve a campanha eleitoral. Como analisa as garantias para a oposição?
Não há, não há. El único partido de oposição que es o Polo Democrático Alternativo estão buscando acabar com ele usando a força. Nos querem “linchar” só pretexto de que o senhor Samuel Moreno cometeu em Bogotá uma serie de coisas e que está sendo julgado. Mas, resulta que todos os partidos de direita: A U, Cambio Radical, Liberais, Conservadores, todos têm presos por parapolítica, por narcotráfico e corrupção, mas isso sim não conta. Aí cada um tem que responder, mas em Bogotá, tem que responder o Polo, que es uma maneira de acabar com a oposição.
Ademais, de que já há violência, há mortos do Polo Democrático Alternativo, candidatos assassinados. então, aqui não há garantias, não há eleições livres, inclusive isso foi dito pela Comissão de observação eleitoral, o MOE, a Defensoria do Povo e vários investigadores dos processos eleitorais. Afirmam que a atual campanha está sendo feito com os mesmos métodos de sempre: Clientelismo, corrupção, violência, que são praticadas por dirigentes tradicionais e politiqueiros reginais.
5. Se rumora que o presidente Santos estaria negociando com a insurgência secretamente. ¿O que há de certo nesse rumor?
Sim, há rumores, mas e difícil saber o que esta ocorrendo. Não sabemos se são certos ou não, mas tomara que sejam verdadeiros.
Bogotá, setembro 14 de 2.011
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Filmografia básica: O cinema e o “11 de setembro” chileno
"Recebi e estou divulgando por ser informativo,esclarecedor e muito bom de ler"(Ninféia G)
Filmografia básica: O cinema e o “11 de setembro” chileno
Por Wilson H. Silva
Jornalista da Opinião Socialista
http://www.pstu.org.br/jornal.asp
A explosão das Torres Gêmeas, em um 11 de setembro, há dez anos, de certa forma tem ofuscado uma tragédia de proporções ainda maiores que se abateu sob o Chile, na mesma data, mas há 38 anos: o golpe promovido pelo general Augusto Pinochet.
Esse fato e suas implicações ideológicas, evidentemente, não passaram desapercebidos para os que mantém um olhar mais atento ao mundo e um dos primeiros a resgatar a relação entre as duas datas foi o cineasta Ken Loach que, em 2002, estabeleceu uma provocativa aproximação entre os dois “11 de setembro” num curta-metragem que faz parte do filme 11'09"11, que reúne onze diretores, de países diferentes, que produziram filmes de exatos 11 minutos, em torno dos atentados de 2001.
No belíssimo curta, um homem lê uma carta para o povo americano, lamentando o ocorrido; mas pedindo a este que se lembre do outro “11 de setembro”; aquele que foi patrocinado pelo governo norte-americano e que provocou a morte de mais de 30 mil pessoas, além do exílio de milhares de outras, como o próprio leitor.
Assim, no filme, a solidariedade do chileno às 3.500 vítimas “11 de setembro” norte-americano ecoa como um grito de dor e um balanço, ao mesmo tempo, lúcido e amargo dos muitos atentados à liberdade cometidos pelos governos ianques e que, em última instância, transformaram o povo dos EUA em alvos do ódio de muitos.
O filme de Loach é um ótimo ponto de partida para resgatarmos algumas obras cinematográficas que, no decorrer das últimas 40 décadas, têm ajudado a manter na memória a luta e história dos milhares que foram torturados e mortos por uma das mais sanguinárias ditaduras da América Latina.
Filmes que merecem ser conhecidos ou revisitados, até mesmo para entender como estas duas datas continuam se “encontrando”, seja nas ruas de Santiago, atualmente sacudidas pelas mobilizações estudantis, seja em qualquer outro lugar do mundo onde ainda se lute contra a exploração e opressão imperialistas, muitas vezes levada à cabo com a ajuda de canalhas e vermes como Pinochet, Médici, Videla e tantos outros ditadores que infestaram nosso continente.
Dos filmes da “Unidade Popular” ao Cinema do Exílio
A Frente Popular encabeçada por Salvador Allende também teve uma expressão cinematográfica. Ou seja, entre o final dos anos 1960 e início dos 70, muitos dos filmes produzidos refletiam uma perspectiva antioligárquica ou anticapitalista apoiada numa visão política que tinha no horizonte a “conciliação de classes”.
Assim como em outros países da América Latina, que também atravessavam processos similares, esta situação deu origem a um movimento, conhecido como “Nuevo Cine Chileno”, que tinha entre seus principais nomes como Raúl Ruiz (Três tigres tristes) e Miguel Littin (El chacal de Nahueltoro, de 1969, sobre a marginalização dos trabalhadores do campo) e Helvio Soto (Caliche sangriento) e como principal característica a produção de curtas, documentários e longas de ficção que refletissem as contradições sociais, econômicas e políticas daquele momento e, também, se contrapor ao monopólio que a oposição burguesa detinha sobre os meios de comunicação.
Cabe destacar também que, neste momento, o aprofundamento da ditadura brasileira fez com que muitos daqui buscassem exílio (pessoal, político ou profissional) no país andino. Este foi o caso de cineastas e atores como Leon Hirszman, Lauro Escorel Filho, Luiz Alberto Sanz, Sérgio Sanz, Helvécio Ratton, Silvio Tendler, Affonso Beato, Glauber Rocha, Carlos Diegues e Norma Bengell e outros.
Com a eclosão do golpe, o setor foi literalmente devastado. Para além das prisões e mortes de centenas de profissionais, houve um massivo exílio de cineastas e técnicos, arquivos e cinematecas foram saqueados e incendiados e aqueles que se arriscaram a continuar produzindo no país foram submetidos a uma rigorosa censura.
É esta situação que dá origem ao “Cinema Chileno no Exílio”. Primeiro como uma forma de denúncia do golpe, depois, até o início da década de 1990, como única possibilidade, para os profissionais do cinema chilenos, em refletir sobre seu próprio país.
Um filme, particularmente, marca a transição entre estes dois momentos: a impressionante trilogia “A batalha do Chile”, dirigida por Patrício Gúzman e finalizada em Cuba. Dividido em três partes, o documentário foi realizado no “calor do momento”, por Guzmán (que, poucos dias depois do golpe, chegou a ser preso no famigerado Estádio Nacional, mas foi libertado sem nenhuma explicação) e seu diretor de fotografia, Jorge Müller Silva, a quem o filme é dedicado, já que não teve a mesma “sorte” de Guzmán e até hoje integra a lista dos “desaparecidos”.
A primeira parte, A Insurreição da Burguesia, traça um panorama dos primeiros anos de governo e a organização da oposição de direita. O filme termina com uma das cenas mais impactantes da história do “cinema político”: um cinegrafista filma seu próprio assassinato, ao ser baleado por um oficial do exército, enquanto cobria uma das primeiras investidas militares.
A Batalha do Chile - Parte 1 - A Insurreição da Burguesia
A segunda parte, O Golpe de Estado (também finalizada em 1975), transmite a angustiante situação do golpe através da situação do próprio Guzmán que se encontra “preso” em um apartamento, acuado, impotente, apenas vendo na TV e ouvindo pelo rádio os últimos momentos de Allende. Já a terceira parte, O Poder Popular (de 1979), funciona mais como um apêndice, mostrando como os trabalhadores se organizaram para manter vivo o ideal do lema “criar, criar, poder popular.”
No Brasil, o DVD de “A batalha do Chile” foi lançando com um quarto disco, que traz outro importante documentário, A Resistência Final de Salvador Allende, de 1988, dirigido por Patricio Henríquez, e que reúne depoimentos de testemunhas sobreviventes do ataque ao Palácio de La Moneda. Enquanto elas contam como foi como foi o ataque, na manhã de 11 de setembro de 1973, imagens de arquivo e trechos de transmissões radiofônicas de Allende e dos oficiais das Forças Armadas reconstituem os acontecimentos que precederam o golpe.
Apesar da força, de “A batalha do Chile”, em termos internacionais o primeiro filme a realmente chamar a atenção para a situação chilena foi o excelente “Chove sobre Santiago”, (dirigido por Helvio Soto, em 1979, numa co-produção entre França e Bulgária, 1976). O título é uma referência ao nome dado à operação montada pela direita chilena, as Forças Armadas de Pinochet, a Central de Inteligência Americana (CIA) e ditadores de outros países latino-americanos (que, no decorrer dos anos 70 criaram a malfadada Operação Condor, para combater e eliminar a esquerda do continente).
De forma realmente vigorosa, o filme retrata a preparação e o momento do golpe, dando ênfase à participação norte-americana e reproduzindo vários documentos que comprovam isto, como uma carta, de 1970, do então embaixador dos Estados Unidos em Santiago, E. Korry, a Eduardo Frei: “Deve saber que não permitiremos que chegue ao Chile um parafuso, nem uma porca... Enquanto Allende permanecer no poder, faremos tudo ao nosso alcance para condenar o Chile e os chilenos às maiores privações e misérias...”. Uma promessa ratificada em outro documento do escritório central da CIA em Santiago, datado em 14 de outubro de 1970, no qual a Agência fazia “Informar a esses oficiais golpistas que o governo dos Estados Unidos lhes dará seu respaldo total no golpe”.
Outro tema recorrente desta produção foi própria situação do exílio e todas suas implicações, em termos pessoais, culturais e sociais. Neste campo, um dos melhores títulos é “Diálogos de exilados”, realizado na França, em 1975, por Raúl Ruiz (que morreu há pouco mais de um mês, aos 70 anos), que compôs um poético e belo semi-documentário com exilados chilenos vivendo em Paris.
Contudo, foi outro integrante do grupo, Miguel Littín, que imprimiu um caráter mais político e abertamente “militante” ao Cinema de Exílio, em filmes que, nas palavras do próprio diretor, são frutos de sua “consciência humanista e libertária”.
Em 1971, com cerca de 25 anos, Littín foi convidado por Allende para dirigir a estatal Chile Films, cargo que ocupou até o dia do golpe. Exilado no México, produziu alguns dos mais belos filmes da década de 1970. "Actas de Marusia" (1975) narra uma história real, de 1907, quando mineiros da província chilena de Marusia entram em greve em protesto às péssimas condições de trabalho em minas de propriedade britânica e desencadeiam um movimento de grande força, sufocado por um verdadeiro massacre.
O também belíssimo "Alsino y el cóndor"(Veja trailer) (Nicarágua/Cuba/México/Costa Rica, 1982) conta a história do garoto Alsino, que vive em país latino-americano “qualquer”, onde um grupo guerrilheiro resiste às investidas do exército local, assessorado pelos norte-americanos. Em meio a tudo isto, Alsino sonha em voar como um condor.
Dentre os seus muitos (e ótimos) filmes, o mais marcante, tanto por sua enorme ousadia e por tudo o que revelou, é o documentário “Ata Geral do Chile” (trecho), filmado em 1985, quando o cineasta retornou clandestinamente ao país, disfarçado e com uma identidade falsa, e percorreu o Chile (inclusive o Palácio de La Moneda, a poucos metros do gabinete de Pinochet) com o objetivo de registrar as muitas facetas do autoritarismo que contaminou a sociedade chilena.
A experiência resultou em filme de quatro horas, para a TV, e num documentário, com duas horas, que percorreu o mundo. Anos depois, Gabriel García Márquez, depois de entrevistar o diretor, produziu um belo livro-reportagem, (As aventuras de Miguel Littin clandestino no Chile) recontando a experiência de Littín, na primeira pessoa.
Uma das últimas incursões de Littin na história de seu povo foi "Dawson, Isla 10" (trailer) (making-of) (co-produção de Chile, Brasil e Venezuela) título que faz referência à gélida ilha no extremo sul do país, transformada em campo de concentração, tortura e morte, para o qual foram levados centenas de chilenos, inclusive vários ministros do gabinete de Allende, dentre eles o então ministro das Minas e Energia Sérgio Bitar, autor do livro “Islã 10”, que também serviu no ministério de Michele Bachelet. O filme ainda resgata várias cenas da época, principalmente as que mostram o bombardeio do Palácio de La Moneda e os momentos finais de Salvador Allende, já de arma na mão, antes do suicídio.
Acerto de contas com os EUA
Apesar de não se possível enquadrá-lo na categoria “cinema de exílio”, o filme Desaparecido (Missing, 1982) (ver trecho), do cineasta Greco Costa-Gavras – que dirigiu outros clássicos sobre ditaduras, como “Z” (1968), sobre seu próprio país, e “Estádio de Sítio” (1972), sobre o Uruguai – é, em grande medida, resultado de um olhar “de fora pra dentro”. Primeiro, por refletir a perspectiva política e militante de seu diretor europeu; segundo, e mais importante, por promover um vigoroso e fundamental debate sobre a participação norte-americana, tanto no golpe quanto na feroz repressão que se seguiu.
Baseado em fatos mais do que reais, o filme acompanha, em um tom que transita entre o documental e o ficcional, a saga de um pai norte-americano que viaja ao Chile, pouco depois do golpe, a procura de seu filho, um jovem jornalista, correspondente para o The New York Time e The Washigton Post, que colabora com jornais “subversivos” chilenos.
Grande parte do impacto do filme na própria sociedade norte-americana se deve ao fato de que o roteiro foi baseado no livro “A execução de Charles Horman: um sacrifício americano”, lançado em 1978, por Thomas Hauser, contando a história do jovem que foi sacrificado no Estádio Nacional. Isto, juntamente com o crescente protesto contra as ditaduras que começam a ruir na América Latina, fez, inclusive, com que a Academia de Hollywood, num de seus raros momentos de questionamento do sistema, premiasse a produção com o Oscar de melhor roteiro adaptado.
Revisitando a tragédia
Com o fim do regime ditatorial, em 1990, cineastas que tiveram sua carreira interrompida ou desenvolvida no exílio começaram gradativamente a retornar ao país. Dentre eles, um dos primeiros a estrear em solo chileno foi “La luna en el espejo” (1990), de Silvio Caiozzi. Baseado em um roteiro escrito em 1983, com o escritor José Donoso, o filme acompanha a história de um homem de 40 anos, oprimido e infantilizado pelo pai autoritário, uma clara e evidente referência ao ditador.
Belíssimo em sua construção, o filme de certa forma une dois pontos na carreira de Caiozzi, já que também é também dele (e igualmente metafórico) um dos poucos filmes que conseguiu estrear no Chile, após o golpe de 1973. Para burlar a censura, em “Julio comienza en Julio”, de 1977, Caiozzi localizou sua história no início do séculos e utilizou-se da história da iniciação afetiva e sexual de um adolescente, filho de um rico e autoritário latifundiário, para discutir os mecanismos de poder, o patriarcalismo e os preconceitos de classe arraigados na sociedade chilena.
Mergulhando também no tom metafórico e poético, “A fronteira” (1991)(ver trechos) de Ricardo Larraín, narra a história de um professor que, em função da repressão no Chile, é obrigado a se exilar num lugar remoto e desolador. O fato de o local ter sido marcado pela colonização espanhola, os maremotos constantes e a presença da figura autoritária de um pai que se coloca entre o professor e a mulher pelo qual ele se apaixona compõem um intricada metáfora para a ditadura chilena.
Os momentos finais de Allende e seu suicídio (que, segundo legistas que reinvestigaram o caso, de fato ocorreu) é o também o tema de "Héroes Frágiles" (trailer + ficha), um documentário do chileno Emilio Pacull fez em torno da história de seu próprio padrasto, o jornalista Augusto Olivares, um dos mais próximos assistentes de Allende e diretor do canal de Televisão Nacional (TVN) em 1973, que se suicidou minutos antes do presidente.
Um dos filmes recentes que atingiu grande popularidade foi Machuca (2004), de Andrés Wood, que revê o ano de 1973 a partir do olhar de Gonzalo, um garoto da elite, que estuda no melhor colégio de Santiago, o Saint Patrick, onde, por iniciativa de uma padre simpático ao regime de Allende, é implementado um programa de admissão de garotos pobres (a história baseia-se no livro autobiográfico “Três anos para nascer”, de Eledín Parraguez, que viveu esta experiência de “integração social”, num colégio católico para meninos, durante os anos da Unidad Popular). Um deles é Pedro Machuca. A amizade que se forma entre os dois serve, ao mesmo tempo, como metáfora e como pano de fundo para a situação social que foi sufocada pelo golpe de Pinochet
Dentre os filmes mais recentes, um dos mais inusitados e contundentes é "Post mortem" (2010),(ver trailer), de Pablo Larraín. Inovador na linguagem e ousado na abordagem, o filme tem como protagonista Mário Cornejo, um trabalhador do Instituto Médico Legal, responsável por datilografar os relatórios das autópsias feitas pelos legistas. Não é difícil imaginar que, nos dias do golpe, o trabalho de Mário se transformar num pesadelo, cujo horror e a sanidade muitas vezes ganham ares de completo de um absurdo que beira o grotesco. Em sua cena mais emblemática, vemos o corpo Allende, com a cabeça estourada, estendido sobre uma maca do necrotério de Santiago, cercado por militares. E a metáfora é evidente: a autópsia deste corpo é uma referência a verdadeira “autópsia” que o povo chileno (como o brasileiro, o argentino, o paraguaio, etc) precisa fazer sobre sua própria história, para poder “dissecar” as muitas marcas que a ditadura deixou em nossos “corpos sociais”.
Nascido três anos após o golpe, Larraín tem se destacado pela capacidade de, através de seus filmes, lançar um novo olhar sobre a tragédia de seu povo. Um olhar bastante crítico, mas nunca distante do poético. Assim, enquanto em “Post Mortem”, o terror político se entrelaça com a história de “amor impossível” entre o funcionário do necrotério e uma dançarina de cabaré (numa interessante referência aos dois “opostos” que convivem na escuridão da noite), seu filme anterior, “Tony Manero”, de 2008, toma como ponto de partida a obsessão, em 1978 (ou seja, no auge da repressão), de um homem de 50 anos pelo famoso personagem de John Travolta em “Os embalos de sábado à noite”.
Resgatando histórias
Com o objetivo de ganhar um concurso de imitação do personagem, Raúl mergulha no mundo do crime, enquanto vários de seus amigos e parceiros de dança são perseguidos pela polícia secreta do governo. Uma situação que serve ao diretor para discutir questões como a perda de identidade e o crime obsessivo reinantes no Chile.
Dentre as produções mais recentes, merece destaque "Diário de uma Busca" (2010) (trailer), o documentário de estreia da diretora gaúcha Flávia Castro. Esta co-produção entre Brasil e França tem como fio condutor a busca da própria cineasta por seu pai, o ex-jornalista e militante político Celso Afonso Gay de Castro (1943-1984), cujo assassinato nunca explicado leva a diretora a vasculhar os porões das ditaduras do Brasil, Chile e Argentina, entre as décadas de 1960 e 1970.
Outra produção em que um filho se utiliza do cinema para resgatar a história e memória de seu pai é o documentário “Mi Vida con Carlos” (Chile/Espanha, 2009)(trailer) no qual o chileno German Berger resgata com fotos, imagens e entrevistas a memória de seu pai Carlos Berger, que morreu esquartejado pela ditadura na chamada “Caravana da Morte” (a sinistra operação do governo encarregada de eliminar oposicionistas presos e desfazer-se dos corpos). Na época, German tinha apenas um ano de idade e grande parte do filme se baseia nos depoimentos de seus tios e companheiros de militância de Carlos, particularmente Carmen, mãe de German, que dedicou sua vida em batalha judicial e pública pela condenação de Pinochet. É de Carmen, a frase que sintetiza a relevância deste e outros filmes que compõem este coletânea: “Quem subjuga seu passado não consegue modelar seu futuro”, comentou.
A morte do ditador
Para acabar, nada melhor do que uma produção que celebra a muito aguardada morte do canalha que comandou o assassinato e promoveu o sofrimento de tantos milhares. Um “gostinho” disto é oferecido por “La muerte de Pinochet” (parte 1) (parte 2), dirigido por Bettina Perut, Iván Osnovikoff. Realizado a partir de imagens gravadas no dia 10 de setembro de 2006, quando o ditador morreu, lamentavelmente já na avançada idade de 91 anos, sem ter pago por seus muitos crimes. As câmeras registram as diferentes reações do povo (pró e contra o ditador) que esperava pelo anúncio da morte em frente ao Hospital Militar de Santiago.
Filmografia básica: O cinema e o “11 de setembro” chileno
Por Wilson H. Silva
Jornalista da Opinião Socialista
http://www.pstu.org.br/jornal.asp
A explosão das Torres Gêmeas, em um 11 de setembro, há dez anos, de certa forma tem ofuscado uma tragédia de proporções ainda maiores que se abateu sob o Chile, na mesma data, mas há 38 anos: o golpe promovido pelo general Augusto Pinochet.
Esse fato e suas implicações ideológicas, evidentemente, não passaram desapercebidos para os que mantém um olhar mais atento ao mundo e um dos primeiros a resgatar a relação entre as duas datas foi o cineasta Ken Loach que, em 2002, estabeleceu uma provocativa aproximação entre os dois “11 de setembro” num curta-metragem que faz parte do filme 11'09"11, que reúne onze diretores, de países diferentes, que produziram filmes de exatos 11 minutos, em torno dos atentados de 2001.
No belíssimo curta, um homem lê uma carta para o povo americano, lamentando o ocorrido; mas pedindo a este que se lembre do outro “11 de setembro”; aquele que foi patrocinado pelo governo norte-americano e que provocou a morte de mais de 30 mil pessoas, além do exílio de milhares de outras, como o próprio leitor.
Assim, no filme, a solidariedade do chileno às 3.500 vítimas “11 de setembro” norte-americano ecoa como um grito de dor e um balanço, ao mesmo tempo, lúcido e amargo dos muitos atentados à liberdade cometidos pelos governos ianques e que, em última instância, transformaram o povo dos EUA em alvos do ódio de muitos.
O filme de Loach é um ótimo ponto de partida para resgatarmos algumas obras cinematográficas que, no decorrer das últimas 40 décadas, têm ajudado a manter na memória a luta e história dos milhares que foram torturados e mortos por uma das mais sanguinárias ditaduras da América Latina.
Filmes que merecem ser conhecidos ou revisitados, até mesmo para entender como estas duas datas continuam se “encontrando”, seja nas ruas de Santiago, atualmente sacudidas pelas mobilizações estudantis, seja em qualquer outro lugar do mundo onde ainda se lute contra a exploração e opressão imperialistas, muitas vezes levada à cabo com a ajuda de canalhas e vermes como Pinochet, Médici, Videla e tantos outros ditadores que infestaram nosso continente.
Dos filmes da “Unidade Popular” ao Cinema do Exílio
A Frente Popular encabeçada por Salvador Allende também teve uma expressão cinematográfica. Ou seja, entre o final dos anos 1960 e início dos 70, muitos dos filmes produzidos refletiam uma perspectiva antioligárquica ou anticapitalista apoiada numa visão política que tinha no horizonte a “conciliação de classes”.
Assim como em outros países da América Latina, que também atravessavam processos similares, esta situação deu origem a um movimento, conhecido como “Nuevo Cine Chileno”, que tinha entre seus principais nomes como Raúl Ruiz (Três tigres tristes) e Miguel Littin (El chacal de Nahueltoro, de 1969, sobre a marginalização dos trabalhadores do campo) e Helvio Soto (Caliche sangriento) e como principal característica a produção de curtas, documentários e longas de ficção que refletissem as contradições sociais, econômicas e políticas daquele momento e, também, se contrapor ao monopólio que a oposição burguesa detinha sobre os meios de comunicação.
Cabe destacar também que, neste momento, o aprofundamento da ditadura brasileira fez com que muitos daqui buscassem exílio (pessoal, político ou profissional) no país andino. Este foi o caso de cineastas e atores como Leon Hirszman, Lauro Escorel Filho, Luiz Alberto Sanz, Sérgio Sanz, Helvécio Ratton, Silvio Tendler, Affonso Beato, Glauber Rocha, Carlos Diegues e Norma Bengell e outros.
Com a eclosão do golpe, o setor foi literalmente devastado. Para além das prisões e mortes de centenas de profissionais, houve um massivo exílio de cineastas e técnicos, arquivos e cinematecas foram saqueados e incendiados e aqueles que se arriscaram a continuar produzindo no país foram submetidos a uma rigorosa censura.
É esta situação que dá origem ao “Cinema Chileno no Exílio”. Primeiro como uma forma de denúncia do golpe, depois, até o início da década de 1990, como única possibilidade, para os profissionais do cinema chilenos, em refletir sobre seu próprio país.
Um filme, particularmente, marca a transição entre estes dois momentos: a impressionante trilogia “A batalha do Chile”, dirigida por Patrício Gúzman e finalizada em Cuba. Dividido em três partes, o documentário foi realizado no “calor do momento”, por Guzmán (que, poucos dias depois do golpe, chegou a ser preso no famigerado Estádio Nacional, mas foi libertado sem nenhuma explicação) e seu diretor de fotografia, Jorge Müller Silva, a quem o filme é dedicado, já que não teve a mesma “sorte” de Guzmán e até hoje integra a lista dos “desaparecidos”.
A primeira parte, A Insurreição da Burguesia, traça um panorama dos primeiros anos de governo e a organização da oposição de direita. O filme termina com uma das cenas mais impactantes da história do “cinema político”: um cinegrafista filma seu próprio assassinato, ao ser baleado por um oficial do exército, enquanto cobria uma das primeiras investidas militares.
A Batalha do Chile - Parte 1 - A Insurreição da Burguesia
A segunda parte, O Golpe de Estado (também finalizada em 1975), transmite a angustiante situação do golpe através da situação do próprio Guzmán que se encontra “preso” em um apartamento, acuado, impotente, apenas vendo na TV e ouvindo pelo rádio os últimos momentos de Allende. Já a terceira parte, O Poder Popular (de 1979), funciona mais como um apêndice, mostrando como os trabalhadores se organizaram para manter vivo o ideal do lema “criar, criar, poder popular.”
No Brasil, o DVD de “A batalha do Chile” foi lançando com um quarto disco, que traz outro importante documentário, A Resistência Final de Salvador Allende, de 1988, dirigido por Patricio Henríquez, e que reúne depoimentos de testemunhas sobreviventes do ataque ao Palácio de La Moneda. Enquanto elas contam como foi como foi o ataque, na manhã de 11 de setembro de 1973, imagens de arquivo e trechos de transmissões radiofônicas de Allende e dos oficiais das Forças Armadas reconstituem os acontecimentos que precederam o golpe.
Apesar da força, de “A batalha do Chile”, em termos internacionais o primeiro filme a realmente chamar a atenção para a situação chilena foi o excelente “Chove sobre Santiago”, (dirigido por Helvio Soto, em 1979, numa co-produção entre França e Bulgária, 1976). O título é uma referência ao nome dado à operação montada pela direita chilena, as Forças Armadas de Pinochet, a Central de Inteligência Americana (CIA) e ditadores de outros países latino-americanos (que, no decorrer dos anos 70 criaram a malfadada Operação Condor, para combater e eliminar a esquerda do continente).
De forma realmente vigorosa, o filme retrata a preparação e o momento do golpe, dando ênfase à participação norte-americana e reproduzindo vários documentos que comprovam isto, como uma carta, de 1970, do então embaixador dos Estados Unidos em Santiago, E. Korry, a Eduardo Frei: “Deve saber que não permitiremos que chegue ao Chile um parafuso, nem uma porca... Enquanto Allende permanecer no poder, faremos tudo ao nosso alcance para condenar o Chile e os chilenos às maiores privações e misérias...”. Uma promessa ratificada em outro documento do escritório central da CIA em Santiago, datado em 14 de outubro de 1970, no qual a Agência fazia “Informar a esses oficiais golpistas que o governo dos Estados Unidos lhes dará seu respaldo total no golpe”.
Outro tema recorrente desta produção foi própria situação do exílio e todas suas implicações, em termos pessoais, culturais e sociais. Neste campo, um dos melhores títulos é “Diálogos de exilados”, realizado na França, em 1975, por Raúl Ruiz (que morreu há pouco mais de um mês, aos 70 anos), que compôs um poético e belo semi-documentário com exilados chilenos vivendo em Paris.
Contudo, foi outro integrante do grupo, Miguel Littín, que imprimiu um caráter mais político e abertamente “militante” ao Cinema de Exílio, em filmes que, nas palavras do próprio diretor, são frutos de sua “consciência humanista e libertária”.
Em 1971, com cerca de 25 anos, Littín foi convidado por Allende para dirigir a estatal Chile Films, cargo que ocupou até o dia do golpe. Exilado no México, produziu alguns dos mais belos filmes da década de 1970. "Actas de Marusia" (1975) narra uma história real, de 1907, quando mineiros da província chilena de Marusia entram em greve em protesto às péssimas condições de trabalho em minas de propriedade britânica e desencadeiam um movimento de grande força, sufocado por um verdadeiro massacre.
O também belíssimo "Alsino y el cóndor"(Veja trailer) (Nicarágua/Cuba/México/Costa Rica, 1982) conta a história do garoto Alsino, que vive em país latino-americano “qualquer”, onde um grupo guerrilheiro resiste às investidas do exército local, assessorado pelos norte-americanos. Em meio a tudo isto, Alsino sonha em voar como um condor.
Dentre os seus muitos (e ótimos) filmes, o mais marcante, tanto por sua enorme ousadia e por tudo o que revelou, é o documentário “Ata Geral do Chile” (trecho), filmado em 1985, quando o cineasta retornou clandestinamente ao país, disfarçado e com uma identidade falsa, e percorreu o Chile (inclusive o Palácio de La Moneda, a poucos metros do gabinete de Pinochet) com o objetivo de registrar as muitas facetas do autoritarismo que contaminou a sociedade chilena.
A experiência resultou em filme de quatro horas, para a TV, e num documentário, com duas horas, que percorreu o mundo. Anos depois, Gabriel García Márquez, depois de entrevistar o diretor, produziu um belo livro-reportagem, (As aventuras de Miguel Littin clandestino no Chile) recontando a experiência de Littín, na primeira pessoa.
Uma das últimas incursões de Littin na história de seu povo foi "Dawson, Isla 10" (trailer) (making-of) (co-produção de Chile, Brasil e Venezuela) título que faz referência à gélida ilha no extremo sul do país, transformada em campo de concentração, tortura e morte, para o qual foram levados centenas de chilenos, inclusive vários ministros do gabinete de Allende, dentre eles o então ministro das Minas e Energia Sérgio Bitar, autor do livro “Islã 10”, que também serviu no ministério de Michele Bachelet. O filme ainda resgata várias cenas da época, principalmente as que mostram o bombardeio do Palácio de La Moneda e os momentos finais de Salvador Allende, já de arma na mão, antes do suicídio.
Acerto de contas com os EUA
Apesar de não se possível enquadrá-lo na categoria “cinema de exílio”, o filme Desaparecido (Missing, 1982) (ver trecho), do cineasta Greco Costa-Gavras – que dirigiu outros clássicos sobre ditaduras, como “Z” (1968), sobre seu próprio país, e “Estádio de Sítio” (1972), sobre o Uruguai – é, em grande medida, resultado de um olhar “de fora pra dentro”. Primeiro, por refletir a perspectiva política e militante de seu diretor europeu; segundo, e mais importante, por promover um vigoroso e fundamental debate sobre a participação norte-americana, tanto no golpe quanto na feroz repressão que se seguiu.
Baseado em fatos mais do que reais, o filme acompanha, em um tom que transita entre o documental e o ficcional, a saga de um pai norte-americano que viaja ao Chile, pouco depois do golpe, a procura de seu filho, um jovem jornalista, correspondente para o The New York Time e The Washigton Post, que colabora com jornais “subversivos” chilenos.
Grande parte do impacto do filme na própria sociedade norte-americana se deve ao fato de que o roteiro foi baseado no livro “A execução de Charles Horman: um sacrifício americano”, lançado em 1978, por Thomas Hauser, contando a história do jovem que foi sacrificado no Estádio Nacional. Isto, juntamente com o crescente protesto contra as ditaduras que começam a ruir na América Latina, fez, inclusive, com que a Academia de Hollywood, num de seus raros momentos de questionamento do sistema, premiasse a produção com o Oscar de melhor roteiro adaptado.
Revisitando a tragédia
Com o fim do regime ditatorial, em 1990, cineastas que tiveram sua carreira interrompida ou desenvolvida no exílio começaram gradativamente a retornar ao país. Dentre eles, um dos primeiros a estrear em solo chileno foi “La luna en el espejo” (1990), de Silvio Caiozzi. Baseado em um roteiro escrito em 1983, com o escritor José Donoso, o filme acompanha a história de um homem de 40 anos, oprimido e infantilizado pelo pai autoritário, uma clara e evidente referência ao ditador.
Belíssimo em sua construção, o filme de certa forma une dois pontos na carreira de Caiozzi, já que também é também dele (e igualmente metafórico) um dos poucos filmes que conseguiu estrear no Chile, após o golpe de 1973. Para burlar a censura, em “Julio comienza en Julio”, de 1977, Caiozzi localizou sua história no início do séculos e utilizou-se da história da iniciação afetiva e sexual de um adolescente, filho de um rico e autoritário latifundiário, para discutir os mecanismos de poder, o patriarcalismo e os preconceitos de classe arraigados na sociedade chilena.
Mergulhando também no tom metafórico e poético, “A fronteira” (1991)(ver trechos) de Ricardo Larraín, narra a história de um professor que, em função da repressão no Chile, é obrigado a se exilar num lugar remoto e desolador. O fato de o local ter sido marcado pela colonização espanhola, os maremotos constantes e a presença da figura autoritária de um pai que se coloca entre o professor e a mulher pelo qual ele se apaixona compõem um intricada metáfora para a ditadura chilena.
Os momentos finais de Allende e seu suicídio (que, segundo legistas que reinvestigaram o caso, de fato ocorreu) é o também o tema de "Héroes Frágiles" (trailer + ficha), um documentário do chileno Emilio Pacull fez em torno da história de seu próprio padrasto, o jornalista Augusto Olivares, um dos mais próximos assistentes de Allende e diretor do canal de Televisão Nacional (TVN) em 1973, que se suicidou minutos antes do presidente.
Um dos filmes recentes que atingiu grande popularidade foi Machuca (2004), de Andrés Wood, que revê o ano de 1973 a partir do olhar de Gonzalo, um garoto da elite, que estuda no melhor colégio de Santiago, o Saint Patrick, onde, por iniciativa de uma padre simpático ao regime de Allende, é implementado um programa de admissão de garotos pobres (a história baseia-se no livro autobiográfico “Três anos para nascer”, de Eledín Parraguez, que viveu esta experiência de “integração social”, num colégio católico para meninos, durante os anos da Unidad Popular). Um deles é Pedro Machuca. A amizade que se forma entre os dois serve, ao mesmo tempo, como metáfora e como pano de fundo para a situação social que foi sufocada pelo golpe de Pinochet
Dentre os filmes mais recentes, um dos mais inusitados e contundentes é "Post mortem" (2010),(ver trailer), de Pablo Larraín. Inovador na linguagem e ousado na abordagem, o filme tem como protagonista Mário Cornejo, um trabalhador do Instituto Médico Legal, responsável por datilografar os relatórios das autópsias feitas pelos legistas. Não é difícil imaginar que, nos dias do golpe, o trabalho de Mário se transformar num pesadelo, cujo horror e a sanidade muitas vezes ganham ares de completo de um absurdo que beira o grotesco. Em sua cena mais emblemática, vemos o corpo Allende, com a cabeça estourada, estendido sobre uma maca do necrotério de Santiago, cercado por militares. E a metáfora é evidente: a autópsia deste corpo é uma referência a verdadeira “autópsia” que o povo chileno (como o brasileiro, o argentino, o paraguaio, etc) precisa fazer sobre sua própria história, para poder “dissecar” as muitas marcas que a ditadura deixou em nossos “corpos sociais”.
Nascido três anos após o golpe, Larraín tem se destacado pela capacidade de, através de seus filmes, lançar um novo olhar sobre a tragédia de seu povo. Um olhar bastante crítico, mas nunca distante do poético. Assim, enquanto em “Post Mortem”, o terror político se entrelaça com a história de “amor impossível” entre o funcionário do necrotério e uma dançarina de cabaré (numa interessante referência aos dois “opostos” que convivem na escuridão da noite), seu filme anterior, “Tony Manero”, de 2008, toma como ponto de partida a obsessão, em 1978 (ou seja, no auge da repressão), de um homem de 50 anos pelo famoso personagem de John Travolta em “Os embalos de sábado à noite”.
Resgatando histórias
Com o objetivo de ganhar um concurso de imitação do personagem, Raúl mergulha no mundo do crime, enquanto vários de seus amigos e parceiros de dança são perseguidos pela polícia secreta do governo. Uma situação que serve ao diretor para discutir questões como a perda de identidade e o crime obsessivo reinantes no Chile.
Dentre as produções mais recentes, merece destaque "Diário de uma Busca" (2010) (trailer), o documentário de estreia da diretora gaúcha Flávia Castro. Esta co-produção entre Brasil e França tem como fio condutor a busca da própria cineasta por seu pai, o ex-jornalista e militante político Celso Afonso Gay de Castro (1943-1984), cujo assassinato nunca explicado leva a diretora a vasculhar os porões das ditaduras do Brasil, Chile e Argentina, entre as décadas de 1960 e 1970.
Outra produção em que um filho se utiliza do cinema para resgatar a história e memória de seu pai é o documentário “Mi Vida con Carlos” (Chile/Espanha, 2009)(trailer) no qual o chileno German Berger resgata com fotos, imagens e entrevistas a memória de seu pai Carlos Berger, que morreu esquartejado pela ditadura na chamada “Caravana da Morte” (a sinistra operação do governo encarregada de eliminar oposicionistas presos e desfazer-se dos corpos). Na época, German tinha apenas um ano de idade e grande parte do filme se baseia nos depoimentos de seus tios e companheiros de militância de Carlos, particularmente Carmen, mãe de German, que dedicou sua vida em batalha judicial e pública pela condenação de Pinochet. É de Carmen, a frase que sintetiza a relevância deste e outros filmes que compõem este coletânea: “Quem subjuga seu passado não consegue modelar seu futuro”, comentou.
A morte do ditador
Para acabar, nada melhor do que uma produção que celebra a muito aguardada morte do canalha que comandou o assassinato e promoveu o sofrimento de tantos milhares. Um “gostinho” disto é oferecido por “La muerte de Pinochet” (parte 1) (parte 2), dirigido por Bettina Perut, Iván Osnovikoff. Realizado a partir de imagens gravadas no dia 10 de setembro de 2006, quando o ditador morreu, lamentavelmente já na avançada idade de 91 anos, sem ter pago por seus muitos crimes. As câmeras registram as diferentes reações do povo (pró e contra o ditador) que esperava pelo anúncio da morte em frente ao Hospital Militar de Santiago.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Copa do Mundo de 2014-Campeonato de abusos e roubalheira
Movimentos sociais se articulam contra remoçoes e superfaturamento
Movimentos socais das 12 cidades sede da Copa do mundo de 2014 vão integrar uma rede nacional para monitorar os fatos relativos ao evento e aos direitos da população. A idéia é trocar informações e organizar mobilizações para evitar o superfaturamento das obras e a expulsão das famílias nos loais onde estão projetadas obras.
Segundo a relatora especial da Organização das Nações Unidas(ONU) para o direito á Moradia Adequada, Rachel Rolnik, megaeventos esportivos já ocorridos em outros países, mostram claras violações ao direito à moradia. Na preparação para a Copa do Mundo da ´África do Sul e para as Olimpíadas de Atenas, as famílias que moravam em áreas mais pobres foram duramente prejudicadas.
Apenas em porto Alegre(RS) , cerca de cinco mil famíliaspodem ser obrigadas a deixar seus imóveis por causa das obras para a Copa,- por estarem localizadas em vilas proximas à Avenida Moab Caldas, que será ampliada para facilitar o acesso de torcedores ao estádio Beira-Rio.
“Estou particularmente preocupada com o que parece ser um padrão de atuação, de falta de transparência e de consulta, de falta de diálogo,de falta de negociação justa e de participação das comunidades afetadasd em processos de desalojamentos executados ou planejados em conexão com a Copa”, afirma a relatora da ONU, que afirma já ter cecebido denúncias de remoções forçadas em São Paulo,Rio de Janeiro,Belo Horizonte, Curitiba,Porto Alegre, Recife, Natal e Fortleza.
A copa do mundo é usada ainda como motivo para alterações no regime urbanístico das cidades brasileiras sem critérios,estudos e os devidos processos de discussão públicos e participativos.
Além disso, movimentos sociais denunciam a falta de transparencia que trará a aprovação do sigilo no orçamento para as obras do evento. A preocupação faz sentido: o orçamento dos estádios se multiplicou entre tres e quatro vezes em relação aos cálculos iniciais.
O custo da Copa do Mundo no Brasil será maior que a soma do total investido nas três ultimas edições:- Japão e Coreia, Alemanha e África do Sul, que, juntas, consumiram US$30 bilhões.No Brasil, os gastos autais já somam US$40 bilhões.E se os orçamentos continuarem a ser reajustados para cima no ritmo atual, a Copa no Brasil custará mais que todas as outras juntas. A afirmação e´do estudo da Consultoria Legislativa do Senado Federal,.Apenas a obra do Maracanã,que abrigará a final em 2014, teve seus custos elevados de R$500 milhões em 2009 para os atuais R$956,8 milhões.
O PCB saúda as organizações do movimento social que tem denunciado os abusos referentes á Copa de 2014 e já se juntou à luta. -em meados de Julho, o partido esteve presente em evento no Rio de Janeiro para dar prosseguimento às manifestações,que ,na cidade ,são, ainda, necessarias, devido aos problemas análogos verificados na preparaçãodas olimpíadas de 2016.
Gastos com Jogos Militares estouraram o orçamento.
A quinta edição dos Jogos Militares Mundiais ,que ocorreram recentemente no Rio de Janeiro, já estourou o orçamento de R$300 milhões- seguindo o tribunal de Contas da União(T CU), os gastos do Ministério da Defesa com oe vento já chegam a R41,5 bilhãio( a estimativa inicial era de r$1,2 bilhão)
Além disso, pode ter havido irregularidade estrutural para a realização do evento.o ministério público federal investiga denuncian de remoção irregular de vegetação para a construção de uma das vilas que recebeu os atletas.
O evento serve como teste para as Olimpíadas de 2016, já que algumas instalações escolhidas para receber os militares serão usadas daqui a cinco anos.
A título de lembrança, o custo final dos jogos pan-americanos de 2007 foi dez vezes superior ao inicialmente calculado.
O original se encontra em Imprensa Popular , Jornal do partido Comunista Brasileiro
www.pcb.org.br
Movimentos socais das 12 cidades sede da Copa do mundo de 2014 vão integrar uma rede nacional para monitorar os fatos relativos ao evento e aos direitos da população. A idéia é trocar informações e organizar mobilizações para evitar o superfaturamento das obras e a expulsão das famílias nos loais onde estão projetadas obras.
Segundo a relatora especial da Organização das Nações Unidas(ONU) para o direito á Moradia Adequada, Rachel Rolnik, megaeventos esportivos já ocorridos em outros países, mostram claras violações ao direito à moradia. Na preparação para a Copa do Mundo da ´África do Sul e para as Olimpíadas de Atenas, as famílias que moravam em áreas mais pobres foram duramente prejudicadas.
Apenas em porto Alegre(RS) , cerca de cinco mil famíliaspodem ser obrigadas a deixar seus imóveis por causa das obras para a Copa,- por estarem localizadas em vilas proximas à Avenida Moab Caldas, que será ampliada para facilitar o acesso de torcedores ao estádio Beira-Rio.
“Estou particularmente preocupada com o que parece ser um padrão de atuação, de falta de transparência e de consulta, de falta de diálogo,de falta de negociação justa e de participação das comunidades afetadasd em processos de desalojamentos executados ou planejados em conexão com a Copa”, afirma a relatora da ONU, que afirma já ter cecebido denúncias de remoções forçadas em São Paulo,Rio de Janeiro,Belo Horizonte, Curitiba,Porto Alegre, Recife, Natal e Fortleza.
A copa do mundo é usada ainda como motivo para alterações no regime urbanístico das cidades brasileiras sem critérios,estudos e os devidos processos de discussão públicos e participativos.
Além disso, movimentos sociais denunciam a falta de transparencia que trará a aprovação do sigilo no orçamento para as obras do evento. A preocupação faz sentido: o orçamento dos estádios se multiplicou entre tres e quatro vezes em relação aos cálculos iniciais.
O custo da Copa do Mundo no Brasil será maior que a soma do total investido nas três ultimas edições:- Japão e Coreia, Alemanha e África do Sul, que, juntas, consumiram US$30 bilhões.No Brasil, os gastos autais já somam US$40 bilhões.E se os orçamentos continuarem a ser reajustados para cima no ritmo atual, a Copa no Brasil custará mais que todas as outras juntas. A afirmação e´do estudo da Consultoria Legislativa do Senado Federal,.Apenas a obra do Maracanã,que abrigará a final em 2014, teve seus custos elevados de R$500 milhões em 2009 para os atuais R$956,8 milhões.
O PCB saúda as organizações do movimento social que tem denunciado os abusos referentes á Copa de 2014 e já se juntou à luta. -em meados de Julho, o partido esteve presente em evento no Rio de Janeiro para dar prosseguimento às manifestações,que ,na cidade ,são, ainda, necessarias, devido aos problemas análogos verificados na preparaçãodas olimpíadas de 2016.
Gastos com Jogos Militares estouraram o orçamento.
A quinta edição dos Jogos Militares Mundiais ,que ocorreram recentemente no Rio de Janeiro, já estourou o orçamento de R$300 milhões- seguindo o tribunal de Contas da União(T CU), os gastos do Ministério da Defesa com oe vento já chegam a R41,5 bilhãio( a estimativa inicial era de r$1,2 bilhão)
Além disso, pode ter havido irregularidade estrutural para a realização do evento.o ministério público federal investiga denuncian de remoção irregular de vegetação para a construção de uma das vilas que recebeu os atletas.
O evento serve como teste para as Olimpíadas de 2016, já que algumas instalações escolhidas para receber os militares serão usadas daqui a cinco anos.
A título de lembrança, o custo final dos jogos pan-americanos de 2007 foi dez vezes superior ao inicialmente calculado.
O original se encontra em Imprensa Popular , Jornal do partido Comunista Brasileiro
www.pcb.org.br
Corrupção comandou liberação de Belo Monte em Altamira, no Pará
Porque nunca divulgado até hoje esse material pelo Jornal Nacional e similares representantes da midia oficial?
É preciso que se divulgue essa noticia e esse video.
(Ninféia G)
Corrupção comandou liberação de Belo Monte em Altamira, no Pará
http://www.youtube.com/watch?v=h7ts1KqsLmU
Antes da emissão da Licença de Instalação (LI) da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, empresários e políticos locais negociaram favorecimentos e troca de favores com a empresa Norte Energia S.A., em troca do apoio ao projeto da barragem.
Através de câmeras escondidas, uma série de cenas escandalosas, que nunca foram ao ar em rede nacional, mostram como a concessionária negociou e 'facilitou' a entrada do projeto na cidade de Altamira. O episódio ficou conhecido localmente como "mensalinho", em referência aos processos de corrupção do governo federal.
Mais chocante do que as cenas, é o fato de toda a imprensa nacional ter omitido o fato. Que esforço de reportagem foi feito, por exemplo, pelo Jornal Nacional, quando esteve alguns dias em Altamira?
É preciso que se divulgue essa noticia e esse video.
(Ninféia G)
Corrupção comandou liberação de Belo Monte em Altamira, no Pará
http://www.youtube.com/watch?v=h7ts1KqsLmU
Antes da emissão da Licença de Instalação (LI) da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, empresários e políticos locais negociaram favorecimentos e troca de favores com a empresa Norte Energia S.A., em troca do apoio ao projeto da barragem.
Através de câmeras escondidas, uma série de cenas escandalosas, que nunca foram ao ar em rede nacional, mostram como a concessionária negociou e 'facilitou' a entrada do projeto na cidade de Altamira. O episódio ficou conhecido localmente como "mensalinho", em referência aos processos de corrupção do governo federal.
Mais chocante do que as cenas, é o fato de toda a imprensa nacional ter omitido o fato. Que esforço de reportagem foi feito, por exemplo, pelo Jornal Nacional, quando esteve alguns dias em Altamira?
Quem corrompe? : Trabalhador corrompe? Professor corrompe?
Por Laerte Braga
Há dias o País tem assistido a um esforço desesperado de velhos golpistas (torturadores, estupradores, assassinos de 1964), aliados a grandes empresários, banqueiros e latifundiários, para mobilizar os brasileiros contra a corrupção.
Tentam convocar uma nova marcha da família com Deus pela liberdade arvorados em uma condição de salvadores da pátria, do mesmo jeito que fizeram em 1964 sob o comando do embaixador Lincoln Gordon dos EUA e do general Vernon Walthers, ex-diretor da CIA (o governo dos EUA, em 1964 designou um comandante militar para as forças golpistas que entre outras coisas era amigo pessoal de Castelo Branco e falava português).
Apoiados pela grande mídia, a mídia privada, GLOBO à frente, tecem as mentiras de sempre, criam as ilusões que sempre criaram e tentam reduzir a corrupção a deputados, governadores, senadores, prefeitos, até presidente da República.
Dilma repete o malabarismo de Lula, uma no cravo outra na ferradura. O diapasão desse concerto petista é a bolsa família e 45% das receitas orçamentárias para pagar juros da dívida junto a bancos privados.
A diferença entre Dilma e Lula é que a presidente não consegue se equilibrar sobre o fio tênue do “capitalismo a brasileira” que o ex-presidente inventou. É menor que o cargo e ainda carrega consigo alma de tecnocrata. Ou seja, o que vale são os números não o ser humano. Na cabeça dessa gente numa tragédia, digamos assim, se a primeira impressão é que morreram dez quando poderiam ter morrido vinte, houve lucro, deixaram de morrer outros dez. Enxergam o mundo desse jeito.
No sete de setembro a GLOBO editou as matérias sobre o Grito dos Excluídos e a marcha das elites paulistas que tentam espalhar pelo Brasil, jogando tudo no ar como se fosse protesto contra a corrupção. Canalhice bem ao estilo da rede.
Nasceu com a ditadura, apoiou a ditadura e é instrumento de interesses estrangeiros, de banqueiros, grandes empresários e latifundiários.
Trabalhador e professor, por exemplo, não corrompem ninguém. São ludibriados por políticos corrompidos por banqueiros, grandes empresários e latifundiários. Veja o caso de Minas. Quando governador do estado o ex-presidente Itamar Franco anulou um acordo feito pelo seu antecessor, Eduardo Azeredo – corrupto de carteirinha – que entregava a CEMIG a grupos estrangeiros. Aécio, agora, no final de seu governo refez o acordo e entregou a CEMIG.
A mídia disse alguma coisa? Nada. Está no bolso. É venal. E o povo, o trabalhador, os professores mineiros nas mãos de uma aberração política o tal Antônio Anastasia, valet de chambre de toda essa gente, está como? Mas Aécio comprou um apartamento de um milhão de reais no Rio de Janeiro.
Segundo outra aberração, Cid Gomes, “professor tem que dar aula por amor, se acha o salários baixo que procure outra profissão”. Sogra não. O dito leva para Paris em vôo pago pelos cofres públicos.
O esquema de financiamento de campanhas políticas no Brasil permite que empresas, bancos e latifundiários comprem lotes de candidatos em todos os partidos com representação na Câmara ou no Senado através de doações. Tornam-se proprietários lato senso desses deputados, senadores, de governadores, prefeitos, vereadores, atingem o Judiciário e permeiam o Executivo.
Mas e daí?
O xis da questão não está em reformas políticas ou outras, na tentativa de construir painéis coloridos de ilusão e manter uma realidade podre como querem os que se voltam apenas contra os políticos no caso da corrupção.
E quem corrompe? Para que exista um corrupto é necessário que exista um corruptor.
A corrupção está intrinsecamente ligada ao modelo político e econômico vigente. A reforma política tira José Sarney de cena e coloca na cadeia? Não. Sarney serviu a ditadura militar com subserviência e de quatro durante todo o período do regime, da mesma forma que descaradamente emergiu – com a morte de Tancredo – como guia e condutor do processo de reconstrução democrática.
E o povo? A participação popular? Não tivemos uma assembléia nacional constituinte, mas um congresso constituinte e tutelado pelos militares que, entre outras coisas, não permitiram, como tem criado toda a sorte de obstáculos para que sejam revelados os documentos que mostrem a covardia diária dos golpistas/torturadores enquanto durou o regime.
Na passeata contra a corrupção em São Paulo estava um desses generais, eram visíveis bandeiras dos Estados Unidos.
Não foi por outra razão que o pensador e parlamentar inglês Samuel Johnson afirmou que “o patriotismo é o último refúgio dos canalhas”.
O que querem? Mudar os políticos? É só olhar os antigos colaboradores do regime militar, vivos e fortes aí, exercendo mandatos e se afirmando democratas.
O que essa gente pretende é simples. Antônio Ermírio de Moraes compra dez tênis adidas a vista produzidos com trabalho escravo em países asiáticos, inclusive a China e o trabalhador compra um pagando em dez prestações para se sentir num dado momento como Ermírio de Moraes, na ilusão que vivemos numa democracia. O espetáculo, a “sociedade do espetáculo”.
Ermírio de Moraes está destruindo o Espírito Santo – o meio ambiente – com suas empresas, o tal progresso, adoecendo um povo, com aplausos de um ex-governador corrupto e assassino, Paulo Hartung, que de fato continua no covil do governo (chamam de palácio), onde um contínuo chamado Renato Casagrande faz de conta que governa.
Por trás da tal campanha existe a sórdida mentira capitalista, pela simples razão que os corruptos são corrompidos por eles. Não querem pagar impostos, não querem conquistas e direitos dos trabalhadores, não querem que o progresso seja algo comum a todos e sim privilégio deles. Querem professor dando aula por amor.
Quando se concede benefícios fiscais e tributários a uma grande empresa o custo dessa concessão é pago pelos trabalhadores, pelos pequenos empresários, pelo dinheiro que falta na saúde, na educação. É o caso da COCA COLA que financia parte dessa campanha. Ocupa terras públicas, através de uma empresa chamada CUTRALE, vende a idéia de progresso, geração de empregos, compra deputados, senadores, juízes, etc para manter as terras que repito são públicas e imputa-se a culpa aos trabalhadores rurais sem terra, aos pequenos produtores rurais.
E infestam a mesa do brasileiro de veneno como mostra um excelente documentário do notável Sílvio Tendler sobre agrotóxicos e coisas que tais. O veneno que comemos todos os dias produzido pelos compradores de deputados, senadores. juízes e que agora protestam contra a corrupção, biombo para disfarçar seus verdadeiros interesses.
Se fosse para valer não haveria um banqueiro solto. Estariam todos presos. Nem um grande empresário, ou latifundiário que até hoje se vale de trabalho escravo.
Por mais irônico que possa parecer, ou trágico, os que protestam contra a corrupção e tentam transformar a corrupção em único mal do Brasil são os que corrompem. E a meia dúzia de inocentes a acreditar nesse tipo de marginal.
O institucional está falido. O modelo está corrompido por essa gente. O palco da luta é outro, é dos trabalhadores e é nas ruas contra a farsa de campanhas como essa.
São velhos gatunos tentando fazer ressurgir o golpismo que é parte da genética desse tipo de gente.
Deputados, senadores e juízes corruptos, governadores, são apenas figuras execráveis e compradas que carregam em seus balaios.
Trabalhador não corrompe ninguém. Professor, que é trabalhador, não corrompe ninguém.
Quem corrompe são banqueiros, grandes empresários e latifundiários.
É simples entender isso. A corrupção é parte inseparável do modelo político e econômico que temos.
Jogar por terra toda essa estrutura podre e construir um Brasil livre e soberano, sem essa gente, aí sim, essa é a luta real dos brasileiros.
Não há corrupto sem corruptor.
E por longo que fique, uma breve e real historinha. Nos idos de 2002 a GLOBO estava enfrentando sérias dificuldades de caixa. A GLOBOPAR estava levando o dinheiro da empresa. Tentaram 250 milhões de dólares junto a FHC e como o ex-presidente estivesse demorando muito a liberar o dinheiro, lançaram, inventaram, a candidatura Roseana Sarney à presidência. Chamaram o IBOPE e suas pesquisas prontas para atender o interesse do cliente, levaram Roseana às alturas e aí FHC chamou a turma na conversa.
O capital da GLOBOPAR era o seguinte – 90% da GLOBO, 5% do BNDES e 5% da MICROSOFT. Convocaram uma assembléia geral para aumento de capital de um jeito que esse aumento implicasse nos 250 milhões de dólares e aprovação da emenda constitucional que passava a permitir a presença de capital estrangeiro no setor de telecomunicações. A GLOBO não entrou com sua parte, lógico, estava inclusive ameaçada de falência, havia credores externos apertando os Marinhos, a MICROSOFT que já sabia da mutreta correu fora e o BNDES entrou com a sua parte, dinheiro dos brasileiros. O Congresso aprovou a emenda, o grupo MURDOCH comprou parte da GLOBOPAR. Na semana seguinte a Polícia Federal de FHC estourou o escritório do marido de Roseana achando um milhão de reais ilegais doados para a campanha. Tudo pronto, ficou acertado o apoio da rede a candidatura de Serra. O furo foi exclusivo da GLOBO.
E a GLOBO está na campanha contra a corrupção. Dá para entender os verdadeiros motivos desses bandidos?
A luta é outra. É contra bandidos compradores e comprados. Se bobear essa gente revoga a Lei Áurea e amplia os limites da escravidão contra todos os trabalhadores. Na prática, vão fazendo isso nessa mistura de populismo com capitalismo e campanhas imorais e amorais como essa. Jogo de cena de bandidos para vender imagem de santos.
Fonte:http://abdic.org.br/quem_corrompe.htm
Há dias o País tem assistido a um esforço desesperado de velhos golpistas (torturadores, estupradores, assassinos de 1964), aliados a grandes empresários, banqueiros e latifundiários, para mobilizar os brasileiros contra a corrupção.
Tentam convocar uma nova marcha da família com Deus pela liberdade arvorados em uma condição de salvadores da pátria, do mesmo jeito que fizeram em 1964 sob o comando do embaixador Lincoln Gordon dos EUA e do general Vernon Walthers, ex-diretor da CIA (o governo dos EUA, em 1964 designou um comandante militar para as forças golpistas que entre outras coisas era amigo pessoal de Castelo Branco e falava português).
Apoiados pela grande mídia, a mídia privada, GLOBO à frente, tecem as mentiras de sempre, criam as ilusões que sempre criaram e tentam reduzir a corrupção a deputados, governadores, senadores, prefeitos, até presidente da República.
Dilma repete o malabarismo de Lula, uma no cravo outra na ferradura. O diapasão desse concerto petista é a bolsa família e 45% das receitas orçamentárias para pagar juros da dívida junto a bancos privados.
A diferença entre Dilma e Lula é que a presidente não consegue se equilibrar sobre o fio tênue do “capitalismo a brasileira” que o ex-presidente inventou. É menor que o cargo e ainda carrega consigo alma de tecnocrata. Ou seja, o que vale são os números não o ser humano. Na cabeça dessa gente numa tragédia, digamos assim, se a primeira impressão é que morreram dez quando poderiam ter morrido vinte, houve lucro, deixaram de morrer outros dez. Enxergam o mundo desse jeito.
No sete de setembro a GLOBO editou as matérias sobre o Grito dos Excluídos e a marcha das elites paulistas que tentam espalhar pelo Brasil, jogando tudo no ar como se fosse protesto contra a corrupção. Canalhice bem ao estilo da rede.
Nasceu com a ditadura, apoiou a ditadura e é instrumento de interesses estrangeiros, de banqueiros, grandes empresários e latifundiários.
Trabalhador e professor, por exemplo, não corrompem ninguém. São ludibriados por políticos corrompidos por banqueiros, grandes empresários e latifundiários. Veja o caso de Minas. Quando governador do estado o ex-presidente Itamar Franco anulou um acordo feito pelo seu antecessor, Eduardo Azeredo – corrupto de carteirinha – que entregava a CEMIG a grupos estrangeiros. Aécio, agora, no final de seu governo refez o acordo e entregou a CEMIG.
A mídia disse alguma coisa? Nada. Está no bolso. É venal. E o povo, o trabalhador, os professores mineiros nas mãos de uma aberração política o tal Antônio Anastasia, valet de chambre de toda essa gente, está como? Mas Aécio comprou um apartamento de um milhão de reais no Rio de Janeiro.
Segundo outra aberração, Cid Gomes, “professor tem que dar aula por amor, se acha o salários baixo que procure outra profissão”. Sogra não. O dito leva para Paris em vôo pago pelos cofres públicos.
O esquema de financiamento de campanhas políticas no Brasil permite que empresas, bancos e latifundiários comprem lotes de candidatos em todos os partidos com representação na Câmara ou no Senado através de doações. Tornam-se proprietários lato senso desses deputados, senadores, de governadores, prefeitos, vereadores, atingem o Judiciário e permeiam o Executivo.
Mas e daí?
O xis da questão não está em reformas políticas ou outras, na tentativa de construir painéis coloridos de ilusão e manter uma realidade podre como querem os que se voltam apenas contra os políticos no caso da corrupção.
E quem corrompe? Para que exista um corrupto é necessário que exista um corruptor.
A corrupção está intrinsecamente ligada ao modelo político e econômico vigente. A reforma política tira José Sarney de cena e coloca na cadeia? Não. Sarney serviu a ditadura militar com subserviência e de quatro durante todo o período do regime, da mesma forma que descaradamente emergiu – com a morte de Tancredo – como guia e condutor do processo de reconstrução democrática.
E o povo? A participação popular? Não tivemos uma assembléia nacional constituinte, mas um congresso constituinte e tutelado pelos militares que, entre outras coisas, não permitiram, como tem criado toda a sorte de obstáculos para que sejam revelados os documentos que mostrem a covardia diária dos golpistas/torturadores enquanto durou o regime.
Na passeata contra a corrupção em São Paulo estava um desses generais, eram visíveis bandeiras dos Estados Unidos.
Não foi por outra razão que o pensador e parlamentar inglês Samuel Johnson afirmou que “o patriotismo é o último refúgio dos canalhas”.
O que querem? Mudar os políticos? É só olhar os antigos colaboradores do regime militar, vivos e fortes aí, exercendo mandatos e se afirmando democratas.
O que essa gente pretende é simples. Antônio Ermírio de Moraes compra dez tênis adidas a vista produzidos com trabalho escravo em países asiáticos, inclusive a China e o trabalhador compra um pagando em dez prestações para se sentir num dado momento como Ermírio de Moraes, na ilusão que vivemos numa democracia. O espetáculo, a “sociedade do espetáculo”.
Ermírio de Moraes está destruindo o Espírito Santo – o meio ambiente – com suas empresas, o tal progresso, adoecendo um povo, com aplausos de um ex-governador corrupto e assassino, Paulo Hartung, que de fato continua no covil do governo (chamam de palácio), onde um contínuo chamado Renato Casagrande faz de conta que governa.
Por trás da tal campanha existe a sórdida mentira capitalista, pela simples razão que os corruptos são corrompidos por eles. Não querem pagar impostos, não querem conquistas e direitos dos trabalhadores, não querem que o progresso seja algo comum a todos e sim privilégio deles. Querem professor dando aula por amor.
Quando se concede benefícios fiscais e tributários a uma grande empresa o custo dessa concessão é pago pelos trabalhadores, pelos pequenos empresários, pelo dinheiro que falta na saúde, na educação. É o caso da COCA COLA que financia parte dessa campanha. Ocupa terras públicas, através de uma empresa chamada CUTRALE, vende a idéia de progresso, geração de empregos, compra deputados, senadores, juízes, etc para manter as terras que repito são públicas e imputa-se a culpa aos trabalhadores rurais sem terra, aos pequenos produtores rurais.
E infestam a mesa do brasileiro de veneno como mostra um excelente documentário do notável Sílvio Tendler sobre agrotóxicos e coisas que tais. O veneno que comemos todos os dias produzido pelos compradores de deputados, senadores. juízes e que agora protestam contra a corrupção, biombo para disfarçar seus verdadeiros interesses.
Se fosse para valer não haveria um banqueiro solto. Estariam todos presos. Nem um grande empresário, ou latifundiário que até hoje se vale de trabalho escravo.
Por mais irônico que possa parecer, ou trágico, os que protestam contra a corrupção e tentam transformar a corrupção em único mal do Brasil são os que corrompem. E a meia dúzia de inocentes a acreditar nesse tipo de marginal.
O institucional está falido. O modelo está corrompido por essa gente. O palco da luta é outro, é dos trabalhadores e é nas ruas contra a farsa de campanhas como essa.
São velhos gatunos tentando fazer ressurgir o golpismo que é parte da genética desse tipo de gente.
Deputados, senadores e juízes corruptos, governadores, são apenas figuras execráveis e compradas que carregam em seus balaios.
Trabalhador não corrompe ninguém. Professor, que é trabalhador, não corrompe ninguém.
Quem corrompe são banqueiros, grandes empresários e latifundiários.
É simples entender isso. A corrupção é parte inseparável do modelo político e econômico que temos.
Jogar por terra toda essa estrutura podre e construir um Brasil livre e soberano, sem essa gente, aí sim, essa é a luta real dos brasileiros.
Não há corrupto sem corruptor.
E por longo que fique, uma breve e real historinha. Nos idos de 2002 a GLOBO estava enfrentando sérias dificuldades de caixa. A GLOBOPAR estava levando o dinheiro da empresa. Tentaram 250 milhões de dólares junto a FHC e como o ex-presidente estivesse demorando muito a liberar o dinheiro, lançaram, inventaram, a candidatura Roseana Sarney à presidência. Chamaram o IBOPE e suas pesquisas prontas para atender o interesse do cliente, levaram Roseana às alturas e aí FHC chamou a turma na conversa.
O capital da GLOBOPAR era o seguinte – 90% da GLOBO, 5% do BNDES e 5% da MICROSOFT. Convocaram uma assembléia geral para aumento de capital de um jeito que esse aumento implicasse nos 250 milhões de dólares e aprovação da emenda constitucional que passava a permitir a presença de capital estrangeiro no setor de telecomunicações. A GLOBO não entrou com sua parte, lógico, estava inclusive ameaçada de falência, havia credores externos apertando os Marinhos, a MICROSOFT que já sabia da mutreta correu fora e o BNDES entrou com a sua parte, dinheiro dos brasileiros. O Congresso aprovou a emenda, o grupo MURDOCH comprou parte da GLOBOPAR. Na semana seguinte a Polícia Federal de FHC estourou o escritório do marido de Roseana achando um milhão de reais ilegais doados para a campanha. Tudo pronto, ficou acertado o apoio da rede a candidatura de Serra. O furo foi exclusivo da GLOBO.
E a GLOBO está na campanha contra a corrupção. Dá para entender os verdadeiros motivos desses bandidos?
A luta é outra. É contra bandidos compradores e comprados. Se bobear essa gente revoga a Lei Áurea e amplia os limites da escravidão contra todos os trabalhadores. Na prática, vão fazendo isso nessa mistura de populismo com capitalismo e campanhas imorais e amorais como essa. Jogo de cena de bandidos para vender imagem de santos.
Fonte:http://abdic.org.br/quem_corrompe.htm
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