segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
Sicários políticos e combinação de todas as formas de guerra
Temos dito e insistido nas diferentes formas de matar que o regime colombiano tem. Assim assassinaram mais de 966.000 colombianos –dados oficiais-, e por estes dias estão estreando uma nova forma, criação do Cartel de Medellín, como foram o “sicário em moto” e os “esquartejadores”.
Já vimos a “morte política” da senadora da Paz Piedad Córdoba, a qual foi destituída pelo troglodita procurador, quem se concebe para criar causais de destituição e condenação a gente de esquerda à inabilitação política por mais de 15 anos, como no caso da “Negra” linda.
Em anteriores artigos em Cambio Total e Anncol assinalamos o caráter antidemocrático destas decisões e o uso que a oligarquia lhes dá. São uma arma a mais das armas que utiliza em sua “combinação de todas as formas de luta” ou de guerra, as quais são de todas as cores e sabores do espectro. É claro que esta forma de “assassinato” é encoberta nas leis burguesas e aplicada por funcionários estatais, alguns dos quais são de “camándulas no dia e perversões sexuais na noite”, assim se apresentem como defensores da moral e da cristandade atacando leis progressistas como o aborto e demais
Este banditismo político trata de condenar à morte os setores revolucionários, enquanto pretende exaltar e converter em vítimas àqueles que se alinhem bem a seus projetos de perpetuação no poder. Isso vemos ostensivamente com a eliminação física dos verdadeiros revolucionários, dos quais já vão 25 da Marcha Patriótica e 26 sindicalistas no último ano, enquanto “exaltam” e “atacam” aos outros de forma não letal, apenas para projetar sua imagem para que joguem seu papel como corresponde a um “amigo” que não põe em perigo sua possessão do poder.
Os setores verdadeiramente revolucionários entenderam a mensagem enviada e entraram a cercar a mais recente vítima dos “inimigos da Paz” –o prefeito de Bogotá-, manifestando-se de diferentes maneiras em rechaço à arbitrária destituição e dizendo que o povo está disposto a jogar-se todo pela Paz e a construção de um Novo País, em paz com justiça social e soberania nacional. Já começam as primeiras manifestações deste ano e a mensagem enviada aos fascistas “inimigos da Paz” é que “ao que está tranquilo se deixa tranquilo” porque a luta é contra eles precisamente, já que o que conseguiram é alvoroçar o vespeiro.
Não creiam os setores interessados na “combinação de todas as formas de guerra” que o povo –e as FARC-EP como povo em armas- deixará arrancar de suas mãos esta oportunidade de ouro. A Paz, a imporemos, seja que se conquiste um Acordo em Havana, seja que não se conquiste. As mobilizações massivas do ano passado demonstram que o povo já está cansado de tanta ignomínia e tantas promessas descumpridas e “lançou-se a andar e seu passo de gigante só se deterá quando tiver alcançado sua libertação”.
O povo já sabe que a Paz nunca será um presente da oligarquia e do império. Pelo contrário. A Paz tem que ser imposta a essa oligarquia que fez da guerra sua única forma de governar, já que pelo bem jamais haveriam podido implantar o Neoliberalismo em nosso país. Para poder fazê-lo tiveram que assassinar os milhares de milhares de colombianos que, de maneira pacífica, enfrentaram a repressão mais atroz para o país neoliberal.
Já estamos vendo que os de baixo não querem que os sigam governando como até agora e os de cima não podem conter esses tsunamis de massas, de povo, que se lançaram às ruas e rodovias em defesa de seus direitos longamente violados. Por isso, se faz imperioso nos atuais momentos dar à Mesa de Havana um mandato para alcançar a Paz, seja que o governo queira ou não queira alcançá-la.
Colômbia: Já vamos chegando…
tradução: Joaquim Lisboa Neto
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