sexta-feira, 4 de abril de 2014

Capesinos colombianos: Adelante!!!!

A cúpula agrária: Campesina, étnica e popular realizada com êxito em Bogotá de 15 a 17 de março, convoca a todos e todas, especialmente os campesinos, indígenas, afrodescendentes e setores populares à ação unificada e decidida, em prol de defender o campo e seus habitantes que vem sendo entregue às multinacionais e transnacionais por parte desta classe oligárquica dirigida pelo tartamudo Juan Manuel Santos Calderón.



A declaração é clara, precisa e contundente. Chama à ação. Por isso, a tarefa prioritária, ao lado da campanha eleitoral a favor do duo: Clara López e Aída Avella, Polo Democrático Alternativo e União Patriótica respectivamente, é a de criar em veredas e bairros organização de paralisação, desenvolvendo o conteúdo desta declaração com as particularidades de cada região.



A oligarquia nunca esteve disposta a ceder algumas reforminhas a favor do povo pela via do diálogo e da palavra comprometida. Todas as pequenas conquistas foram fruto da luta popular das massas. Em memória dos 19 campesinos assassinados supostamente pela força pública, o Esmad, especialmente, e a conquista de nossos direitos ignorados e espancados por este regime, participemos ativamente na socialização da declaração desta cúpula e dos pontos fundamentais que a alimentam.



Esta cúpula não é uma dádiva de Santos e sua patota. É um processo unitário em via de amadurecimento a partir das paralisações campesinas e indígenas do ano anterior, que, com o entusiasmo e a coragem dos homens de capote de lã, enxada e facão, estremeceram as estruturas da pálida democracia colombiana e da própria comunidade internacional.



Não se está lutando por pouca coisa. Pelo contrário. A razão da luta é oceânica, imensa e necessária. A democratização do campo, a terra para o campesino, a soberania nacional e a soberania alimentar, a paz com justiça social, a reforma agrária integral, a defesa do meio ambiente, são pontos centrais que devem convocar a todos e a todas.



A luta popular por reformas reivindicativas se deve conectar à luta política. Há a necessidade de politizar as massas ao calor da luta de rua e veredal. A política é poder e esse poder que hoje está ilegal e ilegitimamente no círculo fechado da classe oligárquica deve passar para a classe Proletária. Quer dizer, ao povo representado nos campesinos, indígenas, afrodescendentes, operários, homens e mulheres. A unidade é o caminho.



O protesto popular, campesino e indígena é, antes de tudo, escola teórica-prática que nos ajuda a temperar o aço. Ou seja, a consciência social e de classe. Por isso, não se pode desligar a luta reivindicativa da luta política. Cada conhecimento, cada experiência, devem ser socializados com entusiasmo e critério político. Que não se volte a apresentar frases equivocadas de que o protesto é “apolítico”. Há que aprender dos erros. Por isso, resultam de vital importância os balanços, a crítica e a autocrítica. Esta tem mais valor quando se faz desde a ação, desde a prática. Há que estar dentro do povo e compartilhar com ele seus sonhos, seus triunfos e suas derrotas, não é receitando desde um escritório com ar-condicionado.



O povo deve exigir seu direito a opinar e decidir sobre seu próprio destino; o campesino deve decidir sobre o futuro do campo, sua forma de tê-lo e aproveitá-lo. Verdade, justiça e reparação. Basta, já, de tanta impunidade.



Deu-se um passo importante, há que aprofundá-lo. Diz a declaração: “A Cúpula agrária conseguiu, pela primeira vez na história dos movimentos sociais do país, construir um rol unitário das organizações campesinas, indígenas e afrocolombianas”. Evidentemente, é um fato relevante, histórico, que há que dimensionar e contribuir politicamente para seu desenvolvimento. Uma vez mais, os Comunistas levantamos a bandeira da unidade e da ação teórica-prática. Mão à obra!

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