terça-feira, 6 de julho de 2010

O patriotismo verde-amarelo.

Por Arlete Barbosa Guimarães

O espetáculo Copa do Mundo, acabou, para o Brasil, na sexta feira passada e ouço pessoas que conheço ,comentarem : " troquei logo a camisa verde e amarela por uma outra, não vou ficar vestindo se não tenho nada para comemorar".

O patriotismo dessas pessoas ,infelizmente, só se manifesta na época dessa imensa feira do futebol mundial. Enquanto nossos professores, percebendo salários totalmente inadequados, alfabetizam seus filhos. E nenhuma camisa verde e amarela é vestida para protestar contra isso, com alguma frase mais ou menos assim: "somos brasileiros, nossos filhos têm direito a educação pública de qualidade, paguem melhor os professores".

O ex- jogador de futebol, o médico Sócrates, escreveu que a seleção da CBF que foi à Copa, era formada quase que exclusivamente por jogadores de times estrangeiros sem nenhuma identidade com o povo brasileiro.

Guilherme Scalzilli, historiador e escritor, escreveu que eles nem ao menos eram melhores do que dezenas de atletas que jogam no país que poderiam ter formado uma equipe mais entrosada, motivada e empolgante.
Mas , o " patriotismo" de tempos de copa manifestou-se, em adoração, a esse time nem um pouco brasileiro.

Mas nossos professores de ensino fundamental, são todos genuinamente brasileiros, não exercem a profissão em nenhuma escola de nenhum país estrangeiro e não existe a seleção dos professores e nenhuma feira mundial para que eles defendam a nossa linda bandeira.

Mas, o time estrangeiro perdeu.

Felizmente ou infelizmente?

Nem vou responder a essa minha pergunta.

Acredito que temos agora uma maratona mais importante, que são as eleições de 2010, na qual partidos que até bem pouco tempo eram inimigos estão juntos, em mega coligações, nas esferas estaduais ou federais, conspirando para mais quatro anos de enrolação, comprando, vendendo, num eterno tráfico de influências, numa eterna comercialização de apoio.

Vamos aproveitar esses três meses de campanha eleitoral que hoje se inicia, para refletir em como vamos fazer para que o poder do capital perca, um pouco, pelo menos, sua capacidade de seduzir, de impor, de violentar.

ARLETE BARBOSA GUIMARÃES É ASSISTENTE SOCIAL, SERVIDORA PÚBLICA E POETA EM BELÉM DO PARÁ.

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