O
ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República,
Gilberto Carvalho, disse, nesta quarta (18), que a eleição
presidencial de outubro será a mais difícil de todas as já
disputadas pelo PT, porque, além da correlação de forças
desfavorável, o partido enfrenta 12 anos da propaganda contrária
ininterrupta, disseminada pela mídia monopolista e, agora, pelo
ativismo de um novo ator social: o militante de direita virtual.
“É por
isso que eu digo que essa eleição vai ser a mais difícil de todas,
porque ela enfrenta o resultado desse longo processo. E a correlação
de forças vai ficando cada vez mais complicada pra gente”, afirmou
aos jornalistas, ativistas e midialivristas que participaram, nesta
quarta (18), do debate sobre a Política Nacional de Participação
Social.
Para o
ministro, é só observar o número de parlamentares de direita com
mandatos para ver que é quase um milagre que o PT tenha conseguido
permanecer no poder durante este tempo. “Do ponto de vista da
governabilidade institucional, nos somos uma estrondosa minoria”,
constatou.
“Se você acrescenta ainda que nós não fizemos o debate da mídia para valer, e eu acolho as críticas, nós passamos este tempo todo com uma pancadaria diária que deu resultado. Essa pancadaria diária é o que resulta no palavrão para a Dilma lá no Itaquerão. E no Itaquerão não tinha só elite branca, não”, acrescentou.
“Se você acrescenta ainda que nós não fizemos o debate da mídia para valer, e eu acolho as críticas, nós passamos este tempo todo com uma pancadaria diária que deu resultado. Essa pancadaria diária é o que resulta no palavrão para a Dilma lá no Itaquerão. E no Itaquerão não tinha só elite branca, não”, acrescentou.
Na opinião
de Carvalho, as críticas aos governos petistas já atingem setores
da população que historicamente apoiaram o PT. “Esse cacete
diário de que nós inventamos a corrupção, de que nós aparelhamos
o estado brasileiro, de que nós somos um bando de aventureiros que
viemos aqui para se locupletar, essa história pegou na elite, na
classe média e vai gotejando, vai descendo. Porque nós não demos
combate. Nós não conseguimos fazer o contraponto”, admitiu.
Em função
da conjuntura, o ministro ressaltou a importância da Política
Nacional de Participação Social, lançada em maio pela presidenta
Dilma Rousseff, via decreto, que vêm suscitando grande polêmica no
país. “A articulação com a sociedade é o único caminho capaz
de compensar essa correlação de forças brutal”, afirmou
Carvalho, pedindo amplo apoio ao projeto.
Conforme
ele lembrou, o decreto tem o propósito de articular os canais já
existentes para que a participação social se transforme em método
de governo e o povo, conforme demanda surgida nos protestos de junho,
possa participar mais efetivamente das definições das políticas
públicas. Entretanto, o coro que vem da direita oposicionista chega
ao limite de classificá-la como estratégia para implantar o
comunismo no país ou transformar o Brasil na Venezuela.
Carvalho
destacou ainda que o decreto, ao contrário do que alardeia a
oposição, tem um conteúdo inocente e até inofensivo: a política
não cria novos conselhos, não retira atribuições do Congresso
Nacional ou entes federativos, não desrespeita o papel dos
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e tão pouco
submete as instâncias de participação social a quaisquer espécies
de controle centralizado.
Para ele,
os ataques ao projeto, muito mais de que uma oposição real ao seu
conteúdo, destacam a força crescente do conservadorismo no país
que quer prevalecer nas urnas. “O decreto tem um significado
simbólico muito além do prático. O que está em jogo é uma
disputa de hegemonia. E nós temos que encarar esse debate”,
conclamou.
Críticas
pela esquerda
Os
jornalistas, ativistas e midialivristas que participaram do bate-papo
rechaçaram as críticas à Política Nacional de Participação
Social marteladas pelos setores de direita, mas também fizeram duras
cobranças ao governo. Para a maioria, o projeto só terá
efetividade se for combinado com outras políticas públicas como a
de democratização da mídia, cuja discussão está interditada
desde que a presidenta Dilma assumiu a presidência, e a Política
Nacional de Banda Larga, estagnada nos gabinetes do Ministério das
Comunicações.
Os
militantes destacaram também que, para que o projeto ganhe mais
respaldo de setores da sociedade civil, é preciso que, primeiro,
conquiste o compromisso de ser implantado por todos os setores do
próprio governo.
“Um dos
problemas é que esta política não é hegemônica nem dentro do
governo. No campo dos movimentos de democratização da comunicação,
a dificuldade não é entender o quanto ela é importante, mas saber
o quanto há decisão política do governo para que esta política
saia do papel”, verbalizou Bia Barbosa, da coordenação do
Coletivo Intervozes e da executiva do Fórum Nacional de
Democratização da Mídia.
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