O Conselho Interreligioso russo exigiu a unificação de todos os nomes do grupo terrorista proibido na Rússia, que na mídia é conhecido como ISIL, ISIS ou Estado Islâmico (EI). Ao que se sabe, após este pedido muitas edições resolveram seguir a proposta. A Sputnik esclarece a razão por trás da exigência.
De acordo com o Conselho, o nome que os militantes usam para se referir a si mesmos dá uma noção errada de Islã.
O vice-chefe da Administração clero de muçulmanos da Rússia
Damir-hazrat Mukhetdinov explicou o uso linguístico da palavra e a noção
religiosa:
"O mais correto é chamar a organização de acordo com a sigla árabe Daesh. É claro que a tradução em russo seria a mesma [Estado Islâmico do Iraque e Levante], mas não é óbvio, quando jornalistas escrevem Daesh. Por exemplo, o que é 'Al-Qaeda'? Nós não traduzimos isso em russo e, por esta via, não demos o equivalente à palavra, que significa 'regras'. Mas, no caso do uso do nome 'Estado Islâmico', a palavra Islã é usada no significado errado".
Daesh, ISIS, ISIL – o que tudo isto significa?
"Daesh" é a sigla em árabe para al-Daula al-Islamiya al-Iraq wa Sham (Estado Islâmico do Iraque e Sham [Levante]). O mais correto seria "Daish", mas a variante "Daesh" é mais usada na mídia, o que é mais correto do ponto de vista de pronúncia.
O acrônimo ISIS é usado amplamente na mídia em inglês e significa Estado Islâmico do Iraque e Síria, o que provoca muita controvérsia, já que o Iraque e a Síria são dois Estados soberanos que não têm nada a ver com os terroristas cujas ações sangrentas sacodem o mundo inteiro. Altos diplomatas e políticos em várias línguas, inclusive o inglês, usam o acrônimo “ISIL” no qual a única coisa que difere da sigla anterior é a letra “L” que significa Levante – uma região não determinada de forma precisa e que abrange Síria, Palestina, Jordânia e Líbano.
Como é geralmente sabido, a guerra deve ser travada em todas as frentes, inclusive na mídia e na opinião pública.
Em árabe, esta palavra é semelhante à "Daes", que significa "aquele que esmaga algo" ou "Dahes" que pode ser traduzido como "aquele que semeia a desordem".
Segundo divulgou o jornal britânico Mirror, citando o canal de TV norte-americano NBC, militantes do grupo terrorista ameaçaram "cortar as línguas de cada um que pronuncie a palavra 'Daesh'". Além disso, nos territórios controlados pelo grupo terrorista, o uso da palavra "Daesh" não só é proibido, mas o castigo são 70 chibatadas, informou o jornal britânico The Independent.
Quer dizer, os próprios terroristas oferecem mais uma razão para usar ainda mais ativamente a palavra "Daesh" porque o que é mau para os terroristas é bom para o mundo.
O Estado Islâmico não é um Estado!
O nome "Estado Islâmico" implica uma certa noção de instituição, o que claramente não tem nada a ver com a realidade. Para evitar esta noção, é melhor referir-se aos terroristas usando o termo "Daesh" porque de fato os terroristas em questão representam um quase-Estado que nunca foi reconhecido formalmente nem internacionalmente.
Enfim, chamar "Estado" a um grupo de criminosos que cortam gargantas perante as câmeras é demasiada honra.
Não ao califado global! Os terroristas do Daesh desistiram da ligação regional (a autodesignação de Estado Islâmico do Iraque e do al-Sham) e adotaram "Estado Islâmico" porque não respeitam fronteiras estatais e pretendem construir um califado global. Posicionam-se como uma formação religiosa supranacional – retiraram todas as referências à Síria e ao Iraque dos livros de estudo nas escolas nos territórios controlados e eliminaram a fronteira entre a Síria e o Iraque nas áreas que controlam.
Por isso, não querem ver nenhuma referência aos nomes de Estados (neste caso, o Iraque) e territórios históricos (neste caso é o al-Sham). Seguindo o princípio "o que é mau para os terroristas, é bom para o mundo" não devemos dar aos terroristas "combustível" para a construção do califado global, ou seja, devemos guardar a referência regional no nome do grupo terrorista – o Daesh inclui esta referência; o Estado Islâmico, não. O Daesh deve ser localizado e destruído! Não devemos dar aos terroristas a possibilidade de expandir-se globalmente.
"O mais correto é chamar a organização de acordo com a sigla árabe Daesh. É claro que a tradução em russo seria a mesma [Estado Islâmico do Iraque e Levante], mas não é óbvio, quando jornalistas escrevem Daesh. Por exemplo, o que é 'Al-Qaeda'? Nós não traduzimos isso em russo e, por esta via, não demos o equivalente à palavra, que significa 'regras'. Mas, no caso do uso do nome 'Estado Islâmico', a palavra Islã é usada no significado errado".
Daesh, ISIS, ISIL – o que tudo isto significa?
"Daesh" é a sigla em árabe para al-Daula al-Islamiya al-Iraq wa Sham (Estado Islâmico do Iraque e Sham [Levante]). O mais correto seria "Daish", mas a variante "Daesh" é mais usada na mídia, o que é mais correto do ponto de vista de pronúncia.
O acrônimo ISIS é usado amplamente na mídia em inglês e significa Estado Islâmico do Iraque e Síria, o que provoca muita controvérsia, já que o Iraque e a Síria são dois Estados soberanos que não têm nada a ver com os terroristas cujas ações sangrentas sacodem o mundo inteiro. Altos diplomatas e políticos em várias línguas, inclusive o inglês, usam o acrônimo “ISIL” no qual a única coisa que difere da sigla anterior é a letra “L” que significa Levante – uma região não determinada de forma precisa e que abrange Síria, Palestina, Jordânia e Líbano.
Em árabe, a região do Levante chama-se al-Sham e
é também conhecida como Síria. Resumindo, Levante e al-Sham são quase a
mesma coisa.
"Daesh" porque os terroristas odeiam o nomeComo é geralmente sabido, a guerra deve ser travada em todas as frentes, inclusive na mídia e na opinião pública.
Em árabe, esta palavra é semelhante à "Daes", que significa "aquele que esmaga algo" ou "Dahes" que pode ser traduzido como "aquele que semeia a desordem".
Segundo divulgou o jornal britânico Mirror, citando o canal de TV norte-americano NBC, militantes do grupo terrorista ameaçaram "cortar as línguas de cada um que pronuncie a palavra 'Daesh'". Além disso, nos territórios controlados pelo grupo terrorista, o uso da palavra "Daesh" não só é proibido, mas o castigo são 70 chibatadas, informou o jornal britânico The Independent.
Quer dizer, os próprios terroristas oferecem mais uma razão para usar ainda mais ativamente a palavra "Daesh" porque o que é mau para os terroristas é bom para o mundo.
O Estado Islâmico não é um Estado!
O nome "Estado Islâmico" implica uma certa noção de instituição, o que claramente não tem nada a ver com a realidade. Para evitar esta noção, é melhor referir-se aos terroristas usando o termo "Daesh" porque de fato os terroristas em questão representam um quase-Estado que nunca foi reconhecido formalmente nem internacionalmente.
Enfim, chamar "Estado" a um grupo de criminosos que cortam gargantas perante as câmeras é demasiada honra.
Não ao califado global! Os terroristas do Daesh desistiram da ligação regional (a autodesignação de Estado Islâmico do Iraque e do al-Sham) e adotaram "Estado Islâmico" porque não respeitam fronteiras estatais e pretendem construir um califado global. Posicionam-se como uma formação religiosa supranacional – retiraram todas as referências à Síria e ao Iraque dos livros de estudo nas escolas nos territórios controlados e eliminaram a fronteira entre a Síria e o Iraque nas áreas que controlam.
Por isso, não querem ver nenhuma referência aos nomes de Estados (neste caso, o Iraque) e territórios históricos (neste caso é o al-Sham). Seguindo o princípio "o que é mau para os terroristas, é bom para o mundo" não devemos dar aos terroristas "combustível" para a construção do califado global, ou seja, devemos guardar a referência regional no nome do grupo terrorista – o Daesh inclui esta referência; o Estado Islâmico, não. O Daesh deve ser localizado e destruído! Não devemos dar aos terroristas a possibilidade de expandir-se globalmente.
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