domingo, 4 de outubro de 2015

A quem interessa a guerra?


Por Antonia Simón Nariño, integrante da Delegação de Paz das FARC-EP
Se a guerra produz um mar imenso de miséria, dor, morte, tristeza, fome, deslocamento, agressões; se sepulta valores e impede o desenvolvimento pleno da vida; se gera condições cada vez mais exacerbadas de decadência e ruína inevitável. A quem, então, interessa a guerra? A quem interessa manter a maquinaria de morte como se esta fosse uma lição histórica a honrar?
A guerra passa a se posicionar como axioma universal e cultural da humanidade após ser constante e se apresentar como irremediável. Porém a guerra não é um fenômeno de ficção, é antes de tudo um produto social e portanto sua terminação e transformação num sentido ascendente para a humanidade depende somente dos mesmos homens que a protagonizam; tanto dos que a geraram e impuseram como dos que se veem impelidos a resistir a ela.
Sim, é um fato real, como consequência das contradições sociais a guerra tem marcado o vir a ser histórico da humanidade, ninguém é alheio a este fenômeno que altera, convertendo-se numa situação imposta. Os povos participam desta empurrados por necessidade para resistir, para não desaparecer, é a forma de sobreviver, de não se deixar extinguir. Porém, isto não significa que a guerra seja a situação desejada para viver; quem quer a guerra, a morte, a violência, a fome, a dor, a solidão, a desolação, o medo, o terror? A ninguém lúcido lhe surge por vocação o desejo de praticar a guerra nem, pior ainda, mantê-la, não pode ser esta uma situação sempiterna.
Agora, bem, nada se dá da noite pro dia, nem surge porque, se é imperdoável passar por ingênuos ante o desenlace dos acontecimentos após a busca da solução do conflito que nossa nação vive, não se pode ser indiferente à solução dialogada e a sua posterior execução de transformações, tudo em mãos do povo e para o povo.
Quem não quer acabar a guerra? ¿Por acaso as mulheres e homens do povo colombiano, não querem o disfrute e o bem-viver? ¿Qem deseja manter a guerra e ser esquivo à sua superação?
Só, aqueles que lucram dela, pois foi convertida por eles num negócio. Assim de simples.




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