Por: Edilson Romaña, integrante da Subcomissão Técnica das FARC-EP
É uma política bem elaborada a partir do norte, para os países que buscam mudanças democráticas, com justiça social, com equidade e preservação do meio ambiente. Informes de ONGs assinalam que, no que já transcorreu no ano de 2015, já vão 900 líderes sociais vítimas de diferentes ataques, entre eles: ameaçados, encarcerados, perseguidos, torturados, desaparecidos, vítimas de falsos positivos judiciais e assassinados.
O mundo inteiro se pergunta: quantos mortos mais necessita pôr nossa martirizada pátria para que encontrem espaços políticos democráticos abertos? Já basta! A oligarquia colombiana não pode continuar banhando o território de sangue, enquanto a cada dia bloqueiam os espaços para o debate, para as ideias, para gerar mudanças nas estruturas do regime que, na verdade, se possa viver sem a angústia do terror e da morte que se vive nos distintos territórios do país.
Quando mudará a doutrina e a mentalidade mesquinha, daqueles que se sustentaram no poder por mais de 200 anos? Quando mudarão seu método de que ‘os que não estejam comigo serão meus inimigos’? Quando o povo colombiano poderá lugar pela justiça social sem que lhe encarcerem, persigam, desapareçam, ameacem, desterrem, assassinem etc seus líderes [homens e mulheres]?
O certo é que a vontade política por parte do Estado a cada dia se faz mais ausente para alcançar uma paz estável e duradoura, onde possamos novamente nos abraçar, rir e cantar de alegria porque chegou a reconciliação do povo em seu conjunto. O congresso não pode continuar legislando a favor dos grandes interesses das transnacionais e contra as maiorias empobrecidas que a cada dia são obrigadas ao deslocamento e à emigração até o ponto em que a Colômbia é segundo país com mais emigrantes no mundo.
Sem dúvida, estamos vivendo os tempos de fins dos anos ’80 e inícios dos ’90, quando o militarismo se enfureceu contra a União Patriótica, o Partido Comunista e demais movimentos políticos democráticos do país, até o ponto em que chegou a assassinar quatro candidatos presidenciais sem importar a que partidos representavam.
Assim que não há coerência no que se diz em Havana e o que se aplica em Colômbia. Já tendo chegado a acordos parciais nos pontos um, Reforma Agrária Integral, e dois, que é Participação Política, se faz todo o contrário, até no caso do ponto quatro, Solução do Problema de Cultivos Ilícitos, se continua com a investida contra os campesinos, com fumigações do herbicida Glifosato, desconhecendo todas as denúncias e recomendações internacionais sobre os desastres humanitários e de meio ambiente que esse químico produz.
Apesar de todo o acontecido, nossa vontade de paz é inquebrantável, porque a luta da insurgência é e tem sido de buscar saída ao doloroso drama que a Colômbia vive. Nunca nos levantamos de uma Mesa de Conversações porque, acima de tudo, está a paz sagrada dos povos do mundo.
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Equipe ANNCOL - Brasil
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