Davis Sena Filho é editor do blog Palavra Livre
Eles, os varões de Plutarco do sistema judiciário, que "Fazem a Diferença" e que, inadvertidamente e imprudentemente, recebem prêmios como se fossem "operários padrões" dos plutocratas tupiniquins, bem como participam de eventos oficiosos e sociais de uma burguesia que resolveu tirar do poder, a qualquer custo, o Partido dos Trabalhadores, além de lincharem moralmente em público suas lideranças, nas pessoas de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, calaram-se desta vez, a demonstrar, sem sombra de dúvida, que procuradores, delegados da PF e juízes, especificamente o varão condestável de primeira instância, o juiz Sérgio Moro, possuem preferência política, opção partidária e cor ideológica.
Tais políticos de viés tucano e capas pretas, à la Batman, são autoridades do judiciário que resolveram efetivar a meganhagem no Brasil, a relembrar os meganhas do DOI-Codi e do Dops dos tempos da ditadura civil-militar, sendo que se associaram aos interesses partidários e eleitorais do PSDB, um partido cujas lideranças são blindadas por esses servidores públicos, que contam ainda com a "preciosa" cooperação da pior imprensa de mercado do planeta, porque a mais corrupta, de histórico golpista e determinada a não a aceitar, de forma prepotente e arrogante, os resultados das eleições em que Dilma Rousseff teve quase 55 milhões de votos.
É inacreditável a ousadia e o atrevimento dessa gente, no caso os irmãos Marinho, que até hoje consideram o Brasil a fazenda de escravos deles, no que diz respeito à postura dessas pessoas que se consideram acima das leis, ao ponto de pagarem multas altíssimas para manterem seus desejos e autoritarismo, no que concerne a construir o verdadeiro triplex luxuoso (este, sim, e não o de Lula, que nunca foi dele), edificado de forma ilegal, em terreno público, que pertence a uma reserva ecológica, em Parati — município do litoral sul do Estado do Rio de Janeiro.
Este fato é apenas um dos casos nebulosos que envolvem a família Marinho, que se tornou poderosíssima no decorrer da ditadura de 21 anos, que assolou o Brasil, assim como é até hoje detentora de um oligopólio midiático dos maiores e mais poderosos do mundo, ao ponto de influenciar na vida brasileira, como se fosse um estado dentro do estado, sempre disposto a impor sua agenda política e econômica, a fazer política sistematicamente contra os governos que tal família considera seus inimigos, bem como tenta pautar o presidente eleito, como se ele fosse relegado a um simples papel de empregado ou subordinado aos ditames dos plutocratas que os Marinho são e também representam.
Contudo, realmente, a vergonha do Brasil e de seu povo são autoridades judiciárias, a exemplo do juiz Sérgio Moro e dos procuradores Carlos Fernando Santos Lima e Deltan Dallagnol. Eles simplesmente se recolheram e se calaram diante do escândalo que é o triplex luxuoso dos Marinho construído ilegalmente em área pública e de preservação ambiental. O triplex, para deixar insone os políticos que militam no MP, na PF e na Justiça, que se associaram ao PSDB e aos interesses dos magnatas bilionários de imprensa, consta na Lava Jato, porque documentos comprovam que as offshores investigadas na Lava Jato são donas do triplex da família Marinho, que também é acusada de sonegar impostos das transmissões da Copa do Mundo de 2002, bem como processos contra a Globo "sumiram" pelas mãos de uma servidora da Receita, no Rio de Janeiro, que estava de férias e se prontificou a dar um sumiço nos papéis, no dia 2 de janeiro de 2007.
O Leão do Fisco determinou que se fizesse um sindicância no posto da Receita em Ipanema, onde trabalhava a agente administrativa Cristina Maris Ribeiro da Silva, portadora de senha para mexer no sistema, bem como envolvida na época em sete processos contra sua pessoa, inclusive o de modificar o CPF de pessoas com nome sujo na praça, que lhe pagavam pelos seus "serviços", de forma que os devedores limpassem seus nomes e pudessem novamente fazer compras e assinar contratos sem quaisquer problemas.
Porém, apesar de Cristina ser um peixe pequeno, o que está por trás desse acontecimento é que grandes tubarões da economia brasileira se locupletam na terra de ninguém que se tornou o Brasil há séculos, porque, simplesmente, os ricos e poderosos podem tudo, inclusive corromper servidor público para se beneficiar, tirar vantagens e não pagar o que deve ao Fisco, ou seja, ao povo brasileiro, que, prejudicado, não é atendido devidamente pelo Estado nacional, porque os ricaços deste Pais sonegam, corrompem e roubam apenas para levarem uma vida nababesca, dignas de xeique, sultão e emir.
Se os ricos roubam bilhões, teremos menos saúde, educação, segurança e infraestrutura. São bilhões. Cifras incontáveis, pois sonegadas em centenas ou milhares de escândalos, cuja maioria está envolvida as classes abastadas da casa grande. Fato! E aí vem o juiz, o delegado e o promotor, para causar polêmicas e propiciar manchetes, com o sítio de Lula, que não é do Lula, com o triplex que não é do fundador do PT, com barco de R$ 4 mil de dona Marisa etc. etc. etc. Cometem vazamentos criminosos e ninguém demite e pune esses caras. Vazamento todo o dia. De maneira que Lula e quem é considerado inimigo do consórcio MP-Justiça-PF-Imprensa escravocrata sejam desmoralizados até que suas imagens sejam destruídas e queimadas na fogueira "santa" dos moralistas sem moral que dão golpes, em nome da corrupção, há mais de cem anos. Durma-se com um barulho desses. É inaceitável.
Quer mais exemplos? Os escândalos do HSBC, da Zelotes e da Lista de Furnas, que até agora, inacreditavelmente, pois surreal, os procuradores, juízes e delegados da PF não colocaram ninguém na cadeia, sendo que os nomes dos corruptos e sonegadores são de megaempresários e políticos do PSDB, do DEM e seus aliados, que governam estados da grandeza de São Paulo e fazem parte da escala do PIB nacional, além de gente famosa e de magnatas bilionários de imprensa de todas as mídias cruzadas, como a família Sirotsky, associada à Globo e detentora de seus direitos no sul do País. E o que aconteceu? Autoridades do sistema judiciário, ou seja, delegados, procuradores e juiz de primeira instância resolveram investigar o Lula e seu filho, Luís Fábio. Realmente, esses caras resolveram tratar os brasileiros como idiotas, o que é passível de ser considerado ofensa e insulto à inteligência alheia e ao discernimento dos cidadãos sobre o que é justo e injusto.
É verdade. Talvez porque eles consideram todos os brasileiros idiotas ou coxinhas de classe média que vestem a camisa da Seleção Brasileira e acham que por causa disso são nacionalistas e amantes deste País, quando, na verdade, odeiam o Brasil e seu povo, adoram os Estados Unidos e meia dúzia de países da Europa, além de serem portadores de um inenarrável e intangível complexo de vira-lata, realidades estas que os transformam em apenas replicadores do que os meios de comunicação de massa propagam, pois, além de politicamente de direita, são pessoas que reagiram com ódio à ascensão dos pobres, o que as levam a se alinharem com os interesses da casa grande, mesmo sendo a classe média coxinha beneficiada como foi durante 11 anos, e muito, pelos governos petistas de essências trabalhistas.
Assim se dão as coisas no Brasil. Temos o sistema judiciário a fazer política e a se aliar aos partidos da oposição de direita, especialmente ao PSDB e ao DEM, que estão há 14 anos sem controlar a Presidência da República, o que lhes causa a péssima sensação de abstinência, como se fossem alcoólicos ou viciados em cocaína.
Realmente, a direita brasileira, uma das mais perversas e preconceituosas do mundo, ter de ficar mais de dez anos sem mandar no Orçamento da União causa-lhe a síndrome do pânico, bem como estar fora do poder federal propicia à direita o exercício da molecagem e a meganhagem, em todos os fóruns a que recorre, como o TSE, o STF, o Congresso, a PGR e a Justiça de primeira instância, onde vicejam o juiz Sérgio Moro e seus seguidores da PF aecista do Paraná e do MP "Os Intocáveis", com a devida cooperação da pior imprensa de negócios privados do mundo: a dos magnatas bilionários, responsáveis pelo mais genuíno, autêntico e irresponsável jornalismo de esgoto.
O jornalismo de esgoto e de patifarias, que joga pedra no telhado dos outros, sendo que tem telhado e paredes de vidro, que é, indevidamente e irresponsavelmente, protegido pelo sistema judiciário, que ao invés de servir aos interesses do povo brasileiro, serve aos poderosos, aos bilionários, à plutocracia da forma mais vergonhosa possível, inclusive a frequentar os regabofes e as comezainas da casa grande, patroa de certos setores da Justiça, da PF e do MP. Querem transformar o Brasil em Itália, quando o sistema judiciário daquele país trocou os pés pelas mãos e deu no que deu: vinte anos de Sílvio Berlusconi — a corrupção em forma de rotina. Surreal!
Sérgio Moro ainda não entendeu ou finge não compreender que as mídias hegemônicas são intrinsecamente corruptas, porque suas ações são inerentes ao que tange a defender os interesses dos grandes trustes e conglomerados nacionais e internacionais. Por causa desse processo difícil de controlar, porque o poder da riqueza requer acesso aos poderes constituídos, que o juiz Moro erra seriamente, porque não há e nunca existirá condições de a Justiça, por exemplo, associar-se ao poder midiático privado, como juízes, imprudentemente, estão a fazer, sendo que as empresas de comunicação privadas, muito além de suas forças e desejos, já o são corruptas por somente existir. São trustes e trustes mexem com muito dinheiro e interesses não confessáveis.
Para se ter uma Justiça imparcial e justa, seus servidores pagos com o dinheiro do contribuinte não podem se aproximar do poder midiático, de caráter privado e somente voltado ao lucro. Do contrário, vai acontecer o que tem de acontecer: a desconfiança contra a Justiça vai gerar tantas dúvidas que vai ser muito difícil para a sociedade brasileira acreditar na Justiça, um poder que é uma verdadeira caixa preta, onde se decidem as vidas das pessoas, das empresas e do poder público em todos seus setores e segmentos.
A mentira tem pernas curtas, e, evidentemente, que as ações de Sérgio Moro e dos "Intocáveis" do MP e da PF vão ser questionadas no âmbito do Estado de direito. Agora o Brasil se transformar em uma República de juízes, promotores e delegados é o fim da picada, pois se trata de um golpe tão pior ou igual à ditadura militar, porque o Brasil já vivencia há 30 anos a plena democracia, com eleições diretas para todos os níveis. Se querem mandar, que concorra às eleições e receba votos do povo, da sociedade. Este é o único caminho em uma democracia como a brasileira.
Portanto, não vai ser um punhado de servidores públicos que vão destituir presidentes e extinguir partidos, enquanto a oposição e seus governos, que cometeram todo tipo de corrupção é blindada e protegida pelo mesmo sistema judiciário que resolveu fazer política e punir apenas um lado. E logo o lado cujos governos foram os que mais combateram a corrupção e deram liberdade a policiais para que pudessem exercer seus cargos e funções sem pressões e falta de equipamentos, logística e pessoal.
Se o juiz Moro e seus asseclas do consórcio Justiça-MP, PF-Imprensa empresarial pensam que derrotar e desmoralizar os partidos tradicionais que estão no poder, bem como desconstruir a imagem de lideranças populares como as de Lula e de Dilma, estão redondamente enganados. As pessoas, por mais humildes que possam parecer, não são idiotas e vacas de presépio. Elas não vivem a ler a Veja, a Folha e O Globo sentadas em privadas. Se fosse assim, o PT e suas lideranças não ganhariam eleições, como o fez no passado o PTB de Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola.
Comparar as ações de Moro e seus varões de Plutarco com às da Itália é um acinte, um deboche e desfaçatez sem precedentes. E por quê? Porque a verdade é nítida e visível sobre a moral e o moralismo praticado e efetivado pelo sistema judiciário, que somente enxerga um lado da moeda. Não investiga, não prende e não julga os dois lados, porque o sistema judiciário se partidarizou e judicializou o processo político e eleitoral, com a intenção de derrotar o Governo e seus candidatos. Ponto. E o lado do Judiciário é o PSDB, com o apoio da imprensa mais corrupta do mundo ocidental, a brasileira, que nasceu bandida e covarde, porque sempre defendeu os mais fortes — os que podem mais.
Os questionamentos e os processos contra a família Marinho e outras famílias midiáticas estão por aí, a se decomporem nos escaninhos empoeirados guardados e vigiados por burocratas da PF, do MP e da Justiça, que resolveram fazer política e serem "republicanos" apenas contra um lado — o lado do PT, mas jamais do PSDB e dos megaempresários que estão envolvidos em todo tipo de crimes e corrupções, mas que, inacreditavelmente, dormem em berços esplêndidos e passeiam livres, leves e soltos por todos os lugares, preferencialmente em Miami, Orlando e Nova York, além dos paraísos fiscais espalhados pelo mundo.
O juiz Sérgio Moro tem lado. E é isto que parcela importante da população vê e percebe, mas espera que o magistrado que "Faz a Diferença" para a família Marinho tome alguma atitude no concerne à Lava Jato, especificamente, no caso do verdadeiro e luxuoso triplex de Parati, enquanto o sítio do Lula, que não é do Lula, e seu "triplex" do Guarujá, que também não pertence ao ex-presidente tomam as manchetes dos jornais televisivos, da internet, das revistas, dos jornais impressos e das rádios dos magnatas bilionários acostumados a cuspir para cima, de forma que o cuspe caia na cabeça do povo brasileiro.
A verdade é que o sistema judiciário se cala perante os malfeitos dos Marinho e ratifica ser a vergonha do Brasil. O juiz Sérgio Moro e os procuradores Carlos Fernando Santos Lima, Deltan Dallagnol e Cia. fecharam a boca, e, obviamente, nada vai ser vazado sobre o triplex dos Marinho. Tais magnatas bilionários não são do PT e fazem oposição violenta aos governos trabalhistas em todas as épocas. Cada País tem o Judiciário que merece. É isso aí.