La Habana, Cuba, sede dos Diálogos de paz, 2 de fevereiro 2016 Ano da paz
Ao início desta nova jornada de trabalho pela Paz da Colômbia em Havana, manifestamos o beneplácito das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, Exército do Povo [FARC-EP], pela disposição dos países membros da CELAC a integrar a Missão Política surgida da Resolução 2261 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que levará a cabo a vedoria e o monitoramento do eventual Cessar-Fogo e de Hostilidades, Bilateral e Definitivo, e igualmente da Deixação das Armas, uma vez seja firmado o respectivo acordo.
Ao aceitar este serviço altruísta e de humanidade que busca propiciar o fim de uma prolongada guerra, reafirmam as chefas e os chefes de Estado e de Governo da América Latina e do Caribe, por ocasião da IV Cúpula da CELAC ocorrida em Quito, que a terminação do conflito em Colômbia beneficiará a toda a região e reafirma os propósitos acordados na Proclama de América Latina e do Caribe como Zona de Paz.
De todo coração, obrigado Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos por sua solidariedade com Colômbia. Os povos de Nossa América e todos os povos do mundo têm direito à paz; a paz como direito síntese, condição fundamental para a concretização de todos os direitos humanos. Os povos, sim, os povos mobilizados devem ser os protagonistas principais da luta justa por paz e vida digna.
Em intercâmbios sustentados nos últimos dias entre a Delegação de Paz das FARC-EP e um importante grupo de dirigentes de partidos de esquerda e progressistas da Colômbia, e posteriormente com o ex-prefeito de Bogotá, Gustavo Petro, explicávamos que o detonante da solidariedade mundial com a paz da Colômbia, sem dúvida, tinha a ver com a concretização de novos acordos decisivos para a marcha do processo relacionados com as Vítimas do Conflito; Desescalada da guerra; adoção do Sistema Integral de Verdade, Justiça, Reparação e Não Repetição; o entendimento para a criação da Comissão de Esclarecimento da Verdade, e, de maneira relevante, o acordo sobre Jurisdição Especial para a Paz, que definitivamente contribui para tirar do caminho obstáculos que pareciam irremovíveis, o que tem feito com que a chama da esperança tremule com mais força no coração dos que desejam reconciliação.
Para que o processo de paz alcance novas metas, se necessita que o povo da Colômbia continue empurrando-o para frente, com mais paixão, porque é agora ou nunca que teremos paz com dignidade. Por isso, e pensando na participação do povo, plenamente convencidos de que a construção da paz é assunto da sociedade em seu conjunto que requer a participação de todos, com os líderes da esquerda e partidos progressistas abrimos o debate, para o qual convidamos a todo o país, sobre a urgência de um acordo social e político pela paz e pela Constituinte, assim como os efeitos desastrosos da mudança climática.
De maneira especial agradecemos o imenso apoio ao propósito da paz que brindaram com sua presença em Havana e suas ideias amigos da reconciliação da Colômbia, como o ex-diretor da Unesco, Federico Mayor Zaragoza, Ana Isabel Prera, o sociólogo argentino Atilio Borón, o ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica e a senadora Lucía Topolansky.
DELEGAÇÃO DE PAZ DAS FARC-EP
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