Por
Jaime Caycedo Turriago.
A
Frente Ampla pela paz, soberania, democracia e justiça social
assumiu com sentido cidadão e patriótico o chamado das FARC-EP de
exercer uma vedoria ao cessar-fogo unilateral, inicialmente proposta
junto com UNASUL, CELAC e CICV, entidades interestatais as primeiras
e organização não governamental a última, sujeitas todas elas ao
beneplácito do governo colombiano, que não tem sido afirmativo. Com
total consciência do desafio proposto, de maneira diligente sua
coordenação adiantou consultas com a Defensoria do Povo, a
secretaria geral da Unasul, a Conferência episcopal, entre outras
entidades, com o objetivo de precisar os alcances e as possibilidades
de tão honroso compromisso com a paz.
Tudo
isso implica riscos no marco da polarização guerreirista dominante.
Não tardaram as acusações nem as ameaças. Nesta terça-feira, no
entanto, se rendeu um primeiro informe ao cumprir-se um mês da
trégua unilateral por tempo indeterminado decretada pelas FARC-EP.
Corresponde à grande expectativa criada pela audaz iniciativa,
vinculada à necessária desescalada da guerra, a consideração
política do cessar bilateral do fogo e a aproximação a um
armistício. Sem dúvida, o gesto de cessar unilateral por tempo
indeterminado tornou mais verossímil o processo frente à propaganda
de guerra do estabelecimento que não poupa ocasião de relançar
todas as insídias da desconfiança, que fazem o jogo dos poderes
contrários a uma solução política.
A
Frente Ampla representa o componente social ativo da mobilização
cidadã em favor da paz democrática, decididamente comprometida com
a necessidade das mudanças institucionais indispensáveis para
assegurar o trânsito a uma convivência de equidade que inclui não
só valores como a fraternização, a respeito pelo outro e a
solidariedade, como também implica na coexistência pacífica das
diferenças e da luta por mudanças e alternativas de fundo aos
fatores que têm sido causas eficientes da guerra. Por isso, a Frente
é, ademais, um espaço de convergências e de ações, de diálogos
e iniciativas, de pedagogias e impulsos culturais onde é possível
centrar o programa de uma construção da democracia social com uma
crescente presença dos movimentos populares. A Frente tem que ser
uma avançada da justiça social, de mudanças nas relações rurais,
da plenitude dos direitos trabalhistas e das liberdades sem
limitações, da reivindicação completa das vítimas, da
humanização dirigida da sociedade em seu conjunto.
Para
o campo de ideias e de forças que se representam e se pensam na
Frente Ampla, tem sentido conceber a participação política
eleitoral nas eleições locais de outubro como um desenvolvimento
consequente de seu compromisso com a paz. Não se trata só de
contradizer a influência que a ultra direita tenta consolidar
regionalmente, senão que de construir as novas experiências
alternativas que prefigurem a mudança democrática historicamente
reprimida em Colômbia. Para o Partido Comunista, a União Patriótica
e Marcha Patriótica existem coincidências necessárias que convocam
a todos os cidadãos e todas as cidadãs honest@s a unirem a paixão
pela paz com a paixão pela mudança democrática que permita
consolidá-la e torná-la duradoura.
Editorial Voz
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