Um mês
cumpre hoje o cessar-fogo unilateral, verificável e por término
indefinido, declarado por nossa organização a partir de 20 de
dezembro próximo passado.
Como
dissemos desde o momento em que se pôs a marchar tal determinação,
se trata de um gesto pleno de humanidade em resposta ao clamor
generalizado das vítimas do conflito e da expectativa nacional para
que se alcance o fim da confrontação.
Hoje,
podemos manifestar ante a Colômbia e ao mundo que: apesar do assédio
militar; apesar das ordens de incrementar a ofensiva contra nossa
força rebelde, de nossa parte estamos cumprindo. Durante a vigência
do cessar-fogo unilateral, em nenhum momento lançamos ataques às
Forças Armadas oficiais, nem à infraestrutura pública e privada.
Assim o constatou a Frente Ampla pela Paz como instância
verificadora. Todo o país sabe; porém é evidente que, se a
insensatez e a intransigência contra este gesto inegável de
reconciliação persiste, não será possível sustentá-lo.
Durante
este mês, as forças armadas estatais protagonizaram bombardeios,
metralhamentos, desembarques de tropas, operações envolventes,
assaltos e todo tipo de ações hostis objetivando nos causar baixas
e causar-nos prejuízo de ponta a ponta do país. E a agressão não
para. Novamente, por exemplo, a 8 de janeiro foram atacados
guerrilheiros da Frente Aurelio Rodríguez nas Juntas de Tamaná,
entre Risaralda e Chocó, causando a morte de Jacqueline e a perda de
equipamentos de campanha e material de guerra.
Não se
pode abusar da boa-fé com que empreendemos o gesto de silenciar as
armas. Essas ações, sem dúvida, vão na contramão do sentir
nacional e contradizem a suposta avaliação positiva que o
Presidente Santos expressou sobre o cessar-fogo unilateral, ao tempo
em que fala da necessidade da desescalada do conflito. Sobre este
último assunto, insistimos em que nada é mais eficaz para este
propósito que o cessar-fogo bilateral, ou o armistício, sem mais
adiamentos. Para proceder em consequência, estamos prontos em
Havana, com o Comando Guerrilheiro para a Normalização.
Queremos
novamente ressaltar e avaliar, como altamente positivos, os chamados
que a Frente Ampla pela Paz tem feito ao governo para que desista de
ações que possam provocar o fim do cessar unilateral, e chamamos ao
movimento social colombiano a exigir a firma, já, do cessar-fogo
bilateral, que gere um melhor ambiente ao diálogo e evite mais
derramamento de sangue.
Finalmente,
estendemos o mais cordial convite à Frente Ampla pela Paz a vir a
Havana, para que façamos juntos o balanço da verificação e
tracemos novas iniciativas que coadjuvem a pôr fim à guerra.
DELEGAÇÃO
DE PAZ DAS FARC-EP
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