terça-feira, 18 de novembro de 2014

Uma Agressão Permanente: O Golpe Suave na América Latina (Parte 1)

Por Eva Colinger


A América Latina sofreu uma constante agressão dirigida desde Washington durante mais de duzentos anos. Todas as táticas e estratégias de guerra suja foram aplicadas nos distintos países da região, desde golpes de Estado, assassinatos, magnicídios, desaparecidos, torturados, ditaduras brutais, atrocidades, perseguição política, sabotagens econômicas, guerra midiática, subversão, infiltração de paramilitares, terrorismo diplomático, intervenção eleitoral, bloqueios e até invasões militares. Não tem importado quem governa na Casa Branca –democratas ou republicanos-, as políticas imperiais se mantêm em marcha.
Durante o século XX, Washington conseguiu impor sua agenda por toda a América do Sul, instalando ditaduras sob seu mando e depois governos neoliberais que seguiam as ordens do Fundo Monetário Internacional e do Consenso de Washington. Isolaram Cuba com um bloqueio econômico e, depois das guerras sujas em Centro-América nos anos setenta e oitenta contra os Sandinistas em Nicarágua, a “ameaça comunista” na região estava contida.
O século XXI trouxe novos desafios para o domínio estadunidense. Com seus olhos postos no outro lado do mundo com suas guerras em Iraque e Afeganistão, não viram com precisão o renascimento das revoluções populares por toda a América Latina. Subestimaram as capacidades dos povos latino-americanos e a visão de seus líderes.
Quando se voltaram, a Venezuela já havia tomado um caminho irreversível, e as raízes da Revolução Bolivariana estavam estendendo-se por todo o continente. A semente de esperança, de dignidade e de libertação que os Estados Unidos tentaram conter em Cuba estava germinando por toda a região. Os povos estavam se levantando, a chama da liberdade soberana estava acesa de novo.
Imediatamente, Washington ativou suas redes ao sul da fronteira, onde já há décadas mantinha seus grupos paramilitares, organizações políticas, meios de comunicação, instituições e agências a seu serviço. Reiniciaram a maquinaria de agressão, desta vez de uma escala maior. As garras imperiais tentavam submergir-se nas terras livres de Venezuela, Bolívia, Equador, Honduras, Nicarágua e em qualquer rincão que emanasse a revolução.

GOLPE APÓS GOLPE

O século XXI trouxe vários golpes de Estado de diferentes estilos à região, começando em Venezuela [2002][1]. Depois houveram outras rupturas constitucionais no Haiti [2004][2], uma tentativa de golpe na Bolívia [2008][3], Honduras [2009][4], outra tentativa de golpe no Equador em 2010[5] e no Paraguai em 2012[6]. O golpe em Venezuela em abril de 2002 foi o primeiro sinal do retorno da mão agressiva dos Estados Unidos na América latina. Durante os anos noventa, havia sido relativamente controlada e assegurada a “estabilidade” e a dominação da agenda estadunidense na região. Não obstante, com a chegada da Revolução Bolivariana, Venezuela saiu do enquadramento e Washington respondeu com fúria.
A eleição de Hugo Chávez em 1998 foi um duro golpe para Washington, que buscava o controle a longo prazo das reservas petroleiras de Venezuela –certificadas como as maiores do planeta.
Em abril de 2002, a administração de George W. Bush apoiou um golpe de Estado contra o Presidente Chávez, dirigido pela mesma elite que antes tinha estado no poder em Venezuela.[7] O golpe de Estado utilizou marchas massivas nas ruas de Caracas, integradas pelas classes média e alta, pedindo a derrocada de Chávez. Utilizaram franco-atiradores para disparar nas pessoas nas marchas, criando violência e caos e logo responsabilizando a Chávez pelo massacre.[8] A televisão, rádio e jornais em Venezuela se uniram aos esforços de golpe de Estado, manipulando as imagens e distorcendo os fatos para justificar a derrocada do Presidente.
Converteram-no em vilão, o malvado ditador, o ‘assassino brutal’, segundo os meios de comunicação internacionais, ainda que, na realidade, os opositores apoiados desde Washington foram os responsáveis pela morte e destruição causadas durante esses dias.[9] Depois Chávez foi sequestrado a 11 de abril de 2002 e ia ser assassinado, e os empresários, donos da mídia e dirigentes opositores por trás do golpe tomaram o poder e impuseram uma ditadura. Dissolveram todas as instituições democráticas do país, incluindo a Assembleia Nacional e o Tribunal Supremo de Justiça.
A maioria que havia votado por Chávez tinha se convertido em protagonista do processo político e estava determinado a defender sua democracia. Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas horas depois do desaparecimento de Chávez para exigir o retorno de seu presidente. Quarenta e oito horas depois, Chávez foi resgatado por seus seguidores e pelas Forças Armadas leais. O golpe foi derrotado e a revolução sobreviveu, porém as ameaças continuaram.
Quando o Presidente Hugo Chávez regressou ao poder, as agências dos Estados Unidos tiveram que reformular suas táticas para continuar com seus planos de neutralizar a revolução em Venezuela. Meses depois, houve uma forte paralisação petroleira e sabotagem econômica que causou milhares de milhões de dólares em prejuízos ao país, junto com o início de uma brutal guerra psicológica e midiática.[10] Não obstante, toda a força de Washington e seus aliados nesse momento era incapaz de derrotar ao carismático Presidente venezuelano e aos milhões que intercediam por grandes transformações em seu país.
Ao mesmo tempo, a região já estava começando a mudar. Havia insurreição na Bolívia e no Equador. Os movimentos indígenas, os cocaleiros e campesinos estavam ganhando forças sob a liderança de Evo Morales. O Equador passava por grandes momentos de instabilidade e descontentamento social que deram lugar ao nascimento da Revolução Cidadã e a liderança do Presidente Rafael Correa. O momento de conter o grande despertar na América Latina tinha passado; não havia caminho de volta.



A SUBVERSÃO DA USAID E DA NED
Durante esse período, Washington buscava a fórmula de neutralizar a expansão revolucionária na região. Estava movendo suas peças, aumentando o financiamento aos partidos políticos e às organizações não governamentais [ONGs] que promoviam sua agenda. As duas principais agências financeiras dos Estados Unidos estabelecidas para realizar grande parte do trabalho da Agência Central de Inteligência [CIA], porém com uma fachada legítima, ampliaram sua presença por toda a América Latina.[11] A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional [USAID], o braço financeiro do Departamento de Estado, e a National Endowment for Democracy [NED] quadruplicaram os fundos entregues a seus aliados em Venezuela, Bolívia, Equador e Cuba durante a última década.
Smente em Venezuela investiram mais de 100 milhões de dólares nesse período para alimentar aos grupos da oposição, promovendo adicionalmente a criação de mais de 300 novas organizações não governamentais [ONGs] e programas para filtrar e canalizar o dinheiro.[12] Diferentemente de Cuba, Washington tinha entrada direta dentro de Venezuela através de seu Escritório de Iniciativas para uma Transição [OTI] da USAID, tanto como na Bolívia e no Equador, e começou a ampliar as redes penetração e infiltração dentro das comunidades populares, tentando fragilizar e neutralizar por dentro os processos de mudança nesses países.



BOLÍVIA
No caso da Bolívia, de 2005 a 2006, a USAID reorientou mais de 75% de seus investimentos no país andino aos grupos separatistas que buscavam afundar o governo de Evo Morales. Para o ano de 2007, o orçamento da USAID na Bolívia chegou a quase 120 milhões de dólares. O financiamento aos partidos políticos de oposição e aos movimentos separatistas era seu trabalho principal. Tão crua e evidente era a ingerência da USAID na Bolívia que o governo de Evo Morales expulsou o embaixador estadunidense, Philip Goldberg, do país em setembro de 2008. As constantes conspirações e tentativas de desestabilizar ao governo de Evo Morales tinham sido bem documentadas e evidenciadas.[13]
Desde logo, movimentos sociais por toda a Bolívia começavam a exigir a saída da USAID do país devido a suas atividades intervencionistas. As amplas evidências que confirmavam como a USAID utilizava sua fachada de trabalho ecologista, altruísta e em prol da democracia para desestabilizar ao governo de Evo Morales e ao movimento que o apoiava eram inegáveis. Finalmente, em 2013, o Presidente Morales anunciou a expulsão por tempo indeterminado da USAID da Bolívia. Sua saída foi a marca de uma Bolívia soberana, já não subordinada à agenda estadunidense.[14]



EQUADOR
A estratégia de subversão através das agências financiadoras de Washington também teve seu fruto no Equador. O governo estadunidense via com descontentamento a aproximação do Equador com Venezuela, Cuba e Bolívia e sua entrada na Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América [ALBA] em 2009. A popularidade e o êxito político do Presidente Rafael Correa e sua reeleição contundente depois da ratificação de uma nova constituição em 2009 provocaram a ira de Washington e o peso de sua ingerência. Em 2010, o Departamento de Estado aumentou o orçamento da USAID no Equador para mais de 38 milhões de dólares.[15] Um total de US$5.640.000 em fundos foram investidos no trabalho de “descentralização” no país, com enfoque na desintegração do governo central.[16]
Um dos principais executores dos programas da USAID no Equador era a mesma empresa que canalizava fundos e coordenava o trabalho das agências estadunidenses com a oposição na Bolívia: Chemonics, Inc. Chemonics teve um papel principal na alimentação do conflito separatista na Bolívia de 2007-2008 com a intenção de provocar a ruptura do Estado e o enfraquecimento do governo de Evo Morales.[17] Ao mesmo tempo, a partir de um orçamento de aproximadamente um milhão de dólares anualmente, a NED outorgou um convênio de $125.806 ao Centro para a Empresa privada [CIPE] para promover os tratados de livre comércio, da globalização e da autonomia regional através da rádio, televisão e imprensa equatoriana, junto com o Instituto Equatoriano de Economia Política.[18] Organizações no Equador como Participação Cidadã, Fundamedios e Pro-justicia dispuseram do financiamento multimilionário da USAID e da NED, tanto como membros e setores de CODEMPE, Pachakutik, da CONAE, da Corporação Empresarial Indígena do Equador e da Fundação Qellka.[19]
Durante os acontecimentos da quinta-feira 30 de setembro no Equador, quando vários setores tentaram derrocar ao Presidente Rafael Correa, um dos grupos com financiamento da USAID e NED, Pachakutik, emitiu um comunicado respaldando aos golpistas e exigindo a renúncia do Presidente Rafael Correa, responsabilizando-o pelos fatos.[20] Quase todos os grupos envolvidos nessa tentativa de golpe tinham vínculos com agências estadunidenses, desde o ex-presidente Lucio Gutiérrez, quem havia pedido ajuda de Washington para “sair” do Presidente equatoriano, até os setores policiais que violentaram os direitos de Correa, os quais recebiam treinamento em intercâmbios com os Estados Unidos.[21]
Ainda que o golpe contra o Presidente Correa não tenha sido exitoso, o trabalho para afundar sua gestão continuava.
Em 2012, a USAID canalizava um total de $22.869.000 a grupos e programas no Equador com a maioria dos fundos entregues a temas de “governabilidade”, economia e desenvolvimento.[22] Em 2014, essa cifrou baixou quase pela metade, a $11.810.000[23] A redução do financiamento da USAID no Equador não se devia a uma minimização das ações intervencionistas dos Estados Unidos no país sul-americano, senão que, muito mais, porque o Estado equatoriano já havia deixado claro que não queria mais colaborações com a agência intervencionista. De fato, o governo de Rafael Correa anunciou, em fins de 2013, que o velho convênio que o país tinhas com a USAID já estava terminado e não ia ser renovado.[24]
Com menos presença da USAID, a NED se fortalece como canal de financiamento a atores políticos, midiáticos e sociais que promovem a agenda de Washington. Assim foi o caso no Equador. Durante o ano de 2013, a NED canalizou $1.032.225 para diferentes grupos e projetos no Equador para fragilizar o poder da gestão do Presidente Correa.[25]
Dentro desses fundos, $65.000 foram dados a grupos opositores ao governo equatoriano para contra-arrestar a propaganda do Estado durante as eleições locais em fevereiro de 2014. Segundo o informe anual da NED de 2013, o recipiente desses fundos, provenientes da uma agência estrangeira, estava encarregado de “controlar o uso dos recursos público em publicidade em meios de televisão, rádio e imprensa escrita e o uso dos dados gerados para difundir informação sobre o gasto público para os meios de comunicação e organizações da sociedade civil.”[26] Em outras palavras, o governo dos Estados Unidos estava usando organizações equatorianas para tentar denunciar o uso de fundos públicos do Estado equatoriano durante uma campanha eleitoral com o objetivo de desacreditar ao governo do Presidente Correa.
Mais de $200 mil dólares foram canalizados da NED a esforços para influir diretamente sobre as leis e os debates na Assembleia Nacional do Equador, onde existe uma maioria que apoia o governo atual. Outros $157.896 foram entregues a uma ONG para “estimular a liderança juvenil, os valores democráticos e o espírito empresarial”.[27] Segundo a NED, este projeto buscava “promover a democracia, a participação cidadã e o livre mercado e a liderança entre os jovens’.[28]
Num país onde o governo, apoiado pela maioria, promove um modelo fundamentado em conceitos socialistas, as agências estadunidenses e suas contrapartes no Equador buscavam fomentar o modelo capitalista, neoliberal do mercado livre, que já havia causado graves prejuízos econômicos, políticos e sociais durante a década anterior.
O grupo Fundamedios, ONG crítica das políticas do Presidente Correa e com amplo financiamento e assessoria desde Washington, recebeu $75.000 da NED em 2013 para “defender e proteger aos jornalistas e a liberdade de expressão” no Equador.[29]
Essa organização, parecida com a ONG que foi criada em Venezuela pela NED e USAID, Espacio Público, realiza um trabalho de denúncia parcializada contra o Governo, tentando projetar a percepção de um país sem livre expressão.[30] Todos estes milhões de dólares da USAID e da NED, ademais de outras agências externas que financiam ONGs e campanhas opositoras no Equador, fomentam e alimentam conflitos no país. A tática de subversão através das ONGs e da chamada “sociedade civil” forma parte de uma estratégia mais ampla de debilitar ao Estado e ao líder do país pouco a pouco, com objetivo de neutralizar sua base de apoio e, finalmente, derrotá-lo.



O GOLPE SUAVE
Uma revolução colorida, um golpe suave, um coup d’etat ou simplesmente uma mudança de regime, não existe nenhuma dúvida que por trás da estratégia da suposta “não violência” ou da “promoção da democracia” estão os interesses de Washington. Foi no ano de 1983 que este conceito foi criado e que depois instalou governos subordinados ao poder imperial da América do Sul ao Cáucaso e à Ásia. Através da criação de uma série de “fundações” quase-privadas, como o Instituto Albert Einstein [AEI], a National Endowment for Democracy [NED], o Instituto Republicano Internacional [IRI], o Instituto Demócrata Nacional [NDI] e Freedom House, entre outras, o governo dos Estados Unidos começava a infiltrar financiamento e assessoria estratégica a partidos políticos e organizações sociais que promoviam sua agenda em países com governos não alinhados com os interesses estratégicos de Washington.[31]
Ao redor de todas estas “fundações”, sempre está a USAID, que hoje em dia funciona como parte do eixo de segurança e defesa de Washington. O Pentágono se encarrega das ações tradicionais militares, o Departamento de Estado exerce a diplomacia e a USAID penetra, infiltra e controla as populações civis. A USAID funciona para promover os interesses econômicos e estratégicos dos Estados Unidos em quase todo o planeta. Seus departamentos dedicados a transição, reconstrução, gerência de conflitos, desenvolvimento econômico, governabilidade e democracia são os principais viadutos através dos quais infiltram os milhares de milhões de dólares que, oriundos de Washington, se envia aos partidos políticos, ONGs, grupos juvenis e sociais que promovem seus interesses no mundo.
Em qualquer país onde tenha havido um golpe de Estado, uma revolução colorida ou uma mudança de regime favorável aos interesses dos Estados Unidos se encontra a USAID e sua chuva de dólares.
Nos casos de Sérvia [antes Iugoslávia], Ucrânia, Geórgia e Quirguistão, onde primeiro foram mostradas as estratégias das “revoluções coloridas”, sempre havia um fator em comum: recursos estratégicos. Gás, petróleo, gasodutos, oleodutos, bases militares, fronteiras estratégicas –todos estes são fatores presentes nestes países. Sérvia tem gás natural e petróleo; Geórgia compartilha bases militares com Rússia e Estados Unidos e está na via dos gasodutos mais importantes do Oriente Médio para o mundo Ocidental; Ucrânia está localizada estrategicamente entre os maiores produtores de energia na Rússia e na região do Mar Cáspio, e os consumidores na Eurásia; e Quirguistão tem uma fronteira estratégica com China, bases militares da Rússia e dos Estados e também está situada na via destes importantes gasodutos que Washington e suas empresas do Complexo Militar Industrial pretendem controlar.
Paralelamente aos interesses estratégicos, dentro desta estratégia há um enfoque ideológico. Os movimentos por trás do golpe suave são principalmente anticomunistas, anti-socialistas, pró-capitalistas e pró-imperialistas. Onde há um governo com tendência socialista anti-imperialista num país com recursos estratégicos e naturais, sem dúvida, haverá um plano de golpe suave para derrocá-lo.
Em todos os países onde se tem executado esta estratégia, os grupos que a têm dirigido empregam as mesmas receitas. Envolvem a estudantes e jovens para dar uma cara nova a seu movimento e também para fazer o trabalho das forças de segurança mais difícil [na hora de deter uma criança de 14 anos por uma ação ilegal de rua, o Estado parece o ente repressor] e realizam um processo de marketing para desenhar uma logomarca do movimento e/ou uma cor [na Sérvia foi o punho fechado em branco e preto do OTPOR;[32] na Ucrânia, a mesma logomarca, porém com a cor laranja; na Geórgia, também o mesmo punho, porém cor rosa; em Quirguistão, rosada, e em Venezuela, em lugar do punho de OTPOR utilizam a mão branca com fundo negro].
Se planejam as ações perto de um processo eleitoral no país, onde preparam uma rede de observadores, uma organização eleitoral paralela (Súmate,[33] no caso de Venezuela) e operações psicológicas para criar um cenário de fraude e rechaço dos resultados no caso de perder. Utilizam o mesmo material de formação do ideólogo anticomunista estadunidense Gene Sharp e seu Instituto Albert Einstein, e sempre recebem fundos e assessoria estratégica e política das agências de Washington, incluindo a USAID, a NED, o IRI, o NDI e Freedom House. A estratégia consiste num intento de enfraquecer e desorganizar aos pilares do poder e neutralizar as forças de segurança, normalmente no contexto de um processo eleitoral. Segundo o Coronel Robert Helvey, do Instituto Albert Einstein, um dos elaboradores desta estratégia, seu objetivo não se trata de destruir as forças armadas e corpos policiais, mas sim convertê-los –convencê-los de deixar o governo atual e fazer-lhes entender que há lugar para eles no governo de amanhã.[34]
Utilizam os jovens para tentar fragilizar o ânimo das forças de segurança e para mudar sua submissão ao regime. Realizam contatos com os militares para tentar negociar, executando operações psicológicas contra eles. Segundo Srdja Popovic, um dos fundadores de OTPOR na Sérvia, Helvey lhes ensinou “...como selecionar pessoas dentro do sistema como policiais e mandar-lhes constantemente a mensagem de que todos somos vítimas, tanto eles como nós, porque não é o trabalho da Polícia deter uma criança de 13 anos, por exemplo...”[35]
Esta estratégia está dirigida para as Forças Armadas, a Polícia, os funcionários público e o público em geral, através de uma guerra psicológica, da subversão e de uma presença na rua que dá a impressão de uma iminente explosão social.
NOTAS
1 “El golpe de Estado de 11 de abril en Venezuela y sus causas”, por Margarita López Maya.http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=996179380012
2 “Golpe de Estado en Haiti” por Thierry Meyssan. http://www.voltairenet.org/article120678.html
3 “La cumbre de Unasur ‘abortó’ un golpe contra Evo Morales, afirma Hugo Chávez”, La Jornada.http://www.jornada.unam.mx/2008/09/17/index.php?section=mundo&article=037n1mun
6 “Fernando Lugo denuncia ‘golpe de Estado parlamentario’ en Paraguay”, El Universal.http://www.eluniversal.com/internacional/120624/fernando-lugo-denuncia-golpe-de-estado-parlamentario-en-paraguay
7 Ver “Abril Golpe Adentro”, por Ernesto Villegas, Editorial Galac 2009.
8 Ver “Puente Llaguno: Claves de una Masacre”, Panafilms 2004.
9 “Dictadura mediática en Venezuela”, Luis Britto Garciahttp://www.minci.gob.ve/2012/06/dictadura-mediatica-en-venezuela-luis-britto-garcia/
10 Ver “El Código Chávez: Descifrando la injerencia de Estados Unidos en Venezuela”, por Eva Golinger, Monte Avila Editores 2006.
11 “Former CIA Agent Tells: How US Infiltrates ‘Civil Societ’ to Overthrow Governments, Philip Agee. http://www.informationclearinghouse.info/article4332.htm
12 “Documentos de Wikileaks evidencian que EEUU financia a la oposición en Venezuela”, La República. http://www.larepublica.es/2014/02/documentos-de-wikileaks-evidencian-que-eeuu-financia-a-la-oposicion-en-venezuela/
13 “Injerencia de los Estados Unidos en Bolivia: Documentos desclasificados por el Departamento de Estado de los Estados Unidos”, Vicepresidencia del Estado Plurinacional de Bolivia.http://www.vicepresidencia.gob.bo/IMG/pdf/desclasificados.pdf
15 Foreign Operations Budget 2010, United States Department of State.http://www.state.gov/documents/organization/123415.pdf
16 Ibid.
17 “Campesinos detectaron ‘objetivos’ de ONG financiada por USAID”, El Telégrafo.http://www.telegrafo.com.ec/noticias/informacion-general/item/campesinos-detectaron-objetivos-de-ong-financiada-por-usaid.html
18 National Endowment for Democracy Annual Report 2010. www.ned.org
19 Estos datos se encuentran en documentos desclasificados de la NED y USAID sobre sus operaciones en el Ecuador obtenidos por la autora bajo la Ley de Acceso a la Información en Estados Unidos.
20 “Pachakutik pide la renuncia al Presidente Correa y llama a conformar un solo frente nacional”, 30 septiembre 2010. http://www.sodepaz.org/images/documentos/pachakutikcomunicado141.pdf
21 “Wikileaks revela más vínculos de EEUU con la oposición del gobierno ecuatoriano”, RT.http://actualidad.rt.com/actualidad/view/42579-WikiLeaks-revela-mas-v%C3%ADnculos-de-EE.-UU.-con-oposición-del-gobierno-ecuatoriano
22 FY 2012 Congressional Budget Justification for Foreign Operations, US Department of State.http://www.state.gov/f/releases/iab/fy2012cbj/pdf/
23 FY 2014 Congressional Budget Justification for Foreign Operations, US Department of State.http://www.state.gov/f/releases/iab/fy2014cbj/
25 National Endowment for Democracy Annual Report 2013 – Ecuador.http://www.ned.org/where-we-work/latin-america-and-caribbean/ecuador
26 Ibid.
27 Ibid.
28 Ibid.
29 Ibid.
30 “Sigue la mano sucia de la NED en Venezuela”, Eva Golinger.http://actualidad.rt.com/expertos/eva_golinger/view/125973-mano-sucia-ned-venezuela
31 “La Albert Einstein Institution: no violencia según la CIA”, por Thierry Meyssan.http://www.voltairenet.org/article123805.html
33 “Una ONG financiada por Estados Unidos organizará unas primarias en Venezuela para elegir candidato presidencial contra Chávez”, por Pascual Serrano. http://www.rebelion.org/noticia.php?id=34498
34 Ver: On Strategic Non-Violent Conflict: Thinking About the Fundamentals”, por Robert L. Helvey, Albert Einstein Institution. http://www.aeinstein.org/wp-content/uploads/2013/09/OSNC.pdf
35 Ver: A Force More Powerful, documental, 2000.http://www.aforcemorepowerful.org/films/bdd/story/otpor/srdja-popovic.php





-- 

Equipe ANNCOL - Brasil



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...