segunda-feira, 17 de agosto de 2015

As FARC querem se reunir com o Papa Francisco, em Cuba

Os guerrilheiros das FARC expressaram, hoje, seu “anseio” de se reunir com o papa Francisco, em setembro, durante sua visita a Cuba, país onde ocorrem as conversas de paz com o governo colombiano.

 
A reportagem é publicada por Religión Digital, 03-08-2015. A tradução é do Cepat.

 
Gostaríamos que acontecesse, seria algo extraordinário”, disse à imprensa o chefe negociador da guerrilha, Iván Márquez (na foto, ao centro). “Imaginemos o impacto que tem um apoio do papa Francisco a este esforço coletivo que todos nós, colombianos, estamos fazendo para conseguir, finalmente, nossa reconciliação, após décadas de confronto”, acrescentou.

 
Perguntado se a guerrilha fazia algum encaminhamento nesse sentido, Márquez, que também é o número dois das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), disse que apenas falava de “um anseio”.

 
Francisco, que facilitou as conversas secretas que conduziram os Estados Unidos e Cuba a colocar fim em meio século de inimizade, visitará a ilha de 19 a 22 de setembro, em uma viagem que, em seguida, será estendida aos Estados Unidos.

 
Ao concluir uma recente viagem de oito dias pelo Equador, Bolívia e Paraguai, o Papa pediu que “não se interrompa” o processo de paz na Colômbia, cujas negociações na ilha atravessavam uma fase delicada, após o recrudescimento das hostilidades em abril. “Estamos sempre dispostos a ajudar de diferentes maneiras. Seria feio que não se pudesse seguir adiante” com o processo de paz, acrescentou o Pontífice.

 
O governo de Juan Manuel Santos e a guerrilha conquistaram, no dia 12 de julho, em Havana, um histórico acordo para reduzir o conflito armado e acelerar as conversas de paz, a partir da qual as FARC iniciaram uma trégua unilateral, no último dia 20 de julho, e o executivo de Bogotá suspendeu os bombardeios a acampamentos rebeldes, cinco dias depois.

 
Márquez disse que as duas ações criaram um “novo ambiente de confiança que permitiu agilizar as conversações e avançar em novos consensos”. Em um comunicado conjunto, entregue à imprensa neste sábado, as partes destacaram que, durante o ciclo concluído, “ocorreu o primeiro encontro dos assessores jurídicos designados por cada uma das delegações para o tema da justiça” aos crimes cometidos durante o conflito armado.


Na terça-feira, o governo e a guerrilha iniciaram as discussões sobre esse tema, um dos pontos mais complexos da agenda de paz, pois as duas partes se culpam mutuamente pela responsabilidade principal na violência armada, que em meio século deixou 220.000 mortos e seis milhões de deslocados, segundo números oficiais.

 

 
Equipe ANNCOL - Brasilanncol.br@gmail.com

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