Nesta segunda-feira, 10 de agosto, comemoramos nas FARC-EP o 25º aniversário da morte de nosso querido Comandante Jacobo Arenas.
A guerra não pode ser o destino deste país, sentenciava com convicção profunda o camarada Jacobo Arenas, com a clareza de quem sabe que o levantamento armado do povo colombiano obedece a causas objetivas e subjetivas, suscetíveis de desaparecer com uma atitude diferente por parte do Estabelecimento. Claro que há miséria e pobreza, iniquidade rampante e falta de oportunidades, geradoras do protesto e da mobilização por melhores condições de vida. Porém elas não são o principal mal da Colômbia.
Nosso problema fundamental reside no tratamento repressivo, violento e sanguinário com que as classes privilegiadas, apropriadas centenariamente do poder político, respondem aos anseios populares. Na perseguição desapiedada às autênticas alternativas de oposição, fenômeno singular que impede a organização e atuação políticas de movimentos capazes de oxigenar a precária democracia colombiana, de mobilizar pelas transformações necessárias a milhões de compatriotas excluídos da possibilidades de decidir sobre seu destino.
Jacobo Arenas vislumbrou que a guerra poderia ser desterrada do panorama nacional se, em lugar de insistir em sua estratégia guerreirista, as classes dominantes aceitassem as vias do diálogo civilizado. Por isso se converteu no impulsionador por excelência da solução política ao conflito armado e social do país, sincera convicção que conseguiu inserir na essência do pensamento ideológico e político das FARC-EP. Graças ao camarada Manuel Marulanda, mandos e combatentes de nossa organização compreendemos o caráter estratégico da saída dialogada, chave determinante para a mais completa democratização do país, capaz de pôr fim à violência política que a partir do Estado se encarregou de ensanguentar e de decompor a vida de nossa nação.
Sempre insistiu Jacobo em que a solução política apresentada por nós outros tinha que converter-se em bandeira dos milhões de colombianas e colombianos marginalizados. Em seu sentir era o povo perseguido da Colômbia o chamado a impor o caminho das conversações de paz, e portanto quem devia desempenhar o papel protagônico na luta pelos acordos finais. Do processo de paz deve emergir a nova e poderosa força política capaz de imprimir profundas transformações na ordem política e social vigente. Por ser antes de tudo uma organização política, essa tem sido a postura democrática com que as FARC-EP acorremos, sempre, à mesa de conversações de paz com este e anteriores governos.
Mal fazem, então, os inimigos da reconciliação e eternos incitadores da guerra em apresentar a vocação de paz das FARC como o amargo resultado de uma derrota militar já cumprida ou próxima a cumprir-se.
ESTADO-MAIOR CENTRAL DAS FARC-EP
AGOSTO DE 2015
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Equipe ANNCOL - Brasil
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