quinta-feira, 18 de junho de 2015

Acumulação capitalista na América Latina: Colômbia como arquétipo

A situação política na América Latina se inscreve numa situação mundial na qual se acelera a acumulação capitalista, mediante maior exploração laboral, maior depredação ambiental e mais guerras imperialistas. Há um aprofundamento do roubo contra os povos da América Latina e uma intensificação do Terrorismo de Estado que garante a acumulação capitalista. Este acionar de morte mediante os exércitos oficiais e suas respectivas ferramentas paramilitares se vê claramente em países como México, Colômbia, Peru, Honduras, Paraguai etc. Se aprofunda a luta de classes, com um intento de extermínio dos lutadores sociais por parte das diferentes oligarquias e do grande capital transnacional: pondo em marcha diversas estratégias de intervenção e fortalecendo estruturas do narcotráfico para que estas sirvam na tarefa de terror.
A atualidade mexicana relembra muito o padrão repressivo implementado contra o povo colombiano desde há décadas: auge do narcotráfico com conivência estatal e emprego deste no fomento de mais grupos paramilitares destinados ao extermínio dos comunistas e demais lutadores sociais. Este incremento da guerra oligárquica contra as maiorias implica também na resposta popular: grandes mobilizações e lutas dos povos.
Cuba continua sendo a exceção neste quadro de saqueio, porque se conseguiu consolidar uma revolução com um sistema socialista. Há também vários países cujos governos têm tentado dar passos para uma mudança de sistema: sem que pelo momento se tenha produzido a socialização dos meios de produção em todo um Estado. Venezuela tem despertado grandes esperanças e o petróleo venezuelano tem representado para Cuba um balão de oxigênio, ao tempo em que Cuba tem enviado a Venezuela milhares de médicos para levantar centros de saúde em bairros pauperizados e zonas rurais. A ajuda cubana permitiu dinamizar grandes Missões Sociais. Houve um avanço na tomada de consciência em Venezuela; e há setores populacionais que começaram a conceber o socialismo como algo positivo, inclusive há setores da população que pugnam por realizar essa mudança de maneira urgente, e o dinamizam tomando fábricas e terras. Porém, por outro lado, o Grande Capital venezuelano e mundial tentam desestabilizar o processo, através do intervencionismo estadunidense, da ativação do fascismo, da sabotagem econômica e da criação de escassez.
A região Andino-Amazônica é de grande importância para o Grande Capital transnacional. Colômbia é um país cobiçado por seus imensos recursos [mineiros, hídricos, biodiversidade] e por sua localização geoestragégica [andino-amazônica, com acesso a dois oceanos, com 5 países fronteiriços]. É, ademais, o terceiro país mais povoado do continente, depois de Brasil e México: Colômbia é um assunto de grande importância para o Capital transnacional.
Há mais de oito décadas que os aparelhos militares do capitalismo mantêm uma guerra intensiva contra o povo colombiano, com uma permanente intervenção estadunidense. O capitalismo tem utilizado o extermínio político como maneira de se manter, implementando os meios mais cruéis para semear terror numa população que, no entanto, continua em pé de luta por sua liberdade e contra o saqueio internacional. 
 
·      Diretrizes estadunidenses: Estratégia paramilitar a serviço do Grande Capital
Os militares colombianos são treinados pelos EUA: integram a doutrina contra insurgente e o conceito do “inimigo interno” que regem o acionar do exército colombiano. São instruídos em técnicas de desaparecimento forçado e deslocamento massivo de populações. A missão estadunidense Yarbourough de 1962 preconizou a organização de grupos paramilitares, promovidos pelo Estado, cujo objetivo é assassinar a comunistas e a todos os que reivindiquem por justiça social. Os manuais da CIA, como o KUBARK, instruem em torturas físicas e psicológicas[1]: a tortura é preconizada de forma sistemática.
Em maio de 1964, sob direção estadunidense, o exército desenvolve a Operação Marquetalia: as comunidades campesinas comunistas do sul do Tolima são bombardeadas de maneira desproporcional e sitiadas. Famílias inteiras morrem de fome. Foi a maior operação de contra insurgência realizada até então na América Latina. Os campesinos sobreviventes conseguiram romper o cerco militar e se refugiaram em Riochiquito, onde conformaram o Bloco Sul, que anos mais tarde daria nascimento às FARC. O crescimento da guerrilha se explica pela necessidade da população de rechaçar um modelo econômico que saqueia o país e empobrece a população; e pelo fato de que toda reivindicação política sofre o Terror Estatal.
Colômbia é o terceiro país mais desigual do mundo: há 20 milhões de pobres e 8 milhões de indigentes, mais da metade da população está apenas sobrevivendo. Milhares de crianças morrem anualmente de fome, apesar das imensas riquezas do país. Para dar um exemplo concreto: nestes momentos, a comunidade indígena mais populosa da Colômbia, os Wayúu, está sofrendo extermínio, morrendo de física fome e de enfermidades associadas com a escassez de água, porque as multinacionais que exploram o carvão no Cerrejón desviaram toda a água de um rio que foi privatizado. Armando Valbuena, da comunidade Wayúu, denunciou que mais de 14 mil crianças faleceram por causa da privatização do rio Ranchería[2]. São multinacionais como BHP Billiton, Glencore Xstrata, AngoGold, Drummond, Gold Fields, OXY, BP, Repsol e demais, que em Colômbia desviam rios, envenenam as águas, bombardeiam montanhas, deslocam comunidades inteiras, financiam paramilitares para o extermínio sindical, se beneficiam de batalhões do exército para impor suas instalações [exemplo, o Batalhão 18 servindo à OXY]: cometem genocídio e ecocídio. Nesta situação de empobrecimento galopante das maiorias para benefício de um punhado de megapoderosos e no sistemático Terrorismo de Estado contra os que reivindicam seus direitos encontramos a origem do conflito social e armado em nosso país.
O Terror de Estado em Colômbia causou: mais de 9.500 presos políticos, dezenas de milhares de desaparecimentos forçados[3]. Mais de 4.000 fossas comuns foram encontradas nos últimos 8 anos, com 5.638 corpos de desaparecidos: é o resultado do instrumento paramilitar[4]. Neste ano de 2015 saem em liberdade vários chefes paramilitares em virtude da lei de impunidade que o Estado colombiano elaborou para seus militares: entre 5 e 8 anos de pena se estes dão algumas coordenadas de seus crimes. É em virtude desta lei, mal chamada “Lei de Justiça e Paz”, que a 22 de maio saiu livre o vulgo “Julián Bolívar”, um servidor do Grande Capital: esse paramilitar fundou uma Escola de Tortura nos Planos, é responsável por assassinatos, massacres, violações, desaparecimentos forçados etc[5]. O instrumento paramilitar nunca cessou sua atividade.
O Terrorismo de Estado resultou em que 60% dos sindicalistas assassinados no mundo são assassinados em Colômbia por agentes estatais ou pela ferramenta paramilitar. A maior fossa comum da América Latina foi encontrada atrás do Batalhão Militar da Força Omega, com 2000 cadáveres de desaparecidos por esse Batalhão do Plano Colômbia, que tem assessoria estadunidense[6]. O Estado colombiano eliminou fisicamente um partido político: a União Patriótica, com mais de 5.000 militantes assassinados[7].
 
·Deslocamento populacional para benefício da acumulação capitalista
 
Colômbia é o segundo país do mundo em matéria de assassinatos de ecologistas, com 25 vítimas em 2014[8]. 80% das violações aos direitos humanos e 87% dos deslocamentos forçados de populações se produziram nas regiões em que as multinacionais perpetram a extração mineira. 78% dos atentados contra sindicalistas se produziram no setor mineiro[9].
O Terrorismo de Estado é empregado para produzir paralisação das reivindicações sociais e para produzir massivos deslocamentos populacionais para abrir caminho ao grande capital; a metade do território colombiano está agenciado em concessão por multinacionais mineiras. A estratégia de deslocamento populacional também é utilizada para despovoar o campo da base social da insurgência.
Mais de 6,3 milhões [10] de pessoas tiveram que abandonar suas terras após sobreviverem a massacres dirigidos intencionalmente contra a população, executados pelo exército e pela ferramenta paramilitar: foram deslocadas por uma planificação do terror a serviço da acumulação capitalista. Os bombardeios do exército sobre as comunidades campesinas e as fumigações com produtos cancerígenos são também instrumentos para o deslocamento populacional [11].
 
·A motosserra e a diplomacia
Quando falamos de Terror de Estado em Colômbia, falamos de que a ferramenta de guerra suja comete os massacres esquartejando com motosserra: vários paramilitares confessaram que foram fabricados vários fornos crematórios onde metiam suas vítimas vivas; também, criatórios de jacarés alimentados com os corpos dos desaparecidos; empalações que consistem em introduzir na mulher um pau de escova pela vagina até que lhe saia pela boca, violações coletivas e outras aberrações. As vítimas sobreviventes narram as torturas mais atrozes. O exército não fica atrás na barbárie; os massacres são cometidos com sua total colaboração. Há casos tão evidentes como o massacre de Mapiripán em que os paramilitares foram levados em aviões da força aérea do norte ao sul da Colômbia, para que estivessem 10 dias violando e esquartejando a comunidade; enquanto isso, o exército impedia que as vítimas saíssem e fez um cerco para impedir que alguém lhes desse auxílio: 60 campesinos foram esquartejados. O general Uscátegui confessou que sua tarefa era garantir o massacre e para isso combater a insurgência das FARC, que tentou romper o cerco militar para auxiliar a população [12].
Há milhares de casos que atestam que o paramilitarismo é uma política de Estado e do acionar conjunto da força militar e paramilitar: como o massacre da Cacarica, quando, entre outras atrocidades, os militares e paramilitares jogaram futebol com a cabeça do líder comunitário Marino López, obrigando a população a assistir ao horror [13]. O massacre do Salado é outro exemplo: os paramilitares torturaram e assassinaram 80 pessoas enquanto um helicóptero do exército sobrevoava o povoado disparando sobre os campesinos; os assassinos fizeram tocar música durante as torturas. As mulheres foram violadas e esquartejadas de maneira a deixar um rastro de medo indestrutível na memória coletiva [14]. O massacre de Awa em Tumaco é outro exemplo do Terrorismo de Estado: das 12 vítimas, cinco eram crianças, entre elas um bebê de 8 meses. A mãe da família tinha se atrevido a denunciar o exército [15]. O massacre de Mulatos em San José de Apartadó foi outro massacre perpetrado pelo exército e pelos paramilitares: 8 pessoas foram assassinadas com facões, entre elas meninos de 2, 5 e 11 anos. Os assassinos declararam que “esses meninos teriam se convertido em guerrilheiros se os tivéssemos deixado vivos” [16]. O Terrorismo de Estado tem a finalidade de deslocar populações e submetê-las.
As estratégias empregadas contra o povo colombiano, aperfeiçoadas por “formadores” estadunidenses e israelenses, são também empregadas em outros países como método de controle social, contra insurreição e a luta popular: o vemos em México, Honduras, Peru, Paraguai e até em Venezuela, onde a oligarquia recorre de maneira crescente ao paramilitarismo.
Outro exemplo de como o Estado em Colômbia está disposto a tudo para servir ao Grande Capital são os “falsos positivos”: são assassinatos de civis perpetrados pelo exército, que depois apresenta seus cadáveres como “guerrilheiros abatidos em combate”. Estes cadáveres são utilizados na guerra psicológica: os meios de comunicação os exibem permanentemente como “dissuasão pelo terror”. Se documentaram pelo menos 5.700 destes assassinatos [entre as vítimas há várias crianças]: é uma prática comum do exército colombiano, que continua em 2015, como o denuncia o CINEP [17]. Apesar das atrocidades perpetradas pelo exército colombiano contra o povo colombiano, os diplomatas continuam sorridentes, enquanto seu governo oferece o país às multinacionais: tudo está em ótimas condições para as grandes fortunas, esses padrinhos do mundo capitalista.
 
·      A verdadeira Paz não pode passar senão pela Justiça Social: há contradições de classe fundamentais
 
Para conseguir a paz em Colômbia faria falta o desmonte da estratégia de guerra suja implementada a partir do Estado e mudanças estruturais no modelo econômico que garantam a todos uma vida digna. Estas mudanças imprescindíveis têm sido reivindicadas nas Conversações de Paz entre a guerrilha e o governo; tanto pela insurgência das FARC como pelas reivindicações que o povo colombiano tem enviado a Havana. Porém, o tema da “Paz” foi manipulado mil vezes pela oligarquia, que é a que faz a guerra contra o povo desde há séculos: as distintas conversações entre a guerrilha e o Estado sempre se interromperam quando correspondia ao governo concretizar mudanças estruturais. A oligarquia não está disposta a uma mudança de modelo de desenvolvimento, nem a uma reforma agrária, nem a respeitar a soberania alimentar; porque é no atual modelo que se enriquece, às custas do povo. Tampouco o capitalismo transnacional aceitará que se mude o modelo extrativista da mega mineração e do agroindustrial que garante aos capitalistas um enriquecimento vertiginoso; e são temas indispensáveis para o povo: há contradições de classe fundamentais.
Nos diálogos de Havana se pôde conhecer as propostas políticas da insurgência sobre infinidade de temas; uma documentação muito interessante que lamentavelmente tem sido invisibilizada pelos grandes meios de comunicação. E também, há que assinalar, tem sido pouco difundida pelos meios alternativos internacionais. Isto talvez se deva a que a desinformação imposta pela mídia do capital deixou uma marca de preconceitos e confusões. Os diálogos têm sido cobertos pelos meios de comunicação de países não-alinhados com publicações superficiais que não aprofundam no conteúdo das proposições políticas. Estes meios são, no entanto, os que poderiam contribuir com um balão de oxigênio informativo a um povo submetido ao terror de Estado.
Numerosos pensadores críticos foram assassinados pelo Estado colombiano, como os professores Correa de Andreis e Freytter Romero, o advogado de presos políticos Carlos Salvador Bernal, o jornalista Clodomiro Castilla etc. Frente à magnitude da perseguição política, vários pensadores críticos elegem o caminho da clandestinidade e integram a insurgência.
 
            A burla do «todos são iguais»
Apesar da evidência de uma estratégia estatal de eliminação do pensamento crítico e da luta social, a partir da USAID é financiada a burla do «todos são iguais». Esta burla inclui o conceito difuso dos “atores armados”, que pretende equiparar: por um lado, o Terrorismo de Estado planejado para garantir o saqueio capitalista e desenvolvido sobre a doutrina do “inimigo interno”, que inclui a estratégia paramilitar e todo o apoio estadunidense; e por outro lado os movimentos populares constituídos em guerrilhas que têm claras reivindicações políticas contra o saqueio capitalista.
A USAID pretende impor esta burla mediante seu privilégio na mídia, mediante o financiamento de ONGs e mediante o extermínio do pensamento crítico.
Milhares de pensadores críticos foram vítimas de desaparecimento forçado; outros foram encarcerados, como a socióloga Liliany Obando, o jornalista Freddy Muñoz [de TeleSUR], o professor Miguel Ángel Beltrán, acusado de ser um “ideólogo das FARC”, simplesmente porque sua investigação acadêmica era sobre a insurgência. Outros pensadores críticos tiveram que se exilar. A oligarquia criminaliza algo que é fundamental: o estudo da história do povo colombiano, isto é, a história real e concreta do que sucedeu.
Durante o atual Diálogo de Paz, as FARC produziram fatos concretos, como uma trégua unilateral que durou cinco meses, enquanto o Estado prosseguiu a guerra. Inclusive as comunidades campesinas denunciaram que militares e paramilitares aproveitaram a trégua da insurgência para agredir ao campesinato em zonas nas quais não se atreviam a ir antes da trégua [18]. A trégua Unilateral da insurgência finalizou em maio de 2015 após um massacre de 27 guerrilheiros perpetrado pelo Estado colombiano, que bombardeou um acampamento insurgente, e depois assassinou os feridos à queima-roupa enquanto estes pediam auxílio [19]. Dois Delegados de Paz da guerrilha já foram assassinados pelo Estado colombiano. 
O Terrorismo de Estado continua em escalada sob os auspícios do padrinho estadunidense. Vários participantes dos fóruns temáticos desenvolvidos em Colômbia já foram assassinados ou desaparecidos pelo binômio militar-paramilitar; outros foram encarcerados.

  • A guerra econômica é o primeiro verdugo do povo colombiano
Os colombianos desejamos uma paz com justiça social, porque, continuando a situação de espoliação e exploração atual, não existe verdadeira paz para o povo, dado que continuará sendo vítima da miséria, exclusão, mortes por enfermidades curáveis, mortes por causa da fome e repressão sistemática por parte dos exploradores. A guerra econômica é o primeiro verdugo contra o povo colombiano; a segunda causa de vítimas é a Guerra Suja promovida a partir do próprio Estado e seus aparelhos repressivos oficiais e paramilitares; estas são realidades documentadas, sobre as quais, no entanto, os meios de alienação massiva se calam. Porque, para os proprietários dos meios de comunicação, a morte do povo não constitui uma guerra, somente concebem que há guerra a partir do momento em que seus interesses são tocados; é somente a partir do momento em que há insurgências contra o modelo de saqueio que os capitalistas definem que há guerra. Por isso o tema da paz com justiça social é chave para o povo colombiano, porque não queremos uma “paz dos cemitérios” na qual os exploradores possam continuar capitalizando sobre a morte de montanhas, rios e crianças.
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Cecilia Zamudio, junho 2015
Referencias:
(1)Injerencia de los EEUU, contrainsurgencia y terrorismo de estado, Renán Vega Cantor2015. http://www.corteidh.or.cr/tablas/r33458.pdf
(2) El río que se robaron, privatización provoca 14 mil muertes : https://www.youtube.com/watch?v=V0lSITRieDw
(3) 2011 El representante de la ONU para los Derechos Humanos, Christian Salazar, informó que la ONU estima que más de 57.200 personas han sido víctimas de desaparición forzada en Colombia http://www.argenpress.info/2011/05/escalofriante-cifra-de-desaparecidos-en.html
(7) 5.000 militantes asesinados. Plan « Baile Rojo » http://www.youtube.com/watch?v=QVL54FcZq5E&feature=gv
(8) Deadly EnvironmentGlobal Witness 
(9) Boletín Informativo No.18 de PBI Colombia, Noviembre de 2011 
(12) Masacre de Mapiripán: http://vimeo.com/5114407
Declaraciones del paramilitar Freddy Rendón: http://www.derechos.org/nizkor/colombia/doc/paz/alejo1.html
(14) “En su declaración, Juan Vicente Gamboa “Pantera” señaló a los militares como los autores intelectuales de la masacre. (…) se reunieron en el Batallón de Infantería de Marina con él y planearon la ejecución de la masacre de El Salado, ocurrida entre el 16 y 19 de febrero de 2000, y aseguró que los oficiales le entregaron una lista con varios nombres y que ofrecieron poner a su disposición un grupo de 25 infantes de marina. Fueron asesinadas 100 personas(…). Se ensañaron con las mujeres, violándolas y torturadoras, a una de las habitantes le introdujeron alambres por la vagina. Mientras les gritaban que eso era porque eran amantes de los guerrilleros”  http://sinolvido.justiciaypazcolombia.com/2015/02/la-danza-de-la-muerte-paramilitar-en-el.html
(15) Masacre de familia Awa en Tumaco, Nariño, 2009:  http://justiciaypazcolombia.com/La-Masacre-Awa-reflejo-de-la
(…) Una de las víctimas había denunciado ante la Fiscalía al Ejército Nacional como culpable del homicidio de su esposo, ella era testigo y había recibido amenazas”.
(17)  5700 "falsos positivos" documentados, 4200 militares et 22 generales bajo investigación. CINEP denuncia continuidad de esta política de Estado http://ojosparalapaz-colombia.blogspot.com.es/2015/05/persiste-la-politica-de-estado-de-los.html
CINEP documentos,
 Telesur : https://www.youtube.com/watch?v=m7An_VcmQZg
Documento « Una herida que sigue abierta » http://www.verdadabierta.com/especiales-v/2015/falsos-positivos/
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Equipe ANNCOL - Brasil

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