Por
Davis Sena Filho
Todo
mundo sabe, até mesmo os recém-nascidos, os mortos, os acordados de
um coma profundo e os extraterrestres que o sistema de mídias
privado e de direita, controlado por meia dúzia de famílias
chefiadas por magnatas bilionários de imprensa se transformou em um
partido político não oficial e de caráter conservador, entreguista
e golpista.
Todo mundo sabe, menos os coxinhas de classe média
de direita, além de certas celebridades, como o ex-roqueiro Lobão,
e gente intelectualmente pouco honesta, a exemplo de Olavo de
Carvalho, Demétrio Magnoli e Marco Antônio Villa, “ases” do
reacionarismo tupiniquim aboletados no Instituto Millenium, parecem
não saber que este movimento dos grandes trustes internacionais de
petróleo contra a Petrobras, a ter como porta-vozes a imprensa de
negócios privados, que atuam e agem no Brasil é na verdade uma
estratégia organizada e engendrada para desmoralizar a histórica
estatal brasileira e desconstruir a imagem do Governo Trabalhista, a
ter como seus líderes a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente
Lula, ambos petistas.
Se qualquer pessoa quiser saber onde começa o golpe
de estado de caráter jurídico e midiático no Brasil, basta
levantar seus olhos para o Instituto Millenium, além de clubes e
associações empresariais urbanas e rurais, que, inconformados com a
derrota eleitoral para o PT, ainda não desceram dos palanques e
fazem uma oposição feroz, seletiva, histérica, manipulada e,
evidentemente, de essência golpista, porque apostam em impeachment
de uma presidente recentemente eleita, bem como em golpe militar,
que, de forma cínica e hipócrita, chamam de “intervenção”
militar.
Trata-se do Instituto Millenium, um misto de Escola
Superior de Guerra (ESG) com o Instituto de Pesquisas e Estudos
Sociais (Ipes) e o Instituto Brasileiro de Ação Democrática
(Ibad), entidades que no passado conspiraram e fomentaram o golpe
militar de 1964, com o apoio financeiro e ideológico da CIA
norte-americana, a ter à frente golpistas poderosos e influentes
como o presidente Castelo Branco, o general Golbery do Couto e Silva,
o banqueiro Magalhães Pinto e os empresários Ivan Hasslocher,
Glycon de Paiva, Gilbert Huber Júnior e Paulo Ayres Filho, dentre
muitos outros, a exemplo das famílias midiáticas dos Marinho, dos
Frias, dos Mesquita e dos Civita.
Neste momento, a política brasileira passa por um
processo de achincalhe, linchamento moral e propaganda sistemática e
perniciosa contra o Governo Trabalhista se repete, porque volta aos
tempos do pré-golpe de 1964, com o envolvimento de certa banda da
Polícia Federal, que se mostra insubordinada, porque à direita do
espectro ideológico, bem como resolveu fazer política, ao ponto de
delegados da PF do Paraná fazerem política contra o Governo do PT
nas eleições presidenciais, além de atacá-lo frontalmente,
inclusive a ofender o ex-presidente Lula e a candidata Dilma
Rousseff.
Paralelamente às ações de delegados partidários e
pró-tucanos, o Governo petista se vê obrigado a lidar com outra
frente oposicionista e que controla o Judiciário e o Ministério
Público Federal. Juízes de altas cortes e promotores passaram a
vazar investigações da PF para a imprensa de mercado, sendo que as
informações geralmente tratavam quase sempre de pessoas ligadas ao
Governo ou ao PT, de forma que se percebeu que tais vazamentos o são,
sobretudo, seletivos, e, com efeito, tem a intenção de fazer com
que o público pense que o PT é o inventor da corrupção no Brasil,
e que o PSDB e seus áulicos são, na verdade, um monte de
chapeuzinhos vermelhos ou rapunzeis, de olhares meigos e inocentes à
espera de escaparem ilesas da bruxa e do lobo mau.
Porém, a Casa Grande governou o Brasil durante
séculos, e, evidentemente, a corrupção nunca foi combatida, porque
a direita é patrimonialista, elitista, violenta e, obviamente,
sectária, pois partidária de um País que sirva a poucos e que os
muitos somente tenham o papel de serem explorados por intermédio da
força de trabalho, se possível, mal pagos e sem oportunidade de
qualificação e ascensão social. Ponto.
Chega a ser surreal as realidades distorcidas pela
imprensa alienígena e meramente comercial. Quanto mais o Governo
investiga a corrupção perpetrada por quadrilhas de criminosos, por
intermédio da Polícia Federal, subordinada ao Ministério da
Justiça, mais a imprensa corporativa dá conotações mequetrefes e
malfazejas, de forma que os consumidores desse segmento da economia,
incrivelmente desregulamentado neste País, acreditem em matérias
porcamente apuradas e sabidamente manipuladas e distorcidas, a fim de
propiciarem um efeito negativo às ações do Governo petista, mesmo
quando se torna evidente que o combate à corrupção no Brasil nunca
foi tão levado a sério, tal qual como apregoou a candidata Dilma
Rousseff quando disse que não deixaria pedra sobre pedra, nos
debates contra o tucano derrotado, Aécio Neves, bem como no discurso
da vitória.
Contudo, percebe-se claramente que o golpismo
tucano-midiático não se restringe ao inconformismo e ao ódio por
causa das quatro vitórias eleitorais do PT, em campanhas
presidenciais. Não. Enganam-se os inocentes úteis e os replicadores
do golpe, que não aceitam a distribuição de renda e riqueza, a
ascensão social dos pobres, além da diminuição das diferenças
regionais. O que está em jogo, mesmo e para valer, não é mais o
terceiro turno, como queria o PSDB na voz irada de Aécio Neves, a
ser repercutida no Senado e na imprensa empresarial e familiar
subordinada aos interesses dos capitalistas dos Estados Unidos, União
Europeia e Japão.
Não mesmo. A aprovação das contas da campanha
eleitoral de Dilma e do PT se tornou a pá de cal que cobriu os
interesses golpistas da Casa Grande, herdeira legítima da
escravidão. A resumir: é o Pré-Sal, a Dilma e o Lula, estúpido! O
Instituto Millenium também. O Globo, o Millenium e as alcateias que
os acompanham já disseminaram editoriais entreguistas que apregoam o
fim do modelo de partilha para o Pré-Sal ao defenderem a
implementação do modelo de concessão, tão prejudicial aos
interesses do povo brasileiro, como ficou comprovado por meio da
venda de ações da Petrobras, em Nova Iorque, pelo Governo de FHC —
o Neoliberal I —, o grão-tucano, o maior lesa-pátria da história,
que foi ao FMI três vezes, de joelhos, humilhado, com o pires nas
mãos, porque quebrou o Brasil três vezes.
É exatamente que a Casa Grande quer: entregar as
nossas riquezas e continuar a reboque dos colonialistas e
imperialistas como sempre fizeram, sem o mínimo de vergonha na cara,
durante séculos. A burguesia e seu apêndice — a pequena burguesia
(coxinhas de classe média) — querem determinar a agenda política
e econômica do Governo Trabalhista, que foi eleito quatro vezes para
dar continuidade aos seus programas de governo e projeto de País.
A Petrobras está a sangrar, mas não vai falir, até
porque está a bater recordes de lucros em todas suas áreas, apesar
da depredação dos ladrões, que estão a roubá-la desde o fim dos
anos 1970, quando esses diretores ingressaram, por meio de concurso,
na empresa brasileira mais emblemática, simbólica e que representa
o orgulho brasileiro, bem como sua luta por sua independência e
emancipação. A Petrobras foi recuperada pelo Governo do PT, e vai
ficar muito mais forte com o combate à corrupção que ora está a
acontecer, com determinação e coragem.
Além disso, sabemos também que a direita
brasileira, uma das mais poderosas e cruéis do mundo, luta contra a
política internacional dos governantes petistas, que abriram novas
portas para efetivar relações comerciais, a realizar novas
parcerias, assinar acordos e contratos e concretizar a criação de
blocos poderosos, a exemplo do Brics, do Mercosul, da Unasul, bem
como fortalecer as relações Sul-Sul, em termos hemisféricos. O
Pré-Sal é nosso, estúpido!
Não adianta O Globo e seus congêneres tentar
derrubar a mandatária reeleita pelo povo brasileiro. Seu editorial
apenas serve para satisfazer os egos e desejos das aves de rapina, a
exemplo de BP, Chevron, Shell e Exxon. As irmãs siamesas, que há
mais de um século exploram as reservas dos países petrolíferos, a
custo de miséria, violência, guerras, mortes e golpes de estado,
com a aquiescência e a cumplicidade de elites escravocratas, como as
brasileiras. O Pré-Sal é que está em jogo, estúpido, e não a
corrupção na Petrobras, que está a ser severamente combatida pelo
Governo Dilma Rousseff, além da desconstrução da imagem de Lula,
que pode concorrer às eleições presidenciais de 2018. É isso aí.
--
Equipe ANNCOL - Brasil
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