quinta-feira, 9 de abril de 2015

Papa anuncia visita à Colômbia e dá novo ânimo aos acordos de paz

Os colombianos e colombianos estão animados o anúncio da visita do Papa Francisco ao país no próximo ano. Em uma carta recente de duas páginas ao povo colombiano, o Sumo Pontífice fala sobre o conflito armado colombiano e sobre a necessidade de que se atenda às vítimas. Analistas afirmam que o anúncio do Papa dá novo fôlego aos diálogos de paz entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que devem chegar ao fim pouco antes da visita de Francisco.

O cardeal Pietro Parolín, secretário de Estado do Vaticano, afirma em nota que o Papa é consciente da importância crucial do momento atual no país sul-americano e que chama os "colaboradores da obra da paz” a seguirem trabalhando em favor da justiça, da fraternidade, da solidariedade, do diálogo e do entendimento, "que são os fundamentos da construção de uma sociedade renovada”.
Parolín afirma ainda que a construção da paz é um processo complexo, que não se esgota em espaços ou planos de corta duração. "É preciso arriscar-se a cimentar a paz a partir das vítimas, com um compromisso permanente para que se restaure a sua dignidade, se reconheça sua dor e se repare o dano sofrido. A paz deve ser forjada a partir daqueles que vivem na marginalidade e na pobreza extrema, daqueles que não são incluídos na sociedade”.
O secretário de Estado propõe ainda que é preciso transformar cada paróquia e cada instituição em um hospital de campo, "em um lugar seguro no qual se possa reencontrar quem sofre atrocidades e violência. (...). Que aqueles que atuaram de forma violenta possam reconhecer as dolorosas consequências de suas ações”.
O arcebispo de Tunja e presidente da Conferência Episcopal da Colômbia (CEC), Luis Augusto Castro Quiroga, já anunciou que no próximo mês de maio os bispos que fazem parte da Comissão Permanente se reunirão para definir os detalhes da visita do Papa. Ao se referir à "politização” da visita de Francisco, monsenhor Castro Quiroga assegura que todos os colombianos estão polarizados em torno dos instrumentos para conquistar a paz, mas adverte que o Papa Francisco não deve tomar parte para ver quem quer ou não a paz, mas estimular sua conquista na Colômbia.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, já chegou a declarar à imprensa que a visita do Papa Francisco seria um "reconhecimento ao processo de paz", iniciado há dois anos e meio, em Havana, Cuba. Santos afirma que Francisco tem apoiado o processo de paz desde o princípio. "Desde quando o visitei pela primeira vez, ele me disse: siga firme e não fraqueje”.
O convite da Colômbia ao Papa argentino foi feita pelos bispos da Colômbia através do cardeal Rubén Salazar, poucos dias depois da sua eleição como máximo hierarca da Igreja Católica, em março de 2013. Como ocorreu durante as duas visitas papais anteriores – a primeira, de Paulo VI, em 1968, e a segunda, de João Pablo II, em 1986 – se espera que a visita de Francisco provoque uma ampla mobilização,uma vez que a Colômbia é um país majoritariamente católico e que o Papa conta também com o apreço de muitos não fiéis.

Com apoio de Adital



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