Por
Horacio Duque Giraldo
O
presidente Santos expõe uma chantagem à Mesa de Havana para evadir
da negociação de mais de 40 temas pendentes e sai agora com a
“genial” ideia de abandonar
os
diálogos e seus importantes avanços. Voltou à ideia da paz como
claudicação. Má coisa. Está em campanha para prefeitos e
governadores.
Não
obstante que, em recente entrevista no El País de Madri
(http://bit.ly/1M0LSMe),
o senhor Santos reconheceu que não era conveniente fixar datas para
a firma de um Acordo entre o governo e as Farc para pôr termo ao
prolongado conflito social e armado nacional, depois de anteriormente
ter fixado termos peremptórios para a firma de um pacto, alguns
movimentos recentes presidenciais indicam que a ideia da “pax
express”, como uma rendição da resistência campesina
revolucionária, não tem sido descartada pelas esferas oficiais e
pelo bloco de poder oligárquico dominante.
Ordenou
os eventos.
O
anúncio da visita do Papa Francisco à Colômbia nos próximos meses
com sua mensagem de reconciliação e apoio aos diálogos de paz,
especificamente no tema de justiça e ressarcimento estatal de
milhões de vítimas da guerra; o rechaço do governo nacional às
sanções gringas à Venezuela como uma manobra intervencionista, em
vésperas da Cúpula do Panamá (http://bit.ly/1GEG0bI);
e as denúncias contra o Procurador Ordoñez, quem pretendeu
manipular o processo de paz com fins puramente eleitorais são ações
plausíveis que reforçam o sentido político das conversações e
acordos em matéria de paz conquistados em Havana. Pouca oposição e
questionamento produzem estas decisões.
Porém,
o que resulta incoerente, inconsequente, para dizer o menos, é que,
no tópico seguido, Santos, muito astutamente, saia a expor uma
chantagem na Mesa de havana dizendo que ‘Se, ao final, tiver que
correr, corro’. (http://bit.ly/1Pg2pjI).
Santos
insistiu em que sua principal aposta é acabar com o conflito armado
através da via do diálogo, porém advertiu que se as Farc, de cujos
membros disse que por algumas de suas atitudes parecem “bestas”
[sic], não aceitam esta “oportunidade histórica” [a mesma de
Mora Rangel, o do crime de Jaime Garzón] para finalizar a guerra,
pois, não tem inconveniente em romper as negociações. Se, ao
final, tiver que correr, corro, simples assim, explicou que, tendo
que acabar com os diálogos, o faria com “a consciência tranquila”
[coisa que duvido] por ter tentado pôr ponto final a uma
confrontação que dura mais de 50 anos dessangrando o pais.
Absurda
posição que reflete o emperramento político e a sem saída em que
se encontra Santos. Se lhe esgotou a imaginação quando à vista
está a proposta de convocar uma Assembleia Constituinte que
aprofunde as saídas à aguda crise orgânica da qual padece o regime
político das elites tradicionais, alheias aos interesses populares
majoritários.
--
Equipe
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http://anncol-brasil.blogspot.com
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