“Resultados da Comissão Histórica não podem ser lançados ao incêndio do esquecimento”
No encerramento do ciclo 34 de conversações, as FARC-EP voltaram sobre quatro temas que consideram importantes para o desenvolvimento da Mesa, num comunicado lido pelo chefe da Delegação de Paz, Iván Márquez.
Em primeiro lugar, se referiu à responsabilidade do Estado. Segundo as conclusões da Comissão Histórica do Conflito e suas Vítimas, o Estado é o grande responsável pelo conflito social e armado; estes resultados devem ser reconhecidos, já que “A Comissão Histórica [...] não foi integrada para agradar a uma das múltiplas partes do conflito”, ressaltou.
O segundo tema que nomeou foi o da justiça. Se referiu à justiça transicional que alguns querem aplicar a insurgentes e membros da força pública, sendo o foro militar um “caramelo envenenado”. O direito deve ser solução, não obstáculo, segundo o porta-voz. Acrescentou que o Acordo Geral de Havana é a carta de navegação quanto à jurisdição; a guerrilha não se impressiona com a opinião “daqueles que não sofreram a violência, ou apenas ouviram algo dela em textos oficiais”.
Segundo as FARC-EP, a corrupção da justiça fez com que o Estado perdesse sua faculdade sancionadora há tempos. Portanto, o Estado não tem por que começar a entregar faculdades para nomear o Tribunal de Aforados.
O terceiro assunto é a não utilização da paz nas eleições de outubro, referindo-se às referendas parciais como tática para ganhar votos, sabendo que existe um sexto ponto da Agenda chamado Implementação, verificação e referenda dos acordos.
Em quarto lugar, a guerrilha lhe insistiou ao governo sobre a necessidade de adiantar a redação de acordos para a reparação a das vítimas. E finalizou o documento:
“Cada vez estamos mais convencidos de que o caminho para superar a crise institucional e alcançar a paz, é a realização da Assembleia Nacional Constituiente”.
Oficina de Prensa de la Delegación de Paz FARC-EP
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Equipe ANNCOL - Brasil
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